Cristo Pantocrator -
mosaico. Santa Sofia, Istambul - 1261
Jesus,
o Ícone,
representa no inconsciente coletivo; a solidariedade, a igualdade, a
fraternidade, o despojamento, o agregar sem exclusões, a alegria compartilhada,
o senso de justiça social, o amor à beleza e ao próximo como a si mesmo; a Paz
na Terra – Pacem in Terra.
Enquanto aguardamos as posições efetivas
por uma Igreja Católica em acordo
com o Evangelho de Jesus Cristo, Ieschua - o Messias, suas
palavras e ensinamentos, em acordo com as realidades da modernidade, da vida
contemporânea, o Bispo de Roma, Francisco,
pessoa simpática, com gestos de simplicidade, embora com ideias de um conservador,
nós precisamos, continuamos, a acompanhar e a refletir. E, com o olhar voltado para
o pensamento de pessoas espiritualizadas, teólogos e teólogas, místicos e
místicas, no coração do cristianismo.
Sem descentralização da cúria romana (visamos
à ideia de colegialidade descentralizada), sem reforçar o Concílio Ecumênico Vaticano
II, sem tratar do celibato obrigatório e a moral sexual, sem a participação das
mulheres em decisões e atuações básicas, sem um espaço de tempo litúrgico para
o silêncio interior (espírito das profundezas), sem amplo e profundo “aggiornamento”
como fez João XXIII, nos anos
sessenta, tudo permanecerá o mesmo. Com o risco de uma descida vertiginosa para
o abismo.
É preciso Esperança! É preciso avançar. O
cristianismo não é uma fachada tecnológica vazia de significado, não é um
espetáculo televisivo, não é um aparato hierárquico monarquista, medieval fechado
na cúpula romana. O cristianismo é comunhão entre todos os seres humanos, é
compartilhar das mesmas ideias, sentimentos e valores.
Estamos vivendo numa estreita travessia
na História da Humanidade; ou caímos na total decadência, nos destruindo como
espécie, ou transcendemos ao darmos um salto quântico a níveis de consciência
mais elevados. Ver no outro uma pessoa igual, um parceiro, um irmão é a única saída.
Impossível amar o inimigo, mas devemos respeitá-lo, termos mais sabedoria
comportamental, mais diálogo, mais dedicação à beleza da natureza, à grandeza
de se estar vivo e participando afetuosamente no Reino – construindo aqui e agora
o paraíso terrestre.
É preciso acordar, ter esperança,
avançar.
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E... Paz na era pós-cristã /
“Gostando ou não, temos de admitir que
já estamos vivendo num mundo pós-cristão, quer dizer, num mundo em que as
atitudes e os ideais cristãos são mais e mais relegados a uma minoria”.
“É assustador constatar que a fachada do
cristianismo que ainda sobrevive em geral tem pouco ou nada por trás, e que
aquilo que antigamente era chamado de “sociedade cristã” é um neopaganismo pura
e simplesmente materialista, com um verniz cristão. E, nos casos em que o
verniz cristão foi arrancado, vemos exposto em toda a sua nudez o vazio da
mentalidade de massa, sem moralidade alguma, sem identidade, compaixão ou
sentido, rapidamente revertendo para o tribalismo e a superstição. Aqui, a
religião espiritual cedeu terreno para a dança de guerra tribal do totalismo e
para a adoração idólatra da máquina”.
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Paz na era
pós-cristã, pág.
162. Editora Santuário, SP, 2007.
Peace in the Post-Christian Era
- Orbis Books, 2004.
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