Astrologia _ Ouvir estrelas! 2021 - 2025

                       Os céus sinalizam _ 2021 a 2025

Os Astros descrevem seus sinais percorrendo o Firmamento _ tentamos auscultar seus recados metafóricos. Observando os ciclos, de século a século, não temos registros tão contundentes como os de agora. Estamos numa travessia delicada e crucial _ noite escura da humanidade para saltos, planos mais progressistas de civilidade – é o que esperamos.  

Observamos que no último quadrante da faixa do Zodíaco estão os planetas: Plutão - 24º38’ Retrógrado, em Capricórnio/Terra, Saturno 8º16’ Retr. com Júpiter 25º57’ Retr, em Aquário/Ar e Netuno 22º12’ Retr., em Peixes/Água. Esta posição de Planetas, tão significativos, mais lentos, nos três últimos signos do Zodíaco (último quadrante) remonta a época muito antiga. Não se tem registros semelhantes nesta Era em que vivemos, possível nos primórdios das civilizações, onde nos perdemos no tempo histórico _ sabemos que nada se repete no Firmamento. Numa distância, relativamente, curta aos planetas que me referi, se encontra o planeta Urano 14º45’ Retr., em signo de Touro. Os luminares Sol e Lua, mais os outros pessoais; Marte, Mercúrio e Vênus, percorrem em seus ciclos mensais, são mais rápidos, a cada ano.  Aqui nos detemos nos planetas mais lentos, posições na atualidade, raras, sem dúvidas.

Os antigos astrólogos constataram que certos períodos do anos os planetas cessam de avançar, progredir, no céu _ na verdade trata-se de um termo que se aplica em razão do movimento aparente dos astros na faixa do Zodíaco _ observou-se que certos planetas descrevem sua longitude, visto da Terra, de maneira mais rápido ou mais lento, uns que outros. Simbolicamente, isto leva a variadas interpretações, mais ou menos agradáveis, mais ou menos complexas. Observei que os planetas no períodos em que estão retrógrados, nada mais significam que aparentes recuos, como que para uma revisão de projetos, de atitude, decisões ­_ um parar, repensar e avançar. Observei que pessoas que nasceram com planetas retrógrados possuem natureza reflexiva, reservada e pensam antes de agir, não é freio, trata-se mais de defesas. Sim, estando Diretos avanços ocorrem.

 

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Olhamos o Firmamento e observamos os cinco planetas retrógrados ­_ Júpiter e Saturno, mais os transpessoais Urano, Netuno e Plutão. Uma distância, entre eles, de menos de 120º na faixa zodiacal, posição rara, o que significa sem dúvidas algo especial a ser analisado, interpretado como ocorrências, sincronicidade, em relação aos acontecimentos na Terra _ mundo comum que habitamos. É um momento de reflexões básicas, necessárias e urgentes _ fermentação alquímica. 

A partir de outubro deste ano corrente, de 2021, os planetas Plutão/Capricórnio, Saturno e Júpiter/Aquário passarão a ter marcha Direta o que significa movimentos de massa, impulsos libertários, avanços sociais progressistas por efetivas reivindicações democráticas, consciência de direitos e deveres, imprevisibilidade, fortes demandas a partir dos anseios do coletivo. Se as tensão aumentam, as soluções possíveis terão que ser mais urgentes. Em todas as áreas, assustadoramente, demandas muito rápidas ocorrerão. A insustentabilidade dos altos poderes de controle e comando há de refletir e ter respostas nas bases do social escravizado. Será o grito dos oprimidos? Um levante dos marginalizados? Rebeldia própria das potências do signo de Aquário? Plutão emergindo das profundezas subterrâneas?

Nem na Renascença, nem na Revolução Francesa, nem noutro momento histórico, estávamos com planetas tão significativos, tão próximos entre eles, como, agora, na atualidade. Os desafios ocorrerão, por resposta, diante da vida insustentável, frente aos abusos dos Impérios _  dos abusos institucionais, governamentais.

O terceiro milênio se abrindo, se formando, para uma Nova Civilização. Isto não se faz num dia, nem num ano, e sim, numa década e mais. Surgimento de novos paradigmas em novas variantes, parâmetros, níveis de consciência mais elevados. As armas do ódio precisam ser despojadas _ é urgente os cuidados e preservação da Natureza antes que catástrofes ambientais nos surpreendam. A Natureza não avisa, imprevisível, invade como este Coronavírus-19, colocando toda a Humanidade refém. Os avanços científicos e tecnológicos tanto contribuíram para o avanço civilizatório, novo paradigma se faz emergente a serviço da humanidade inteira e não apenas para uma parcela da sociedade. Nesta travessia não podemos descuidar da Mãe Natureza, fonte de alimento e saúde.

