Vou abrindo meus arquivos, ousando mostrar a poesia, sempre presente em meus caminhos. Escrever é desenhar, as letras são traços sinuosos que as mãos engendram, revelam.
Desenho nanquim do meu livro _ Zoologia Fantástica _ 1981 (Massao Ohno Editor.
Ser poeta
Se há sensibilidade
refinada na densa ou
leve apreensão das ideias
é poeta.
Seja o matemático
professor de geografia
cuidador de lampiões
esportista ou padeiro
pai, mãe com jardim de filhos
operário da escravidão voluntária
fotógrafo amador
timoneiro ousando águas
desenhista riscando
sutilezas da imaginação
é poeta.
Se há refinamento sutil no verbo
manejando sem escrúpulo
indiferente à pontuação rígida
simetria ou ritmo, tecendo
bordando em toalhas
fios de palavras e letras
é poeta.
Harmonia impulsiona
sem pedir incógnita licença
captura sem fronteira
olhos adentrando interioridade
é poesia!
Se há sensibilidade
refinada na densa ou
leve apreensão das ideias
é poeta.
Seja o matemático
professor de geografia
cuidador de lampiões
esportista ou padeiro
pai, mãe com jardim de filhos
operário da escravidão voluntária
fotógrafo amador
timoneiro ousando águas
desenhista riscando
sutilezas da imaginação
é poeta.
Se há refinamento sutil no verbo
manejando sem escrúpulo
indiferente à pontuação rígida
simetria ou ritmo, tecendo
bordando em toalhas
fios de palavras e letras
é poeta.
Harmonia impulsiona
sem pedir incógnita licença
captura sem fronteira
olhos adentrando interioridade
é poesia!
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Som do Cello
Pensamento voa, escoa
_ discursivo ativa ideias vãs
corta percepção, conclui.
Som não raciocina, incólume
passa invisível, sem destino
habitando espaço, extensão.
Cello se faz sonoro, vibra
em harmonia quase humana,
corta incerteza _ suave acorde!
Olhar a paisagem extensa
bucólica _ instante único,
imperceptível _ o Cello invade
a alma em doce simetria.
Pensamento voa, escoa
_ discursivo ativa ideias vãs
corta percepção, conclui.
Som não raciocina, incólume
passa invisível, sem destino
habitando espaço, extensão.
Cello se faz sonoro, vibra
em harmonia quase humana,
corta incerteza _ suave acorde!
Olhar a paisagem extensa
bucólica _ instante único,
imperceptível _ o Cello invade
a alma em doce simetria.
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Sabor da fruta
Riqueza imortal _ sabor da fruta
cor, olfato, tato, figura estética!
Tesouro habita sutileza real.
Encanto no encontro visual
_ prazer, sabor no céu da boca
matéria é beleza, a forma
_ a fruta, o aroma!
Manga, pêssego, banana, noni,
pitanga, caqui, jaca, limão,
figo, tangerina, melão, kiwi,
abacaxi, pêssego, abiu, amora,
mangaba, abacate, melancia, cajá
laranja, mamão, goiaba, uva,
pequi, cupuaçu, jabuticaba, açaí,
pera, maçã, ingá, tamarindo,
carambola, caju, graviola, acerola,
umbu, jambo, morango, araçá,
fruta-do-conde, cereja, sapoti!
Coração pulsante, dentro vivifica!
Percorro a avenida das cores, formas
_ sabor da fruta no céu da boca
riqueza material, natureza imortal!
Riqueza imortal _ sabor da fruta
cor, olfato, tato, figura estética!
Tesouro habita sutileza real.
Encanto no encontro visual
_ prazer, sabor no céu da boca
matéria é beleza, a forma
_ a fruta, o aroma!
Manga, pêssego, banana, noni,
pitanga, caqui, jaca, limão,
figo, tangerina, melão, kiwi,
abacaxi, pêssego, abiu, amora,
mangaba, abacate, melancia, cajá
laranja, mamão, goiaba, uva,
pequi, cupuaçu, jabuticaba, açaí,
pera, maçã, ingá, tamarindo,
carambola, caju, graviola, acerola,
umbu, jambo, morango, araçá,
fruta-do-conde, cereja, sapoti!
Coração pulsante, dentro vivifica!
Percorro a avenida das cores, formas
_ sabor da fruta no céu da boca
riqueza material, natureza imortal!
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Sede
_ Presença
Sede de Deus mais que tudo
_ mística no seio da matéria,
chão árido, olhar longínquo.
Café na xícara, chuva na vidraça
_ contemplo!
Longe estou em D’us, percepção,
puro vazio... Ele me habita!
Nada possuo, nada ficou _ apreendo.
Corpo na matéria; sou mulher
transcendência e centelha
_ estando aqui, em parte alguma.
Sede de Deus mais que tudo
_ mística no seio da matéria,
chão árido, olhar longínquo.
Café na xícara, chuva na vidraça
_ contemplo!
Longe estou em D’us, percepção,
puro vazio... Ele me habita!
Nada possuo, nada ficou _ apreendo.
Corpo na matéria; sou mulher
transcendência e centelha
_ estando aqui, em parte alguma.
Resíduos da flor, nanquim, 2016
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