quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Finalidade do ser humano


        Há várias maneiras de se dizer a mesma coisa.
        Não me basta ser feliz comigo mesma na solidão, que não é sozinhez, isolamento, por ser rica em presenças profundas que me habitam, é preciso acompanhar o mundo com todas as suas complexidades, suas espécies múltiplas no seio da criação. Impossível me colocar à parte, à distância vendo os humanos meros servidores em suas travessias tão difíceis, injustiçados, sofridos e explorados em seus encargos cotidianos, e, a Mãe Natureza ser degradada.
     Se nada posso criativamente realizar para com meu entorno, muito posso afetuosamente desejar por saídas possíveis para que a humanidade venha a se tornar mais consciente e fraterna.
        Amar as Artes, Amar a natureza, Amar a Vida.
Apolo, símbolo da consciência - Albert Dürer, séc. XVI

      Ficar em minha zona de conforto e tranquilidade interior, saboreando tudo que amo e aprecio, não exclui a consciência do outro, com suas riquezas, e, que vive em mim em presença sensível, e, que faz parte de mim. A vida é Mistério insondável! Em silêncio sou solidária e afetuosa sem códigos de valores, em especial para com os mais pobres de bens e oportunidades essenciais por uma vida digna. Em muito meu coração se volta aos perturbados mentais e emocionais que em silêncio padecem sem se colocar como vítimas do destino; loucos-sábios que me cercam, tarefa difícil, mas possível com dose de ternura. Sou solidária para com o desconhecido que sofre, não fico indiferente. Os descuidos, a frieza e a infâmia dos "donos dos poderes", loucos-hienas, para com os desprovidos de oportunidades, os mais pobres injustiçados, degradados e marginalizados socialmente, sempre agridem meu espírito. Minha alma sensível se fez irmandade aos despossuídos, seja lá do que for.
          Tenho sede! Bebo na fontes das Artes!
                                                       Deusa grega!
Cabeça de Atena - deusa da sabedoria

        Paradoxo caminhar na imanência, neste espaço do relativo árido, Planeta Terra, nossa Casa Comum, em seu lento processo de humanização, e, beber da água da Fonte da Vida que jorra do incognoscível, região desconhecida que a inteligência não alcança, apenas apreende. O real é que pisando no mundo maia sabemos ser pertencentes ao Cosmo em sua infinitude para a imortalidade.
    A finalidade do ser humano, aqui e agora, é Ser Humano, não é ser rico endinheirado, poderoso em cargos de poder, famoso, culto e/ou viajado, ter boa aparência, pisar em tapetes persas, ser bonito ou mesmo saudável, sua função essencial é, sobretudo SER HUMANO, e, viver com FELICIDADE, sendo fraterno e solidário com boa dose de amorosidade no coração. A FELICIDADE HUMANA é isto, Sermos Humanos, é o que desejamos, não é pouco, mas é isso que todos almejamos.
postagem - martha pires ferreira.
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