A consciência e deveres para com o bem comum, o coletivo, é imperativo. Sentindo-se oprimida a grande parcela da sociedade se rebelará de forma inesperada. O grito dos marginalizados ecoará como levante revolucionário. As fortes tensões continuarão, se estenderão em 2022 e 2023 até 2024 e 2025 em aberturas imprevisíveis, inimagináveis. Em 21/01/2024 planeta Plutão estará no signo de Aquário, retorna a Capricórnio e avança Direto em outubro de 2025. Netuno entra em Áries em 31/03/2025. Saturno em Áries em 26/05/2025 e Urano signo de Gêmeos em 8/07/2025 _ as grandes questões em fortes confrontos anunciará caminhos possíveis para a Era de Ouro da Humanidade.

Em 1972 escrevi num artigo longo, Era de Aquário: Quem tem a sua tocha individual bem acesa, quem permanece em estado de plena atenção, não tem o que temer (...) O homem (ser humano) lúcido não perde a meta (...) Confia sobretudo nas forças da natureza. 

Agosto de 2021 _ Martha Pires Ferreira

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Níveis de Amor _ afeto _ Liberdade de escrever.

    São várias as vertentes do Amor _ o materno, paterno, filial, amigável, fraterno, cordial. O Amor aos fazeres do dia a dia; sensoriais, nossos objetos e interesses mesmo intelectuais, culturais ou à natureza em seu entorno, incluindo o social.
             Amor afetivo, físico e pessoal por alguém que nos atrai e corresponda aos apelos do coração _ com ou sem núpcias _ sim, em parcerias profundas,  em sentimentos e horizontes. Desejo, puramente, carnal não é amor, pode ser paixão, atração por satisfação orgânica própria da natureza, mas carregado de ansiedade, frustrações, ciúmes infundados, medos e decepções. Prisão insaciável do corpo. O Amor, em sua dimensão elevada, é puro mistério existencial _ gratuidade, nada espera, tudo possui.
          Além deste corpo humano, corruptível, que nos aprisiona em anseios insaciáveis, gozos e prazeres, apreendemos o sentimento de Amor mais depurado, que é refinado, espiritual, em comunhão com o Divino, e, que se expressa na matéria. Isto pode ocorrer na juventude, mocidade e se estender pelas idades, no tempo. ou surge imperioso e intenso quando se esgotaram os desejos materiais indispensáveis, quando o corpóreo se aquieta e dá espaço para outros níveis de afeto _ quando o Amor Incondicional é presença, nada espera, tudo possui _ é Paz e Beleza interna, uma entrega ao mistério da Vida, da existência.
     Martha Pires Ferreira  - manhã, 24/08/2021. 

Bico de pena, aquarela, 1988.

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Liberdade de escrever – Tempo eterno

            

         Presente, passado, futuro. Que é isto? Não sei mais. Vivo no eterno, no tempo eterno, onde tempo e espaço se confundem, se misturam. Não se diferenciam entre si. No relativo registro.
         Os valores eternos carecem destas diferenciações do tempo; hoje, aqui e agora. Nos valores eternos tudo é serenidade, descanso e paz. Eu diria que é zona de repouso mesmo na luta, no sacrifício, no sofrimento, nas conquistas cotidianas. No tempo eterno o ser humano sabe de seu eu interno e externo. Não se aflige diante dos opostos inconciliáveis; bem e mal, claro e escuro, ganhos e perdas. Aproxima os opostos. Encontra-se a cada instante com seu centro mais profundo, abissal. Conhece por vivência e saber que tudo surge de um princípio incognoscível; infinito.
      Percebo que a consciência desta fonte inominável é a mesma em todas as manifestações da vida; os minerais, vegetais, animais e o ser humano no conjunto da criação. Todos e tudo, identificação na unicidade absoluta; divindade, por percepção ao que nos transcende.
         Viver no tempo eterno é estar no presente e não se preocupar com isto, é se misturar no ontem, hoje e amanhã. Sendo e estando na caminhada que é secreta, íntima; interiorizada na solidão que tudo contém.
  - Martha Pires Ferreira - Arquivo, 24 fevereiro, 1970

olhar o Firmamento é um olhar o horizonte eterno.

Louise Labé _ amor e loucura

           Estes dias passando por uma feira de livros, olhando uma pilha num canto, penso logo: “uma obra vai me atrair, dizendo _ me leva, me leva!”. Foi assim que ao ler Felipe Fortuna, na lombada, apanhei para ver de que se tratava. Que surpresa! Louise Labé – amor e loucura (bilíngue). Li a orelha, foleando não perdi tempo. Ed. Siciliano, SP - 1995. Tradução, prefácio e notas de Felipe (poeta, ensaísta, tradutor, diplomata, pessoa refinada, trazendo o novo). A obra é uma delícia! Mulher _ poeta da Renascença.

