Oração ao Deus Desconhecido
Friedrich Nietzsche
[1844 – 1900] Alemanha
Antes de prosseguir em meus caminhos e lançar o meu olhar
para a frente uma vez mais, elevo, só, minhas mãos a Ti
na direção de quem eu fujo.
A Ti, das profundezas de meu coração, tenho dedicado altares
festivos para que, em cada momento, Tua voz me pudesse chamar.
Sobre estes altares estão gravados em fogo estas palavras:
“Ao Deus Desconhecido”.
Seu, sou eu, embora até o presente tenha me associado aos sacrílegos.
Seu, sou eu, não obstante os laços que me puxam para o abismo.
Mesmo querendo fugir, sinto-me forçado a serví-Lo.
Eu quero te conhecer, desconhecido.
Tu, que me penetras a alma e, qual turbilhão, invades a minha vida.
Tu, o incompreensível, mas meu semelhante, quero Te conhecer,
quero servir só a Ti.
[tradução de Leonardo Boff /
Gebete der Menschheit. Religiöse Zeugnisse aller Zeiten und Vöolker].
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sexta-feira, 30 de março de 2007
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