sábado, 25 de abril de 2020

Saturno _ Opus Alquímico e canto mítico libertador


A Antiguidade nos legou vasto conhecimento do Firmamento pelo olhar dos sábios Astrólogos e, seguido pelos Poetas gregos narrando, marcando, as vivências e intensos desafios da humanidade junto com a Mãe Terra, nossa casa comum, com narrativas, reino da Mitologia. Poetizado pelos gregos, e preservados pelos romanos, os mitos se estenderam no tempo, e, simbolicamente, se enriqueceram com a sabedoria dos Alquimistas. 

Revendo os Mitos clássicos em conexões com o Opus Alquímico na tentativa de entender os ciclos do Mundo, da vida humana. Observo que estamos no Tempo de Calcinação, Nigredo, depuração planetária – interna.
Volto-me em particular ao planeta Saturno por reter, simbolicamente, todos os bens do mundo em seu poder. Retém o mais virulento dos Venenos e o Ouro Filosófico - Mantem oculto, todos os valores e riquezas do mundo aprisionado em seu poder; domínio implacável. Devorou os filhos para não dividir sua soberania; sua primazia sobre o tempo e o mundo.
É preciso libertar os tesouros retidos na matéria. Fases do processo alquímico, libertador, se fazem pelo incansável trabalho interior pela fermentação; da putrefação à realização transformadora.
Chegamos a um ponto limite na civilização contemporânea. Constatamos o confronto de opostos; fortes atritos entre forças antagônicas; processo de decadência onde tudo apodrece. Tensões e potências contrárias se dissolvem na escuridão, no nigredo alquímico. Não há ganho de uma das partes, e sim decomposição das partes para nova etapa mercurial, união – novos princípios e configurações de valores; seja no âmbito pessoal ou institucional _ coletivo.  
Manipula-se a matéria para ganhos interiores; realização concretas de felicidade. O ganho material visa a satisfação pessoal, interna. Todo sonho é alcançar a tranquilidade da matéria e se embebecer, encharcar-se, de prazeres do espírito.
A etapa de negrume acaba quando tudo em torno sinaliza pontos favoráveis de saída, um mínimo de segurança luminosa como a luz do alvorecer. Os ciclos da Vida se fazem. Energias de cima para baixo, de baixo para cima; do macrocosmo ao microcosmo, do micro organismo para o macro organismo.
Um inimigo silencioso tomou conta do Planeta Terra em dimensões impensáveis, Covid-19. Toda a Humanidade se tornou vulnerável, de norte a sul, de leste a oeste. Um tremendo confronto aos poderosos deste mundo e aos mais simples. Chegamos à idade do insuportável. E paramos, de repente, no nosso exílio familiar, nossa casa, nosso Lar.

Iconografia -Saturno no vaso aprisionado em si mesmo - ouro e foice - o espiritual e o temporal/matéria _ retendo as riquezas do Mundo inteiro. Isaac Hollandus, 1667.
Quem representa o poder dominante que asfixia, inflexível? Saturno.
Um planeta sozinho não expressa uma verdade, mas as conexões planetárias que se fazem entre eles, nos ciclos anuais, em torno do Sol.
É Saturno que precisa ser confrontado, neste momento histórico com tudo o que ele significa para o bem da humanidade, para as estruturas sociais. As projeções celestes nada mais são que representações das ocorrências terrestres. Verdadeira guerra dos deuses, ciclopes e titãs.
O Covid-19 _ uma guerra micromolecular que enfrentamos. Surgiu para despotencializar o estratificado domínio dos poderosos e renovar a Face da Terra?! Nada sabemos. O certo é que não seremos mais os mesmos.
Não me prendo a jargões astrológicos para que o público mais leigo possa assimilar minhas reflexões.
Saturno percorreu o seu signo de regência, Capricórnio (elemento terra, signo de poder, status, domínio, elevação social), até dia 22 de janeiro deste ano de 2020. Encontra-se, agora, em Aquário a 1º e ali permanecerá até início de julho quando retornará ao seu signo domiciliar por marcha retrógrada até 25º de Capricórnio, em seguida retomará impulso direto. Em dezembro será confrontado, ferozmente, por Júpiter que, com suas poderosas armas de fogo, o pressionará ceder seu domínio. Uma batalha tremenda de poderes, simbolicamente, se dará entre estes dois astros. Tensões impensáveis, no mundo inteiro, quando estes dois planetas se defrontarem dia 21 de dezembro (meio-dia, fuso horário Brasil, a 0º28') e meses seguintes, em Aquário; signo libertador, imprevisível, progressista, consciente do bem comum, voltado para as questões do coletivo, das comunidades sociais em geral. Júpiter cobrará, exigirá, de Saturno, frontalmente, a ordem e os princípios éticos da justiça, dos direitos e dos deveres. Pressionado este terá que dar lugar a aquele. Saturno perde seu Status de senhor do tempo, do mundo. Júpiter/Zeus passa a reinar sobre o Olimpo distribuindo obrigações e poderes com nobreza ética aos seus irmãos e demais combatentes.
E é o que se espera. A ordem e a justiça se fazendo em seus direitos.  

   Saturno, como o senhor do tempo implacável
Saturno, vencido, se retira para o viver solitário. Adquire a sabedoria. Passa a ser o senhor do conhecimento prático pela vida vivida.
Estamos no ponto preciso da travessia de uma Era para outra Era, desafios no Tempo _ Era de Peixes para a Era de Aquário. Com a Mãe Natureza e confiança interior nos libertaremos. Estamos trabalhando juntos, como eixo, para níveis mais depurados de evolução _ Nova Civilização Planetária.

---  texto e postagem Martha Pires Ferreira
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