Ode
aos Animais
Martha Pires Ferreira
Gato ou qualquer animal
doente, requer atenções e
cuidados,
pode transmitir doenças.
Sadio, requer atenções e
cuidados,
pode transmitir
companheirismo e sabedoria.
Os animais, diferentes dos
seres humanos,
não se acham mais
inteligentes
nem melhores do que os
outros.
Não fazem jogos de poder
ou controle sobre outros
animais.
Não são invejosos, donos da
verdade,
sarcásticos ou maledicentes.
Não falam mal da vida alheia.
Nem são arrogantes,
Nem sofrem de orgulho ou de
soberba.
Não acumulam bens materiais,
desconhecem estes tipos de
apego.
Nada ostentam.
Buscam alimento para saciar a
fome
e abrigo para dormir.
O amor é vivido
instintivamente
com beleza e dignidade.
Procriam, cuidam da prole
e a deixam livre diante da
Natureza.
Os animais vivem a vida
transmitindo sabedoria.
São mestres da retidão.
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Escrita em 2004, aqui no blog editada em 2007, agora, com muitas saudades de minhas gatas, reedito -Mestras em tantos momentos paradoxais e limites, serenos e felizes.
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Sobre o absoluto
Tao
Lao Tsé (poeta chinês – cerca de 604 a.
C.)
O Tao de que se pode falar
Não é o Tao absoluto.
Os nomes que podem ser dados
Não são nomes absolutos.
O indizível é a origem do Céu e da Terra.
O denominado é a mãe de todas as coisas.
Portanto:
Há quem muitas vezes se dilacere de paixão
Para ver o segredo da vida;
Há quem muitas vezes encara com paixão a vida;
A fim de ver suas formas manifestas.
À ambos podem ser chamados o Mistério do Cosmo.
São da mesma natureza,
A qual se dá diversos nomes
Quando se tornam manifestos.
Ambos podem se chamados o Mistério do Cosmo.
Abarcando o Mistério e o Mistério mais profundo,
Eis a porta do segredo de toda vida.
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O pensamento de Lao Tsé -Tradução da versão alemã - H. Von Glasenapp.
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A subida do monte carmelo
João da Cruz
Para
vir a gostar de tudo,
Não
queiras ter gosto de nada.
Para
vir a saber tudo,
Não
queiras saber algo em nada.
Para
vir a possuir tudo,
Não
queiras possuir algo em nada.
Para
vir ao que não gostas,
Hás
de ir por onde não gostas.
Para
vir ao que não sabes,
Hás
de ir por onde não sabes.
Para
possuir o que não possuis,
Hás
de ir por onde não possuis.
Para
vir ao que não és,
Hás
de ir por onde não és.
Quando
reparas em algo,
Deixas
de arrojar-te ao todo.
Para
vir de todo ao todo,
Hás
de deixar-te de todo em tudo.
E
quando o venhas de todo a ter,
Hás
de te-lo sem nada querer.
Nesta
desnudes acha o espírito o seu descanso
porque não cobiçando nada,
Nada
o afadiga para cima e nada oprime
para baixo porque está no centro
da sua humildade.
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São João da Cruz (1542 -1591)
Obras completas - Carmelo de São José – 1946/47, Portugal.
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