Se a minha arena - espaço
de luta - não é diretamente dentro do campo da política, não sendo apenas
espectadora, e, se me vejo atingida com as perversidades políticas-governamentais,
posso sim, defender-me, não ser conivente, e, depurar-me dia a dia, sem as
gamas do ódio; sem rancores inúteis, mas sim com fazeres que elevem, que
dignifiquem, direta ou indiretamente, o que diz respeito à vida humana, pública.
Demonstrar apoio aos que estão à margem dos direitos sociais, que são
marginalizados como seres humanos; pessoas colocadas de lado, como párias.
Estar conivente, sim, com os que sofrem injustiça por exclusões. Ser sempre
conivente com o bem comum, valores que dignificam a vida. Não se omitir no
conforto, no silêncio dos covardes, nem se aproximar dos que se alimentam de
ódio e rancores, e, nem se deprimir diante dos horrores constatados. Ser altiva
e se colocar, sem receios, sem medos. Manter saudável a vida interna. Não é questão
de se ir para as praças ou às mídias lutar, mas, sim, de jamais ser indiferente,
alienar-se; ter, sim, consciência de que toda a humanidade deve ter lugar seguro,
direitos sociais garantidos e agradáveis à luz do Sol, dos bens da natureza; ah,
quanta riqueza!
Podemos demonstrar
amor intenso à vida, sermos solidários, termos compaixão e misericórdia para
com os que sofrem, mostrando como é bom ser bom, nos atos cotidianos, dia a
dia, com simplicidade nos gestos. Partilharmos, um pouco de nós mesmos, ao lado
da Mãe Natureza que tudo provê, acolhe e oferece.
Nossa arena, espaço
de luta, deve ser vivida em coerência com nossa inteligência, afeto, postura
cotidiana, num esforço de elevar os níveis civilizacionais com firmeza e levezas
no coração.
Para se viver, ao
longo da existência, precisamos mesmo é do calor do fogo que nos aquece o
necessário, a abundância da terra que nos alimenta, a pureza do ar que
respiramos e a frescura úmida da água que bebemos; o mais é só amorizações, afetos
e alegrias que emergem do interior, que se expressam pelo sorriso e gentileza. O ontem já se foi, o amanhã uma incógnita na
esperança plena de novas realizações e o hoje é presença viva, absoluta.
A Vida é um constante
confrontos com os opostos; desafios cotidianos.
Martha Pires Ferreira, tarde de maio de 2020.
União dos opostos –
Splendor Solis seéc. XVI - Salomon Trismosin
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