quarta-feira, 30 de maio de 2018

Presença das mulheres

Iluminura de Hildegard von Bingem, séc. XII 
- o ser humano em sua totalidade cósmica.

As mulheres são meus espelhos, desdobramentos de mim, na identificação com o universo feminino; delicadeza, afetuosidade, acolhimento, intuição. Sempre tive e tenho queridas amigas que se fizeram na família; mãe, irmãs, tias, primas, as da juventude, as mestras, e, outras muitas se estendendo ao longo da vida. Minhas amigas, minhas queridas irmãs de coração; companheiras nos divertimentos, na dor e na alegria.
A mulher é o princípio que assume o materno, que acolhe e protege independente do fato de ter ou não gerado filho/a, é o fio feminino que emerge nas origens de todas as coisas. A mulher tem por essência a função criadora da psique; elo entre o mundo objetivo e subjetivo, consciente e inconsciente, o sombrio/obscuro e o luminoso existente em cada um de nós. Tenho mais afinidade com as mulheres criativas, realizadoras, produtivas, destemidas. Solidária no convívio; senso de alteridade.
 minha mãe Henriqueta

Jamais admirei mulheres submissas, servis. Não tenho hábito de julgar, mas fico longe de posturas piegas, sentimentalismos de fundo de quintal, carências emocionais infantis, conversas banais inconsistentes, e, historietas com dramas amorosos. Não é ser moralista não entender, por exemplo, triângulos afetivos velados. Prezo respeito pelo outro ser humano. Ser mulher é viver a vida sabendo não ferir, saber se reservar, ser perceptiva e medir as consequências. Ser livre não é sinônimo de ser leviana. Ser mulher é viver a sensualidade e sexualidade com beleza interior; não é só o corpo a se expressar, é toda a natureza feminina manifesta com inteligência. As sensações se evaporam, no tempo. Preciosas amizades, sim, são saudáveis.
Não importa o nível de cultura, ser mulher é ter dignidade nas atitudes, ter ética, certa dose de simplicidade, generosidade e consciência social.
Com os homens aprendi a pensar, classificar, ordenar, raciocinar, contestar, me impor altiva, mas foi no faro feminino que apreendi as sutilezas da intuição, sensibilidade, apreensão cósmica, tocar no mistério da vida. Ah, a Mãe Natureza sempre me ensinou na caminhada.
Fiz grandes amizades com mulheres desafiadoras, responsáveis, corajosas ao enfrentar a vida cotidiana. Impossível numerar as amizades com tantas mulheres sábias, determinadas, sensíveis e corajosas que passaram e estão em minha vida. Muitas são mulheres/alunas que se formaram em meu entorno com plurais inclinações existenciais, culturais, e, se mantiveram amigas para sempre.
 Cecília

Penso neste momento em mulheres que me abriram horizontes; Cecília Meireles que só a conheci em suas palestras, Alice Marques dos Santos do Grupo de Estudos C. G. Jung e Ir. Maria Emmanuel, prima e amiga, pelas traduções de Thomas Merton. Sempre recorro às místicas Hildegard von Bingem em sua arte, conhecimento e poesia, e, Teresa d’Ávila no Castelo Interior. Mais recente Hannah Arendt, leitura, sua visão política.
 Ir. Maria Emmanuel 
 Teresa d'Ávila

Hannah Arendt
Influência imensa no caminho da individuação é a saudosa Nise da Silveira, com quem convivi em preciosa amizade e colaboração de 1968 a 1999 quando partiu para outras dimensões; sábia mestra em tudo, mulher-mãe dos despossuídos, degradados, marginalizados, feridos mentalmente, amante da natureza, das artes e dos animais. Nise, mulher ultra-humana, usando palavras de Teilhard de Chardin. Nise, coração da loucura, na totalidade.



   Alice, Nise e eu - 1993.
Tarde de 30 de maio de 2018, Santa Teresa
Foto minha de Nise - Poema à Natureza, 1970 / instalação Santa Teresa. 

postagem - martha pires ferreira.

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Tranquilidade e Felicidade na Terra !

...e seremos saudáveis para sempre! 

domingo, 27 de maio de 2018

Liberdade de escrever _ desenho_ Exposição Verticais

                                                   rosto de jovem, 2014.
VERTICAIS – Exposição - 
Casa Amarela 20 anos.
Dia 2 de Junho 2018, às 18h – sábado.
Rua Hermegildo de Barros 163 – Santa Teresa
Quinteto de artistas - 
Dirce Fett, Jabim Nunes, Janete Bloise, Regina Hornung e eu, Martha
 - Dony Gonçalves - artistas curador.
- meus desenhos na reserva técnica.

vasos na mesa, 2011.   
masculino e feminino, 1999.
labirinto no selo, 2008.
Liberdade de escrever – Desenho 2
Sou ponto, linha, traço, curva, reta, círculo, vertical, horizontal, diagonal, paralela, interseção de planos, poliedro, ângulo, régua, compasso, centro, eixo, fio inclinado, oblíquo, segmento de rotação, desenho infinitos.
Espaço vazio atrai o que a inteligência instiga, provoca. A imaginação é intuitiva, visceral, desafiante. O mais é o mais, nada mais que silêncio.
jovem de chapeu, 2013
jovem moderna, 2014.

