Estes dias passando por uma feira de livros, olhando uma pilha num canto, penso logo: “uma obra vai me atrair, dizendo _ me leva, me leva!”. Foi assim que ao ler Felipe Fortuna, na lombada, apanhei para ver de que se tratava. Que surpresa! Louise Labé – amor e loucura (bilíngue). Li a orelha, foleando não perdi tempo. Ed. Siciliano, SP - 1995. Tradução, prefácio e notas de Felipe (poeta, ensaísta, tradutor, diplomata, pessoa refinada, trazendo o novo). A obra é uma delícia! Mulher _ poeta da Renascença.
Louise Labé (Lyon, França, 1522-1566), escritora sofisticada, culta, dominando várias línguas. Nasceu numa família abastada, casou-se aos dezesseis anos. Amante da música; tocava alaúde. Espirituosa e consciente da sua posição de mulher humanista, igualitária, defendia ideias femininas numa sociedade masculina avessa aos talentos da mulher. Soube ser ousada. Sua poesia é tecida de carga amorosa e sofrida. Aspectos sombrios e mesmo desesperados do amor, do corpo e da alma.. Nada de vulgar em seus versos apaixonados.
A Loucura e o Amor, vivem uma disputa quase insana. A trama é personificada
pelos deuses que dialogam entre si; presentes personagens como Júpiter, Vênus,
Apolo e Mercúrio. Sua única obra; completando com Elegias e Sonetos.
Elegia I -25 – Estrofes:
E vejo as armas desse Amor tenaz
Que só se armou por querer me atacar.
Eram meus olhos, postos atirar
As flechas contra os que tanto me olham.”
“Enquanto possa meu olho chorar
O antigo Amor que me faz saudosista,
E aos meus suspiros e prantos resista,
Que a minha fala faça escutar” Um único retrato de Louise Labé por Peirre Woeirior, 1555.
3 comentários:
Gostei..
Una gran poeta. Gracias...
Sim, uma grande e refinada escritora _ Poeta
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