O POEMA
É este o poema:
Estou perdido como fera acuada.
Ao longe há gente, liberdade e luz.
Gritam por trás de mim os que perseguem
E não tenho caminho à minha frente.
Como sombrio bosque sobre o lago
Ou toco de pinheiro derrubado,
Aqui estou de tudo separado,
Mas tudo o que vier já não importa.
Mas que baixezas tenho cometido,
E por que sou assassino ou sou vilão,
Se levei a chorar o mundo inteiro
Sobre as belezas desta minha terra?
Perto da sepultura já me encontro
Creio, porém, que há de chegar o dia
De o espírito do bem lograr vitória
Sobre toda a maldade e toda a infâmia.
Boris Pasternak, 10 fev. 1890/1960. Poeta e romancista russo. Prêmio Nobel de Literatura 1958.
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quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
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