Iluminura - Hildegard von Bingen, séc, XII
Sempre me vi interessada pelas questões políticas, jurídicas, governamentais
e sobre tudo o caminhar da humanidade em seu percurso histórico em várias áreas
do saber, incluindo as artes. Uma das minhas atrações à leitura da Astrologia, remonta
aos primórdios das civilizações, e, que me atraiu pela simples intenção de
desvendar os ciclos que impulsionam a espécie humana em sua evolução, seu árduo
processo criador.
Não me atrai a Astrologia pautada nas vaidades, ambições
desmedidas, ânsias banais de glórias e sucessos, e sim a que é pontual como um
método prático de autoconhecimento e possibilidades realizadoras. Criatividade
no cerne de cada ser. Ah, longe da Astrologia
sentimental, a que visa buscar o “Amor da minha vida”, quando encontrará ou
voltará “aquele que me completa” ou “dicas para se ter fortuna”. Ah, por favor,
sou uma aquariana que dirá friamente: seja arrojada e procure por si mesma, com
ética e dignidade realizar as questões do afeto; quem procura, acha. E, trabalhe
com seus talentos e realize seu sonho material.
É estreiteza e banalização justificar nas posições celestes as
perversidades e crueldades dos atos pessoais, ou aquelas manifestas pelas
organizações institucionais, sejam elas estatais ou privadas. “Os astros
inclinam, não determinam”. Os astros não são determinantes dos fatos, apenas
sinalizam. Os atos e decisões pessoais não podem ser justificados pelas
posições dos astros, apenas explicadas por analogia simbólica. A liberdade
humana atua e infere por “livre arbítrio” diante de fatos de qualquer natureza
e questões a serem vividas. Cada ser humano tem a responsabilidade e o poder de
decidir conforme a sua consciência diante de fatos a enfrentar com suas complexidades,
as mais paradoxais possíveis. Somos ferramentas no processo da criação, na
evolução do mundo, nossa Casa Comum.
Não gosto de usar jargão astrológico ao abordar minha cosmovisão de
mundo; weltanschauung. A posição dos astros são apenas ferramentas.
Vivemos um tempo de travessia fortemente marcado por ciclos
planetários, semelhanças astrológicas, que nos remetem à Antiguidade, à Renascença
e à Revolução Francesa.
Demos um passo ou mais. Há dois mil anos escravos romanos fugiam da
opressão, enquanto em Belém, na Palestina, nascia um judeu revolucionário que
desobedeceu a Lei Mosaica e distanciou-se dos controles do Império apontando
outros horizontes para a humanidade. Na Renascença, cristãos no Ocidente, se
rebelaram com veemência diante de dogmas e normas que oprimiam a liberdade
espiritual. Avanços extraordinários nas artes e nas ciências. Medidas
fundamentais se deram no séc. XVIII por conquistas sociais frende ao mundo feudal
opressor, marcadas com a Revolução Francesas. Os ciclos se fazem, não somos
marionetes dos astros. Os astros apenas sinalizam. O ser humano é ferramenta
criadora no Universo.
Tempos de trevas na atualidade! Vivemos luzes e trevas no mundo
moderno. Não tem mais espaço na vida contemporânea, do terceiro milênio,
diretrizes pré-fabricadas por poderes vazios de valores. Estamos no século XXI
e a humanidade se confronta com semelhanças astrológicas de há 4.000 anos
quando apareceu a escrita nos tabletes de terracota. Agora, a revolução
industrial e tecnológica de ponta com as mil possibilidades, na internet,
celulares e suas plurais parafernálias em nossos dedos. Mãos que tudo engendram
criativamente.
O que não se pode deixar de lado é a Mãe Natureza, que nos exige
cuidados especiais por nos fornecer o alimento do corpo, a sustentação da Vida;
fogo que nos aquece, pão de cada dia, ar que respiramos e água pura da fonte. Somos
matéria no mistério da criação; zelar pelo Planeta Terra onde vivemos!
A Vida é Bela em seu processo evolutivo. O ser humano atua por
impulsão e avança para níveis mais depurados. Atravessar períodos de trevas e
escuridão assusta, mas somos impelidos às realizações do ir adiante; novos horizontes
mais amplos, existenciais. O ser humano se confronta e se combate acirradamente;
verbo a verbo. O ser humano por razão de sua essência, natureza primordial, o
que mais deseja é ser feliz e amar, é ter prazer no que faz. Sede de evoluir
para o ponto Ômega da criação, o ponto mais alto, vindo a ser o mais
aperfeiçoado possível.
Estamos Todos juntos para atravessar o ano de 2019 com altivez, coragem
e generosidade. Resistência ao que nos impede a felicidade, ao que é injusto e excludente
ao bem comum. Juntos daremos impulso para realizações plenas e humanas em todos
os níveis de consciência.
A Vida é Bela!
Cabeça de Palas-Atena
Deusa da Sabedoria, das Artes, da Estratégia e da Justiça
postagem - martha pires ferreira
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