Bíblia de Jerusalém
Isaias 26
3- “Está decidido: tu manterás a paz,
sim, a paz, porque a ti foi ela confiada.”
Isaias 32
17- “O fruto da justiça será a paz,
e a obra da justiça consistirá na tranqüilidade e na segurança para sempre.
18- O meu povo habitará em moradas de paz,
em mansões seguras e em lugares tranquilos.”
Isaias 54
10- “Os montes podem mudar de lugar
e as colinas podem abalar-se,
mas o meu amor não mudará,
a minha aliança de paz não será abalada,
diz Iahweh, aquele que se compadece de ti.”
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segunda-feira, 31 de dezembro de 2007
Casa das Palmeiras - Renovada!
Viva os clientes, razão primeira da Casa!
A Casa das Palmeiras, Rua Sorocaba 800, Tel 2266-6465, Botafogo, se recuperou de seu terrível incêndio criminoso, perverso e cruel ( laudo do Corpo de Bombeiros) ano passado, em 3 de setembro de 2006, quando obras dos clientes nas paredes e muitos trabalhos catalogados nas estantes, mais toda a documentação histórica que se encontrava nos arquivos, foi destruída. Livros de Ata, livros, cadernos, cartas, fotos, vídeos. Móveis, computador com acervo de imagens e registros, etc.
Sofrimento irreparável para os clientes que ficaram extremamente feridos internamente, mas cheios de esperança em retornarem à Casa. Daí grandiosos esforços.
Todos nós que trabalhamos na Casa e que fomos amigos muito próximos de NISE DA SILVEIRA nos sentimos renovados das cinzas. Ave Fenix ! Tudo se fez graças aos árduos esforços do Presidente da Casa, Sr. Paulo Alberto Monteiro de Barros (Artur da Távola) frente à Prefeitura Municipal, Rio de Janeiro. Assim como da Vice-Presidente Sra. Luitgarde Oliveira Cavalcanti Barros, orientando no melhor desempenho da qualidade da recuperação, e angariando recursos da Petrobras e de amigos para completar no trabalho estrutural da Casa.
Na ocasião as Sras.Vera Macedo - diretora técnica, Marie Christine Duniau - médica, Dionysa Brandão- tesoureira e eu, Martha Pires Ferreira, coordenado as atividades plásticas, não poupamos sacrifícios para acompanhar os operários, agilizando-os, a fim de terminar no mês de agosto deste ano de 2007, diante das expectativas imensas dos tão queridos clientes da Casa. Além disso a recuperação de toda a documentação em cartório/registros.
Os clientes são a razão primeira da Casa!
No retorno da hospitalidade do Instituto de Nutrição Annes Dias, a Casa teve espontânea colaboração de Edgar de Melo Tavares - médico, Sônia Andrade - que foi coordenadora, dos funcionários, dos colaboradores e das estagiárias na limpeza e na reorganização interna para o seu funcionamento natural de cada dia. Trabalho gigantesco de todos.
A Casa passou a ser atuante com plena atividade nos ateliês de Desenho, Modelagem. Música, Arranjo Floral, Teatro, Trabalhos Manuais, Baile, Lanche, Passeios, Expressão Corporal, Contos de Fada, Jardinagem, Xilo, Poesia e tantas coisas mais que propiciam a criatividade espontânea.
A Casa vive um momento de transição profunda de resgate das idéias fundamentais deixadas por Nise da Silveira.
"A Casa das Palmeiras é um pequeno território livre". "Optou pela pobreza e liberdade" - Nise.
Estamos vivendo das mensalidades de algums clientes ( a metade é não pagante), mais cuidadosas economias de uma ajuda da Petrobras e doações dos que amam esta OBRA FRANCISCANA. A Direção, os estagiários e todos os colaboradores trabalham voluntariamente . Aceitamos mãos generosas para ofertar.
A Casa das Palmeiras independente e livre de coleiras não pertence a nenhuma REDE. Não tem "convênios", "vínculos" como mordaças. Jamais será um espaço de "negócios" ou "comércio" de suas atividades expressivas. Na Casa das Palmeiras os clientes realizam espontaneamente seus trabalhos expressivos, que são assinados, datados e arquivados para serem estudados em série, seguindo os princípios deixados por sua fundadora, Nise da Silveira.
A Casa das Palmeiras é uma instituição de convívio afetivo, de criatividade, de pesquisa e de ciência.
Viva a Casa das Palmeiras!
Martha Pires Ferreira
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sábado, 22 de dezembro de 2007
Desenho parede _ Pilot e Selos
sábado, 15 de dezembro de 2007
Flores do Bem / Poesia _ Olavo Bilac
NATAL
Olavo Bilac (16 dez. 1865/1918)
Jesus nasceu! Na abóbada infinita
Soam cânticos vivos de alegria;
E toda a vida universal palpita
Dentro daquela podre estrebaria.
Não houve sedas, nem cetins, nem rendas
No berço humilde em que nasceu Jesus...
Mas os pobres trouxeram oferendas
Para quem tinha de morrer na Cruz.
Sobre a palha, risonho, e iluminado
Pelo luar dos olhos de Maria,
Vede o Menino-Deus, que está cercado
Dos animais da pobre estrebaria.
Não nasceu entre pompas reluzentes;
Na humildade e na paz deste lugar,
Assim que abriu os olhos inocentes,
Foi para os pobres seu primeiro olhar.
No entanto, os reis da terra, pecadores,
Seguindo a estrela que ao presépio os guia,
Vêem cobrir de perfumes e de flores
O chão daquela pobre estrebaria.
Sobem hinos de amor ao céu profundo;
Homens, Jesus nasceu! Natal ! Natal !
Sobre esta palha está quem salva o mundo
Quem ama os fracos, quem perdoa o Mal !
Natal ! Natal ! Em toda a Natureza
Há sorrisos e cantos, neste dia...
Salve Deus da Humanidade e da Pobreza,
Nascido numa pobre estrebaria!
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Olavo Bilac (16 dez. 1865/1918)
Jesus nasceu! Na abóbada infinita
Soam cânticos vivos de alegria;
E toda a vida universal palpita
Dentro daquela podre estrebaria.
Não houve sedas, nem cetins, nem rendas
No berço humilde em que nasceu Jesus...
Mas os pobres trouxeram oferendas
Para quem tinha de morrer na Cruz.
Sobre a palha, risonho, e iluminado
Pelo luar dos olhos de Maria,
Vede o Menino-Deus, que está cercado
Dos animais da pobre estrebaria.
Não nasceu entre pompas reluzentes;
Na humildade e na paz deste lugar,
Assim que abriu os olhos inocentes,
Foi para os pobres seu primeiro olhar.
No entanto, os reis da terra, pecadores,
Seguindo a estrela que ao presépio os guia,
Vêem cobrir de perfumes e de flores
O chão daquela pobre estrebaria.
Sobem hinos de amor ao céu profundo;
Homens, Jesus nasceu! Natal ! Natal !
Sobre esta palha está quem salva o mundo
Quem ama os fracos, quem perdoa o Mal !
Natal ! Natal ! Em toda a Natureza
Há sorrisos e cantos, neste dia...
Salve Deus da Humanidade e da Pobreza,
Nascido numa pobre estrebaria!
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quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
Flores do Bem / Poesia _ Boris Pasternak
O POEMA
É este o poema:
Estou perdido como fera acuada.
Ao longe há gente, liberdade e luz.
Gritam por trás de mim os que perseguem
E não tenho caminho à minha frente.
Como sombrio bosque sobre o lago
Ou toco de pinheiro derrubado,
Aqui estou de tudo separado,
Mas tudo o que vier já não importa.
Mas que baixezas tenho cometido,
E por que sou assassino ou sou vilão,
Se levei a chorar o mundo inteiro
Sobre as belezas desta minha terra?
Perto da sepultura já me encontro
Creio, porém, que há de chegar o dia
De o espírito do bem lograr vitória
Sobre toda a maldade e toda a infâmia.
Boris Pasternak, 10 fev. 1890/1960. Poeta e romancista russo. Prêmio Nobel de Literatura 1958.
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É este o poema:
Estou perdido como fera acuada.
Ao longe há gente, liberdade e luz.
Gritam por trás de mim os que perseguem
E não tenho caminho à minha frente.
Como sombrio bosque sobre o lago
Ou toco de pinheiro derrubado,
Aqui estou de tudo separado,
Mas tudo o que vier já não importa.
Mas que baixezas tenho cometido,
E por que sou assassino ou sou vilão,
Se levei a chorar o mundo inteiro
Sobre as belezas desta minha terra?
Perto da sepultura já me encontro
Creio, porém, que há de chegar o dia
De o espírito do bem lograr vitória
Sobre toda a maldade e toda a infâmia.
Boris Pasternak, 10 fev. 1890/1960. Poeta e romancista russo. Prêmio Nobel de Literatura 1958.
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domingo, 9 de dezembro de 2007
Delírios meus / Utopias _ Manifesto Comunista
As esquerdas sofrem o massacre das políticas show mídia do capitalismo selvagem. Há muito não tenho fé nos caminhos das esquerdas/como encaminhavam seus projetos/seus olhares para o futuro da humanidade. Nem por isso deixei de observar o aparente triunfo do $$$$ nas mãos de poucos. O capitalismo brilha, descendo as escadas. Quanto mais brilha, mais seduz e ilude em artifícios. Consumimos o inconsumível ! Globalizados perdemos a direção ! Paradoxalmente tudo é precisão matemática na ordem do universo.
O ano 2008 está aí, o céu sinaliza; que os mortais saibam ler o que está escrito nas estrelas. Em 2010 teremos o ciclo de 164 anos da descoberta do senhor da águas, Netuno (1846). O ano de 2012 marcará o retorno de Netuno data da publicação do revolucionário e atualíssimo Manifesto Comunista (1848). Luzes de realidade objetiva no fim do corredor! Marx e Engels estarão em alta..... Estes dois homens, e tantos outros, juntos pensavam a História e Marx corajosamente registrou como a burguesia do séc. XIX produzia seus próprios coveiros. Os ciclos são longos em contínua precisão. O feudalismo tem suas cordas de palha no passado tão bem traçadas que perduram até hoje, oriente/ocidente fantasiado de burguesia. O senhor feudal e o senhor burguês são peças do mesmo jogo de dominação e injustiça, de exploração e imbecilidade intelectual.
O livro mais lido nestes próximos anos será o MANIFESTO COMUNISTA. Irmãos, uni-vos!
Teremos os planetas Plutão/Capricórnio, Netuno/Aquário e Urano/Peixes nos três últimos Signos do Zodíaco - quando isto se deu? Perdemos no Tempo-Espaço. Júpiter percorrerá os signos de Capricórnio/ Aquário/ Peixes apontando direções velozes. Saturno/Virgem eliminará excessos. A TERRA há de gemer e estremecer; todos estarão no mesmo barco. Os donos do mundo terão que colocar suas cartas nas mesas, serão forçados a conversar nas diferenças. Árvore podre tem raízes podres. Nova ceiva será necessária. O mundo ficou pequeno numa sala circular onde cada um verá o outro frente a frente. Não haverá outra saída e estamos percebendo isto.
O conceito de propriedade terá que ser repensado, mesmo os modelos rígidos de Marx - consciência de que todo cidadão/ã do planeta merece moradia digna. No bojo da sociedade alienada irromperá uma revolução aberta - social e artístico-criativa - sem derrubada ostensiva, mas processo natural do direito de pensar, morar, trabalhar, se divertir, viver e possuir todas as riquezas deste universo em tecnologias e bem estar geral.
Todos juntos viveremos com perplexidade os estragos feitos para com a Natureza Mãe. Entretanto a Natureza é sábia, nos ensinará mais uma vez a sua potência e a sua imperiosa majestade. O ciclo de Júpiter de 2008 a 2020 será a grandeza do Senhor do Olímpo ordenando, simbolicamente, renovados princípios; cuspindo seu fogo criador por um mundo mais, justo, ético, humano, culto e consciente. Delírios meus. Utopias.
(Martha Pires Ferreira _ Advento de 2007)
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(Martha Pires Ferreira _ Advento de 2007)
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sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
Os Quatro Elementos da Natureza
A Filosofia na Idade Média
Etienne Gilson (referindo-se a São Basílio).
“No início os quatro elementos estavam misturados. Cada um deles ganhou seu lugar natural: o FOGO em cima, depois o AR, a ÁGUA e a TERRA.
O FOGO constitui a substância do céu e se estende até as Águas que estão no firmamento (Gen.1,6). Abaixo do firmamento estão o AR e as ÁGUAS que formam as nuvens.
A LUZ foi criada logo depois dos elementos e, por conseguinte, antes do próprio Sol, que só foi criado mais tarde para portá-la e transmiti-la. O AR recebeu a Luz por uma difusão instantânea.
Cada elemento possui uma qualidade característica: o FOGO é quente, a ÁGUA é fria, o AR é úmido e a TERRA é seca.
Eles nunca se oferecem a nós em sua pureza original e cada um deles pode se misturar aos outros contraindo algumas se suas qualidades.
Por ser fria e seca, a Terra pode se unir à Água, que é fria e úmida e, por sua vez, a Água pode se unir ao Ar, úmido e quente, este pode se unir ao Fogo, quente e seco, o que nos traz de volta a Terra, que é seca e fria.
Esta concórdia da harmonia dos elementos torna possíveis suas combinações, que são a textura mesma da ordem universal.”
--postagem martha pires ferreira
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“No início os quatro elementos estavam misturados. Cada um deles ganhou seu lugar natural: o FOGO em cima, depois o AR, a ÁGUA e a TERRA.
O FOGO constitui a substância do céu e se estende até as Águas que estão no firmamento (Gen.1,6). Abaixo do firmamento estão o AR e as ÁGUAS que formam as nuvens.
A LUZ foi criada logo depois dos elementos e, por conseguinte, antes do próprio Sol, que só foi criado mais tarde para portá-la e transmiti-la. O AR recebeu a Luz por uma difusão instantânea.
Cada elemento possui uma qualidade característica: o FOGO é quente, a ÁGUA é fria, o AR é úmido e a TERRA é seca.
Eles nunca se oferecem a nós em sua pureza original e cada um deles pode se misturar aos outros contraindo algumas se suas qualidades.
Por ser fria e seca, a Terra pode se unir à Água, que é fria e úmida e, por sua vez, a Água pode se unir ao Ar, úmido e quente, este pode se unir ao Fogo, quente e seco, o que nos traz de volta a Terra, que é seca e fria.
Esta concórdia da harmonia dos elementos torna possíveis suas combinações, que são a textura mesma da ordem universal.”
--postagem martha pires ferreira
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sábado, 17 de novembro de 2007
Flores do Bem - Luter King
Que saudades do grande e sábio Luter King !
"O que mais me preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem caráter, nem dos sem ética. O que mais me preocupa é o silêncio dos Bons".
Martin Luther King
"O que mais me preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem caráter, nem dos sem ética. O que mais me preocupa é o silêncio dos Bons".
