Estamos com o Sol passeando no signo de Libra, ao prazer do social e a sensualidade no ar. Algo impulsiona a narrativa poética. Seria o planeta
Júpiter em trânsito/Touro fazendo trígono com a Vênus radical em Capricórnio,
e esta regente da 7ª casa?! E/ou Saturno em Peixes regente da 10ª casa
conversando com a Lua radical em Peixes?! Aventura dos astros talvez!! Ah, eu pensava
publicar algum texto neste último dia de setembro, isto mobiliza ousar.
Aqui, duas poesias _ narrativas do afeto. Sem receio abrindo mais uma vez a caixa secreta, e que assim se manterá. O coração se deixa expressar por dor, perdas e instantes de encantamento. Espaço para tudo _ há tantas moradas dentro de mim! O ingênuo ou tenso poético aloja sem pedir licença. Maria Anônima _ assim me nomeei por razão poética. Sou Maria Anônima ao sabor da imaginação.
Memória
Presença_ memória viva,
suor; prazer na pele
amanhece; amanhece
horizonte perdido!
Ensolarado percurso
aparente, sem horário,
segue o Sol a brindar
flores, crianças esquecidas.
O ontem não mais existe,
corte no espaço outonal
voou sutil entre noites,
tardes com o sorver do vinho.
Sorriso silencioso e doce
_ eloquência em gestos, tece
mistério no querer secreto
a permanência _ olhar.
Dê-me as mãos, o coração,
ferida se cura sangrando.
A noite se foi num susto por inteligência,
o Sol não está a pino, a hora escoa
sem trégua e não retorna.
Pássaros voam e a laranjeira está florida
_ meu caderno em folha branca
aguarda rabisco imaginário.
Meus olhos acolhem afeto contido,
lábios calados, resguardam incertezas.
Uma caneta azul para lhe dar
_ cansei da lógica do mundo!
Ontem, caminhei com Tagore.
Hoje, com Manuel Bandeira,
lembrando do chá com torradas
_ gentileza no Petit Trianon.
Amanhã, outro poeta, talvez.
Dê-me suas mãos, a vida se revela!
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