Registrado no escritório de direitos autorais, BN, RJ - Nise da Silveira, Senhora das imagens internas – série de escritos de 1935 até 1992. Livro coordenado por mim. Na hora da edição decidiu-se mexer com o título, com meu aval, para Senhora das imagens internas - Escritos dispersos de Nise da Silveira. Editado por Cadernos da Biblioteca Nacional, 5, BN -2008, RJ. Esgotado. Pretendo reeditá-lo, em breve. São quinze ensaios abordando as áreas da filosofia, psicologia, arte e outras. Recursos recebidos, do direito autoral, foram destinados para a Cada das Palmeiras, obra fundada por Nise.
Como conheci a maga Nise? Fui intimada a conhecê-la pelo artista plástico Darel Valença, em maio de 1968, em razão dos meus desenhos bico de pena/nanquim e meu profundo interesse por Jung. Não recusei o convite dela, aceitei frequentar o Grupo de Estudos C. G. Jung, naquela mesma noite em que estive em sua casa.
No mesmo prédio, um andar acima, seu consultório e biblioteca; Universidade Livre, com as portas abertas, todas as quartas-feiras, tendo a mestra Nise a conduzir o rebanho com as mais diversas ovelhas, incluindo passos de tigre, onça ou leopardos, imprevisíveis.
Delicado pedido de Doutora Nise, e razões outras, eu passei a colaborar em sua obra no Museu de Imagens do Inconsciente, ao lado de Raphael Domingues, em especial. Sempre como voluntária. Com os anos passei a conviver bem próxima das suas atividades, reflexões e pesquisas. O tempo nos fez cúmplices em questões difíceis. E quantas! Nossa amizade um tesouro entre os clientes, os gatos e a percepção do numinoso.
Sua mãe, dona Nazinha, Maria Lídia, foi quem me disse que eu deveria ser sua prima, já que sua avó tinha o mesmo nome de família que o meu. O que foi confirmado, pelas raízes ancestrais de Pernambuco. Ela cantava em bela voz áreas da ópera Martha (Flotow?).
Tendo pleno conhecimento de que todo o embasamento teórico e aplicação prática, empírica, de Nise, foi fundamentada nos estudos da psicologia analítica de seu mestre maior C.G.Jung, senti imperiosa necessidade de juntar alguns de seus textos perdidos que não circularam para o grande público. Assim organizei o livro. Não sou da área das letras, nem ouso. Fiz pinceladas de aquarela; registrei, sim, algumas páginas belíssimas que ela escreveu, assim como reflexões que nos transmitia verbalmente.
Enquanto não se reedita estes ensaios, faço esforço em publicar outras matérias que guardo com zelo, e que todos merecem conhecer. Beber em tamanha sabedoria e humanidade é direito de todos, incondicionalmente. Nada inédito. Escritos publicados em periódicos. Importante é dar oportunidade de se ler, na fonte, os textos de Nise dispersos em jornais, revistas e catálogos. Daí autorizar, por escrito, usarem o título do livro, por mim organizado, em filmes, seriados, teatros, ou tantos quantos forem os meios para divulgação da obra de Nise da Silveira – humanista, precursora e revolucionária, além de seu tempo.
Estudantes e pessoas sedentas de vida interna procuram suas sábias palavras, como garimpeiros procuram ouro puro dos alquimistas.
postagem - martha pires ferreira
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