sábado, 18 de maio de 2024

Saudades de Aldous Huxley _ Sempre atual

 
             Liberdade de escrever _ Mais sabedoria

         Cansada do lero-lero e salamaleque. Intolerante estou para com a oca banalidade e o silêncio dos tíbios. Invasões inescrupulosas, e tantos etcs.! Sempre me refúgio nas leituras, desenhando, rabiscando poesia ou reflexões do cotidiano. Caminhar e exercícios físicos são imperativos para manter a saúde estável, boa qualidade vital.

Minha preciosa biblioteca me abraça. Hoje, olhei para Aldous Huxley... As portas da percepção, primeira obra que li. Muitos vieram depois. Sem ordem cito; Admirável mundo novo, El fim y los meios (obra que em muito influenciou Thomas Merton/em Montanha dos Sete Patamares), Visionários e Precursores, Huxley e Deus (ensaios). Agora, me detive em A Filosofia Perene (tenho duas edições: Civilização brasileira e Cultrix).

Sim, não posso aliviar as cruéis contradições do mundo, solucionar imbróglios, agir com mestria necessária. Nem tenho mais idade para ser ativista, colaborar efetivamente. Cansada do lero-lero, tamanha incompetência administrativa, salamaleque de salões! Sim, quero meu silêncio eloquente, minhas reflexões solitárias, mas afetuosas. E reler Huxley com a sabedoria do coração, como dizia Henry Muller.

A música erudira, clássica, um bom Jazz e nossos grandes compositores, me alimentam. Fiéis Amizades! Preciso de tão pouco! A travessia em que estamos, todos, comprometidos de norte a sul, leste a oeste não é leveza _ é dureza em estreito horizonte, na incerteza do bom senso comum. Desafios constantes! Manter utopia e esperança!

Sim, reler Aldous Huxley para manter equilíbrio, a linha do bom entendimento. Os mais depurados seres humanos nos sustentam, são bases sólidas nas construções civilizatórias, suportes em contínuo processo de evolução. Neles sempre me apoio.  Aos apequenados, predadores, o solene desprezo. Aos realizadores da beleza e bem comum, louvores!

Reler Huxley é manter a antena na atualidade sem perder horizonte ao que é maior.

         Martha Pires Ferreira, 8/maio/2024

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