Martin Luther King
domingo, 28 de outubro de 2007
Flores do Bem - Sábios pensamentos
ANOTAÇÕES NO MEU MOLESKINE
“Quando temos muito a dizer usamos o mínimo de meios.” Paul Klee
“Ninguém pode mediante seu livre arbítrio mudar o poder do inconsciente, no máximo poderá iludir-se.” C.G. Jung
“O mundo será salvo pelos insubmissos.” Andre Gide
“Os sonhos são presentes enviados pelos céus.” Fernando Diniz
“Os livros são o antídoto contra a esquizofrenia da internet.” Humberto Eco
L’homme a le livre arbitre, mais n’a pas la volunté de l’utiliser.” Schopenhauer
“Precisa-se duas energias para o amor; carinho e sensibilidade. Aquele que se impor pela sexualidade sem possuir estas duas energias acabará algum dia fracassado.” S. Freud
“Quando a humanidade descobrir o amor incondicional, terá descoberto pela segunda vez o Fogo.” Teilhard de Chardin
“Minha experiência, única luz que me ilumina.” Leonardo Fróes
“O que interessa é uma revolução permanente que nunca fiquemos fixos num ponto, que exista sempre algo girando. Uma revisão de tudo. Todos os dias questiono tudo, toda minha obra.” Miró
“Ninguém parece saber como é útil ser inútil.” Chuang Tzu
“Minha solidão não é disponibilidade.” Cecília Meireles
“Criei para mim uma solidão que ninguém suspeita.” Pablo Picasso
“É a posição que deveria ser; o sujeito tem que dominar o animal pelo espírito e não pela força.” Octávio Ignácio
“A sabedoria é a própria vida. A vida se revela a nós somente na medida em que a vivemos. A vida é revelação.” Thomas Merton
“Todo abismo é navegável a barquinho de papel.” Guimarães Rosa
“A pobreza é a pior forma de violência.” M. Gandhi
“O mistério da vida me causa a mais forte emoção. É o sentimento que suscita a beleza e a verdade; cria a arte e a ciência.” Albert Einstein
“O inconsciente é o sal; tem o doce e o amargo que mata.” Sábio esquizofrênico, IPUB, UFRJ, 1989
“A relação de amor entre o homem e a mulher é tão intenso que mexe com o próprio Deus.” Leonardo Boff
“Se queres saber tudo não queiras saber coisa alguma.” São João da Cruz
domingo, 21 de outubro de 2007
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
Flores do Bem - S. Francisco de Assis
MEUS IRMÃOS, OS PÁSSAROS
Oração de S. Francisco de Assis
(1182 - 1226)
Oração de S. Francisco de Assis
(1182 - 1226)
Passarinhos, meus irmãos,
deveis louvar muito e sempre
o vosso criador, porque vos deu penas
para vestirdes, asas para voar
e tudo quanto vos é necessário.
Deus os fez nobres entre todas as criaturas
e vos concedeu de planardes no límpido ar;
vós não semeais nem colheis,
e no entanto Ele vos socorre e guia,
dispensando-vos de toda preocupação.
(vita prima de Celano XXI, 58)
deveis louvar muito e sempre
o vosso criador, porque vos deu penas
para vestirdes, asas para voar
e tudo quanto vos é necessário.
Deus os fez nobres entre todas as criaturas
e vos concedeu de planardes no límpido ar;
vós não semeais nem colheis,
e no entanto Ele vos socorre e guia,
dispensando-vos de toda preocupação.
(vita prima de Celano XXI, 58)
"O homem vale o que é diante de Deus...e nada mais"
S. Francisco
domingo, 30 de setembro de 2007
Urano _ “Tudo está escrito nas estrelas!”
URANO um salto quântico na história da humanidade
As sinalizações de Urano estão bastante claras nesta sua passagem pelo sigo de Peixes.
O Planeta Urano foi encontrado em 1781, em plena revolução das idéias democráticas em busca de liberdade, fraternidade, justiça social e igualdade de oportunidades. Urano representa o símbolo da evolução, da expansão de todo o universo. Atua sobre as tempestades e os raios celestes. Senhor mitológico, surgiu do caos, da desordem e dominou os espaços cósmicos surpreendendo com as potências do imprevisível e da originalidade criadora. Ele antecede o Panteão dos deuses gregos, e todo o extraordinário imaginário dos povos antigos. Libertário, amoral e anárquico, individualista e independente não obedece a regras preestabelecidas. Indica sentido de grupo, coletividade, humanismo, amizades, fraternidade e solidariedade. Projetos, planos utópicos e revolucionários. Representa a totalidade em suas transformações profundas, radicais. É o significador das máquinas, das invenções tecnológicas, da experimentação de toda ordem, assim como das descobertas científicas. Avanços de toda ordem. As novas descobertas e as novas posturas no âmbito social, religioso e político estão sempre sinalizadas com a presença desse Planeta altamente impulsionador da expansão criadora da natureza. É o Astro que nos fala da esperança, de um futuro promissor em justiça e igualdade de valores para a humanidade.
Urano é o regente de Aquário, o 11º signo do Zodíaco - Sua revolução é de 84 anos, aproximadamente. É o condutor por excelência do ciclo da Nova Era da Humanidade no campo das descobertas e da criatividade.
Urano senhor das máquinas:
Em 1776 Urano percorria o signo de Gêmeos - Aparecimento da máquina - ferramenta. Aparecimento comercial.
Em 1784 o signo de Câncer - Surge a máquina a vapor - forma social fixa. Uso geral e não mais específico, apenas. Patente universal.
Em 1860 o signo de Gêmeos - Nesta década aparece a padronização de máquina ferramenta. Máquinas que fazem outras máquinas. Convergência tecnológica. Produz os bens de consumo duráveis.
Em 1940 o signo de Touro - Surge o computador. Não visa energia e sim informação.
Em 2024 percorrerá o signo de Touro, novamente. O que nos revelará em sua surpreendente revolução? Avanços inconcebíveis.
Neste ciclo de 84 anos de Urano, 1940 com o aparecimento do computador, a internet, o celular e seus desdobramentos até 20024, estamos vivendo não só a revolução tecnológica, mas a revolução da humanidade em todas as esferas do conhecimento e da comunicação. Um salto quântico impossível de se prever, entretanto possível de se apreender.
Tão ou mais surpreendente e importante que a revolução industrial, a revolução tecnológica visa o bem comum, a democratização dos bens de produção a serviço de toda a humanidade sem excludências. A consciência de que somos uma família e que precisamos conviver felizes aqui neste Planeta Mãe Terra, onde todos têm deveres, obrigações e direito à alegria de viver em harmonia, com justiça social. Mesmo tendo que enfrentar dificuldades, batalhar cada dia, o ser humano passará a ter consciência de que a vida é plenitude, inventada para que toda a Natureza possa concretizar suas realizações paradisíacas. O grande salto será sem dúvida o salto dos valores humanos para o bem cuidar de toda a criação, incluindo flora e fauna, terra e água, fogo e ar que respiramos.
O Paraíso é uma realização contínua, impermanente, da vida de cada ser humano, sedenta de absoluto, caminhando aqui mesmo, neste chão do reino de Deus, Brahma, Tao.
Urano, hoje, 30/09/2007, 15º 54’ R. no signo de Peixes.
Martha Pires Ferreira
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As sinalizações de Urano estão bastante claras nesta sua passagem pelo sigo de Peixes.
O Planeta Urano foi encontrado em 1781, em plena revolução das idéias democráticas em busca de liberdade, fraternidade, justiça social e igualdade de oportunidades. Urano representa o símbolo da evolução, da expansão de todo o universo. Atua sobre as tempestades e os raios celestes. Senhor mitológico, surgiu do caos, da desordem e dominou os espaços cósmicos surpreendendo com as potências do imprevisível e da originalidade criadora. Ele antecede o Panteão dos deuses gregos, e todo o extraordinário imaginário dos povos antigos. Libertário, amoral e anárquico, individualista e independente não obedece a regras preestabelecidas. Indica sentido de grupo, coletividade, humanismo, amizades, fraternidade e solidariedade. Projetos, planos utópicos e revolucionários. Representa a totalidade em suas transformações profundas, radicais. É o significador das máquinas, das invenções tecnológicas, da experimentação de toda ordem, assim como das descobertas científicas. Avanços de toda ordem. As novas descobertas e as novas posturas no âmbito social, religioso e político estão sempre sinalizadas com a presença desse Planeta altamente impulsionador da expansão criadora da natureza. É o Astro que nos fala da esperança, de um futuro promissor em justiça e igualdade de valores para a humanidade.
Urano é o regente de Aquário, o 11º signo do Zodíaco - Sua revolução é de 84 anos, aproximadamente. É o condutor por excelência do ciclo da Nova Era da Humanidade no campo das descobertas e da criatividade.
Urano senhor das máquinas:
Em 1776 Urano percorria o signo de Gêmeos - Aparecimento da máquina - ferramenta. Aparecimento comercial.
Em 1784 o signo de Câncer - Surge a máquina a vapor - forma social fixa. Uso geral e não mais específico, apenas. Patente universal.
Em 1860 o signo de Gêmeos - Nesta década aparece a padronização de máquina ferramenta. Máquinas que fazem outras máquinas. Convergência tecnológica. Produz os bens de consumo duráveis.
Em 1940 o signo de Touro - Surge o computador. Não visa energia e sim informação.
Em 2024 percorrerá o signo de Touro, novamente. O que nos revelará em sua surpreendente revolução? Avanços inconcebíveis.
Neste ciclo de 84 anos de Urano, 1940 com o aparecimento do computador, a internet, o celular e seus desdobramentos até 20024, estamos vivendo não só a revolução tecnológica, mas a revolução da humanidade em todas as esferas do conhecimento e da comunicação. Um salto quântico impossível de se prever, entretanto possível de se apreender.
Tão ou mais surpreendente e importante que a revolução industrial, a revolução tecnológica visa o bem comum, a democratização dos bens de produção a serviço de toda a humanidade sem excludências. A consciência de que somos uma família e que precisamos conviver felizes aqui neste Planeta Mãe Terra, onde todos têm deveres, obrigações e direito à alegria de viver em harmonia, com justiça social. Mesmo tendo que enfrentar dificuldades, batalhar cada dia, o ser humano passará a ter consciência de que a vida é plenitude, inventada para que toda a Natureza possa concretizar suas realizações paradisíacas. O grande salto será sem dúvida o salto dos valores humanos para o bem cuidar de toda a criação, incluindo flora e fauna, terra e água, fogo e ar que respiramos.
O Paraíso é uma realização contínua, impermanente, da vida de cada ser humano, sedenta de absoluto, caminhando aqui mesmo, neste chão do reino de Deus, Brahma, Tao.
Urano, hoje, 30/09/2007, 15º 54’ R. no signo de Peixes.
Martha Pires Ferreira
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domingo, 23 de setembro de 2007
domingo, 16 de setembro de 2007
Flores do Bem - Templo Zen
"ESTOU APRENDENDO A FICAR CONTENTE COM TUDO"
Inscrição no poço do Templo Zen Royoan-Ji, Kyoto
Inscrição no poço do Templo Zen Royoan-Ji, Kyoto
terça-feira, 11 de setembro de 2007
Reflexões ou Carta aos Políticos
[ Escrevi este texto em 2005 e enviei para amigos/as.
Rio de Janeiro, 20 de novembro de 2005
O filme é o mesmo / Martha Pires Ferreira ]
Até quando teremos que suportar estes tiroteios partidários, estas posturas infantis de homens que deveriam zelar com dignidade a gestão da coisa pública? Onde o respeito pela verdade factual?
Sempre tivemos, e temos, grandes figuras na vida cultural brasileira. São pessoas que nos honram e nos engrandecem.
Desde a Origem dos Direitos dos Povos, levantar falso testemunho, espalhar boatos ou calúnias, eram inverdades tidas como crimes de responsabilidade penal: A calúnia era maldita neste e noutro mundo, ou então, que fosse precipitado na Rocha Tarpeia aquele que prestou falso testemunho. Ouvíamos na Faculdade de Direito, UEG, nos anos 60, o grande jurista, criminalista, Prof. Dr. Roberto Lyra se referindo ao Direito: Falsi teste pejores sunt latronis [as falsas testemunhas são piores que os ladrões].
Não menos constrangedor é observar figurantes políticos, ou não, expor seus rostos na mídia, inescrupulosamente, como se nada tivessem feito de evidentes improbidades. Que qualquer um que cuide das coisas públicas tenha dignidade e competência em suas obrigações parlamentares.
Não são poucos os Homens e as Mulheres que lutam por uma vida justa e prazerosa, e, são eles que sustentam com seus corpos e emoções a base econômica deste Brasil plural, criativo e naturalmente solícito. Heróis do dia-a-dia que são obrigados a votar. Estamos nos referindo aqui aos que trabalham, aos que sustentam os cofres públicos e toda a nação com a responsabilidade e o suor cotidiano.
Por quase vinte anos de lutas e reconquistas de direitos constitucionais e liberdades adquiridas, não merecemos este quadro Goyniano. Quanta degradação e baixeza no exercício e na prática da política! Temos tudo para vivermos bem neste imenso Brasil, com solidariedade, realizando o sonho de ver a justiça social uma realidade. A corrupção é uma doença de conduta moral que precisa ser tratada. Doença que por vezes vem da tradição familiar e/ou da sede desmedida de elevação social a qualquer preço. A religião do dinheiro, e dos podres poderes, é índice facilitador para esta doença se manifestar - as suas orações se fazem nos Templos do Consumo.
Precisamos é de objetivos sólidos e viáveis. Briga de classe e poderes vãos, é atraso de vida para um povo se realizar plenamente. “Os senhores da Casa Grande e seus herdeiros” quanto mais se esbravejam mais ridículos e inoperantes vão ficando. Na era da informática, dos anseios de comunicação, os detentores das manipulações “secretas” estão perdendo seus espaços; poder de controle.
O mundo do mercado globalizado se degradará por si mesmo ou será humanizado em razão da fraternidade e da liberdade sem exclusões. Exclui-se quem exclui. Todos nós fazemos parte da grandeza e da beleza do universo, todos nós temos que ter responsabilidade e comprometimento diante de cada um de nós e da Criação. Nós somos a Natureza, a Natureza se revela em nós a cada dia.
Os jovens brasileiros, e do mundo inteiro, que vivem ao lado das elites urbanas, têm seus sonhos, suas utopias, não aceitam viver em camisa-de-força e/ou em carros blindados. Reivindicam as liberdades; eles formam imensa potência criadora e formadora de idéias novas para outro Brasil possível neste novo milênio. São os jovens da Revolução Tecnológica, séc. XXI.
Será que não bastam as tensões vividas no Planeta Terra neste período de transição? Basta o imenso esforço por não permitir que o império da devastação e desrespeito às leis da Natureza vigore. Estamos querendo o quê? O desmonte galopante da cultura ocidental já não é o suficiente para repensarmos as arrogâncias das teorias dos conhecimentos? Tudo caindo por terra, e, velozmente. Não é tempo de individualismos, mas de partilha. Um mundo novo precisa de raízes novas. Vivemos o confronto entre os “mais fortes” e os “mais frágeis”. Caminhamos para a construção de uma nova civilização. Na fricção e na troca de saberes e experiências vividas vamos encontrando as respostas e os horizontes possíveis. Todos nós estamos convidados e incluídos, na construção de um mundo em transição de valores. Estamos vivendo o confronto de opostos; ricos e pobres, intelectuais e gente simples, orientais e ocidentais, hemisférios norte e sul.
Quem se dá ao direito de se expor em sensações, em acusações, não resguarda sua própria imagem. Deveria antes intuir as várias vertentes das conseqüências de seus atos. Na curva do mundo a verdade, quase sempre, se revela como um sol brilhante. Questão de tempo.
O corte no caminho dos acontecimentos político/econômico viabiliza saídas mais sábias nas altíssimas taxas de juros (não comparáveis às tão torpes taxas na travessia do milênio). Esperamos juros mais civilizados.
A democracia da inteligência deve servir ao bem comum. Jamais dar espaços ao fundamentalismo perverso político/religioso, revestido de apanágios éticos e morais.