Louise Labé (Lyon, França, 1522-1566), escritora sofisticada, culta, dominando várias línguas. Nasceu numa família abastada, casou-se aos dezesseis anos. Amante da música; tocava alaúde. Espirituosa e consciente da sua posição de mulher humanista, igualitária, defendia ideias femininas numa sociedade masculina avessa aos talentos da mulher. Soube ser ousada. Sua poesia é tecida de carga amorosa e sofrida. Aspectos  sombrios e mesmo desesperados do amor, do corpo e da alma.. Nada de vulgar em seus versos apaixonados.

A Loucura e o Amor, vivem uma disputa quase insana. A trama é personificada pelos deuses que dialogam entre si; presentes personagens como Júpiter, Vênus, Apolo e Mercúrio. Sua única obra; completando com Elegias e Sonetos.

Elegia I -25 – Estrofes:

  “Creio sentir os primeiros sinais,
            E vejo as armas desse Amor tenaz
            Que só se armou por querer me atacar.
            Eram meus olhos, postos atirar
            As flechas contra os que tanto  me olham.”
 
Soneto - XIV           
    “Enquanto possa meu olho chorar
    O antigo Amor que me faz saudosista,
    E aos meus suspiros e prantos resista,
    Que a minha fala faça escutar”

    Um único retrato de Louise Labé por Peirre Woeirior, 1555.

 -- postagem _ martha Pires Ferreira

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Os Estatutos do Homem – Thiago de Mello

 Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade.
Agora vale a vida,
e de mãos dadas,
marcharemos todos
pela vida verdadeira.
Artigo II
Fica decretado
que todos os dias da semana,
inclusive as terças-feiras
mais cinzentas, têm direito
a converter-se em manhãs
de domingo.
Artigo III
Fica decretado que,
a partir deste instante,
haverá girassóis em todas as janelas,
que os girassóis terão direito
a abrir-se dentro da sombra;
e que as janelas devem permanecer,
o dia inteiro, abertas para o verde
onde cresce a esperança.
Artigo IV
Fica decretado que o homem
não precisará nunca mais
duvidar do homem.
Que o homem confiará no homem
como a palmeira confia no vento,
como o vento confia no ar,
como o ar confia no campo azul
do céu.
Parágrafo único:
O homem, confiará no homem
como um menino confia em outro menino.
Artigo V
Fica decretado que os homens
estão livres do jugo da mentira.
Nunca mais será preciso usar
a couraça do silêncio
nem a armadura de palavras.
O homem se sentará à mesa
com seu olhar limpo
porque a verdade passará a ser servida
antes da sobremesa.
Artigo VI
Fica estabelecida, durante dez séculos,
a prática sonhada pelo profeta Isaías,
e o lobo e o cordeiro pastarão juntos
e a comida de ambos
terá o mesmo gosto de aurora.
Artigo VII
Por decreto irrevogável
fica estabelecido o reinado permanente
da justiça e da claridade,
e a alegria será uma bandeira generosa
para sempre desfraldada
na alma do povo.
Artigo VIII
Fica decretado
que a maior dor
sempre foi e será sempre
não poder dar amor
a quem se ama
e saber que é a água
que dá à planta
o milagre da flor.
Artigo IX
Fica permitido
que o pão de cada dia
tenha no homem
o sinal de seu suor.
Mas que sobretudo
Tenha  sempre
o quente sabor
da ternura.
Artigo X
Fica permitido
a qualquer pessoa,
qualquer hora da vida,
uso do traje branco.
Artigo XI
Fica decretado,
por definição,
que o homem
é um animal que ama
e que por isso é belo,
muito mais belo
que a estrela da manhã.
Artigo XII
Decreta-se que nada
será obrigado nem proibido.
Tudo será permitido,
inclusive brincar com os rinocerontes
e caminhar pelas tardes
com uma imensa begônia na lapela.
Parágrafo único:
Só uma coisa fica proibida:
amar sem amor.
Artigo XIII
Fica decretado que o dinheiro
não poderá nunca mais comprar o sol
das manhãs vindouras.
Expulso do grande baú do medo,
o dinheiro se transformará
em uma espada fraternal
para defender o direito de cantar
e a festa do dia que chegou.
Artigo Final
Fica proibido
o uso da palavra liberdade,
a qual será suprimida dos dicionários
e do pântano enganoso das bocas.
A partir deste instante
a liberdade será algo vivo e transparente
como um fogo ou um rio,
ou como a semente do trigo
e a sua morada será sempre
o coração do homem.

          Os Estatutos do Homem foram escritos em abril de 1964 quando o poeta Thiago de Mello era adido cultural da embaixada do Brasil no Chile. 

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