sexta-feira, 9 de maio de 2008

Artur da Távola

    - Martha Pires Ferreira

    O Brasil não esquecerá a nobreza de alma de Paulo Alberto Monteiro de Barros, nosso querido Artur da Távola. Ele se despediu deste mundo que tanto amou e sofreu e amou, para sem dúvida dar o salto quântico, para algo que nos transcende a inteligência. Hoje, 8 de maio de 2008, aqui na cidade do Rio de Janeiro, por volta das 14h00, aos 72 anos na flor da idade mais avançada. Seu nome é ainda; cultura, música, refinamento, sensibilidade intelectual, desenho das palavras, simplicidade, doçura, sorriso, espiritualidade, afeto, doação de si. Consciência filosófica e fidelidade a si mesmo serviu de exemplo; dignidade como cidadão político. Permanecerá eternamente vivo porque, essencialmente, humano. Paulo Alberto foi Presidente da Casa das Palmeiras, obra de sua saudosa amiga Nise da Silveira, de dez. de 2005 a dez. de 2007. Ocasião em que muito colaborou para o renascimento da Casa quando esta sofreu um cruel incêndio. Como Ave Fênix, pai-mãe amoroso, e com sábia bondade e compaixão, com postura receptiva, sentava-se à mesa ao lado de pessoas emocionalmente feridas da doença de esquizofrenia. Não tinha medo do Inconsciente, muito pelo contrário, dialogava com as forças que emergem das profundezas do si mesmo. Muitas vezes presenciei os doentes abraçando-o com emoção e gestos de fraterna amizade. Conversava com os tidos loucos, marginalizados pela sociedade burra e insensível, com uma surpreendente delicadeza nas palavras e no olhar, ao se achegar aos mais pobres e desvalidos. O mundo sempre se eleva com homens e mulheres que se depuram como pessoas e procuram acima de tudo serem humanos e generosos em seus pensamentos e atos. Saudades querido Artur! Saudades querido Paulo Alberto! Saudades homem plural e uno! Coro de Anjos acompanha a orquestra filarmônica celeste com atabaques ao receber Paulo Alberto!
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Um comentário:

TERRA_VIVA disse...

Querida Martha,
No meio da despedida ao nosso "imprescindível Arthur", nos reencontramos. Foi um alento de te ver.
Fiat Lux!
Cristina Terra

"Há homens que lutam um dia, e são bons;
Há outros que lutam um ano, e são melhores;
Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons;
Porém há os que lutam toda a vida
Estes são os imprescindíveis"
(Bertold Brecht)