Precisamos de um crescimento progressista e proporcional, de baixo para cima, em todos os setores da nossa riquíssima e bela nação - educação, saúde, comércio, indústria, ciência e tecnologia. E Felicidade.
Neste início de milênio, um Quantum de silêncio interior nos fará precioso bem. Precisamos enxergar e agir com alteridade, vivermos como seres humanos. Sendo humanos daremos um salto qualitativo na História da civilização.
Até quando teremos que suportar estes tiroteios partidários, estas posturas infantis de homens que deveriam zelar com dignidade a gestão da coisa pública? Onde o respeito pela verdade factual?
Sempre tivemos, e temos, grandes figuras na vida cultural brasileira. São pessoas que nos honram e nos engrandecem.
Desde a Origem dos Direitos dos Povos, levantar falso testemunho, espalhar boatos ou calúnias, eram inverdades tidas como crimes de responsabilidade penal: A calúnia era maldita neste e noutro mundo, ou então, que fosse precipitado na Rocha Tarpeia aquele que prestou falso testemunho. Ouvíamos na Faculdade de Direito, UEG, nos anos 60, o grande jurista, criminalista, Prof. Dr. Roberto Lyra se referindo ao Direito: Falsi teste pejores sunt latronis [as falsas testemunhas são piores que os ladrões].
Não menos constrangedor é observar figurantes políticos, ou não, expor seus rostos na mídia, inescrupulosamente, como se nada tivessem feito de evidentes improbidades. Que qualquer um que cuide das coisas públicas tenha dignidade e competência em suas obrigações parlamentares.
Não são poucos os Homens e as Mulheres que lutam por uma vida justa e prazerosa, e, são eles que sustentam com seus corpos e emoções a base econômica deste Brasil plural, criativo e naturalmente solícito. Heróis do dia-a-dia que são obrigados a votar. Estamos nos referindo aqui aos que trabalham, aos que sustentam os cofres públicos e toda a nação com a responsabilidade e o suor cotidiano.
Por quase vinte anos de lutas e reconquistas de direitos constitucionais e liberdades adquiridas, não merecemos este quadro Goyniano. Quanta degradação e baixeza no exercício e na prática da política! Temos tudo para vivermos bem neste imenso Brasil, com solidariedade, realizando o sonho de ver a justiça social uma realidade. A corrupção é uma doença de conduta moral que precisa ser tratada. Doença que por vezes vem da tradição familiar e/ou da sede desmedida de elevação social a qualquer preço. A religião do dinheiro, e dos podres poderes, é índice facilitador para esta doença se manifestar - as suas orações se fazem nos Templos do Consumo.
Precisamos é de objetivos sólidos e viáveis. Briga de classe e poderes vãos, é atraso de vida para um povo se realizar plenamente. “Os senhores da Casa Grande e seus herdeiros” quanto mais se esbravejam mais ridículos e inoperantes vão ficando. Na era da informática, dos anseios de comunicação, os detentores das manipulações “secretas” estão perdendo seus espaços; poder de controle.
O mundo do mercado globalizado se degradará por si mesmo ou será humanizado em razão da fraternidade e da liberdade sem exclusões. Exclui-se quem exclui. Todos nós fazemos parte da grandeza e da beleza do universo, todos nós temos que ter responsabilidade e comprometimento diante de cada um de nós e da Criação. Nós somos a Natureza, a Natureza se revela em nós a cada dia.
Os jovens brasileiros, e do mundo inteiro, que vivem ao lado das elites urbanas, têm seus sonhos, suas utopias, não aceitam viver em camisa-de-força e/ou em carros blindados. Reivindicam as liberdades; eles formam imensa potência criadora e formadora de idéias novas para outro Brasil possível neste novo milênio. São os jovens da Revolução Tecnológica, séc. XXI.
Será que não bastam as tensões vividas no Planeta Terra neste período de transição? Basta o imenso esforço por não permitir que o império da devastação e desrespeito às leis da Natureza vigore. Estamos querendo o quê? O desmonte galopante da cultura ocidental já não é o suficiente para repensarmos as arrogâncias das teorias dos conhecimentos? Tudo caindo por terra, e, velozmente. Não é tempo de individualismos, mas de partilha. Um mundo novo precisa de raízes novas. Vivemos o confronto entre os “mais fortes” e os “mais frágeis”. Caminhamos para a construção de uma nova civilização. Na fricção e na troca de saberes e experiências vividas vamos encontrando as respostas e os horizontes possíveis. Todos nós estamos convidados e incluídos, na construção de um mundo em transição de valores. Estamos vivendo o confronto de opostos; ricos e pobres, intelectuais e gente simples, orientais e ocidentais, hemisférios norte e sul.
Quem se dá ao direito de se expor em sensações, em acusações, não resguarda sua própria imagem. Deveria antes intuir as várias vertentes das conseqüências de seus atos. Na curva do mundo a verdade, quase sempre, se revela como um sol brilhante. Questão de tempo.
O corte no caminho dos acontecimentos político/econômico viabiliza saídas mais sábias nas altíssimas taxas de juros (não comparáveis às tão torpes taxas na travessia do milênio). Esperamos juros mais civilizados.
A democracia da inteligência deve servir ao bem comum. Jamais dar espaços ao fundamentalismo perverso político/religioso, revestido de apanágios éticos e morais.
Precisamos de um crescimento progressista e proporcional, de baixo para cima, em todos os setores da nossa riquíssima e bela nação - educação, saúde, comércio, indústria, ciência e tecnologia. E Felicidade.
Neste início de milênio, um Quantum de silêncio interior nos fará precioso bem. Precisamos enxergar e agir com alteridade, vivermos como seres humanos. Sendo humanos daremos um salto qualitativo na História da civilização.
Rio de Janeiro, 20 de novembro de 2005
quarta-feira, 29 de agosto de 2007
sábado, 11 de agosto de 2007
Flores do Bem - Brecht
O ANALFABETO POLÍTICO
Bertold Brecht [1898-1956]
O pior analfabeto é o
analfabeto político. Ele não ouve,
não fala, nem participa dos
acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida,
o preço do feijão, do peixe,
da farinha, do aluguel,
do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.
O analfabeto político
é tão burro que se orgulha e
estufa o peito dizendo
que odeia a política.
Não sabe o imbecil que,
da sua ignorância política
nasce a prostituta,
o menor abandonado,
e o pior de todos os bandidos
que é o político vigarista,
pilantra, o corrupto
e lacaio das empresas
nacionais e internacionais.
Bertold Brecht [1898-1956]
O pior analfabeto é o
analfabeto político. Ele não ouve,
não fala, nem participa dos
acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida,
o preço do feijão, do peixe,
da farinha, do aluguel,
do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.
O analfabeto político
é tão burro que se orgulha e
estufa o peito dizendo
que odeia a política.
Não sabe o imbecil que,
da sua ignorância política
nasce a prostituta,
o menor abandonado,
e o pior de todos os bandidos
que é o político vigarista,
pilantra, o corrupto
e lacaio das empresas
nacionais e internacionais.
terça-feira, 31 de julho de 2007
Conceito de Self para Carl G. Jung
O núcleo central da psique, Carl Gustav Jung denominou de Self.
Para que se possa entender o sentido lato do conceito de Self, centro fundamentalmente ordenador de energias, Jung aponta uma direção; o autoconhecimento. É através da experiência vivida no cotidiano que o ser humano se conhece e chega a este centro. A via a percorrer se faz através do que ele chamou de Processo de Individuação, o caminho do conhecimento do si - mesmo.
O processo da vida se desenvolve com o tempo. A vida como um todo se realiza na medida em que cada um de nós procura se conhecer externa e internamente. O desenvolvimento da natureza física, do emocional e do espiritual se dá simultaneamente. O encontro com o Centro / Self pode ser visto como algo que nos transcende. Poderíamos dizer que é um encontro com a totalidade de nosso ser, com as camadas mais profundas do inconsciente.
“Todo ser tende a realizar o que existe nele, em germe a crescer, a completar-se. Assim é para a semente do vegetal e para o embrião do animal. Assim é para o homem, quanto ao corpo e quanto à psique”; palavras de Nise Magalhães da Silveira. Impulsionado por forças inconscientes, o ser humano toma consciência de sua natureza. Cada um de nós na medida em que vivemos a vida fazemos livre escolhas e tomamos decisões. Tudo em nós é um convite ao desenvolvimento das potencialidades inatas.
Quanto mais conscientes somos de nossas potencialidades, mais claramente percebemos o caminho a percorrer. É um processo em contínua dinâmica, como um espiral em expansão.
A Mandala, palavra sânscrita, significa círculo sagrado. É a configuração perfeita da imagem arquetípica do Self. Seu simbolismo inclui toda imagem concentricamente disposta, circunferência ou quadrado, tendo um centro. Para a cultura oriental a Mandala é a representação do centro da totalidade psíquica. Jung aponta o centro da Mandala como representação do Self.
Toda a descoberta e teoria de Carl G. Jung foram formuladas a partir de experiências empíricas observadas e vividas ao longo de sua vida. Seu conceito de Self não foi uma formulação intelectual, mas sim experiência real a partir das potencialidades do inconsciente pessoal e do inconsciente coletivo, substrato comum a todos os seres humanos.
O caminho para a realização do si - mesmo não é uma trajetória fácil. Muito pelo contrário, pode ser cheio de sacrifícios e dificuldades tão grandes que pensamos ser impossíveis de serem solucionadas. O processo de individuação é o processo de depuro de nossa própria existência que se revela a cada dia.
O ser em sua completude é aquele que conseguiu aproximar e colocar em ordem os dois lados da natureza humana; luz e sombra, masculina e feminina. Aquele que realizou esta aproximação de energias é um ser que se aperfeiçoou, sem a pretensão de tornar-se perfeito. Para Jung não existe o ser perfeito.
A trajetória para a plena realização do autoconhecimento é sinalizada por Jung por etapas. A 1ª etapa é o desvendamento da Máscara, é a falsa roupagem da persona que precisa ser retirada, é se assumir exatamente como se é. A 2ª etapa é encarar de frente a Sombra, o lado escuro e sombrio que não gostamos, e menos ainda, de mostrar porque nos desagrada [a Sombra pode ser luminosa, é o outro lado da pessoa que por viver uma vida obscura não consegue enxergar ou dar valor ao seu lado criativo e bom]. A 3ª etapa é o confronto com os opostos, Anima [para o homem] e Animus [para a mulher]. Com a integração desses dois lados o homem se torna mais flexível, mais sensível e sábio nas atitudes, e, a mulher mais harmoniosa nos afetos e intelectualmente com maior interesse pelo universo da cultura.
O Processo de Individuação não pode ser confundido com individualismo. Individualismo pressupõe um ser de conduta egocêntrica, pensando mais em seus planos pessoais. Individuar-se é querer diferenciar-se de tudo o mais que não seja viver com autenticidade. É ultrapassar o vislumbre da auto-referência. É libertar-se de artifícios, exige de cada um de nós o incansável confronto de nossas energias opostas; o mundo objetivo e subjetivo, o agradável e o desagradável de nossos impulsos naturais. As forças positivas e negativas existentes em nossa natureza humana devem ser observadas. Estas forças opostas precisam ser integradas. Não matamos a “fera” que possa existir dentro de nós e sim a “assimilamos”. Chegar ao Self é tornar-se uma pessoa mais completa, autêntica. Uma conciliação feliz de nossa natureza como um todo.
Quando nos aproximamos do nosso núcleo, ou somos aproximados por ele, pelo Self, naturalmente nos colocamos diante da vida com uma postura pessoal mais solidária. Somos mais perceptíveis e engajados nas questões do mundo, no meio social em que vivemos. Passamos a ter um compromisso efetivo na sociedade. Percebemos que a base da vida psíquica á a mesma para toda a humanidade. A fonte da vida é a mesma para todas as espécies. Somos um pouco o outro.
Vivendo a vida, as nossas relações interpessoais mudam. Projeções são feitas e desfeitas na medida em que vivemos. Percebemos que cada um de nós trás o seu quinhão, seu mistério. A vida pessoal é repleta de complexidades e de segredos. Com isso temos mais respeito pelas pessoas que nos cercam. Percebemos que cada um de nós é diferente. Quanto mais nos conhecemos mais aceitamos os outros como eles são. Somos menos críticos e judicativos, mais humanos por conseqüência.
Sabemos com a árdua caminhada que aproximar da fonte ordenadora de energias nada mais é do que vivenciar a experiência de que Deus vive em nós e nós vivemos nele. É a experiência do Tao para os místicos da cultura chinesa e do Brahma para os hindus.
O Self não é apenas o Centro ordenador da psique pessoal, Ele é o Centro da totalidade da vida; o Alfa e o Ômega (Apoc. 22,13). Para o cristão, em sua vivência a mais radical, esta experiência interna é a experiência do incognoscível. Impossível encontrar palavras que possam expressar este estado do ser. É como que beber na fonte do Sagrado. A imagem arquetípica do cristianismo é a de Jesus de Nazaré.
Jesus, o Cristo, é o Ícone por excelência.
[Palestra Martha Pires Ferreira 28/04/2007 – Meditação Cristã]
Para que se possa entender o sentido lato do conceito de Self, centro fundamentalmente ordenador de energias, Jung aponta uma direção; o autoconhecimento. É através da experiência vivida no cotidiano que o ser humano se conhece e chega a este centro. A via a percorrer se faz através do que ele chamou de Processo de Individuação, o caminho do conhecimento do si - mesmo.
O processo da vida se desenvolve com o tempo. A vida como um todo se realiza na medida em que cada um de nós procura se conhecer externa e internamente. O desenvolvimento da natureza física, do emocional e do espiritual se dá simultaneamente. O encontro com o Centro / Self pode ser visto como algo que nos transcende. Poderíamos dizer que é um encontro com a totalidade de nosso ser, com as camadas mais profundas do inconsciente.
“Todo ser tende a realizar o que existe nele, em germe a crescer, a completar-se. Assim é para a semente do vegetal e para o embrião do animal. Assim é para o homem, quanto ao corpo e quanto à psique”; palavras de Nise Magalhães da Silveira. Impulsionado por forças inconscientes, o ser humano toma consciência de sua natureza. Cada um de nós na medida em que vivemos a vida fazemos livre escolhas e tomamos decisões. Tudo em nós é um convite ao desenvolvimento das potencialidades inatas.
Quanto mais conscientes somos de nossas potencialidades, mais claramente percebemos o caminho a percorrer. É um processo em contínua dinâmica, como um espiral em expansão.
A Mandala, palavra sânscrita, significa círculo sagrado. É a configuração perfeita da imagem arquetípica do Self. Seu simbolismo inclui toda imagem concentricamente disposta, circunferência ou quadrado, tendo um centro. Para a cultura oriental a Mandala é a representação do centro da totalidade psíquica. Jung aponta o centro da Mandala como representação do Self.
Toda a descoberta e teoria de Carl G. Jung foram formuladas a partir de experiências empíricas observadas e vividas ao longo de sua vida. Seu conceito de Self não foi uma formulação intelectual, mas sim experiência real a partir das potencialidades do inconsciente pessoal e do inconsciente coletivo, substrato comum a todos os seres humanos.
O caminho para a realização do si - mesmo não é uma trajetória fácil. Muito pelo contrário, pode ser cheio de sacrifícios e dificuldades tão grandes que pensamos ser impossíveis de serem solucionadas. O processo de individuação é o processo de depuro de nossa própria existência que se revela a cada dia.
O ser em sua completude é aquele que conseguiu aproximar e colocar em ordem os dois lados da natureza humana; luz e sombra, masculina e feminina. Aquele que realizou esta aproximação de energias é um ser que se aperfeiçoou, sem a pretensão de tornar-se perfeito. Para Jung não existe o ser perfeito.
