Paschoal Carlos Magno e eu num poético olhar - anos oitenta.
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Bonde a ma re li nho
Martha Pires Ferreira
Quando
nossos bondes?
Aberto
ou fechado, arejado, mas bonde.
Bonde,
bonde, bonde.
Santa
Teresa carece transporte,
à
míngua nos mexemos, circulamos.
Sem
locomoção, dignidade.
Ônibus?
Sem horários, sem disciplina,
Desesperados
descem ladeiras.
Turistas
às gargalhadas; socoorrroo!
Filminho
de horror.
Pra
turistas incautos, desprevenidos.
Sacrifício
pros moradores.
Bairro
vazio. Não há pão. Sem padaria,
sem
pão, confeitaria, biscoiteira.
Carece
mercearia, vidraçaria, perfumaria,
farmácia,
açougue, transporte.
Tem
Governo? Tem Estado? Não.
Se
tiver, evaporou, desertou, abandonou.
Santa
Teresa, nosso doce Principado,
Virou
botequim ou comedouro?
Dormitório
pros moradores?
Ah,
dormitórios
de
luxo e andarilhos vagando trilhos!
Ah,
tem livraria, tem cinema,
Bijuteria
e cafeteria.
Mirantes
e ilusiorias pra fotografias
Santa
Teresa, não botequim, bebederia.
Trilhos
adormecidos.
Sem
blim, blim e sorriso de motorneiros.
Cadê
nossos bondinhos populares
amarelinhos?
Amarelinhos.
A
ma re li nhos, a ma re li nho.
Não
sou poeta, sou patrimônio,
anos
cinquenta, memória, atávica.
Santa
é mais que soberba beleza,
é
pura poesia, é ritmo.
Cadê
nossos bondinhos?
Abertos
ou fechados, arejados.
Nossos, nossos, a ma re li nhos.
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Mural - Jambeiro
Camiseta Bondinho Amarelinho, saudades!
2 comentários:
Também me sinto patrimonio de Santa Teresa. não simples moradora!
Sim, que bom Maze, mais uma pessoa que se tem, se senti patrimônio do nosso querido bairro... Principado de Santa Teresa.
Em alguma esquina nos encontraremos.
Feliz Páscoa!
martha pires
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