domingo, 30 de junho de 2024

Três poesias _ sutilezas do coração

 Horizonte
       _ a Aquele que me transcende.
 
Pés no chão, subo ladeira
_ calçada reta e lisa, exercício
matinal à luz saborosa do Sol.
 
Santa Teresa, Rio de Janeiro
_ planeta Terra, bela geografia!
Sistema solar, inspiro, transpiro.
 
Pés sobre o chão árido, terra
cimento, matéria, poeira
_ campo sem extensão definida.
 
Almejo a poesia dos sentidos
tocar a matéria densa, árida
vida orgânica no fio sanguíneo.
 
Infinitude cósmica sobre a pele
os pés no chão, pisam leves
_ superfície sobre o Universo!
 
Galáxia! Sou poeira cósmica,
olhar felino, atento ao vazio
presente _ horizonte está aqui
apreende intuitivo Ser inaudito.
 
         Desenhar e/ou permitir que a Poesia se faça visível; puro ato de liberdade.
Três poesia, foto-dedicatórias e mini desenhos. Não sou movida por inspirações, e sim por reflexões, meditação intuitiva que descrevem vivências, sutilezas do sentimento afetivo, ternura existencial.

_ à minha mãe, Henriqueta Sanmartin Pires Ferreira / reflexiva, mãos sensoriais, de Fada; estímulo aos desenhos.

 Terra chão infinito     
 
Caminhar é pisar, ter pés
ao chão sem dimensão
_ sentir a Terra, seu Todo.
 
Percorrer espaço celeste
estando em chão batido
onde o corpo habita.
 
Trajetória impensável
estar no Universo, no Todo.
 
Sentir os pés a cada passo
realidade, chão de pedra
grama ou areia do mar
 
Estar no aqui, não se está lá,
imersa no Cosmos é estar lá.
Arco esférico _ a Terra, aqui
pertencimento em totalidade.
 
Macro e micro adentra a alma
estando no infinito a cada
passo em chão de saibro,
cimento, grama ou areia do mar!

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_ à mestra Nise da Silveira, quem me abriu portas para o mundo cultural mais amplo.

Agora
 
Pés no chão
nas galáxias estou
aqui, agora
ontem, hoje
longínquo olhar
mãos livres
lá é aqui
universo infindável
pés no chão!
             ___  Martha Pires Ferreira
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domingo, 16 de junho de 2024

Os Astros falam sem jargão _ para Nova Civilização

   Cruzamento _ bico de pena/nanquim, 2020
 "OS ASTROS INCLINAM, NÃO DETERMINAM!"

     As civilizações são assim, avançam e recuam, isto desde a Antiguidade. // Estamos num momento de recuo, decadência, retrocesso. Pessoas, individualmente, governos/nações, instituições _ e pense no que desejar. Invasões à privacidade, deslealdade moral, leis cruéis, desumanas, sem falar na ganância com abusos de poderes.  Podridão nas camadas baixas, ecoando o que existe de pior. Banalidade, estreiteza intelectual, hipocrisia fundamentalista em nome de religiões do dinheiro. Enfim, transição escura, sombria, sem horizonte, tudo bem longe de alguma luz Solar.

    Entretanto, quando um caroço de abacate (qualquer fruto) apodrece, como esta civilização atual, se cuidarmos com a Terra Mãe, adubarmos, cuidarmos, o caroço reflorescerá. Assim, será se cuidarmos, com esmerada paciência, dos valores imprescindíveis à sustentação do que é saudável, belo, artístico, pleno, digno. Não perder tempo com aves de rapina, gente cretina, sórdida, dúbia, sem caráter moral, coragem de ser. Desprezar, afastar-se do mal, do mau, vigente.

Caminhar de cabeça erguida, coração afetuoso, cuidar do cotidiano com certa economia pessoal em tudo, por ser tempo de silêncio, reservas pessoais. Um NOVO AMANHECER há de vir... Não será em breve, não, isto não. A travessia é densa, obscura, exige adubar a Terra. Sabedoria é caminhar com altivez, delicadeza moral e ética _ VALORES ETERNOS na esperança de uma NOVA CIVILIZAÇÃO.

 Vivemos momentos semelhantes à Renascença, assim como Revolução Francesa. Plutão/Hades sinalizando pontualmente.