A trajetória para a plena realização do autoconhecimento é sinalizada por Jung por etapas. A 1ª etapa é o desvendamento da Máscara, é a falsa roupagem da persona que precisa ser retirada, é se assumir exatamente como se é. A 2ª etapa é encarar de frente a Sombra, o lado escuro e sombrio que não gostamos, e menos ainda, de mostrar porque nos desagrada [a Sombra pode ser luminosa, é o outro lado da pessoa que por viver uma vida obscura não consegue enxergar ou dar valor ao seu lado criativo e bom]. A 3ª etapa é o confronto com os opostos, Anima [para o homem] e Animus [para a mulher]. Com a integração desses dois lados o homem se torna mais flexível, mais sensível e sábio nas atitudes, e, a mulher mais harmoniosa nos afetos e intelectualmente com maior interesse pelo universo da cultura.
O Processo de Individuação não pode ser confundido com individualismo. Individualismo pressupõe um ser de conduta egocêntrica, pensando mais em seus planos pessoais. Individuar-se é querer diferenciar-se de tudo o mais que não seja viver com autenticidade. É ultrapassar o vislumbre da auto-referência. É libertar-se de artifícios, exige de cada um de nós o incansável confronto de nossas energias opostas; o mundo objetivo e subjetivo, o agradável e o desagradável de nossos impulsos naturais. As forças positivas e negativas existentes em nossa natureza humana devem ser observadas. Estas forças opostas precisam ser integradas. Não matamos a “fera” que possa existir dentro de nós e sim a “assimilamos”. Chegar ao Self é tornar-se uma pessoa mais completa, autêntica. Uma conciliação feliz de nossa natureza como um todo.
Quando nos aproximamos do nosso núcleo, ou somos aproximados por ele, pelo Self, naturalmente nos colocamos diante da vida com uma postura pessoal mais solidária. Somos mais perceptíveis e engajados nas questões do mundo, no meio social em que vivemos. Passamos a ter um compromisso efetivo na sociedade. Percebemos que a base da vida psíquica á a mesma para toda a humanidade. A fonte da vida é a mesma para todas as espécies. Somos um pouco o outro.
Vivendo a vida, as nossas relações interpessoais mudam. Projeções são feitas e desfeitas na medida em que vivemos. Percebemos que cada um de nós trás o seu quinhão, seu mistério. A vida pessoal é repleta de complexidades e de segredos. Com isso temos mais respeito pelas pessoas que nos cercam. Percebemos que cada um de nós é diferente. Quanto mais nos conhecemos mais aceitamos os outros como eles são. Somos menos críticos e judicativos, mais humanos por conseqüência.
Sabemos com a árdua caminhada que aproximar da fonte ordenadora de energias nada mais é do que vivenciar a experiência de que Deus vive em nós e nós vivemos nele. É a experiência do Tao para os místicos da cultura chinesa e do Brahma para os hindus.
O Self não é apenas o Centro ordenador da psique pessoal, Ele é o Centro da totalidade da vida; o Alfa e o Ômega (Apoc. 22,13). Para o cristão, em sua vivência a mais radical, esta experiência interna é a experiência do incognoscível. Impossível encontrar palavras que possam expressar este estado do ser. É como que beber na fonte do Sagrado. A imagem arquetípica do cristianismo é a de Jesus de Nazaré.
Jesus, o Cristo, é o Ícone por excelência.
[Palestra Martha Pires Ferreira 28/04/2007 – Meditação Cristã]
quinta-feira, 26 de julho de 2007
terça-feira, 24 de julho de 2007
Árvores _ Coisas que nos encantam
COISAS QUE NOS ENCANTAM
Símbolo sagrado, símbolo da vida, a Árvore pertence à tríplice estrutura do Cosmo - seus galhos atingem o espaço celeste, uraniano, indicador de fertilidade e fecundidade, voltados para a luminosidade dos céus, seus troncos e ramos perpassam a face da Terra e suas raízes se fundem no mundo chtoniano, subterrâneo, cheio de terror e imprevistos que se escondem no abismo. O que explica a sua multiplicidade simbólica - vida de comunicação vivente. Une o mundo luminoso da consciência às sombras mais profundas e obscuras do inconsciente.
A Árvore é a própria imagem do cosmo vivendo em perpétua regenerescência e evolução ascensional. Elo vivo entre os dois opostos - yang e yin.
A Árvore é a imagem do ser humano. Para os antigos, quando não existia qualquer divisão entre o ser humano, os animais e a flora, toda a natureza fazia parte da totalidade da criação.
Os livros maiores a expressam com reverência. No judaísmo e no cristianismo é a via do espírito. Abrahem plantou uma árvore em honra a Deus (Gên.21,23). No Apocalipse (22,2) São João refere-se à árvore como imagem - “Árvore da Vida, que produz doze frutos, dando cada mês um fruto, servindo as folhas das árvores para curar as nações”.
A Árvore Kien-mou na China representa o centro do mundo. Na Índia, às sombras da Árvore Bodhi o Buda atingiu a iluminação. Os tratados alquímicos nos falam da Árvore Filosófica. Os textos védicos se referem à Árvore reversa, com sua copa iluminada fertilizando a terra. Na Antiguidade o firmamento representava os frutos da árvore cósmica.
A Árvore demarca os limites do sagrado e do profano. O espaço que lhe foi preservado na Terra faz a magnitude que constitui a Floresta - um templo, um verdadeiro santuário. Com as organizações sociais fomos, aos poucos, nos afastando da grandeza que a define como Axé do mundo, idéia de 4 a 3 mil anos a.C..
Com o avanço da racionalização, do conhecimento científico e organizações codificadas, acrescida pela onipotência do progresso tecnológico e da engenharia genética, deslocamos nossas existências. Dicotomizados nos desviamos da Mãe-Natureza para criarmos templos de pedra em cimento armado. Agora, na contemporaneidade pós-moderna, avançamos para o terceiro milênio, fizemos das instituições e poderes bancários nossa casa de orações - onde o sagrado não tem espaço.
Retornar nossas atenções essencialmente intuitivas para a magnitude da Floresta é religarmos os laços que nos unem aos céus. É vivenciar o ritual de passagem que nos falam os Contos de Fada, repletos de sabedoria e encantamento. Reencontrarmos a Floresta é resgatarmos a Anima Mundi aprisionada nas profundezas da matéria. As Árvores - as florestas - simbolizam a energia vital da Terra, ela mesma. Elas são o nosso oxigênio. Destruí-las é genocídio e suicídio para toda humanidade.
No Brasil temos o orgulho de possuir a mais bela floresta do mundo, a Amazônia, ameaçada pela ganância do poder econômico e político. Defendê-la é preservar nossos laços íntimos com a plenitude da vida - a Grande Mãe Natureza.
Símbolo sagrado, símbolo da vida, a Árvore pertence à tríplice estrutura do Cosmo - seus galhos atingem o espaço celeste, uraniano, indicador de fertilidade e fecundidade, voltados para a luminosidade dos céus, seus troncos e ramos perpassam a face da Terra e suas raízes se fundem no mundo chtoniano, subterrâneo, cheio de terror e imprevistos que se escondem no abismo. O que explica a sua multiplicidade simbólica - vida de comunicação vivente. Une o mundo luminoso da consciência às sombras mais profundas e obscuras do inconsciente.
A Árvore é a própria imagem do cosmo vivendo em perpétua regenerescência e evolução ascensional. Elo vivo entre os dois opostos - yang e yin.
A Árvore é a imagem do ser humano. Para os antigos, quando não existia qualquer divisão entre o ser humano, os animais e a flora, toda a natureza fazia parte da totalidade da criação.
Os livros maiores a expressam com reverência. No judaísmo e no cristianismo é a via do espírito. Abrahem plantou uma árvore em honra a Deus (Gên.21,23). No Apocalipse (22,2) São João refere-se à árvore como imagem - “Árvore da Vida, que produz doze frutos, dando cada mês um fruto, servindo as folhas das árvores para curar as nações”.
A Árvore Kien-mou na China representa o centro do mundo. Na Índia, às sombras da Árvore Bodhi o Buda atingiu a iluminação. Os tratados alquímicos nos falam da Árvore Filosófica. Os textos védicos se referem à Árvore reversa, com sua copa iluminada fertilizando a terra. Na Antiguidade o firmamento representava os frutos da árvore cósmica.
A Árvore demarca os limites do sagrado e do profano. O espaço que lhe foi preservado na Terra faz a magnitude que constitui a Floresta - um templo, um verdadeiro santuário. Com as organizações sociais fomos, aos poucos, nos afastando da grandeza que a define como Axé do mundo, idéia de 4 a 3 mil anos a.C..
Com o avanço da racionalização, do conhecimento científico e organizações codificadas, acrescida pela onipotência do progresso tecnológico e da engenharia genética, deslocamos nossas existências. Dicotomizados nos desviamos da Mãe-Natureza para criarmos templos de pedra em cimento armado. Agora, na contemporaneidade pós-moderna, avançamos para o terceiro milênio, fizemos das instituições e poderes bancários nossa casa de orações - onde o sagrado não tem espaço.
Retornar nossas atenções essencialmente intuitivas para a magnitude da Floresta é religarmos os laços que nos unem aos céus. É vivenciar o ritual de passagem que nos falam os Contos de Fada, repletos de sabedoria e encantamento. Reencontrarmos a Floresta é resgatarmos a Anima Mundi aprisionada nas profundezas da matéria. As Árvores - as florestas - simbolizam a energia vital da Terra, ela mesma. Elas são o nosso oxigênio. Destruí-las é genocídio e suicídio para toda humanidade.
No Brasil temos o orgulho de possuir a mais bela floresta do mundo, a Amazônia, ameaçada pela ganância do poder econômico e político. Defendê-la é preservar nossos laços íntimos com a plenitude da vida - a Grande Mãe Natureza.
- Martha Pires Ferreira - momento em Revista - 1989
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sexta-feira, 13 de julho de 2007
Flores do Bem - Chuang Tzu
O HOMEM SOBERANO
Meu Mestre disse:
Tudo que age em tudo, e em nada se imiscui é o céu.....
O Homem Soberano reconhece isto, esconde-o no coração,
Torna-se ilimitado, de mente larga, tudo atrai a si.
E assim, deixa o ouro permenecer oculto na montanha,
Deixa a pérola repousar nas profundezas.
Chuang Tzu ( + ou - 300a.C.)
Meu Mestre disse:
Tudo que age em tudo, e em nada se imiscui é o céu.....
O Homem Soberano reconhece isto, esconde-o no coração,
Torna-se ilimitado, de mente larga, tudo atrai a si.
E assim, deixa o ouro permenecer oculto na montanha,
Deixa a pérola repousar nas profundezas.
Chuang Tzu ( + ou - 300a.C.)
terça-feira, 3 de julho de 2007
Flores do Bem - Como o Petróleo o Bondinho é nosso _ Artur da Távola
COMO O PETRÓLEO, O BONDINHO É NOSSO
Artur da Távola, junho 2007.
Artur da Távola, junho 2007.
Amo-te, Santa Teresa, porque recompões o ideal de uma cidade na qual o tempo tempera o progresso, fazendo-o servo, jamais senhor.
Amo-te, por permitires beleza, luz, árvore, timidez e relação direta com o simples que virou raridade no comportamento alucinado dos homens. Amo o teu abrigo e a paz que trazes a este pedaço de um Rio que acabou contudo não desistiu de sonhar com vida possível, bela e o homem viável e solidário, desde que tratado com justiça e muita poesia. Agora que és vítima de tiroteios, agora mais que nunca, proclamo quanto te amo, bairro de Santa Teresa. Mesmo assim, foste e ainda és jardim sem angústia da urbana condição.
Amo-te, porque abrigas crianças saudáveis, com gato, esquina, pipa, ladeira, carrinho de rolimã, lanches fartos, brincadeiras de São João, vó na janela e já, já, namoro no portão.
Amo-te, porque ainda tens bruma, casas arrevesadas, fadas, castelos amenos, fantasmas, refugiados de guerra, bruxas, consertadores de sofás, armazéns com conta, dengosas curvas, e um gosto de conspiração em tuas ruas pálidas, Oxalá iluminadas a querosene. Tens muros pelos quais passam, segredam e urinam os conspiradores contra a ordem material que enfeou o mundo, matou os rios, endoidou o homem e emparedou o passado.
E é porque te amo mesmo sem aí morar é que aplaudo e apoio a reunião de sua coletividade, sábado passado, quando se uniu para uma campanha à qual dou minha modesta adesão. Parece que há um projeto para entregar os novos bondinhos do bairro ao transporte exclusivamente de turistas.
Com razão a comunidade protesta. O bondinho deve ser tanto dos turistas como, principalmente, da população. Um absurdo tirar o morador do seu bondinho, o que resta no Rio de Janeiro de transporte poético, aberto ao vento saudável e ao canto dos passarinhos nas árvores do bairro abençoado. Impedir a população de usar o transporte de viagem mais poética e rápida, além de maldade sem fim é um ato antidemocrático.
Assim como o petróleo, o bondinho também é nosso.
sábado, 30 de junho de 2007
Flores do Bem - sobre Nise da Silveira
Nise Magalhães da Silveira: Formação Junguiana.
Toda a Obra da psiquiatra Nise da Silveira está pontuada em seu vasto conhecimento em Jung; teoria e prática. Mulher de cultura clássica, de extraordinária curiosidade intelectual, estudiosa por toda a sua vida, teve indiscutivelmente em Carl Gustav Jung seu mestre maior. Ela foi quatro vezes à Europa, Suíça, sendo que por três vezes pesquisar e estudar o processo criativo e imagens do inconsciente no Instituto Jung. E lá na Suíça fez análise com Dra. Marie- Louise von Franz.
Ontem, dia 29 de junho de 2007, tivemos a bela Festa de São João e São Pedro, da Casa das Palmeiras, para a alegria dos clientes, seus familiares e todos nós presentes. Ali, conversando com Paulo Alberto Monteiro de Barros [Arthur da Távora], Presidente da Casa, perguntei o que ele achava de umas poucas pessoas dizer por aí que Nise Magalhães da Silveira não fez Formação Junguiana, o que ele respondeu de imediato: “Fez com o próprio Jung” e sorriu. Ele que foi grande amigo da Dra. Nise e estudioso de Jung ao lado dela por um bom tempo, não deixaria de responder com precisão sobre levianas afirmações. Nise Magalhães da Silveira desenvolveu de maneira admirável as teorias de Jung no que diz respeito à importância dos estudos das imagens do inconsciente. Fundou, aqui no Brasil, o Museu de Imagens do Inconsciente onde deixou um acervo imenso para ser estudado, pesquisado.
Nise Magalhães da Silveira publicou na Revista Quaternio, do Grupo de Estudos C. G. Jung, 1973, pg. 136:
Toda a Obra da psiquiatra Nise da Silveira está pontuada em seu vasto conhecimento em Jung; teoria e prática. Mulher de cultura clássica, de extraordinária curiosidade intelectual, estudiosa por toda a sua vida, teve indiscutivelmente em Carl Gustav Jung seu mestre maior. Ela foi quatro vezes à Europa, Suíça, sendo que por três vezes pesquisar e estudar o processo criativo e imagens do inconsciente no Instituto Jung. E lá na Suíça fez análise com Dra. Marie- Louise von Franz.
