sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Paz na Era pós-cristã


Importante ler o mais recente livro de Thomas Mertom, obra proibida em 1961 - Paz na Era pós-cristã. Só há uns três anos é que este livro foi publicado nos EUA. Agora aqui na Brasil, Ed. Santuário/Aparecida, 2007. O livro aborda as questões da guerra fria EUA e Russia, os riscos da guerra nuclear (mesmo assim bem atual - o fantasma não é mais o comunismo e acabar com ele, agora temos o terrorismo - as guerras estão aí). O livro questiona as justificativas de destruições / de invasões e massacre de inocentes - guerra de toda ordem. Um berro desesperado de alerta. Esta obra foi proibida de ser editado em 1961 /1962. O superior Geral dos monges cisterciences/beneditinos o obrigou a calar-se, alegando que ele tinha é que ficar quieto rezando, e não se pronunciar sobre os riscos de guerra nuclear e/ou outras guerras mais. O silêncio lhe foi imposto. Foi um abalo terrível. Se ele perdeu a liberdade externa, não perdeu a interna, passou a escrever desesperadamente de outra maneira. A contra gosto, ele obedeceu abrindo outra porta ao escrever Sementes de Destruição, 1964, onde embute muito dos conteúdos/idéias do livro proibido. Sementes de Destruição foi editado e recolhido/ “proibido" aqui no Brasil / Ed. Vozes, 1966 - poucos tiveram oportunidade de comprá-lo.
Thomas Merton procurou outros caminhos para manter-se fiel à Verdade, escreveu Gandhi e a não-violência, A Via de Chuang Tzu, Zen e as aves de rapina, Místicos e Mestres Zen. Voltou-se para o extremo Oriente e Oriente Médio em busca dos exemplos de Paz - posturas pacíficas e éticas perante seu próximo e sua consciência. Vivia desesperado diante do temor da destruição programática dos poderosos do mundo... Um profeta contemporâneo. Com amigos não se calou... Continuou a escrever artigos e cartas; intensa correspondência para todas as partes do mundo. Pensou seriamente em abandonar a vida de monge (diários), mas permaneceu no Mosteiro porque achou que seria estratégico. E agora percebemos que nada de fatalidade em sua morte por choque elétrico, por fiação mal feita, algo mais estranho ocorreu. Sabia demais e sua lucidez incomodava os poderosos da linha "dura"...(1915 - 1968). Merton era uma Bomba Atômica de humanidade. Angustiado com as crueldades e corrida armamentista ele propunha diálogo/comunicação com os comunistas e não guerra. Na época do Concílio II enviou os manuscritos do livro proibido para Roma. O Papa João XXIII enviou um emissário, um arquiteto de Veneza para ir pessoalmente, ao Mosteiro estar com Meton e levar um presente. O desespero de Merton contra uma sociedade sedenta de violência não foi em vão. A morte de Thomas Merton não foi em vão. Com poucos que restam, tão poucos realmente cristãos, ele é ainda uma voz viva de esperança por um cristianismo fiel às palavras e atitudes de Jesus de Nazaré - "Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei".

postagem martha pires ferreira - verão de 2008
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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Labiringlauber

Este desenho foi o Pai da série com selos - mpf /bico de pena, aquarela e selo, 1998

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Brasil / Samba / Carnaval 2008

Festa da vida, da juventude em peso nas ruas dançando, cantando e sorrindo, e que nos encanta pelos sinais de continuidade. Alegria das crianças e dos mais velhos. Resgate cultural das marchinhas tradicionais passadas de voz em voz ao som dos tamborins, pandeiros; percussão atravessando as ruas e avenidas. O colorido dos blocos, as escolas de samba nas passarelas, as rodas de samba, os acenos das janelas. As criatividades nas fantasias originais em pura improvisação convidam aos sorrisos largos e abraços afetuosos. Brinde de cervejas e papos furados em solidários gestos de fraternidade. Alegria nos encontros, abraços e beijos com o sabor da música popular brasileira. Festa sem exclusões congregando pobres e ricos, gordos e magros, feios e belos em doce humanidade deste Brasil mestiço, sempre de braços abertos para outros povos, outras nações, que se misturam em espanto, em pura magia. Estandartes, flores, máscaras, adereços, vestes coloridas em criativas invenções, em mis detalhes.
Eternas lembranças! .. Blocos imensos sem nome que arrastavam multidões pelas Avenidas. Bafo da Onça, blocos dos Dois Irmãos/Morro dos Prazeres e Escorrega no Trilho. As Grandes Sociedades. Carnaval é vida; Cordão da Bola Preta... Escolas de Samba... Mangueira, Império Serrano, Salgueiro, Portela, Imperatriz, Grande Rio, Mocidade, Viradouro, Unidos da Tijuca, Porto da Pedra, Vila Isabel, Estácio de Sá, Beija-Flor. A insubstituível Banda de Ipanema.
Houve um hiato, mas agora é renascimento, as ruas ganham imensurável calor humano - Ave Fênix! Blocos surgindo, tantos, tantos, de todos os recantos desta cidade do Rio de Janeiro; Blocos das Carmelitas, Céu na Terra, Badalo de Santa Teresa, Sovaco do Cristo, Concentra Mas Não Sai, Maracatu, Cordão do Boitatá, Songoro Cosongo... tantos, tantos... ainda aos meus ouvidos a despedida de mais um maravilhoso carnaval carioca /e ressonâncias vêm de todo o país, deste meu querido Brasil, de norte a sul, 2008.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Flores do bem - Dionys Aeropagitae


"A causa de todas as coisas não é nem alma, nem espírito; ela não tem nem imaginação, nem opinião, ou razão, ou inteligência; ela não é razão ou inteligência; ela não é palavra ou pensamento; ela não é número, nem ordem, nem zero, nem infinito, nem igualdade, nem desigualdade, nem similitude, nem dissimilitude. Ela não está nem surgindo, nem em movimento, nem em repouso... ela não é nem essência, nem eternidade, nem tempo."
Dionys Aeropagitae

Arte Yoga
/ Ajit Mookerjee / Ed. Les Presses de la Connaisance, Paris, 1975.