terça-feira, 11 de abril de 2023

Chuva se faz poesia _ chove

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 Chuva chove

Véu leve sopra a chuva
em ondas contínuas
       _ contemplo da janela,
não esconde a mata verde
extensa entre árvores floridas.
 
Dança d’água fina embeleza
meus olhos feridos _
dor do mundo perverso,
ainda, se fazendo perverso.
 
Santos sustentam o mundo
_ cético indiferente
 desconhece amorização;
seco de coração, vegeta.
 
Santo, generoso no mundo,
partilha, divide, sorri e soma
     _ contemplo a chuva em ondas
sinuosas na dança do vento
envolve a natureza imponente.
 
Clamo na alma: _ chuva, chove
limpa a crueza dos insensatos
no âmago da medula espinhal _
e, lava as dores do mundo!
 
Meus olhos no véu das águas
esquecem de mim; ternura
_ transparência, espaço aberto
                  chuva é vida
cura feridas do mundo!

                    martha pires ferreira
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