Caminho em estradas múltiplas, diversidade ao sabor do vento.
Três poesias da caixinha e o desenho dos três anjinhos, 2021
_ sentir, ver, ler, rever encontros
da alma _ transvê a matéria na brisa.
mensagem dos anjos mensageiros,
canto gregoriano, hino celeste?
a áreas remotas, jamais esquecidas.
Não mais onze anos, dezenas se foram...
a jovem faceira e a mulher amante
deixando rastros de afeto perdido...
a cada grão do chão percorrido
num arco do tempo, mais que distante!
_ as mãos no colo, em curva estreita
têm sorriso gratuito, preciosa memória.
Sem pretensão
Não sou poeta dos domínios,
_ rabisco, percepções, intuições
tocando a carne das ideias.
Olhos aguçam ao não visto
_ dor e leveza costurados.
Não há paixão por letras
nem sentimento oco, árduo
_ apenas o jogo da vivência.
Caminhar é sina, destino
_ andar altiva, firme em passos
variantes, múltiplos, intensos.
Caminhar é sina, imperiosa
ora rápida, ora lenta, perdida
ora distraída, ora sede divina
_ apreender, pensar, escrever
ao sabor das frases curtas.
Vazia dor, interioridade
_ aprazível espera se faz
leve, constante sem prazo.
Ondulante brincadeira
_ quer sorriso, olhares, olfato,
ternura em gesto largo _ acolhe
matéria da alma-corpo.
Mãos firmes sabem; vitalidade
sensível no calor do encontro
_ desencontro sem planos.
A vida esquece num hiato,
se refaz nas estações em ciclo
_ caminho altiva na tarde
de outono, sem espera; dor!
Foi assim, bem assim, o amado
na alegria da amada, ontem!
Hoje foi ontem _ dor é sempre!