Exercícios da criatividade: desafiar traços com bico de pena a nanquim Micron 02, 03, ou, lápis grafite Staedtler 4B, ou, Lápis de cor, uso da aquarela - diretos no papel de boa qualidade. Imagens que se revelam!
                                                     forma no espaço, 2011.
postagem - martha pires ferreira.
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quarta-feira, 23 de maio de 2018

Artes Visuais - Exposição - VERTICAIS


Crina de cavalo - crina, papel artesanal e aquarela, 2017 (detalhe) - martha


  Espiral - frifolité, papel arroz, artesanal e aquarela, 2018 - martha
Flor Azul - borbado ponto cheio em tecido/1954 - papel arroz, artezanal e pena nanquim, 2018 - martha.
VERTICAIS 

Ocupa a Casa Amarela para levantar indagações, refletir o tempo, a pausa e percurso. Articular a ideia do aprumo, do prolongamento para elevação e a profundidade nas diferentes experiências do fazer. Olhares para além do panorâmico. Em 2016, parte deste grupo expos durante o Arte de Portas Abertas e retornam dois anos depois, revisitando pesquisas, processos e procedimentos.
Dirce Fett pinta incansavelmente há 18 anos. Com emoção e gestualidade cria pinturas e repinturas: Paisagens, fábulas e sentimentos, revelam seus jardins interiores.
A poesia das casas, a arquitetura, a cidade-comunidade instigam o olhar amoroso e criativo nas pinturas multicoloridas de Jabim Nunes. Em cortes horizontais e verticais na madeira, na tela ou no papel, imprime uma certeza: a obstinação da desconstrução da forma. Uma precisão geométrica, pertinente a obra em ebulição.
Janete Bloise em seus fractais traduz a dimensão da natureza. Há reflexos, deslocamentos, ritmos em espaços aéreos que reafirmam e ressignificam a paisagem.
Na rica trajetória de Martha Pires Ferreira, o desenho se faz potente, sempre! Fios, linhas, contornos, apropriando-se de cabelos e crinas em obras de puro lirismo e liberdade. Nas ações performáticas, a palavra, o corpo e a cor, revelam sua “imensidão intima”. Reside na escrita dos seus desenhos um universo poético de amor à natureza, ao humano e a arte.
Regina Hornung conecta em suas pinturas dilemas e ambiguidades do homem. Questões da existência, que por meio da perpetuação nos sonhos indicam aspirações e lógica interna. Nesta coletiva sugere um contraponto entre a pintura e a forma.
Uma imersão é o resultado que redimensiona a produção dos cinco artistas, que trabalham a cor utilizando linguagens variadas na busca de diálogos intermitentes.

DONY GONÇALVES
Autodidata, ceramista, artista-curador.
Junho 2018
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Curriculum / sinopse
                                                                                 
                                     Martha Pires Ferreira / 2018.
Atividades / Artes Visuais desde 1967 - 1º Salão de Ouro Preto, MG a 2017.
Desenho a bico de pena/ nanquim, aquarela, uma constante até o momento presente.
Trabalhos com cabelo, crina, pelo de animais e assemblage com selos postais e outros materiais.
Instalações e performances década de 1970 em diante até 2017.
Salões de Artes Plásticas, 1968 a 1980. Feiras livres de Arte MAM / RJ.
Exposições Coletivas - 1967 a 2017.

Exposições Individuais –
Brasil - 1968 a 2013 //- G. IBEU, 1969, RJ // G. Macunaíma, 1980, RJ // G. Divulgação e Pesquisa, 1981, RJ // G. Estampa, 1984, RJ // G. Candido Mendes 1980 e 1996, RJ // G. Beira do Cás, 1988, RJ // G. SESC, 1997, RJ // Galeria Mauá – Chave Mestra, 2008, RJ // Parque das Ruínas, 2011, RJ // Casa Amarela, 2013, RJ. //
Galeria Casa Thomas Jefferson, Brasília, 1968, ECT Galeria de Arte, Brasília, 1994 (Correios), G. Casa Thomas Jefferson, Brasília, 2004.
Exterior - G. Liverpool, 1972, Inglaterra (dois artistas) e Moulain du Tholonet/Aix-em-Provence, 1986, França.

Dois prêmios / Desenhos, 1969 e 1974 /RJ.
Primeira Bienal Americana de Artes Gráficas, 1971(convidada) - Cali / Colômbia.
4ª Mostra do Desenho Brasileiro / 1982 (Convidada) Curitiba / PR.
Arte de Portas Abertas, 1997, 98, 99, 2009 a 2017 (menos 2013).
[Vários textos/ meios de comunicação / críticos /jornais / entrevistas].
Con-versando sobre arte – AAVST- Chave Mestra - pg. 57- Ano I – nº I, RJ, 2014.
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Livro de arte /desenhos: Zoologia Fantástica / Massao Ohno Editor – 1981 / SP 
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segunda-feira, 21 de maio de 2018

Astrologia _ Signo de Gêmeos

Catedral de Chartre    
   O Sol iniciou seu percurso anual pelo Zodíaco, Signo de Gêmeos, no início da madrugada de hoje, 20 de maio. Outono / hemisfério sul. Gêmeos é o 3º signo do Zodíaco. (sempre em 20-21-22/maio a 20-21-22/jun. dependendo da latitude e longitude horária).
   

