terça-feira, 11 de maio de 2010

Flores de sabedoria - poeta místico - João da Cruz

"... porque quem quiser achar uma coisa escondida, há de entrar muito escondidamente e até ao esconderijo onde ela está; e quando a acha fica, também, escondido como ela".
João da Cruz (1542 - 1591) se referindo a Matheus XIII; 44.
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Aproveito para transcrever sua poesia /abertura das obras completas /
Subida do Monte Carmelo.

Para vir a gostar de tudo
Não queiras ter gosto em nada.
Para vir a saber tudo,
Não queiras saber algo em nada.
Para vir a possuir tudo.
Não queiras possuir algo em nada.
-
Para vir ao que nào gostas,
Hás de ir por onde nã gostas,
Para vir ao que não sabes,
Hás de ir por onde não sabes.
Para vir a possuir o que não possuis,
Hás de ir por onde nào possuis.
Para vir ao que nào és,
Hás de ir por onde não és.
-
Quando reparas em algo,
Deixas de arrojar-te ao todo.
Para vir de todo ao todo,
Hás de deixar-te de todo em tudo.
E quando o venhas de todo a ter,
Hás de tê-lo sem nada querer.
-
Nesta desnudez acha o espírito o seu descanso
Porque não combiçando nada,
Nada o fadiga para cima e nada o oprime
para baixo porque está no centro
da sua humildade.
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-- postagem martha pires ferreira

2 comentários:

Reynaldo disse...

A Joãozinho deve ter bebido os textos do Lao Tse.
Reynaldo

Anônimo disse...

Certamente >>> e como diz o sábio Jung >>> sincronicidade. Em tempos outros >>> percebiam a vida no memo tonus.
Até mais, sempre,
martha