domingo, 29 de setembro de 2024

Poesia _ Libra, beleza impera no ar

    O Sol percorrendo signo de Libra _ de 22/9 à 22/10.

    Nova postagem da poesia signo de Libra _ Características gerais deste singo ver aqui no Blog em pesquisa (à esquerda no alto _ basta escrever Libra)

Selo árabe. 

Libra, beleza impera no ar
                            martha pires ferreira    
                
Tecida em fio de seda refinada,
sedutora Vênus, arquétipo do prazer,
domina o jogo amável do viver zodiacal.
Em tudo impõe harmonia _ beleza!
 
Senhora astuciosa rege a constelação
de Libra, sétimo signo _ arma envolvente,
sedução, chave conciliadora de opostos.
 
Laços de afeto retém às mãos balança
mediadora _ apazígua reciprocidade,
associações desordenadas _ viáveis.
 
Indecisão; frágil liame se deixa ceder
_ tudo requer escolha, harmoniosa.
Cede _ retém o ar da escolha, cede
longe da violência, vence dragões
em fria postura quase imperceptível.
 
Reserva, emoções, ciúme, interioridade.
Silêncio se faz contido, secreto da alma
_ pesar se guarda escondido na algibeira.
Entranha ferida, sem deixar vestígio,
dor saturnina, sem lágrima, granizo.
 
Sensualidade, perfume de amante
à flor da pele, domínio do Eros, é vida!
Tudo almeja; estética, conforto, sabores
amabilidade, música no coração da alma
_ tocar a beleza dos sentidos, impera.

Vênus e \Marte surpreendidos por Vulcano (sem referência autoria e data)
       
     ___  Martha Pires Ferreira
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sábado, 28 de setembro de 2024

Poesia Herbert Timm _ desconhecido, incognito

 
Pedra da Gávea, Herbert, 1960

Pão de Açúcar, Herbert e Regina, 1958

        Não sou saudosista _ o que em nada me impede rever por onde andei, vivi. Poesia de um amor intenso, belo e sofrido. Poeta solitário, incógnito. Arquivo tem seu significado histórico. Viver hoje não exclui o ontem. Saber viver o Agora é sabedoria, atenção adquirida. Herbert Timm 1937-2016.

           Martha Pires Ferreira, setembro de 2024.  

Poesias _ algumas sem título.
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Porque fugir. Porque amar
porque esmolar o tudo
se um dia o tudo se funde ao nada
e tornamo-nos ao todo um corpo
e uma dúvida?
 
Se tu me amas
se te quero
se nos queremos, que importa,
se acima do amor
do querer
do fazer
subsiste a incógnita
do ser ou não ser... 
                                               Herbert 11/10/1962

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É madrugada ainda, mas tenho que partir,
deixar teu leito e esquecer-te os lábios.
É madrugada ainda,
ainda misteriosamente noite estrelada
mas parto.
Não quero mais tuas mãos, tenho medo
de ficar ancorado e morto como um barco
                                                   que não navega.
Esquece-me, odeia-me, fazes o que quiseres
mas não,
não me esperes mais na esquina
nem sereies nos oceanos de minhas saudades.
 
Sou vagabundo, sou chochard
sou vaga-lume
sou pobre, triste, fraco e não brilho mais
se me acolhem nas mãos.
 
Deixa a música no nosso amor
abandona a harpa encantada da paixão
e deixa-te tocar por outros...
sem pensar, sem querer
basta deixar tocar.
                              Herbert Timm, 11/10/1962
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Pra Martha
 
Algum dia
prometo a você
fazer  um poema
longuíssimo
perfeito
sem estrelas, flores
madrugadas e ouro e amor.
 
Algum dia,
juro
prometo retribuir nas suas mãos
feito um beijo invisível
tudo aquilo impossível
e mais dois deuses ajoelhados.
 
Algum dia
conseguirei compor o nada
n’areia da praia o seu perfil;
o corpo, alma
o pecado e o seu sinal.
 
Algum dia
tomar-lhe-ei pelas mãos
e pagarei num absoluto êxtase
os beijos e perdões que me deste!
 
Algum dia, não sei quando
através dum verso meu
terá vislumbres e sonhos de glória;
                                   algum dia!
                                                      Herbert Timm, 1964
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Recado à Martha
 
Me pedes palavras,
Fábulas,
Poesias:
A música impossível
Enclausurada
Na pérola vertiginosa
Que baila entre as mãos de Deus e...
   ... o breu de todas as cavernas.
 
Queres uma estrela.
 
Fazes pedidos perdidos,
Guilhotinados
Entre ponteiros:
Desejas a meia-noite
Da noite de Natal...
 
Ingênua.
 
... Não entendes,
Menina, criança, menina,
Que o gorjeio dos homens
Partiu
Definitivamente para o maior
De todos os desertos?
 
