Ouro dos alquimistas
Os grandes ciclos astrológicos demarcam significativos períodos de mudanças, transformações, novos rumos, diretrizes, paradigmas. Revendo matéria de 2010 e posterior, observo que pouco avançamos em qualidade planetária _ ao bem comum. As dificuldades essenciais muito pouco avançaram em melhorias, benefícios sociais mais amplos. Miséria humana e ambiental é fato; degradante. Tudo devagar, mas avançando, sempre graça a grupos conscientes em resistência e protestos veementes. // Não preciso de novas falas, posso insistir no já dito. Meditação e Silêncio para suportar nossa travessia planetária, com serenidade na alma, no coração sensível.
Não me detenho em jargão
astrológico; Plutão em Aquário/Ar, Netuno em Peixes/Água e Uranos em Touro/Terra, atualidade. Basta dizer que estão conversando entre eles _ sextil e trígono _ e por um bom tempo.
Reafirmo; insisto neste exercício interior da Meditação, Contemplação,
Interioridade. Eu já postei aqui em outubro de 2017, matéria de setembro de 2010.
xxxxxx
Continuo na linha da Meditação interior. Nesse caos mundial, em que tudo se relativizou na incerteza, os pensadores de gabinete se voltam para o iluminismo, se agarram na Dama Razão, nas funções do pensamento racional, lógico. “Cada um com seu cada qual”, eu me retiro em silêncio nas trilhas da intuição sensível, aguardando, atenta, o sopro das profundezas. A importância da Meditação, seja sentada ou caminhando.
Meditação __ Em tempos de tranquilidade, harmonia ou inquietação, conflitos à nossa volta, e mesmo diante de tanta incerteza/impermanência num mundo em transições profundas como tudo o que estamos vivendo no nosso planeta Terra, meditar, nos interiorizar em estado contemplativo, é chegar a um horizonte apaziguador. Meditar/ficar em silêncio é tesouro para a natureza humana.
Como meditar?
Procure
local de silêncio, de preferência no quarto, recanto da sala ou outro que possibilite
um tempo de recolhimento. Necessário dispor de 15’ a 20’ para internamente se aquietar
em estado de contemplação. Podendo iniciar com 10’ e depois passar para 15’.
Meditar pela manhã, e podendo, novamente, à tardinha.
Sentar-se com as costas eretas para melhor circulação sanguínea. Manter-se quieta/o, com os músculos soltos, relaxados, os olhos ligeiramente fechados ou fechados, como preferir. A mente alerta, atenta. Respiração suave, abdominal, constante no observar; inspirando e expirando. Quando já estamos experientes podemos meditar em qualquer lugar, mesmo caminhando, em plena atenção interna.
Recomenda-se,
é aconselhável para iniciantes, para que a interiorização se faça da melhor
maneira que se escolha uma palavra/frase curta; sagrada como oração e a
repetição desta palavra enquanto se inspira e expira, num ritmo natural. A
palavra deve ser repetida internamente em silêncio, desta forma afastará os
pensamentos que atrapalham e invadem a mente; ajudará na concentração e no afastamento
das múltiplas dispersões. A mente ficará mais serena na medida em que se
esvazia dos pensamentos. Manter sempre atenta à respiração pousada.
Palavras
recomendadas da tradição cristã: Vem, Senhor, Veni Domini (São
João, Apocalipse 22;20), Lumen Christi, Agnus Dei (Cordeiro de
Deus). O som oriental Om é bem acolhido. Cada pessoa
poderá encontrar uma palavra que sinta, afetivamente, mais à vontade.
Caso distrações aconteçam com pensamentos ou
inquietações voltar à melhor postura física, à respiração tranquila e à palavra
escolhida. Na tradição Zen basta a respiração sem palavras; silêncio interno em
plena atenção. O mesmo na cultura Vedanta; inspirar e expirar, por vezes, um mantra.
Meditando
cada dia com regularidade percebe-se um fortalecer na saúde, harmonia nas
emoções, enriquecimento das funções intelectuais, mentais, mais doçura no
coração sensível. Nada de esperar resultados, tudo ocorrerá naturalmente com o
tempo em razão da prática continuada. Importante é o estado contemplativo, a
quietude interior.
Com
o tempo, sem qualquer palavra, tudo apreendemos; inspirando e expirando, suavemente.
A meditação contemplativa nos surpreende quando nada esperamos, ilumina nossa alma, o coração, nos conduzindo a níveis de vida mais depurados.
O silêncio interior é o ouro dos alquimistas.
Thomas Merton - Direção espiritual e meditação, Ed. Vozes, Petrópolis, 1962
“A
meditação é para os que não se satisfazem com um conhecimento meramente
objetivo e conceitual em relação à
vida, em relação a Deus – em relação
a realidades de primeira importância. Querem entrar em contato íntimo com a
própria verdade, com Deus. Querem experimentar as mais profundas realidades da
vida, vindoura”.
“Não nos esqueçamos, jamais, de que o fecundo
silêncio em que as palavras perdem seu poder de expansão, e os conceitos nos
escapam, é, talvez, a mais perfeita meditação” (...) “devemos regozijar-nos e
repousar na noite luminosa da fé. Esse é um degrau mais alto de oração”. “A
finalidade última da meditação deve ser uma comunhão mais íntima com Deus, não
só no futuro, mas também aqui e agora”. E
termina este livro dizendo: “Santa Teresa de Ávila acreditava ser impossível a
alguém que se mantivesse fiel à prática da meditação vir a perder a sua alma”.
Martha Pires Ferreira, dezembro de 2024
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Nenhum comentário:
Postar um comentário