Ontem, dia 29 de junho de 2007, tivemos a bela Festa de São João e São Pedro, da Casa das Palmeiras, para a alegria dos clientes, seus familiares e todos nós presentes. Ali, conversando com Paulo Alberto Monteiro de Barros [Arthur da Távora], Presidente da Casa, perguntei o que ele achava de umas poucas pessoas dizer por aí que Nise Magalhães da Silveira não fez Formação Junguiana, o que ele respondeu de imediato: “Fez com o próprio Jung” e sorriu. Ele que foi grande amigo da Dra. Nise e estudioso de Jung ao lado dela por um bom tempo, não deixaria de responder com precisão sobre levianas afirmações. Nise Magalhães da Silveira desenvolveu de maneira admirável as teorias de Jung no que diz respeito à importância dos estudos das imagens do inconsciente. Fundou, aqui no Brasil, o Museu de Imagens do Inconsciente onde deixou um acervo imenso para ser estudado, pesquisado.
Nise Magalhães da Silveira publicou na Revista Quaternio, do Grupo de Estudos C. G. Jung, 1973, pg. 136:
“Nosso enorme acervo de nada servirá, será coisa morta, se não for estudado. Cabe a vocês esta tarefa, que exige ter diante de si muitos anos pela frente. Cuidar, defender este patrimônio. Estudar, desenvolver nossos atuais métodos de pesquisa, tornando-os mais sistematizados e precisos, acompanhando sempre o desenvolvimento da Ciência, que não para nunca. Vocês não perderão seu tempo. Estas imagens surgidas do inconsciente, do mundo primordial, têm muitas coisas a revelar sobre dinamismos da vida psíquica e sobre os mistérios da atividade criadora”.
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segunda-feira, 25 de junho de 2007
quinta-feira, 21 de junho de 2007
A mulher no terceiro milênio
Para entendermos a totalidade da natureza da mulher é necessário um mergulho na história do feminino desde os tempos primordiais. Vamos encontrar no campo das religiões e dos mitos as chaves para a compreensão da essência da mulher – o conhecimento de sua arqueologia interior e suas manifestações no mundo externo.
A humanidade patriarcal e matriarcal foi surgindo e se organizando em vários momentos da história que se perdem no tempo. Tudo faz admitir que nas sociedades arcaicas o que reinava era o matriarcado – a mulher era a guardiã e sacerdotisa da vida intrinsecamente unida à natureza, a grande Mãe-Gaia.
No processo de evolução do princípio feminino, para o seu desenvolvimento e complementação é necessário o confronto com a natureza e os princípios do masculino a fim de assimilá-los e entendê-los. Os confrontos entre o Homem e a Mulher em todos os tempos sempre foram complexos e imensamente misteriosos. Nessa longa caminhada da evolução feminina em que se vivenciam as mais fortes emoções é natural que a mulher assuma o materno. E por materno se entende tudo que é fecundado, criativo e dadivoso – como as árvores, como a própria essência da natureza.
A árvore sempre representou o universo materno, o símbolo da vida. No Brasil temos a nossa majestosa mangueira que tranquila e sábia segue o ritmo das estações; aceita seu momento outonal ao perder seus frutos, recolhe-se no seu inverno enigmático e deixa-se florescer e ofertar suas saborosas mangas na primavera e verão, gloriosa em sua trajetória anual. Raízes profundas sustentam forças internas que se manifestou sobre ela, o tronco fincado no chão da realidade se expande e se abre em copa majestosa voltada para os céus num desejo ardente de percepção universal e absoluta plenitude. A árvore é uma representação arquetípica da imago feminina.
No desejo de chegar a seu núcleo criador, a mulher terá que confrontar sua sombra obscura e por vezes tenebrosa, manifestando a pujança da força feminina em toda a sua grandeza natural. As armas poderosas da mulher sempre foram o poder do coração amoroso, a compreensão afetuosa aliados à reflexão intelectual e aos assuntos relacionados com a vida interna e espiritual.
A dominante neste terceiro milênio será retomada do princípio feminino em sua essência. Vivemos, hoje, um grito de desespero predatório, o sabor das destruições generalizadas. A nossa desgastada civilização masculina institucionalizada primando pela racionalidade, provedora em ciência e tecnologia avançadas, vive paradoxalmente a sua falência humanístico-cultural, chegou ao seu ponto mais alto. Terá que dar espaço a um novo ciclo da história da humanidade. Terá que caminhar em outra direção. Uma nova civilização que se identificará não com as manifestações dos “poderes” puramente pragmáticos a serviço do consumo desenfreado e insaciável, mas sobre tudo, no que a natureza possui de solidária e humanamente afetuosa. O terceiro milênio em sua sede de calor humano e equilíbrio em todas as áreas do conhecimento voltar-se-á para o princípio feminino, receptivo, o qual se estenderá fértil no coração do mundo com Amor – Sabedoria, fonte primordial da vida, em harmonia com o princípio complementar masculino.
Martha Pires Ferreira[Texto: anos 80, revisado em 2007 ]
quarta-feira, 13 de junho de 2007
domingo, 10 de junho de 2007
Dane Rudhyar_ MINHA POSIÇÃO NA ASTROLOGIA
Dane Rudhyar não foi nenhum mestre para mim em questões de Astrologia, entretanto gosto bastante de muita coisa deixada por ele em suas obras. Este texto é excelente.
MINHA POSIÇÃO NA ASTROLOGIA
Dane Rudhyar [1895 – 1985]
[Los Altos Hills, Ca. 1973 USA “Seed Man: Dane Rudhyar, das publicações ‘Human Dimensions”. Traduzido por Adriana Figueiredo, astróloga e cineasta].
---postagem Martha Pires Ferreira.
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MINHA POSIÇÃO NA ASTROLOGIA
Dane Rudhyar [1895 – 1985]
"A Astrologia, eu me refiro aqui particularmente à Astrologia Natal (que lida com os mapas dos seres humanos), é arte da descoberta do significado da vida de uma pessoa, e de tudo o que ocorre nesta vida, considerando-a como um todo – do nascimento à morte. A Astrologia deve ser compreendida como uma mensagem do Universo para a pessoa que está tão relacionada a este Universo, quanto uma célula do corpo está relacionada a todo o corpo. O Mapa Natal mostra a melhor forma de usar as potencialidades do nosso ser. Ele é a fórmula que define a nossa individualidade nesta vida. Tudo o que tem nele é o certo para nós, se aceitarmos seu significado essencial. A Astrologia poderá guiar-nos na descoberta deste significado – na decodificação da linguagem simbólica do céu – se ela for usada apropriadamente. Ela não é uma ciência basicamente preditiva
Os planetas considerados individualmente não exercem uma “influência” física direta sobre o ser humano. O que conta é o estado de todo o sistema solar momento da nossa primeira inspiração – e em qualquer outro momento após esta inspiração, ou seja, a nossa relação com o Universo, uma vez que nos tornamos participantes ativos em seu espaço aberto, respirando o ar que as outras entidades vivas respiraram e respirarão.
Os acontecimentos, como tais, não são o fator mais importante na vida de uma pessoa; o que conta é o significado que a pessoa dá a esses acontecimentos, o que ela faz com eles.
A posição de um só planeta, ou um só, não tem nenhum significado decisivo. O que importa é o modelo do Mapa por inteiro, a imagem total do que a nossa vida é e das sucessivas fases do seu desenvolvimento. Ele apresenta o processo total de atualização das nossas possibilidades inatas, mostrando como este processo se desdobra fase após fase, ciclo após ciclo.
A Astrologia pode ser uma benção para a humanidade – mas, se algumas correntes em desenvolvimento hoje em dia forem enfatizadas, poderá tornar-se uma maldição devido ao seu mau uso. A Astrologia é a arte do possível e não a ciência do por vir."
[Los Altos Hills, Ca. 1973 USA “Seed Man: Dane Rudhyar, das publicações ‘Human Dimensions”. Traduzido por Adriana Figueiredo, astróloga e cineasta].
---postagem Martha Pires Ferreira.
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quinta-feira, 7 de junho de 2007
O Grande Homem - prosa poética _ Herbert Timm
Mantém o seu modo de pensar independente da opinião pública.
É tranquilo, calmo, paciente: não grita nem se desespera.
Pensa com clareza, fala com inteligência, vive com simplicidade.
É do futuro. Sempre tem tempo.
Não despreza nenhum ser humano.
Causa a impressão dos vastos silêncios da Natureza: o céu, o oceano, os animais, a vegetação, o deserto.
Não é vaidoso, como não anda a cata de aplausos, jamais se ofende.
Possui sempre mais do que julga merecer.
Está sempre disposto a aprender mesmo das crianças.
Trabalha só pelo prazer do trabalho em si, nunca pela recompensa material.
É responsável e consciencioso.
Vive dentro de seu próprio isolamento espiritual, aonde não chega nem o louvor nem a censura.
Não obstante, seu isolamento não é frio: Ama, Sofre, Pensa, Compreende.
O que você possui: dinheiro ou posição social, nada significa para ele.
Só lhe importa quem você é.
Despreza a opinião própria, tão depressa verifique o seu erro.
Não respeita usos estabelecidos e venerados por espíritos tacanhos.
Respeita somente a verdade.
Tem mente de homem e coração de Criança.
Conhece a si mesmo, tal qual é, e conhece a Deus.
(H.T / prosa poética - 1961)
Herbert Timm / Recife/ Pernambuco/ Brasil - nasc. 1937 - (é poeta de imensa sensibilidade / escolheu a vida reservada e silenciosa).
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Herbert Timm / Recife/ Pernambuco/ Brasil - nasc. 1937 - (é poeta de imensa sensibilidade / escolheu a vida reservada e silenciosa).
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--postagem _ Martha Pires Ferreira
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sexta-feira, 1 de junho de 2007
Flores do Bem - Borges - Abel e Caim
LENDA
Abel e Caim encontraram-se depois da morte de Abel. Caminhavam pelo deserto e reconheceram-se de longe, porque os dois eram muito altos. Os irmãos sentaram-se na terra, acenderam um fogo e comeram. Guardavam silêncio, à maneira da pessoa cansada quando declina o dia. No céu assomava alguma estrela, que ainda não havia recebido o seu nome. À luz das chamas, Caim percebeu na fronte de Abel a marca da pedra e deixou cair o pão que levava à boca e pediu que lhe fosse perdoado seu crime.
Abel respondeu:
- Tu me mataste ou eu te matei? Já não me lembro; aqui estamos juntos como antes.
- Agora sei que em verdade me perdoaste – disse Caim – porque esquecer é perdoar. Eu também procurei esquecer.
Abel falou devagar:
- Assim é. Enquanto durar o remorso, dura a culpa.
Jorge Luis Borges [ 1899 – 1986 ]~(Borges era um racista, mas perdoado)
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Abel e Caim encontraram-se depois da morte de Abel. Caminhavam pelo deserto e reconheceram-se de longe, porque os dois eram muito altos. Os irmãos sentaram-se na terra, acenderam um fogo e comeram. Guardavam silêncio, à maneira da pessoa cansada quando declina o dia. No céu assomava alguma estrela, que ainda não havia recebido o seu nome. À luz das chamas, Caim percebeu na fronte de Abel a marca da pedra e deixou cair o pão que levava à boca e pediu que lhe fosse perdoado seu crime.
Abel respondeu:
- Tu me mataste ou eu te matei? Já não me lembro; aqui estamos juntos como antes.
- Agora sei que em verdade me perdoaste – disse Caim – porque esquecer é perdoar. Eu também procurei esquecer.
Abel falou devagar:
- Assim é. Enquanto durar o remorso, dura a culpa.
Jorge Luis Borges [ 1899 – 1986 ]~(Borges era um racista, mas perdoado)
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sábado, 26 de maio de 2007
Meditação na experiência de Thomas Merton
Thomas Merton nasceu em Prades, em 31 de janeiro de 1915, no sul da França e viveu nos EUA – morreu em Bancoc em 1968 para onde foi em viagem pregar retiros e fazer conferências. Para este monge beneditino, trapista, a meditação é uma profunda integração pessoal em Deus, numa escuta vigilante e cuidadosa do coração.
Thomas Merton em sua obra Poesia e Contemplação deixou-nos páginas dedicadas às questões sobre a meditação.
Toda a sua obra, em geral, desde a Montanha dos Sete Patamares, nos fala da vida silenciosa, intelectualmente e em radical experiência interior. Thomas Merton foi um contemplativo por excelência. No final da vida, Merton viveu como eremita numa ermida no meio do bosque, do mosteiro de Gethsemani.
“Acima de tudo, amai o silêncio; ele vos traz frutos que a palavra não pode descrever. No início, temos de esforçar-nos a ser silenciosos. Porém, nasce então algo que nos atrai ao silêncio. Possa o Senhor dar-nos uma experiência deste “algo” que brota do silêncio. Se somente praticardes isso, uma luz indizível brilhará sobre vós como conseqüência (...) depois de algum tempo, certa doçura nasce no coração, deste exercício e o corpo é atraído, quase que à força, a permanecer em silêncio”.
Para Merton sem virtude (fortaleza), não pode haver verdadeira contemplação. Sem o trabalho da disciplina, não pode haver tranqüilidade no amor. E cita Pedro de Celles, beneditino do séc XII:
“Deus opera em nós enquanto repousamos n’Ele. Essa obra do Criador ultrapassa todo entendimento; repouso que é, em si, criativo. Pois, trabalho como esse excede, em sua tranqüilidade, todo repouso. Este repouso, em seu efeito, brilha e irradia, sendo mais produtivo do que qualquer trabalho. Assim, deixemos esta ação, ou este repouso de nossa contemplação, ser modelada de maneira a reproduzir, ainda que em linhas apenas esboçadas e apagadas, um modelo (de trabalho e repouso em Deus)... Essas coisas não se realizam na sombra e na noite, mas durante o dia e na luz, do sol da justiça. Pois quem ronca na noite do vício não pode conhecer a luz da contemplação”.
Noutra passagem ele se refere ao contemplativo do séc. XIII, XIV, Ruysbroeck;
“O homem interior entra em si de maneira simples, acima de toda atividade e de todos os valores, a fim de aplicar-se a um simples olhar no amor de fruição. Ali, encontra Deus sem intermediário. E, da unidade de Deus, penetra nele o brilho de uma luz simples. Essa luz simples demonstra ser treva, nudez e “nada”. Nessa escuridão, o homem é envolvido e mergulha num estado sem categorias, no qual se perde. Assim desnudado, toda consideração e distração em relação às coisas lhe escapam e ele se vê penetrado por uma luz simples. Nesse nada, ele vê todas as obras como inúteis, pois se encontra submerso pela atividade do imenso amor de Deus e, pela sua frutífera inclinação de seu Espírito, torna-se um só espírito com Deus”.
Poesia e Contemplação é um convite à compreensão da meditação. Nesta mesma obra Merton escreveu:
“A oração contemplativa é, de certo modo, simplesmente, a preferência pelo deserto, pelo vazio, pela pobreza. Alguém começa a conhecer o sentido da contemplação quando, intuitiva e espontaneamente, procura o caminho obscuro e desconhecido da aridez, de preferência a qualquer outro. O contemplativo é alguém que escolhe antes o não saber do que o saber. Antes não fruir do que fruir. Antes não ter provas de que Deus o ama. Aceita o amor de Deus na fé, num desafio a toda evidência aparente. Essa é a condição necessária – e uma condição muito paradoxal – para a experiência mística da realidade de Deus e de seu amor por nós. Somente quando somos capazes de “largar” tudo o que há dentro de nós, todo desejo de ver, de saber, de provar e de experimentar a presença de Deus, é que nos tornamos realmente capazes de ter a experiência dessa presença com a convicção e realidade avassaladoras que revolucionam nossa existência inteira”.
