segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Cecília Meireles! Provada beleza!



Cecília Meireles! - 1901-1964. Tão querida minha! Fiquei extasiada ao ouvir sua palestra na ABI. Tudo nela transpirava beleza profunda e humana. Quando eu era bem jovem, tinha poesias inteiras, desta poeta maior, na porta do meu armário. Detesto certos critérios dos direitos autorais que encobrem talentos que deveriam estar nas Ruas, nas Praças, nas Mídias com plena liberdade. Horrível ter que se ocupar com doações autorais, por vezes, sem medidas. E nem sei a questão aqui, mas louvo Cecília, sim!

“Alta é a alucinação da provada Beleza
Pura e ardente esta angústia
E perfeita a agonia
Eu que a contemplo, vejo um fim que não tem fim”.
(foto/cópia - Manchete, 1964)

Motivo
“Canto porque o instante existe
A minha vida está completa
Não sou alegre nem sou triste
Sou poeta”.

Irmão das coisas fugidias
Não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
No vento.

Se desmorono ou se edifico,
Se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei de fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.

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