Em 1991 em olhando o horizonte do céu estrelado, estudei muito e nasci com o dom de ler o que está escrito nas estrelas, passei mais atentamente às reflexões profundas, com isso fui levada a perceber os passos galopantes da decadência do triunfalismo exacerbado dos poderes econômico, financeiro e político. A sutil guerra entre os donos do dinheiro, a dependência humilhante das igrejas tradicionais a estes poderes e a arrogante pretensão acadêmica de pensar em açambarcar tudo culturalmente me deixavam cada dia mais perplexa e sem nada poder fazer de essencial. Sem falar do descaso destes “senhores do mundo” pela Mãe Natureza. Em silêncio e cuidadosa segui minha via, ampliei minhas palestras, minhas falas mais contundentes em circuitos fechados, temerosa de represálias. De cabeça erguida, nada podendo fazer, me posicionei radicalmente não conivente em praticamente nada com este sistema espúrio de injustiça social e humana. Quando tive oportunidade de ter os melhores recursos econômicos ao meu alcance, com alegria me voltei para o despojamento e a simplicidade de viver. Por quê? Porque apreendendo a decadência da civilização reinante me permiti estar preparada para o não ter, e viver mais essencialmente para o ser, sendo.
Vendi as ações que possuía e me permiti mais, e sempre mais, ser dona absoluta da liberdade de viver a minha história pessoal sem qualquer tipo de amarras, e ganhei afetivamente ao me envolver mais intimamente com a vida coletiva de ouvido a ouvido, de coração a coração, de alegria a alegria - hoje, aqui e agora.
Em 1992 participei ativamente no ECO 92, com performance e palestra, ocasião em que a Universidade Livre, em que eu fazia parte, era atuante e vigorosa. Continuei minha caminhada e sempre assistindo, ao largo, os desatinos da sociedade capitalista desenfreada e desvairada. Nem por isso deixei de fazer coisas maravilhosas que me encantam: desenhar, ir às exposições de Arte, atender clientes de astrologia, dar aulas e palestras - ler C. G. Jung, Thomas Merton, Nise da Silveira, Hannah Arendt, Hildegard von Bingen, Teilhard Chardin, Teresa de Ávila, poesia, mitologia, contos de fada, ouvir música, etc. E conviver amorosamente com doentes psíquicos, feridos em suas emoções, faz parte da minha razão de vida. Ter amigos/as tão amados e fazer parte da Confraria da Uva é o que existe de mais singelo e fraterno - é alteridade.
É Natal, então o mais lindo é desejar um Feliz Natal!
E como a VIDA é plenitude o mais sábio é dizer: tenhamos bom senso e solidariedade em 2009...... depois da escuridão vem a LUZ.
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Escrever algo sobre 2009 é arriscar. Sendo mais verbal terei que me organizar.
postagem martha pires ferreira
postagem martha pires ferreira
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