Temos
que avançar, a vida exige níveis mais depurados, elevados em valores essenciais
de sustentação, de fraternidade, de bens igualitários. O mundo das sensações,
dos sentidos, dos consumos exacerbados, das desigualdades sociais alarmantes,
das seguranças e deleites governamentais caminhando em direção à falência
rápida e galopante.
O
mundo não é e nem será mais o mesmo. É noite escura dos sentidos. O tempo não para, a vida avança e se constrói
a cada dia. Urge um horizonte possível, viável: humanitário, solidário. A
função do ser humano é uma só - ser humano. O mais são peças ao largo,
acessórios dispensáveis em sua essência primordial. A ciência e tecnologia
pouco servem se não está a serviço do ser humano enquanto ser vivente. E aqui
eu me reporto a um cientista, que em muito me influenciou na juventude, anos
1962, Bertrand Russell (prêmio Nobel 1950), com sua obra Perspectiva
Científica, onde transparece o anseio de encontrar um sol de esperança, o
fogo de Heráclito da alma. Um breve texto deste pensador e matemático:
“Até agora o homem se viu impedido de concretizar as suas esperanças por ignorar os meios de realizá-las. Mas à medida que sua ignorância vai desaparecendo, ele se torna cada vez capaz de transformar, no sentido que julga melhor, o seu meio-ambiente, o seu meio social e o seu próprio ser”. E completa: “Para que uma civilização científica seja uma boa civilização, é preciso que o aumento de conhecimento humano seja acompanhado por um aumento de sabedoria, termo este que está sendo empregado no sentido de uma concepção justa dos fins da vida. Isto é algo que a ciência não proporciona por si mesma. Consequentemente, em si mesmo, o aumento dos conhecimentos científicos não é suficiente para garantir qualquer progresso genuíno, ainda que seja uma das condições necessárias para esse progresso”. “A Matemática é a única ciência exata em que nunca se sabe do que se está falando, nem se aquilo que se está dizendo é verdadeiro”.
Façamos um esforço para sermos verdadeiramente humanos. Esforço por um quantum de conhecimento mais sensível, com mais sabedoria no dia a dia, no tempo interior, onde o coração tem voz e preciosos silêncios, onde a Vida é alegria conquistada.
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