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Sempre fui cercada pela delicadeza deste ser humano, poeta, educador _ Rabindranath Tagore.
Tagore em mim
martha pires ferreira
Tagore reacende descritivo
e linear, constante e desarmado.
_ transcreve instantes vividos,
sem tramas _ a imagem, doce.
_ cada linha reta ou curva
cortada ou vazia, sem jogo tece.
em ponto ou corte no ar
_ verbo em óleo de candeeiro.
xxxxxxxx
E... esta deliciosa poesia do mestre
Os dois pássaros
O pássaro manso vivia na
gaiola.
O pássaro livre, na floresta.
Encontraram-se quando chegou a hora
marcada pelo destino.
O pássaro livre cantou:
- oh, meu amor, voemos para a floresta!
O pássaro preso sussurrou:
- Vem pra juntos de mim
Vivamos na gaiola!
O pássaro livre diz:
- Entre grades, onde está o espaço para se abrir as asas?
- Ah, diz o pássaro cativo:
Eu não seria capaz de pousar no céu!
O pássaro livre exclama:
- Meu amor, canta as canções da floresta!
O engaiolado responde:
- Senta ao meu lado, ensinarei a linguagem dos sábios.
O pássaro da floresta retrucou:
- Oh, não! As canções não podem ser ensinadas!
Então o pássaro da gaiola gemeu:
- Ai de mim! Não sei cantar as canções da floresta.
O amor de ambos é sem limites,
desejam-se um ao outro,
mas não podiam voar lado a lado.
Olhavam-se através das grades
e em vão o desejo de se unirem.
Agitam as asas e cantam:
- Aproxima-te mais, meu amor!
O pássaro livre grita:
- Não posso, tenho medo das grades, me assusta!
O pássaro engaiolado murmura:
- Ai de mim, minhas asas estão fracas e inertes!
(Rabindranath Tagore, em O Jardineiro)
O pássaro livre, na floresta.
Encontraram-se quando chegou a hora
marcada pelo destino.
O pássaro livre cantou:
- oh, meu amor, voemos para a floresta!
O pássaro preso sussurrou:
- Vem pra juntos de mim
Vivamos na gaiola!
O pássaro livre diz:
- Entre grades, onde está o espaço para se abrir as asas?
- Ah, diz o pássaro cativo:
Eu não seria capaz de pousar no céu!
O pássaro livre exclama:
- Meu amor, canta as canções da floresta!
O engaiolado responde:
- Senta ao meu lado, ensinarei a linguagem dos sábios.
O pássaro da floresta retrucou:
- Oh, não! As canções não podem ser ensinadas!
Então o pássaro da gaiola gemeu:
- Ai de mim! Não sei cantar as canções da floresta.
O amor de ambos é sem limites,
desejam-se um ao outro,
mas não podiam voar lado a lado.
Olhavam-se através das grades
e em vão o desejo de se unirem.
Agitam as asas e cantam:
- Aproxima-te mais, meu amor!
O pássaro livre grita:
- Não posso, tenho medo das grades, me assusta!
O pássaro engaiolado murmura:
- Ai de mim, minhas asas estão fracas e inertes!
(Rabindranath Tagore, em O Jardineiro)
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