Flor azul, detalhe, nanquim e aquarela, 2021.
A
convite de Manuel Bandeira fui com ele tomar um chá no Petit Trianon. Nos
conhecemos atravessando a Rua, ofereci ajudá-lo. À mesa permanecemos em
silêncio, ele saboreando torradinhas com manteiga. Ele o Poeta, eu apenas
amante da poesia.// Rabisquei muito o que vivi, apreendi, com pudor guardei na
caixa, nos envelopes. // Ouso mostrar, agora, que a idade perdeu avaliações
intelectuais e a simplicidade se fez presente.
Martha Pires Ferreira.
Vento sopra, descobre
Tempo sem espera _ prossegue
vento sopra. O relógio marca
sem ponteiros
nada a exigir ou querer, observa.
Quietude expressa imagem
no céu imaginário, interioridade!
Acorda ideia longínqua, perdida,
tecida no verde do gramado
_ vida soprando reta e certeira.
Vento contínuo sopra sem espera,
descobre sutil recanto _ vivências
na caixa secreta do coração ferido.
Tempo sem espera _ prossegue
vento sopra. O relógio marca
sem ponteiros
nada a exigir ou querer, observa.
Quietude expressa imagem
no céu imaginário, interioridade!
Acorda ideia longínqua, perdida,
tecida no verde do gramado
_ vida soprando reta e certeira.
Vento contínuo sopra sem espera,
descobre sutil recanto _ vivências
na caixa secreta do coração ferido.
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Medo
Não é seu olhar felino
tecendo fios de medo,
nem seu corpo hábil
que sabe dar prazer
sorriso longo,
ideias fortuitas
sem qualquer futuro
_ não é, não é.
Outro medo real
invade o emocional
_ perder a presença
viva no ar tecendo
sentimento, acalentando
minha frágil alma.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~tecendo fios de medo,
nem seu corpo hábil
que sabe dar prazer
sorriso longo,
ideias fortuitas
sem qualquer futuro
_ não é, não é.
invade o emocional
_ perder a presença
viva no ar tecendo
sentimento, acalentando
minha frágil alma.
Transpiro, respiro
Inspiro, expiro, respiro
transpiro _ ciclo se faz,
cada ano revelações _
há dor do mundo em mim
desigualdade, iniquidade tanta!
Há sutileza profunda na
pele,
há anseios de plenitude
_ lugar da beleza humana
em tudo que se toca, ternura!
Igualdade, equidade, alegria
_ há Vida plena! Transpiro!
transpiro _ ciclo se faz,
cada ano revelações _
há dor do mundo em mim
desigualdade, iniquidade tanta!
há anseios de plenitude
_ lugar da beleza humana
em tudo que se toca, ternura!
Igualdade, equidade, alegria
_ há Vida plena! Transpiro!
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