(Aquele onde,
Ao Saara se voltam olhares desesperados
Buscando
Em cada grão d’areia
A possibilidade dum copo d’água?)
Não! Nada posso contar. Falar. Cantar.
 
Da minha alma oriental e malvada,
Toda feita de coisas remotas,
Bordadas do mal,
Brotam somente melodias
De encantar serpentes:
 
                              Ao toque, pelas feridas
                              Dos meus dedos dilacerados,
                              Uma flauta soterrada geme
                              Cantigas do ninguém...
        
Herbert Timm, agosto de 1964
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Intimidade

Ligamos a vitrola. Na janela, cortinas de seda branca se agitam como véus de noiva na praia. Abres uma revista. Em torno de teus olhos, duas auréolas quase violetas me transportam suavemente a um longo pensamento de beleza: caminhamos nós dois juntos, de mãos dadas, por um vasto corredor de mármore e candelabros de cristal. Não mais sentimos o corpo. Nossos pés parecem flutuar e tudo é leve: além do sentimento de beleza e amor puro, nada mais existe. Teu rosto emana luz. Uma imensa porta de bronze trabalhado se abre magicamente no fim do corredor e, em um cais atapetado de veludo purpúreo, embarcamos numa galera. As nossas cortinas, presas ao mastro, se enfunam ao sopro de sereias felizes, vestidas de águas, cravejadas de pérolas. O mar. Olha as ondas e me perguntas se quando nos conhecemos, era eu menino ainda ou mesmo antes já nos amávamos. Respondo com um ramalhete de espumas e nos beijamos sorrindo...

A noite e o dia estão presentes. No horizonte, avistamos jardins onde toda a humanidade passeia despreocupadamente, todos vestidos de mantos brancos e perfumados. Gaivotas e nuvens se movimentam no céu, em rituais de pureza.

Agora, se aproxima um senhor de barbas longas e muito alvas; abre uma caixa, duas pombas voam soltas, para o alto, no espaço e soprando numa flauta, acompanha com alegria a visão dos dois voos liberados...

A música termina. Observo o movimento de teu corpo. A cor e a delicadeza dos teus cabelos. Estas tuas mãos... A tua presença imunda a sala. Vais à janela, voltas à vitrola, passas por mim, calada, sem imaginar que regiões maravilhosas contempto eu daqui desta poltrona...

                                Herbert Timm, janeiro 1965

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quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Desenho como expressão _ memória _ arquivo.

 Carreta/brinquedo _ bico de pena, aquarela, 1968
         O desenho sempre foi um instrumento de surpresa; tornar visível o que o inconsciente revela. Desenhar é ato de liberdade, refinamento gráfico. Desenhar a lápis, nanquim – bico de pena é meu prazer; ponto, linhas, traços sem direção ou intencionais.

Em arquivo travessuras gráficas _ nanquim:

Bico de pena - Sonho amazônico, 1964

Lua para Goeldi, 1965
Corpo, para Picasso, 
1965
Olhar das crianças, 1966


Entre flores, 1967

Formas no espaço, 1968

Formas no espaço, 1969 e 1971.   Martha Pires Ferreira




terça-feira, 17 de setembro de 2024

Poesia _ três goles no universo das ideias

 
Formas no espaço nanquim, e aquarela (detalhe) 

Desenho
         a Amador Perez
 
Dedos deslizam papel branco,
          qualquer superfície
_ silenciosa, as mãos obedecem.
 
Olhar que vê revela formas
_ estas se percebem vistas
          detalhes, precisa tensão.
 
Mãos engendram expressões
       a alma se eleva sem receio,
registra fotossíntese-grafia.
 
No ver, pura contemplação,
traço se percebe mirado, visto
_ desenho é criação ativa, viva.

          O desenho livre, inconsequente, ponto e linha, sempre foi um constante hábito meu, desde menina. // Amante do desenho que sou, fui ver, passo a passo, a Exposição _ Amador Perez 50 Anos Fotolivrografia _ precisão, riqueza iconográfica. Paço Imperial, Praça XV.
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    Desidade
            à Ignez Maria Mattos
 
Gosto do que não tem  idade
            _ tantas vertentes...
Felicidade não tem idade.
Ternura, alegria, prazer cotidiano
solidariedade, liberdade, calor
distância, dispensa idade.
 
Beleza, harmonia, som refinado
dispensa idade, ressoa presente
no invisível arco do atemporal
_ perpassa ao longe o horizonte!
 
Qual a idade do ar transpassando
Eras, dimensões circulares,
energia feita e desfeita no vazio?
 
Idade da coragem, firmeza, dor,
consciência, queda... atos heroicos?
Tempo sem idade corta espaço.
 
Sonho, quimera, devaneio, utopia!
Paixão é sem idade, se abranda
sem dimensão _ época, destino.
Gosto da desidade, foge à idade. 
 
