sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Olhar para o Oriente com Daisetz T. Suzuki e Thomas Merton

       
Thomas Merton e D. Suzuki em New York conversando sobre o poeta Fernando Pessoa
 M
eu espírito inquieto sempre volta às fontes que me alimentaram ao longo de minha vida. Tenho revisto a beleza do Zen _ Daisetz Teitaro Suzuki _ Introdução ao Zen-Budismo, uma revolução radical em minha vida como um todo _ civilização brasileira, RJ, em 1966/67.

Em 1972 fui tomada pela obra de Thomas Merton - Zen e as Aves de Rapina, mais uma caminhada ao Oriente. Mergulhei no mundo Oriental, ao lado de outros autores, por alguns anos.

O que me atraiu no Zen é por não explicar nada, só indicar, observar por si mesmo _ o aqui e agora _ momento presente, sem conjecturas mentais, nem questões emocionais. A simplicidade Zen. O Zen não está preocupado com Deus; não nega, nem afirma Deus. Tudo é experiência humana. O Zen apenas vê, não um sujeito, um objeto, mas um ver pleno, Absoluto.

Algumas reflexões do sábio Suzuki que me apontou a beleza da vida cotidiana como um Mestre:

“A vida é uma afirmação em si mesma, e esta afirmação não deve ser acompanhada por uma negação, pois é relativa. (...) Para ser livre a vida tem que ser uma afirmação absoluta”.

“O Zen se propõe a disciplinar a mente por si mesma, fazê-la seu próprio mestre através de uma visão introspectiva na sua própria natureza”.

“O Zen é o espírito do homem. O Zen crê na sua pureza interna e na sua bondade”.

“O Zen desafia à confecção de conceitos”.

“A experiência pessoal é tudo no Zen. Não há ideias inteligíveis para aqueles que não tem alicerces na experiência”.

“O Zen percebe ou sente, não abstrai nem medita”.

“O Zen não tem nenhuma mente para assassinar. Não há assassino mental no Zen”.

“O Zen é contra todo convencionalismo religioso”.

“A meditação é algo artificial que se utiliza, não pertence à atividade nativa da alma. A respeito de que medita o pássaro no espaço? A respeito de que medita o peixe nas águas? Eles voam, eles nadam”.

        [A meditação é um recurso, disciplina interna _ um vazio; inspiração e expiração] _ [ A meditação não é um fim em si mesma, é um meio de percepção, apreensão, interior vazio de pensamentos]._[ "os seguidores do Zen propõem a prática do Dhyana, conhecida em japonês por zazen _ sentar para meditar" O treinamento sistemático da meditação Zen tem como finalidade a obtenção da introspecção espiritual].

“A vida é a base de todas as coisas, fora dela nada pode permanecer. (...) Aqueles que sonham com as estrelas têm, ainda, os pés na terra sólida”. “O Zen é uma nuvem que passa no céu”. Move-se quando quer”.

“o Zen deseja a mente livre, desobstruída”.

“Joshu declarou: ’O Zen é o vosso pensamento diário’. Depende somente das dobradiças abrirem a porta para dentro ou para fora”.

“O olho vê e o ouvido ouve. É certo. Mas é a mente que, na sua totalidade experimenta o satori (eu diria, pelas vias do coração sensível). É um ato de percepção sem dúvida”.

“O Zen tanta captar a vida no seu ato de viver”.

“Credo quia absurdum est _ Eu creio porque é absurdo, irracional _ Não é esta uma típica afirmação Zen?”.

“Na sua totalidade, o Zen é, por ênfase, uma experiência pessoal”.­­­

__ postagem, Martha Pires Ferreira.

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