“A contemplação cristã não é algo de esotérico e perigoso (...). É o conhecimento de Deus na obscuridade do amor infuso (...). A contemplação infusa é um conhecimento quase experimental da bondade de Deus “saboreada” e “possuída” por meio de um contato vital nas profundezas de nosso ser. Por meio do amor infuso, nos é dado apreender, de maneira imediata, a própria substância de Deus. Repousamos, então, na percepção obscura e profunda de sua presença e de sua ação transcendentes dentro do mais íntimo do nosso interior. Assim, nos entregamos inteiramente à obra de seu Espírito transcendente”.
“O homem interior entra em si de maneira simples, acima de toda atividade e de todos os valores, a fim de aplicar-se a um simples olhar no amor de fruição. Ali, encontra Deus sem intermediário. E, da unidade de Deus, penetra nele o brilho de uma luz simples. Essa luz simples demonstra ser treva, nudez e “nada”. Nessa escuridão, o homem é envolvido e mergulha num estado sem categorias, no qual se perde. Assim desnudado, toda consideração e distração em relação às coisas lhe escapam e ele se vê penetrado por uma luz simples. Nesse nada, ele vê todas as obras como inúteis, pois se encontra submerso pela atividade do imenso amor de Deus e, pela sua frutífera inclinação de seu Espírito, torna-se um só espírito com Deus”.
Poesia e Contemplação é um convite à compreensão da meditação. Nesta mesma obra Merton escreveu:
“A oração contemplativa é, de certo modo, simplesmente, a preferência pelo deserto, pelo vazio, pela pobreza. Alguém começa a conhecer o sentido da contemplação quando, intuitiva e espontaneamente, procura o caminho obscuro e desconhecido da aridez, de preferência a qualquer outro. O contemplativo é alguém que escolhe antes o não saber do que o saber. Antes não fruir do que fruir. Antes não ter provas de que Deus o ama. Aceita o amor de Deus na fé, num desafio a toda evidência aparente. Essa é a condição necessária – e uma condição muito paradoxal – para a experiência mística da realidade de Deus e de seu amor por nós. Somente quando somos capazes de “largar” tudo o que há dentro de nós, todo desejo de ver, de saber, de provar e de experimentar a presença de Deus, é que nos tornamos realmente capazes de ter a experiência dessa presença com a convicção e realidade avassaladoras que revolucionam nossa existência inteira”.
“A contemplação cristã não é algo de esotérico e perigoso (...). É o conhecimento de Deus na obscuridade do amor infuso (...). A contemplação infusa é um conhecimento quase experimental da bondade de Deus “saboreada” e “possuída” por meio de um contato vital nas profundezas de nosso ser. Por meio do amor infuso, nos é dado apreender, de maneira imediata, a própria substância de Deus. Repousamos, então, na percepção obscura e profunda de sua presença e de sua ação transcendentes dentro do mais íntimo do nosso interior. Assim, nos entregamos inteiramente à obra de seu Espírito transcendente”.
Em 1938, aos 23 anos, Thomas Merton conheceu, através de seu amigo Seymour, o monge Doutor Bramachari, originário da Índia, é o que relata em Montanha dos Sete Patamares (1947), onde faz referências a este monge: “eu buscava (...) e procurava um gênero de vida que tivesse Deus como centro, conforme a dele”. “Afinal, não deixava de ser um tanto irônico que eu me houvesse voltado, espontaneamente, para o oriente em minhas leituras e conhecesse um oriental. Ele nunca tentou explicar a crença religiosa da Índia”.
O interesse de Merton pelo misticismo da cultura oriental se deu a partir das leituras de Aldous Huxley, em especial, Meios e Fins. Antes de conhecer o monge Bramachari, Merton tinha particular sede de vida espiritual. Sua tese de conclusão na Universidade teve como título: A Natureza e a Arte em William Blake, um artista essencialmente místico. Para Merton a experiência artística, a mais alta, era de fato análoga à experiência mística.
Merton não se restringiu aos textos da Philokalia e às fórmulas hesicastas dos padres do Deserto, assim como a “Oração de Jesus”; procurou conhecer muitas técnicas de meditação das grandes tradições das culturas do Oriente. Em sua obra Reflexiones sobre Oriente – La filosofia oriental a la luz del misticismo occidental (textos de 1965 a 1968), nos relata sobre o taoísmo, o zen, o hinduismo, o sufismo e as variantes do budismo.
Em 4 de novembro de 1968, em sua viagem à Índia, teve uma audiência com o monge do Budismo Tibetano, Sua Santidade Dalai Lama, e escreveu; “Toda a conversa versou sobre religião, filosofia e, especialmente, sobre os caminhos da meditação”. Dias depois, menos de um mês de sua morte, foi ao eremitério do rimpoche Chatral; “o maior rimpoche que já conheci até hoje”. “Gostaria de estar mais com Chatral” (O Diário de Ásia, 1973). Depois de sua morte, em 10 de dezembro, Bancoc, as questões da meditação aparecem com presença constante em suas obras publicadas.
No ocidente a meditação, como experiência pelos cristãos, reiniciou-se, no mundo contemporâneo, provavelmente, através dos monges beneditinos, na França (outros?), com as aplicações práticas das disciplinas do Raja-Ioga à oração e à meditação. Isto se verifica nos textos da obra; O caminho do silêncio ou Ioga para cristãos, de J. M. Déchanet (terceira edição/1957) onde encontramos no capítulo “As fases da meditação silenciosa” a invocação “Veni, Domine. Vem, Senhor”. Obra que provavelmente Merton conheceu, e, o mesmo interesse se dando com as aberturas do Concílio Vaticano II. Conclui-se porque somente no início dos anos 60 é que ele começa a escrever a série de trabalhos referentes ao Oriente. Nos anos 50 muitas obras sobre meditação oriental foram publicadas na França. Em 1953, L’hésychasme, Yoga chrétien, em Yoga, science de l’homme integral – Cahiers du Sud, Paris.
Nos anos 60, Merton fez contatos pessoais e profundos com o filósofo e sábio, do Japão, Daisetz Suzuki, mestre do Zen Budismo, e escreveu; Zen e as aves de rapina (1968). Antes, em 1961, escreveu Místicos e Mestres Zen, e, em 1965 A via de Chuang Tzu (o grande filósofo e poeta chinês), e Gandhi, a não violência.
Para Merton a contemplação passiva não exclui as atenções para com a vida ativa, muito pelo contrário, maior é o amor responsável e profundo para com o seu próximo, onde devem estar presentes as preocupações para com o mundo e suas complexidades. Thomas Merton lutou de forma veemente contra as guerras, a violência, os preconceitos raciais, religiosos e quaisquer outros (desde os finais dos anos 50 passou a ter bons entendimentos com protestantes, anglicanos, judeus e mesmo ateus), e, se indignava diante das injustiças sociais e da vergonhosa exploração e violência para com as classes oprimidas. Sua obra Sementes de Destruição, 1964, é um grito de desespero e de advertência profética diante da alienação e das perversidades do mundo moderno.
Em Questões Abertas, 1960, sua expressão de amor ao próximo revela grande sensibilidade: “Onde não existe a possibilidade de um nível de vida decente, quando não há liberdade, justiça, educação na sociedade humana, como pode o Reino do amor ser nela edificado? (...). O Reino de Deus, não se compõe unicamente de grandes homens santos, é um organismo vivo, místico, constituído de homens comuns, com suas fraquezas, suas limitações, sua boa vontade, seus talentos, suas deficiências – tudo isso elevado e divinizado pelo Espírito Santo, de maneira a que o Cristo viva e se manifeste em cada um e em todos”.
Para Merton, por natureza, o contemplativo colabora efetiva e essencialmente com a humanização e a santificação do mundo, em silenciosa doação afetiva, em comunhão com o mistério de Deus. Intenso era o seu contato com as manifestações da Natureza, em plena observação amorosa. A experiência da meditação contemplativa, para ele, é um dom de Deus de se estar sendo no mundo. É uma entrega radical em silêncio. Os contemplativos “participam da crise e da tragédia que assola o mundo, mas que eles vêem e entendem de maneira inteiramente diferente do resto do mundo”. (...) “suas verdadeiras perspectivas são aquelas do Reino escatológico de Deus”. Merton sentia-se feliz por ser membro da raça humana, de ter no outro a humanidade de Jesus Cristo.
[Martha Pires Ferreira /Palestra - Meditação Cristã, 2006]
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O interesse de Merton pelo misticismo da cultura oriental se deu a partir das leituras de Aldous Huxley, em especial, Meios e Fins. Antes de conhecer o monge Bramachari, Merton tinha particular sede de vida espiritual. Sua tese de conclusão na Universidade teve como título: A Natureza e a Arte em William Blake, um artista essencialmente místico. Para Merton a experiência artística, a mais alta, era de fato análoga à experiência mística.
Merton não se restringiu aos textos da Philokalia e às fórmulas hesicastas dos padres do Deserto, assim como a “Oração de Jesus”; procurou conhecer muitas técnicas de meditação das grandes tradições das culturas do Oriente. Em sua obra Reflexiones sobre Oriente – La filosofia oriental a la luz del misticismo occidental (textos de 1965 a 1968), nos relata sobre o taoísmo, o zen, o hinduismo, o sufismo e as variantes do budismo.
Em 4 de novembro de 1968, em sua viagem à Índia, teve uma audiência com o monge do Budismo Tibetano, Sua Santidade Dalai Lama, e escreveu; “Toda a conversa versou sobre religião, filosofia e, especialmente, sobre os caminhos da meditação”. Dias depois, menos de um mês de sua morte, foi ao eremitério do rimpoche Chatral; “o maior rimpoche que já conheci até hoje”. “Gostaria de estar mais com Chatral” (O Diário de Ásia, 1973). Depois de sua morte, em 10 de dezembro, Bancoc, as questões da meditação aparecem com presença constante em suas obras publicadas.
No ocidente a meditação, como experiência pelos cristãos, reiniciou-se, no mundo contemporâneo, provavelmente, através dos monges beneditinos, na França (outros?), com as aplicações práticas das disciplinas do Raja-Ioga à oração e à meditação. Isto se verifica nos textos da obra; O caminho do silêncio ou Ioga para cristãos, de J. M. Déchanet (terceira edição/1957) onde encontramos no capítulo “As fases da meditação silenciosa” a invocação “Veni, Domine. Vem, Senhor”. Obra que provavelmente Merton conheceu, e, o mesmo interesse se dando com as aberturas do Concílio Vaticano II. Conclui-se porque somente no início dos anos 60 é que ele começa a escrever a série de trabalhos referentes ao Oriente. Nos anos 50 muitas obras sobre meditação oriental foram publicadas na França. Em 1953, L’hésychasme, Yoga chrétien, em Yoga, science de l’homme integral – Cahiers du Sud, Paris.
Nos anos 60, Merton fez contatos pessoais e profundos com o filósofo e sábio, do Japão, Daisetz Suzuki, mestre do Zen Budismo, e escreveu; Zen e as aves de rapina (1968). Antes, em 1961, escreveu Místicos e Mestres Zen, e, em 1965 A via de Chuang Tzu (o grande filósofo e poeta chinês), e Gandhi, a não violência.
Para Merton a contemplação passiva não exclui as atenções para com a vida ativa, muito pelo contrário, maior é o amor responsável e profundo para com o seu próximo, onde devem estar presentes as preocupações para com o mundo e suas complexidades. Thomas Merton lutou de forma veemente contra as guerras, a violência, os preconceitos raciais, religiosos e quaisquer outros (desde os finais dos anos 50 passou a ter bons entendimentos com protestantes, anglicanos, judeus e mesmo ateus), e, se indignava diante das injustiças sociais e da vergonhosa exploração e violência para com as classes oprimidas. Sua obra Sementes de Destruição, 1964, é um grito de desespero e de advertência profética diante da alienação e das perversidades do mundo moderno.
Em Questões Abertas, 1960, sua expressão de amor ao próximo revela grande sensibilidade: “Onde não existe a possibilidade de um nível de vida decente, quando não há liberdade, justiça, educação na sociedade humana, como pode o Reino do amor ser nela edificado? (...). O Reino de Deus, não se compõe unicamente de grandes homens santos, é um organismo vivo, místico, constituído de homens comuns, com suas fraquezas, suas limitações, sua boa vontade, seus talentos, suas deficiências – tudo isso elevado e divinizado pelo Espírito Santo, de maneira a que o Cristo viva e se manifeste em cada um e em todos”.
Para Merton, por natureza, o contemplativo colabora efetiva e essencialmente com a humanização e a santificação do mundo, em silenciosa doação afetiva, em comunhão com o mistério de Deus. Intenso era o seu contato com as manifestações da Natureza, em plena observação amorosa. A experiência da meditação contemplativa, para ele, é um dom de Deus de se estar sendo no mundo. É uma entrega radical em silêncio. Os contemplativos “participam da crise e da tragédia que assola o mundo, mas que eles vêem e entendem de maneira inteiramente diferente do resto do mundo”. (...) “suas verdadeiras perspectivas são aquelas do Reino escatológico de Deus”. Merton sentia-se feliz por ser membro da raça humana, de ter no outro a humanidade de Jesus Cristo.
[Martha Pires Ferreira /Palestra - Meditação Cristã, 2006]
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sexta-feira, 18 de maio de 2007
Flores do Bem - Solidão - Herbert Timm
SOLIDÃO
A solidão, não é o colóquio da criatura com o
recanto distante, onde somente chegam coisas do mal:
não é maneira exótica e pessoal de ser feliz, nem
uma ferida mortal.
A solidão é um portal, separando duas verdades, por
onde campeiam muitas outras a se sustentarem entre
si, unidas pela mesma terrível e vaga incógnita.
É algo que se respira...
Nela, que não é deserto, mas de nada carece,
a fórmula essencial de nada importa:
a configuração do amor é mera flor,
e Deus é tão puro que nem mesmo existe...
Herbert Timm, 1963 [ poeta ]
A solidão, não é o colóquio da criatura com o
recanto distante, onde somente chegam coisas do mal:
não é maneira exótica e pessoal de ser feliz, nem
uma ferida mortal.
A solidão é um portal, separando duas verdades, por
onde campeiam muitas outras a se sustentarem entre
si, unidas pela mesma terrível e vaga incógnita.
É algo que se respira...
Nela, que não é deserto, mas de nada carece,
a fórmula essencial de nada importa:
a configuração do amor é mera flor,
e Deus é tão puro que nem mesmo existe...
Herbert Timm, 1963 [ poeta ]
domingo, 13 de maio de 2007
Desenho / máquina
Este desenho de 1986 bico de pena /nanquim faz parte de uma série de maquininhas poéticas que venho criando ao longo da vida.
Arte é celebração. Pensamento e razão têm seus limites. Sentimento do coração e intuição completam o percurso para o Absoluto. Interioridade. Singularidade. Experiência pura. Tudo é um, totalidade sem fronteiras; ponto, linha, cor, infinito. O que a imaginação apreende como fogo criador, sopro, beleza é verdade. Além disso, nada sei.
sábado, 5 de maio de 2007
Astrologia, um instrumento para a Sabedoria
A sabedoria é inseparável do amor. Vivemos num mundo cheio de conhecimentos, mas ausente de sabedoria. Sabedoria não se aprende em livros nem se adquire em Universidades. Ela é fruto da própria experiência viva que é viver em todas as suas possibilidades, ou seja, a aceitação e compreensão de todos os nossos limites, defeitos e virtudes.
A Astrologia é um instrumento precioso para a nossa experiência de vida, arte de estar no mundo presente, aqui e agora.
