segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Natividade _ Tempo e poesia

Giotto séc, XIV
 
Poema ao Cristo
 
Tu vieste um dia qualquer
para elevar, resgatar
a fraqueza humana
ampliar a consciência,
tira-me a incerteza
livrar-nos de ressentimento.
 
Ó, Cristo! Vieste manso
ensinar com amor e ternura
a Beleza transcendente,
delicadeza do encontro
liberdade de escolher,
o saber tecer gratuidade!
 
Tu vieste despojado habitar
este mundo, mostrar a liberdade
arrancar-nos deste charco
que nos aprisiona a cada instante
_ somos do mundo e prisioneiros
de leis, normas e regras toscas.
 
Mostrastes aos seres humanos
duas potentes espadas:
a da inteligência e a da vontade _
uma para separar, discernir, outra
para transcender obstáculos.
 
Altivo enfrentou o inconformismo,
adversário do comodismo
não escolheu facilidades vãs
nem temeu a dor extrema.
Alienado, jamais, te encontrei.
 
Humano e divino, silencioso
humildemente se fez igual;
tomou o vinho, dividiu o pão ázimo
doando-se inteiro na provada alegria
integrou o efêmero em comunhão eterna!     __Maio / 1967
Fra Angelico séc XV _ Anunciação à Maria!
Filippo Lipi XV
Veronese séc. XVI
Tiziano séc, XVI
Rafael séc. XVI
             ____ poesia martha pires ferreira
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