Depois de minha
caminhada, hoje, ao Sol, ousei trabalhar na Flor exótica-noturna, 2017, com o risco de sair
tudo errado. Precisava dar mais vida e luz à flor. Criei nova flor avermelhada no ramo.
Os brotinhos da flor,
simbolicamente, representam a esperança na nova geração surgindo com as
crianças e os jovens! A criação florindo no século XXI.
O ápice da planta é a folhagem,
a flor ou o fruto. Retomei minha sina de
desenhar flores por estímulo de preciosos amigos e amigas.
Desta vez, profundamente,
reflexiva nessa travessia dura e perigosa em que todos nós terráqueos estamos
vivendo. Não estamos na Barca de Noé, mas na Terra Mãe Natureza, chão real,
impermanente. Tudo passa impreterivelmente
sobre nossos olhos e sentidos.
Desenhar é uma
compensação diante dos absurdos do mundo externo, tão mal resolvidos na sociedade, no bem comum. É esperança e serenidade interna.
Todo ser humano é
potencialmente artistas, em maior ou menor grau; basta tentar, arriscar-se ao
exercício criador sem medo, sem ideias pré-concebidas. Deixar a imaginação
agir, o inconsciente se expressar livremente.
Como um bom estilista, o
tempo se encarrega da qualidade, da mestria e da expressão própria.
Ninguém começa sabendo,
é o fazer contínuo que se revela. Basta começar. Bom papel é bom. Lápis 4b, 5b,
canetinha nanquim, 0.4 para se deixar expressar em imagem; concreta ou abstrata.
Não importa se houve frustração, o belo é ter arriscado. Sempre pensei assim.
Sou auto didata. O ato
de desenhar requer persistência e concentração. Certa paixão.
Não uso o lápis, ouso o
imagístico direto. Só a prática nos permite ousar o traço, ponto, linhas
diretamente sobre a superfície.
Aquarela é mais difícil,
mas pode-se tentar. Sou desenhista, não aquarelista. A aquarela é apenas a fala
sutil da cor, sem pretensões. O que me importa é “tornar visível o invisível,
usando o mínimo de meios” como dizia o inigualável Paul Klee.
--postagem martha pires ferreira.
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