No mundo existe, vive, gente da mais alta dignidade e valor ético, grandeza humana. Uni-nos a estas pessoas dignas, generosas, participativas, solidárias _ o Sol nasce para todos/todas.

As linhas traçadas/cruzamentos, se ordenarão em seu tempo. Esperança é a flor da Vida. "Amai-vos, uns aos outros!".~

A sabedoria é eloquente em silêncio, convida à reflexão profunda.

                          Martha Pires Ferreira

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quarta-feira, 12 de junho de 2024

Dia dos Namorados _ ternura, desenho e poesia

      
      Amar e namorar é vida, flui ao sopro deste prazeroso dia 12 de junho! // Poesias _ pretensões que foram polidas nesses dois a três anos. Revi, amadureci, depurei. Escrevi outras. A melhor poesia de amor é silenciosa, eloquente, abissal, presencial. O amor em si é atemporal, é pura existência.

Amar é afrodisíaco

Presença
_ ausência amada,
o tempo parou, há
poesia no espaço.
A vida sem olhos perdidos
em mim, ainda,
a volúpia não silencia
de todo _ geme calada.
 
Sono inquieto,
não amortece
sentida melodia _
fio tênue de nostalgia.
 
O amado não vem, é noite,
espero _ nem mais virá.
A flor do amor se acalma,
errante na madrugada.
 
Encontro amante,
afrodisíaco em sede
de encantamento,
abala estrutura
origem da vida _
coração do Universo
implodindo em sacralidade
toca o abissal,
_ noite, madrugada.
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Abrasa-me

Abraça-me
abrasa-me
    consumimos
    na beleza
         dos sentidos
suavemente
intensamente
desfalecidamente.
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Corpo sereno
 
Instinto se revela,
espanto em
voraz desejo _ 
a carne consome
no ardor das horas.
Fluxo essência
arde
pele fina secreta _
hábil convida à astúcia,
estremece em gozo
sexual doçura _
o corpo fala sereno,
                         adormece.
 
 Desenhos _ nanquim, bico de pena e aquarela/ detalhe.
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Reserva afetuosa
 
Contempla meu rosto
marcado, vivido e feliz
_ quer inteiro me ter,
sem esconder o insaciável
no ardor da reserva.
 
Aproxima-se intenso
e diz, me quer mulher
_ oferece flores, sorriso
abraço firme, ternura.
 
Aconchega-se entre lençóis
no ardor que flama e sabe
_ sabe acordar sentidos,
doce tremor em silêncio
_ afeto nos olhos que miram!

                          Martha Pires Ferreira 
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segunda-feira, 10 de junho de 2024

Flores do coração _ poesia e desenho



 Vegetação com frutos e Florinhas, 2024.

Flores do coração

Nada de frescura, nem ingenuidade
                                                       _ puro afeto!
Desenhar flores, nanquim, traçados finos,
inventar, isto vem de longe, juventude...
vida vivida _ quase martha registrada!
 
Os homens, como gostam de flores!
As mulheres, são flores naturais _ a
todos... apreciam leveza, cor e perfume
           rabisco meus galhos com frutos 
                                                  _ jardim florido 
  
Os amigos são frutos e amigas flores,
                 podendo escolher flores ou frutos!
Campo sem preferência, apenas, prazer
                               na jardinagem _ Mãe Terra!
 
Preciosas flores e frutos se foram, voaram,
seu tempo _ idade, tem hora, instância
abrindo a última porta ao grande mistério!
Existência transcorre imponderável
                       ao instante de silêncio abissal.
Flores, nos abraçam, se abrindo à infinitude!
   
             _ Martha Pires Ferreira   
Mini flor e frutos, 2024. 
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quinta-feira, 6 de junho de 2024

Signo de Gêmeos, asas do ir e vir _ Poesia.

 
Mercúrio _ Rafael

O Sol, percorre o signo de Gêmeos. Hoje, dedico uma poesia a este 3º signo do Zodíaco, elemento Ar./ Características gerais ver em pesquisa, aqui no Blog (à esquerda).

A cada mês uma poesia referente ao signo correspondente _ desafio procurando manter a totalidade do significado simbólico!