Infinitude não tem idade, tem vida
_ mistério, transtorno, o achado
do nada _ encantamento abissal.

           Nos anos 1965, querida amiga Ignez, concluía comigo a Faculdade de Direito, UEG (atual, UERJ). Ficamos irmãs para sempre. Nossas cabeças pensantes permaneceram vivas, afins no horizonte _ visão de mundo.
           Dediquei esta poesia pela reflexão que lhe é própria; sabor das ideias.    
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 Um ponto
                a Marcelo Cattan
 
Desenhar sem consequência
transgredir formas, um ponto
_ fascínio esvazia resultado.
 
Ser livre de dogma, norma,
_ repousar ponto e linha
em superfície lisa ou não,
ousar retas, curvas... oblíquas.
 
Brincar de tudo ao traçar
sem destino, sem por quê
_ descobrir, revela o nada a
cada ponto em sequência viva.

         Num encontro do Grupo Buriti Literário, Marcelo Cattan, descrevendo sobre o “Sem por quê” de Mestre Eckhart (Sermões) e seguindo para outros pensadores sobre a mesma questão... me perdi sem mais nem menos. Nada tem sentido... ou tudo tem o seu “porquê”, sentido de tudo... ”A rosa não tem porquê”. 
              Um ponto, poesia _ dediquei a este pensador, sem porquê. 
                
 Martha Pires Ferreira _ escrever poesia é sorver bom vinho
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terça-feira, 10 de setembro de 2024

Astrologia _ signo de Virgem _ poesia

   
Desenho _ bico de pena e selo _ Virgem, 2011.

    Estamos com o Sol no signo de Virgem _ 22 de agosto a 22 de setembro de 2024.

    Ver em pesquisa a Poesia aqui publicada em setembro do ano passado. 

     Virgem, o viver cotidiano. Poesia!

       ___ Martha Pires Ferreira

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sexta-feira, 6 de setembro de 2024

ARTE em Santa Teresa _ Portas Abertas, 2024

      

       
 Estarei expondo na CASA AMARELA _ 7 e 8  // 14 e 15 _ ARTE de Portas Abertas, Santa Teresa -- com a artista Sandra Fioretti.

Rua Hermenegildo de Barros, 163, Santa Teresa (14h às 18h, presente)

        Diversificados trabalhos entre PINTURA e DESENHO.

Mostrarei 10 Cadernos - Resíduos do cotidiano (coleções de bilhetes, recibos, tíquetes, selos, etc. desde 1971).









      Ver é gratuito, prazer, cultura!


                               Floração, bico de pena e aquarela, 2022

Bico de pena e aquarela, 1970











Circunferência, 2010, lápis.

  ___ Martha Pires Ferreira

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terça-feira, 3 de setembro de 2024

Astrologia _ Plutão em Capricórnio.

            


           A Arte não impede de pensar a totalidade da Vida _ reflexões celestes 

Plutão, senhor das profundezas subterrâneas, ontem dia 2 de setembro de 2024, retornou ao signo de Capricórnio/Terra, 29º 59’ e ali ficará até 20 de novembro, deste ano, quando definitivamente percorrerá o signo de aquário até 20 de janeiro de 2044 (o que isto pode significar será matéria para outro momento).

O retorno de Plutão é fundamental para grandes e cruciais reflexões de valores internos e externos na conjuntura sociopolítica de massa, em particular, governos e nações. A última vez que Plutão esteve neste ponto zodiacal foi em janeiro de 1778 (leia em História Geral e tire conclusões interessantes). Estamos, neste ciclo, em novo impasse da maior importância civilizatória. Tomamos consciência que nada é como dantes. O mundo mudando em suas bases de valores ético e morais, em alta complexidade, em todas as áreas do saber, em todos os parâmetros culturais, pense o que desejar, digo todos, do Oriente ao Ocidente.

Os astros sinalizam; beleza mitológica _ Mercúrio, Hades/Plutão e Perséfone.

Nestes próximos anos que os Astros, nos apontam duas direções, horizontes: cairemos num abismo sem retorno, e, a Mãe Natureza está avisando ou escolheremos o salto quântico para níveis mais elevados.

Não somos marionetes dos Astros. Nós, terráqueos, quem iremos engendrar, arquitetar, agir para o bom senso, para saídas soberanas entre povos e nações.

Astrólogas/os não precisam usar jargão para falar dos Astros, em suas posições celestes. Não estamos numa aula de Astrologia, nem é necessário usar bula astrológica. O remédio diante das complexidades celestes é consciência humana, dignidade no agir visando o bem comum. Olhar o Firmamento e agir na Terra, conexão com a vida, o Todo; Firmamento/Céu e Matéria/Terra.

Martha Pires Ferreira