O Horóscopo Natal, a Carta Natal, é a bússola com seus precisos sinais, repletos de simbologia, a nos oferecer a compreensão apurada de nós mesmos, possibilitando, assim, maior lucidez e consciência de nosso eu particular, que se estende para todo o coletivo, em contínuo movimento que evolui para o infinito.
Esta compreensão do nosso eu mais profundo nos possibilita de sermos tal qual somos. Ser tal qual se é em verdade e plenitude, é ser aquele que escolheu o caminho da sabedoria e, ao mesmo tempo, foi escolhido por ela com disponibilidade e amor à vida.
[ Martha Pires Ferreira / Boletim Informativo Nº 5 Agosto / 1981 SARJ - Sociedade dos Astrólogos do Rio de Janeiro ]
A Astrologia é um instrumento precioso para a nossa experiência de vida, arte de estar no mundo presente, aqui e agora.
O Horóscopo Natal, a Carta Natal, é a bússola com seus precisos sinais, repletos de simbologia, a nos oferecer a compreensão apurada de nós mesmos, possibilitando, assim, maior lucidez e consciência de nosso eu particular, que se estende para todo o coletivo, em contínuo movimento que evolui para o infinito.
Esta compreensão do nosso eu mais profundo nos possibilita de sermos tal qual somos. Ser tal qual se é em verdade e plenitude, é ser aquele que escolheu o caminho da sabedoria e, ao mesmo tempo, foi escolhido por ela com disponibilidade e amor à vida.
[ Martha Pires Ferreira / Boletim Informativo Nº 5 Agosto / 1981 SARJ - Sociedade dos Astrólogos do Rio de Janeiro ]
domingo, 29 de abril de 2007
sábado, 28 de abril de 2007
Reflexões / 1973 _ Caminho na contra mão.
Caderno Aquariano é uma página criada para mostrar meus desenhos ou textos escritos em diferentes épocas, sem obedecer qualquer ordem no tempo. E colocar o que no momento me venha como um prazer são Flores do Bem neste mundo virtual.
CAMINHO NA CONTRA MÃO
Não faço parte de um Status estabelecido. Sou pessoa marginal que deliberadamente se afastou das formalidades da sociedade cultural na qual fui privilegiadamente criada, e me desenvolvi. Este afastamento teve um único objetivo; o de me aprofundar na experiência fundamental de ser humana, mulher, feminina.
Vivo na busca, ou na atitude, que não visa qualquer espécie de Status. Sou livre, independente, e permanecerei independente. Caminho na contra mão. Não faço farte que qualquer grupo formal, instituição ou sociedade estabelecida. Quase nada possuo, e tenho o prazer de quase nada possuir. Vivo do meu trabalho autônomo, sem vínculos preestabelecidos. Dou aulas, desenho, ministro cursos livres, vendo minha criatividade a troco de pouco. Optei pela liberdade, pela simplicidade de viver a cada dia, sem pensar no amanhã.
O que faço é trazer à tona o significado do que seja viver a vida, estar no mundo, sendo do mundo. O significado da vida está além da dicotomia, da divisão, entre a morte e a vida; bem e mal, acertos e desacertos, luz e sombra. A vida como dádiva da natureza é dádiva da criação, revelação contínua. Sede de complementação de forças opostas; consciente e inconsciente.
Gostaria de me comunicar mais intimamente com todos aqueles que permanecem fiéis ao seu próprio caminho, à sua realização pessoal, humana, genuína.
Levando a vida de maneira insegura, debaixo de risco, sem qualquer proteção, eu sigo minha intuição e escuto o meu coração sensível. Nada pretendo além de unicamente realizar a função de ser uma pessoa humana. O que a sociedade estabelecida acha ou deixa de achar em razão do meu viver, nada me diz respeito, não tenho ouvidos. Trago sim, o compromisso de afeto, entendimento, alegria e compaixão, particularmente, para com os excluídos, os marginalizados, os esquecidos nesta “nossa sociedade” tão arrogante e injusta que a preço de nada condena e mata.
Sempre estive consciente das grandes transformações que estavam para vir e que agora se dão no mundo. A morte de uma Civilização e o renascimento de uma Nova Civilização, um Novo Ciclo da Raça Humana. Não vejo futuro, mas olho longe.
Sonhamos com a comunicação em nível profundo que é comunhão, pré-verbal e pós-verbal. Tenhamos esperança por um mundo de plenitude e justiça social. De gestos largos, de grandeza humanitária.
Tenhamos muitos “gurus”, pessoas que nos iluminem a estrada. Sempre tive uma imensidão de seres maravilhosos a me apontar horizontes impensáveis; Mateus e João Evangelista, Teresa de Ávila, Henry Miller, Lao Tze, Tagore, Suzuki, Paul Klee, Picasso, Bach, Beethoven, Villa-Lobos, Cecília Meireles, Manuel Bandeira, Tom Jobim, Thomas Merton, Teilhard de Chardin. Nise Magalhães da Silveira e C.G. Jung. Artistas, poetas, músicos, anônimos e gente simples foram meus guias secretos. Outros e outros; as montanhas, o fogo, o ar e a água que nos envolvem, os animais e toda a natureza em sua potência e magnitude é fonte de plenitude. Sejamos solidários sempre.
[ Hoje, abril de 2007, passado tantos anos, mantenho o mesmo modo de viver a vida e refletir sobre tudo o mais que me cerca / MPF ]
---postagem Martha Pires Ferreira.
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Vivo na busca, ou na atitude, que não visa qualquer espécie de Status. Sou livre, independente, e permanecerei independente. Caminho na contra mão. Não faço farte que qualquer grupo formal, instituição ou sociedade estabelecida. Quase nada possuo, e tenho o prazer de quase nada possuir. Vivo do meu trabalho autônomo, sem vínculos preestabelecidos. Dou aulas, desenho, ministro cursos livres, vendo minha criatividade a troco de pouco. Optei pela liberdade, pela simplicidade de viver a cada dia, sem pensar no amanhã.
O que faço é trazer à tona o significado do que seja viver a vida, estar no mundo, sendo do mundo. O significado da vida está além da dicotomia, da divisão, entre a morte e a vida; bem e mal, acertos e desacertos, luz e sombra. A vida como dádiva da natureza é dádiva da criação, revelação contínua. Sede de complementação de forças opostas; consciente e inconsciente.
Gostaria de me comunicar mais intimamente com todos aqueles que permanecem fiéis ao seu próprio caminho, à sua realização pessoal, humana, genuína.
Levando a vida de maneira insegura, debaixo de risco, sem qualquer proteção, eu sigo minha intuição e escuto o meu coração sensível. Nada pretendo além de unicamente realizar a função de ser uma pessoa humana. O que a sociedade estabelecida acha ou deixa de achar em razão do meu viver, nada me diz respeito, não tenho ouvidos. Trago sim, o compromisso de afeto, entendimento, alegria e compaixão, particularmente, para com os excluídos, os marginalizados, os esquecidos nesta “nossa sociedade” tão arrogante e injusta que a preço de nada condena e mata.
Sempre estive consciente das grandes transformações que estavam para vir e que agora se dão no mundo. A morte de uma Civilização e o renascimento de uma Nova Civilização, um Novo Ciclo da Raça Humana. Não vejo futuro, mas olho longe.
Sonhamos com a comunicação em nível profundo que é comunhão, pré-verbal e pós-verbal. Tenhamos esperança por um mundo de plenitude e justiça social. De gestos largos, de grandeza humanitária.
Tenhamos muitos “gurus”, pessoas que nos iluminem a estrada. Sempre tive uma imensidão de seres maravilhosos a me apontar horizontes impensáveis; Mateus e João Evangelista, Teresa de Ávila, Henry Miller, Lao Tze, Tagore, Suzuki, Paul Klee, Picasso, Bach, Beethoven, Villa-Lobos, Cecília Meireles, Manuel Bandeira, Tom Jobim, Thomas Merton, Teilhard de Chardin. Nise Magalhães da Silveira e C.G. Jung. Artistas, poetas, músicos, anônimos e gente simples foram meus guias secretos. Outros e outros; as montanhas, o fogo, o ar e a água que nos envolvem, os animais e toda a natureza em sua potência e magnitude é fonte de plenitude. Sejamos solidários sempre.
[ Hoje, abril de 2007, passado tantos anos, mantenho o mesmo modo de viver a vida e refletir sobre tudo o mais que me cerca / MPF ]
---postagem Martha Pires Ferreira.
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sábado, 21 de abril de 2007
quarta-feira, 18 de abril de 2007
Possibilidade de Previsão / Astrologia
Nenhum astrólogo sério se aventura a fazer previsões detalhadas a longo prazo. Esta é uma regra sábia que lhes foi legada pelos antigos. Os astrólogos dos primeiros tempos não faziam presságios de grande importância com data marcada (como hoje se pretende), mas sim o período próximo aos acontecimentos maléficos ou benéficos, que poderiam variar de mês a um ano, levando-se em conta as variações da orbe dos planetas. Agiam assim levados pela análise combinatória entre os signos e a posição dos astros, e pela intuição, atributos que não podem faltar a um astrólogo. Os astrólogos atuais, contam como cálculos das probabilidades e certamente, mais por esse motivo, têm de ser discretos nas suas profecias.
O descrédito da Astrologia vem exatamente daí, desta pretensão de previsão longínqua detalhada (hora, mês, local, ano) da superficialidade de curiosos em prever com exatidão aspectos ambíguos.
“Astra inclinant, non necessitant”, os astros inclinam, mas não obrigam – dispõem, mas não impõem.
Astrologia é uma ciência experimental, como a psicologia, que só se assegura sua validade pelos resultados práticos. É uma ciência de observações, que estuda as relações entre os homens e os planetas de nosso sistema solar. É ciência porque se vale da repetição de um fenômeno em circunstâncias idênticas ou muito semelhantes, para constituir um material que se preste cientificamente à observação. Estuda este material sob as leis estatísticas, matemáticas, da probabilidade. Sendo assim, a astrologia pode indicar uma inclinação (probabilidade) dos astros para tal ou qual ocorrência. Não pode afirmar: “se comprar este determinado bilhete, em tal dia, você ganhará na loteria.” Mas pode dizer: “os astros em tal conjuntura solar indicam que, nesse aspecto, você terá maior ou menor chance de sucesso”. Pode indicar-lhe uma conjunção maléfica ou benéfica, para que esteja mais preparado para recebê-la, mas não impõe ou determina nada. Mesmo os astrólogos, mais intuitivos ou videntes, estão de acordo que as particularidades individuais é você mesmo quem as faz. Esta atitude moderna da astrologia pode ser menos consoladora ou poética, e até mesmo angustiante para aqueles que querem confiar no traçado de seu destino, mas pelo menos é muito mais correta do ponto de vista da astrologia cientifica.
Por que é tão difícil fazer previsões? Porque a astrologia é uma ciência dos opostos sincrônicos. Trocando-se miúdos, isso significa que cada indicação astral pode ter duas correntes exatamente opostas, que serão confirmadas pelas outras tendências astrais, igualmente contraditórias. Parece muito complicado e é mesmo. Mas se pensarmos no calculo de arranjos e combinações da matemática, a gente entende melhor. Exemplificando: dois planetas harmônicos por progressão ou trânsito podem fazer uma conjunção benéfica entre sim, favorecendo portanto um bom acontecimento. Ao mesmo tempo (sincronicamente) um outro planeta dissonante pode estar formando uma quadratura ou oposição. Trata-se aí de uma colocação difícil, porque os mesmos planetas, por sua vez, se estiverem em posição mais ou menos favorecidas no horóscopo, o astrólogo, fica sem saber, com precisão, qual das duas possibilidades prevalecerá. Neste caso, deve-se indicar as duas posições ao cliente, para que o possa prevenir.
Por todos estes percalços, a astrologia é uma ciência de tendências e como tal deve ser observada. Quer seja considerada ciência, pelos métodos probabilísticos com que trabalha. Quer seja arte, pelo poético das suas previsões (o que só lhe aumenta o encanto) a astrologia é quase tão antiga quanto ao homem. Nasceu da apaixonada tentativa de descobrir o segredo da vida e da morte. E, até hoje permanece, como uma fonte de especulações humana, na ânsia de conhecer o desconhecido.Astrólogo medindo o céu - distância.
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sábado, 14 de abril de 2007
Contos de Fada
Contos de Fada Tradicionais no Imaginário Brasileiro
Sua aplicação prática como atividade terapêutica e formação cultural
Martha Pires Ferreira / 1999
A riqueza expressiva do folclore brasileiro revela muito do nosso imaginário. Deliciosa jóia da memória popular. Os contos populares sempre nos envolveram de encantamento. Quem teve a felicidade de ouvir histórias na infância jamais esquece; é patrimônio vivo.
A influência cultural portuguesa e francesa, em muito contribuiu para o enriquecimento da produção anônima e coletiva de nossa gente. Com a colonização alemã vivemos outras contribuições muito ricas. As histórias variam em inúmeros aspectos. O fio condutor é sempre o mesmo; transmite aquela sensação maravilhosa da memória perdida no tempo. Muitas das nossas histórias, os chamados Contos de Encantamento, denominados pelo nosso compilador maior, Câmara Cascudo, nos mostram peculiares inserções com as histórias tradicionais do outro lado do Atlântico.
Os Contos de Fada Europeus tiveram uma interação significativa no universo da imaginação, da fantasia e da criatividade em várias regiões do Brasil. Para com essas histórias me detive com mais atenção no significado simbólico e científico. Aqui no Brasil nós temos nossa Gata Borralheira - Almofadinha de Ouro, Bicho de Palha, a Bela e a Fera, Moura Torta, Chapelinho Vermelho e por aí vai. São contos ricos em elementos da natureza; o mar, a cachoeira, a fauna, a flora, o céu estrelado. Tudo para nos seduzir e encantar.
Somos repletos de belíssimas histórias indígenas, afro-brasileiras, ou contos de animais. Contos de exemplo ou demônios, religiosos, adivinhação ou denunciantes. Etiológicos ou ciclo da morte. O imenso tesouro do folclore brasileiro, preciosidade do inconsciente coletivo, oferece largo campo de pesquisa científica para o mais profundo conhecimento da natureza do nosso povo. Verdadeira escola de ensinamento de nossa vida instintiva. Tudo o que confere, existe, habita, na natureza do ser humano. Expressão sensível da alma do povo brasileiro.
A aplicação prática dessas histórias, como atividade terapêutica, tem mostrado resultados significativos e surpreendentes, assim como na formação da personalidade.
O prazer da narrativa é o centro da questão - Contar os contos. Importante transmitir o maravilhoso num exercício verbal, tranqüilo com voz suave e ligeira ondulante entonação da voz conforme as passagens mais ou menos dramáticas, mais ou menos envolventes de mistério ou de suspense. Nada de teatralidade [teatro é outra coisa], apenas a narração como era costume à soleira da porta ou ao pé do fogão no tempo em que os animais falavam e nós entendíamos tudinho, atentos e com os olhos arregalados. Em silêncio éramos envolvidos de encantamento. Vivíamos felizes para sempre.
quarta-feira, 11 de abril de 2007
Flores do Bem - Mahatma Gandhi
MAHATMA GANDHI
[ 1869 – 1948 ]
Hindus, mulçumanos, judeus, e até mesmo cristãos devem viver juntos.
A pobreza é a pior forma de violência.
É no coração que as batalhas devem ser travadas.
Na história sempre houve tiranos e assassinos. Eles parecem invencíveis, mas no final sempre caem, pense nisto sempre.
Enquanto o domínio imposto precisa ajuda das armas para se manter, o domínio gerado pelo amor dispensa o uso da força.