Selo

Gêmeos, asas do ir e vir
          martha pires ferreira

Ar leve, sutil, penetrante é Gêmeos
_ signo de jovialidade vacila,  oscila...
rápido _ dual visão de ser; dentro/fora,
noite/dia, claro/escuro, ator e espectador.
 
Mercúrio tem asas da velocidade
captura rápida _ informação, comunicação,
flexibilidade­ _ mudança é natural.
 
Assimila ligeiro, avança a novas
instâncias; curiosa jornada. Seu entorno
_ presença de parentes, vizinhos, parceiros
de conquista em viagens breves.
 
Seu corpo fala respiração _ governa pulmão,
transpira ar _ braços, mãos, todo o corpo.
 
Curiosidade vence obstáculos,
desconhece preconceitos, corta dissabores.
Campeia do rígido ao maleável _ objetivo;
do ontem não feito, providencia-se, hoje.
 
Versatilidade penetra fronteiras,
barreira intransponível de tradições.
Liberdade nas asas do ir e vir _
vivência, sabores; conciliação de opostos.
 
Atravessa o concreto e abstrato impensável
sem questionar dispersões da travessia,
adapta-se ao lógico; seu trunfo, existência.
 
Se o inferno incomoda, não se acomoda
ao céu paradisíaco sem novidade
_ salta ligeiro a novo sopro, outro vou.
Alçar o inalcançável é desígnio vital... voar!

     
      Signo de Gêmeos _ conciliação de opostos.
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segunda-feira, 3 de junho de 2024

Prato-refeição _ recordar é viver, hoje.

 

Almoço em 2020 e estes dias, junho 2024.
              O prato: refeição 2020 - 2024

             Durante a pandemia, desde o início, março de 2020, tendo que almoçar sozinha, resolvi fotografar o prato feito, sobre a toalha _ mesa posta, dia a dia. Hoje, menos. Arquivei uma coleção significativa.

            Iniciei, este desejo íntimo,  num gesto de oração por todos que colaboraram para ter a minha refeição _ desde  quem plantou, colheu, vendeu, repassou, e, de mãos em mãos, por feiras livres ou mercados disponíveis; as verduras, cereais, legumes, e frutas. Assim como carne, peixe e ovos _ tudo em gesto de agradecimento à Vida, às pessoas, à mãe natureza que tudo provê.

            Quantidade enorme de pratos, refeições do almoço, foram fotografados, registrados. Pratos meus comuns e ingleses, que herdei de família. Diante da refeição, um gesto de amor solidário a todos confinados, a todos em sofrimento e transtorno em razão da pandemia _ Covid.

            O cuidar da refeição, entre outras atividades, mesmo os trabalhos caseiros, culinários; o fogão e as panelas, me davam sentido à Vida. Travessia dolorosa no mundo, acompanhava. Por algumas razões estive bem na solidão; reflexiva e bastante criativa. Posso dizer que amadureci profundamente _ valores internos e espiritualmente.

            Só agora escrevi uma poesia a respeito. Aliás, uma ocupação importante durante a pandemia _ cuidar dos escritos; revisões, poesia, ler muito e desenhar. Caminhadas ao Sol nunca faltaram _ a Vida é plenitude! 

           Prato-refeição: 2020 até hoje, junho de 2024

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Desafio refeição
 
Mãe Natureza tudo sabe provê
_ do chão de terra faz brotar
vegetação; alimento farto,
desafia a cada dia, a refeição.
 
Longa a caminhada, o cuidar
_ plantio à colheita, em tempo.
Destino; múltipla fortuna _ cereais,
frutas, legumes, verduras tantas!
 
Riqueza chega aos que podem
_ nada chegando aos esquecidos,
frágeis, marginalizados, perdidos.
Repassa colheita, pessoas anônimas.
 
Consagrar o alimento _ deveria ser
um gesto de oração, reverência
_ agradecer desde a horta, cultivo,
passando às feiras livres, mercado.
 
Sobre bancada o alimento pousa.
O fogão, a panela, a travessa acolhe
_ olhos, mãos, acompanham o fazer.
Sobre a mesa posta, está a refeição!
 
Tudo brota, floresce do chão de terra,
desafio dadivoso é fonte de Vida.
O prato, alimento _ o sabor, prazer
consumido, se faz impermanência.

     Martha Pires Ferreira






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