sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Liberdade de escrever – tipologias humanas


     Descrevo as pessoas em seus grupos tipológicos; natureza humana, anos de convivência, observação.
    - Há pessoas que só falam de gente o tempo todo; família, amigos, sociedade, políticos, desconhecidos e até de adversários. Positiva ou negativamente, não importa, falam de gente. Focam o comportamento das pessoas; valores morais ou sociais. Ah, pode ser que falem sobre os animais e/ou sobre a natureza, isso acontece. Geralmente são os donos da verdade e em postura crítica.
    - Outras são pessoas que falam de coisas materiais; vestuário, carros, marca de bebidas, comida, restaurantes, obras de arte e seus valores, dinheiro, mercado, aquisições, tecnologias. Realizações concretas, objetivas, materiais. Sabem lidar com a vida concreta, suas sensações. Por vezes abrem a caixa de Pandora saindo aves de rapina. Seu posicionamento é indiscutível, fundamentado.
    - Outras pessoas se ocupam em falar mais das mazelas, decepções, depressão, frustrações e angústias, carências e até de doenças suas ou de outrem. Alimentam-se do aspecto negativo em tudo que vivem. Gemem sobre desgraças. São as carpideiras/os. E como tem! Não confundir com eventuais colocações da saúde física, emocional e mental.
    - E, ainda, encontramos pessoas que se ocupam mais com o mundo das ideias, os valores da vida em seu significado profundo; reflexões e consciência de fatos. Os que abordam sobre arte, humanidade, ciência e/ou espiritualidade, afetuosidade, estas nada sentimentais. Essencialmente apreensão sobre o sentido do ser, da vida humana, da criatividade e da morte em sua finitude e/ou infinitude existencial, transcendência. O ser, o tempo e o espaço externo e interno. Pessoas que abordam objetivamente conceitos da criação, pessoas que pensam a existência material ou intelectual. Têm os ávidos por algo mais elevado, acima da inteligência, sempre questionando, encontrando, reinventando e os que apreendem no mistério insondável que é a totalidade da existência, sem divisões entre o objetivo e o subjetivo, matéria e espírito.
    Ouvidos para todos temos que ter. É preciso sim, selecionar, não se deixar levar por pessoas com as quais não se tem identidade. As pessoas que abordam ideias, reflexões e valores mais elevados da consciência, são as com quem, eu mesma, mais me afino.

 Teilhard de Chardin (1881-1955), homem das ideias - ciência e afeto amorisante - convergência.
Poesia Teithard Chardin  

Pleno da seiva do Mundo,
subo para o Espírito que me sorri
para além de toda conquista,
vestido com o esplendor concreto
do Universo.
E eu não saberia dizer,
perdido no mistério da Carne divina,
qual é a mais radiosa
destas duas bem-aventuranças:
ter encontrado o Verbo
para dominar a Matéria,
ou possuir a Matéria para alcançar
e submeter-me à luz de Deus.
Fazei-me, Senhor, que, para mim,
A vossa descida sobre as Espécies universais
não seja apenas amada e apreciada
como o fruto de uma especulação filosófica,
mas que ela se torne verdadeiramente
uma Presença real.
Fonte: Pierre Teilhard de Chardin. Hino do Universo. São Paulo: Paulus, 1994, p. 29

postagem -martha pires ferreira.
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