Chegará um dia em que aqueles que estão na corrida louca de multiplicar seus bens na vã tentativa de engrandecimento, re-avaliarão seus atos, e dirão: “Que nós fizemos?”.
Quando me desespero lembro-me que em toda a vitória, a verdade e o amor sempre venceram.
[ 1869 – 1948 ]
Hindus, mulçumanos, judeus, e até mesmo cristãos devem viver juntos.
A pobreza é a pior forma de violência.
É no coração que as batalhas devem ser travadas.
Na história sempre houve tiranos e assassinos. Eles parecem invencíveis, mas no final sempre caem, pense nisto sempre.
Enquanto o domínio imposto precisa ajuda das armas para se manter, o domínio gerado pelo amor dispensa o uso da força.
Chegará um dia em que aqueles que estão na corrida louca de multiplicar seus bens na vã tentativa de engrandecimento, re-avaliarão seus atos, e dirão: “Que nós fizemos?”.
Quando me desespero lembro-me que em toda a vitória, a verdade e o amor sempre venceram.
segunda-feira, 9 de abril de 2007
Era de Aquarius
A Astrologia, embora não seja ainda levada a sério pelo academicismo de nossa época, é tão antiga quanto o homem. Conhecida por todas as civilizações e culturas, a Astrologia permanece até hoje como ciência e arte de caráter experimental, de observação, que estuda as relações entre o homem e os planetas do sistema solar.
Ela se ocupa de determinar as influências celestes, que presidem o destino dos seres e das coisas. É a arte das correspondências universais aplicadas aos indivíduos de toda natureza.
Os astros dispõem, mas não impõem
“Astra inclinant, non necessitant”.
Não darei dados de Astronomia para explicar que o eixo vernal, por um processo de retrocesso se afasta do signo de Peixes, por onde passou vinte séculos, e se aproxima agora do signo de Aquário. Aproximadamente, por volta do ano 2014, podemos dizer que este eixo passou para a constelação de Aquário, dando assim início a uma nova Era da História da Humanidade.
Como não se pode afirmar nada a respeito de acontecimentos futuros, acredita-se apenas que esta época será de grande esclarecimento mental para a humanidade inteira. A Era de Aquário é o despertar da Intuição. Era da libertação, da independência, da auto-expansão, da telepatia, da clarividência, da pré-cognição. É o ser se ampliando em todos os sentidos e em todas as direções. É a ciência tomando novos rumos, rumos estes que permitirão conhecimentos até agora enigmáticos para a humanidade.
A Era de Aquário constitui um novo plano de desenvolvimento na história do homem. Uma total mudança de nível – o homem agindo noutro nível psíquico. A criatividade em toda a sua potencialidade, força e vigor, transcendendo completamente a realidade atual.
A consciência do Deus interno – do Eu profundo – se manifestará no centro mesmo da psique. Cada ser humano terá como desejo primordial o anseio de se saber tal qual se é em essência. O que no pensamento de C. G. Jung significa o caminho da individuação. O homem saberá que somos todos da mesma família – que somos todos um só. Que a dor e o sofrimento de um é dor e sofrimento de todos, o mesmo se dando em relação ao bem-estar comum, às chances e oportunidades, alegrias e prazeres. O homem aprenderá a respeitar sobretudo, e em absoluto, o outro com ele é, com seus segredos, defeitos e virtudes. A Era de Ouro da Humanidade, segundo a filosofia Yogi. A Era da Beleza porque a Era do Caminho da Sabedoria. E quem sabe, a Era da Arte de Viver!! O crescente emergir da criatividade inegavelmente trará maiores possibilidades de felicidade e prazer na esfera individual e coletiva. Os homens continuarão como sempre foram; com seus aspectos claros e escuros, com suas contradições de seres mortais. Entretanto, saberão melhor como lidar com esses aspectos escuros e sombrios que existem em cada um de nós. O homem novo na sua autenticidade e espontaneidade não terá mais o que esconder e temer. Ele saberá aceitar-se e aceitar o mundo, assim como será aceito na sua legitimidade de ser único, integrado no coração mesmo do Universo. É o homem que elabora o processo da liberação total.
É interessante me estender mais um pouco. Era de Aquário não é como se sabe (e os videntes também sabem), o privilégio de uns poucos ou de um grupo humano mais bem dotado, seja lá em que for. A era do próximo milênio é primordialmente o reencontro da humanidade inteira. Não resta dúvida que os sintomas desta Era da Intuição já se fazem presentes – em pequenos núcleos – nos mais diferentes setores da atividade humana. Entretanto, antes de entrarmos nesta plenitude de viver, sofrerá o mundo todo com a humanidade inteira, a mais completa e fundamental transformação. Um cataclismo!
A transfigurada explosão já se faz notar. O homem quer inventar, aparecer, criar, como nunca pensou ser possível. A arte já não é mais o privilégio de um pequeno grupo de artistas, não mais o dom de uns poucos – verifica-se que todo homem é potencialmente um criador, um artista, em maior ou menor grau. E ao lado desta efervescência vivemos paradoxalmente uma crise como nunca se ouviu falar – o desencontro humano é geral. A mente inquieta e aflita tenta com todos os esforços solucionar problemas cada vez mais complexos – impossíveis mesmo de serem resolvidos. E parece mesmo que qualquer tentativa de harmonia geral entre pessoas ou nações é realmente inútil. A humanidade está se desentendendo cada dia mais. Por todos os lados a violência, a agressão, a insatisfação individual e coletiva. O homem está sofrendo e não adianta querer esconder de si próprio tal verdade. A crise é cultural, moral, política, econômica, religiosa, sociológica. E esta crise entrará num crescente enorme – a fome aumentará cada dia mais – o descontrole geral chegará às vias do absurdo!!! Velhas tradições, convicções, ideais e costumes, velhas leis éticas e metafísicas sofrerão assombrosas modificações antes do surgimento do Novo Ciclo da Raça Humana. Parece mesmo que a humanidade inteira está despertando para enfrentar a metamorfose morte e ressureição! Como em todas as metamorfoses, em todas as grandes mudanças – o que é belo e precioso, surge da depuração – como na Alquimia. Depuração esta que se processa acompanhada de muito trabalho e dor.
Este período de desencontro que antecede a Era de Aquário e que já estamos atravessando, pode ser visto como um fenômeno apocalíptico. O estado psíquico geral da humanidade se torna cada vez mais perigoso. É o desabamento de velhos moldes: paradoxos, inconseqüências, disparates – o imprevisível! Uma realidade altamente cheia de dúvida e absurda.
Por toda parte, falsos profetas da verdade – falsos cordeiros, falsos magos, falsos iluminados. Muitos destes homens como “salvadores da humanidade” ditam princípios e normas, confundindo ainda mais a inquietude geral do mundo. As dores aumentarão e a humanidade há de gemer, estremecer e excitar-se. Ignorando completamente o que lhe falta, saberá apenas que sente dor e que necessita urgente de algo que a alivie e tranqüilize.
Quem tem a sua tocha individual bem acesa, quem permanece em estado de plena atenção, não tem o que temer. O observador atento da fenomenologia atual só tem uma saída: enfrentar o momento presente, enfrentar a si próprio e à escuridão da sua época, sem ditar dogmas ou princípios. O homem lúcido não perde a meta – ele trabalha incansavelmente por um mundo humano e pleno de alegria – ele sofre e não teme a metamorfose. – Aceita o peso do mundo sobre os seus frágeis ombros e não se desespera. Confia. Confia nas forças da natureza. Acredita no amanhecer da lucidez universal. Confia nas forças renovadoras que emergem do centro mesmo da psique . Trabalha no silêncio e no amor.
A Era de Aquário, uma utopia ou uma realidade? Consultem geólogos, sociólogos e astrônomos; eles têm dados interessantíssimos a respeito de acontecimentos singulares. Parece mesmo que tudo se transforma. Nada se pode afirmar, entretanto, só o tempo constata e confirma.
Para alguns estudiosos, os 2000 anos que nos seguirão podem ser vistos também como a Era da Conquista do Espaço Cósmico. E o homem já deu provas suficientes de que isso é possível. Mas a Era de Aquário é sobre tudo a Era do Descobrimento do Homem Interior – ERA DO HOMEM CÓSMICO.
Num interesse profundo em conhecer a sua natureza íntima e a sua essência eletromagnética, o homem descobrirá que a alma é o divino se manifestando na matéria.
Martha Pires Ferreira. [ A 1a publicação deste artigo /1972, na íntegra– Jornal Rolling Stone – RJ.]
[ 2007 / cortes sem qualquer alteração do texto original de 1972 ]
Ela se ocupa de determinar as influências celestes, que presidem o destino dos seres e das coisas. É a arte das correspondências universais aplicadas aos indivíduos de toda natureza.
Os astros dispõem, mas não impõem
“Astra inclinant, non necessitant”.
Não darei dados de Astronomia para explicar que o eixo vernal, por um processo de retrocesso se afasta do signo de Peixes, por onde passou vinte séculos, e se aproxima agora do signo de Aquário. Aproximadamente, por volta do ano 2014, podemos dizer que este eixo passou para a constelação de Aquário, dando assim início a uma nova Era da História da Humanidade.
Como não se pode afirmar nada a respeito de acontecimentos futuros, acredita-se apenas que esta época será de grande esclarecimento mental para a humanidade inteira. A Era de Aquário é o despertar da Intuição. Era da libertação, da independência, da auto-expansão, da telepatia, da clarividência, da pré-cognição. É o ser se ampliando em todos os sentidos e em todas as direções. É a ciência tomando novos rumos, rumos estes que permitirão conhecimentos até agora enigmáticos para a humanidade.
A Era de Aquário constitui um novo plano de desenvolvimento na história do homem. Uma total mudança de nível – o homem agindo noutro nível psíquico. A criatividade em toda a sua potencialidade, força e vigor, transcendendo completamente a realidade atual.
A consciência do Deus interno – do Eu profundo – se manifestará no centro mesmo da psique. Cada ser humano terá como desejo primordial o anseio de se saber tal qual se é em essência. O que no pensamento de C. G. Jung significa o caminho da individuação. O homem saberá que somos todos da mesma família – que somos todos um só. Que a dor e o sofrimento de um é dor e sofrimento de todos, o mesmo se dando em relação ao bem-estar comum, às chances e oportunidades, alegrias e prazeres. O homem aprenderá a respeitar sobretudo, e em absoluto, o outro com ele é, com seus segredos, defeitos e virtudes. A Era de Ouro da Humanidade, segundo a filosofia Yogi. A Era da Beleza porque a Era do Caminho da Sabedoria. E quem sabe, a Era da Arte de Viver!! O crescente emergir da criatividade inegavelmente trará maiores possibilidades de felicidade e prazer na esfera individual e coletiva. Os homens continuarão como sempre foram; com seus aspectos claros e escuros, com suas contradições de seres mortais. Entretanto, saberão melhor como lidar com esses aspectos escuros e sombrios que existem em cada um de nós. O homem novo na sua autenticidade e espontaneidade não terá mais o que esconder e temer. Ele saberá aceitar-se e aceitar o mundo, assim como será aceito na sua legitimidade de ser único, integrado no coração mesmo do Universo. É o homem que elabora o processo da liberação total.
É interessante me estender mais um pouco. Era de Aquário não é como se sabe (e os videntes também sabem), o privilégio de uns poucos ou de um grupo humano mais bem dotado, seja lá em que for. A era do próximo milênio é primordialmente o reencontro da humanidade inteira. Não resta dúvida que os sintomas desta Era da Intuição já se fazem presentes – em pequenos núcleos – nos mais diferentes setores da atividade humana. Entretanto, antes de entrarmos nesta plenitude de viver, sofrerá o mundo todo com a humanidade inteira, a mais completa e fundamental transformação. Um cataclismo!
A transfigurada explosão já se faz notar. O homem quer inventar, aparecer, criar, como nunca pensou ser possível. A arte já não é mais o privilégio de um pequeno grupo de artistas, não mais o dom de uns poucos – verifica-se que todo homem é potencialmente um criador, um artista, em maior ou menor grau. E ao lado desta efervescência vivemos paradoxalmente uma crise como nunca se ouviu falar – o desencontro humano é geral. A mente inquieta e aflita tenta com todos os esforços solucionar problemas cada vez mais complexos – impossíveis mesmo de serem resolvidos. E parece mesmo que qualquer tentativa de harmonia geral entre pessoas ou nações é realmente inútil. A humanidade está se desentendendo cada dia mais. Por todos os lados a violência, a agressão, a insatisfação individual e coletiva. O homem está sofrendo e não adianta querer esconder de si próprio tal verdade. A crise é cultural, moral, política, econômica, religiosa, sociológica. E esta crise entrará num crescente enorme – a fome aumentará cada dia mais – o descontrole geral chegará às vias do absurdo!!! Velhas tradições, convicções, ideais e costumes, velhas leis éticas e metafísicas sofrerão assombrosas modificações antes do surgimento do Novo Ciclo da Raça Humana. Parece mesmo que a humanidade inteira está despertando para enfrentar a metamorfose morte e ressureição! Como em todas as metamorfoses, em todas as grandes mudanças – o que é belo e precioso, surge da depuração – como na Alquimia. Depuração esta que se processa acompanhada de muito trabalho e dor.
Este período de desencontro que antecede a Era de Aquário e que já estamos atravessando, pode ser visto como um fenômeno apocalíptico. O estado psíquico geral da humanidade se torna cada vez mais perigoso. É o desabamento de velhos moldes: paradoxos, inconseqüências, disparates – o imprevisível! Uma realidade altamente cheia de dúvida e absurda.
Por toda parte, falsos profetas da verdade – falsos cordeiros, falsos magos, falsos iluminados. Muitos destes homens como “salvadores da humanidade” ditam princípios e normas, confundindo ainda mais a inquietude geral do mundo. As dores aumentarão e a humanidade há de gemer, estremecer e excitar-se. Ignorando completamente o que lhe falta, saberá apenas que sente dor e que necessita urgente de algo que a alivie e tranqüilize.
Quem tem a sua tocha individual bem acesa, quem permanece em estado de plena atenção, não tem o que temer. O observador atento da fenomenologia atual só tem uma saída: enfrentar o momento presente, enfrentar a si próprio e à escuridão da sua época, sem ditar dogmas ou princípios. O homem lúcido não perde a meta – ele trabalha incansavelmente por um mundo humano e pleno de alegria – ele sofre e não teme a metamorfose. – Aceita o peso do mundo sobre os seus frágeis ombros e não se desespera. Confia. Confia nas forças da natureza. Acredita no amanhecer da lucidez universal. Confia nas forças renovadoras que emergem do centro mesmo da psique . Trabalha no silêncio e no amor.
A Era de Aquário, uma utopia ou uma realidade? Consultem geólogos, sociólogos e astrônomos; eles têm dados interessantíssimos a respeito de acontecimentos singulares. Parece mesmo que tudo se transforma. Nada se pode afirmar, entretanto, só o tempo constata e confirma.
Para alguns estudiosos, os 2000 anos que nos seguirão podem ser vistos também como a Era da Conquista do Espaço Cósmico. E o homem já deu provas suficientes de que isso é possível. Mas a Era de Aquário é sobre tudo a Era do Descobrimento do Homem Interior – ERA DO HOMEM CÓSMICO.
Num interesse profundo em conhecer a sua natureza íntima e a sua essência eletromagnética, o homem descobrirá que a alma é o divino se manifestando na matéria.
Martha Pires Ferreira. [ A 1a publicação deste artigo /1972, na íntegra– Jornal Rolling Stone – RJ.]
[ 2007 / cortes sem qualquer alteração do texto original de 1972 ]
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