Calendário - Iluminura - Bruge - séc XV.

    Como já foi dito, a Astrologia é uma linguagem simbólica. O signo de Gêmeos pertence ao elemento Ar - analogia com o Planeta Mercúrio – Masculino e mutável.

 Mercúrio de Tiepolo
    Características agradáveis e desagradáveis deste signo:
    Circulação do saber. Lógica. Trânsito das ideias. Informação. Transmissão de conhecimentos. Escrita. Textos. Experiência. Comunicação. Diálogo. Indiscrição. Intercâmbio cultural ou comercial. Dualidade. Diferença. Dissimulação. Superficialidade. Reciprocidade. Receptividade.
Gravura medieval - Gêmeos - atividades contínuas, plurais.
Viagens rápidas. Vizinhos. Parentes próximos. Assimilação. Publicações. Trocas. Dubiedade. Argumentação. Versatilidade. Curiosidade. Flexibilidade. Maleabilidade. Adaptação. Pluralidade. Dispersão. Inconstância. Agilidade. Velocidade. Dissociação. Questionamento. Conhecimento. Improvisação. Correspondência. Mudança de direção. Jovialidade. 

Mercúrio e Venus jovialidade amorosa.  

Mercúrio romano - Museu de Berlin
postagem - martha pires ferreira.
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sexta-feira, 18 de maio de 2018

Presença dos homens


      Gosto de conviver com os homens. Preciosas amizades! Sempre amei em muito os homens como pessoas, o masculino tão distinto de minha feminilidade. Uma confissão íntima; não passaram de três relações mais profundas, longas, na vida pessoal. Fui tão amada, mas lá se foi cada cavalheiro viver outros encontros. Cada um, em sua particularidade, me deixou uma riqueza humana, bem singular. Histórias da Vida! É assim. Quem poderia ficar ao lado de uma criatura tão libertária, amante da solidão e inquieta como eu? Caminhei, me tornei mãe, altiva, feliz; tive sorte. Ao lado dos amores pessoais, eu me apaixonava e ainda me afeiçoo por figuras inteligentes, místicas ou intelectuais instigantes; anseios puramente pertencentes à alma; beleza noutro nível; ágape! 

      Não quero citar aqui os tantos que me encantaram culturalmente e me abriram horizontes ao longo da existência; neste instante penso em dois indianos; o libertador das causas hindus, Mahatma Gandhi e Rabindranath Tagore, o poeta da leveza e do refinamento – foto em homenagem a estes dois magos da Vida, e, ali ao lado, estou invisível a sorrir! As paixões são sensações fortes da juventude. Na vida avançada, outras instâncias; sentimentos leves, sutis e sem transtornos, mas intensos em relação a tudo que toca o coração-percepção-sensibilidade; atração a tudo que vise manter chama acesa dentro de nós, aquecendo a alma a cada dia, em comunhão Amorizante.


Manhã de 17 de maio de 2018, para este meu Caderno Aquariano.
postagem - martha pires ferreira

terça-feira, 8 de maio de 2018

Desenhar, criar, revelar-me



O Desenho é uma escrita interna que me revela mergulhos do inconsciente sempre que, deliberadamente, uso o meu escafandro para ler o que está escrito no meu universo pessoal e mesmo coletivo.
Bico de pena, aquarela e assemblage - selos e outros materiais.
 Outros trabalhos em - www.chavemestra.com.br/


Aquarela, selo Inglaterra e bico de pena/nanquim, 2018

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Liberdade de escrever – Advogar


Foto : Janete Bloise - 29/abril/ 2018  
Importa é o texto, não a foto desta senhora determinada, criativa, inconvencional, reservada, libertária. Amorosa diante dos valores vitais da pessoa humana e de toda a natureza mãe.  Afeto, singular, aos despossuídos, degradados, marginalizados, loucos, humilhados e ofendidos, esquecidos e injustiçados. Senhora avessa radical aos “indivíduos” armados com senso de justiça frio, velado, capcioso, inquisidor, hipócrita.

Qualquer ser humano é potencialmente advogado/a em prol de seus próprios valores, vida. Advogar é interceder a favor de uma causa, é defender com argumentos questões dadas. Perante a Lei Civil ou Penal, a Constituição e mesmo a Lei Moral-ético-laica, não existe crime algum por indícios, suposição metafísica, convicções, decisões políticas e avaliações sentenciais sem provas reais, justificadas.
Advoguemos todos nós, o direito de liberdade ao homem que soube se doar inteiro ao seu povo, beneficiando, democraticamente, poderosos e humildes, cultos e ignorantes. Engravatados bem vestidos e degradados sem chão, sem pão e água potável.  #Lulalivre.
martha pires ferreira - Bacharel Direito - UEG-UERJ - 1965. 
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