Cecília Meireles! - 1901-1964. Tão
querida minha! Fiquei extasiada ao ouvir sua palestra na ABI. Tudo nela transpirava
beleza profunda e humana. Quando eu era bem jovem, tinha poesias inteiras, desta
poeta maior, na porta do meu armário. Detesto
certos critérios dos direitos autorais que encobrem talentos que deveriam estar
nas Ruas, nas Praças, nas Mídias com plena liberdade. Horrível ter que se ocupar
com doações autorais, por vezes, sem medidas. E nem sei a questão aqui, mas
louvo Cecília, sim!
“Alta é a alucinação
da provada Beleza
Pura e ardente esta
angústia
E perfeita a agonia
(foto/cópia - Manchete, 1964)
Motivo
“Canto porque o instante
existe
A minha vida está
completa
Não sou alegre nem sou
triste
Sou poeta”.
Irmão das coisas
fugidias
Não sinto gozo nem
tormento.
Atravesso noites e
dias
No vento.
Se desmorono ou se
edifico,
Se permaneço ou me
desfaço,
- não sei, não sei.
Não sei de fico
ou passo.
Sei que canto. E a
canção é tudo.
Tem sangue eterno a
asa ritmada.
E um dia sei que
estarei mudo:
- mais nada.
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