sábado, 30 de setembro de 2023

Eu, Maria Anônima e a poesia

           


                Estamos com o Sol passeando no signo de Libra, ao prazer do social e a sensualidade no ar. Algo impulsiona a narrativa poética. Seria o planeta Júpiter em trânsito/Touro fazendo trígono com a Vênus radical em Capricórnio, e esta regente da 7ª casa?! E/ou Saturno em Peixes regente da 10ª casa conversando com a Lua radical em Peixes?! Aventura dos astros talvez!! Ah, eu pensava publicar algum texto neste último dia de setembro, isto mobiliza ousar.

Aqui, duas poesias _ narrativas do afeto. Sem receio abrindo mais uma vez a caixa secreta, e que assim se manterá. O coração se deixa expressar por dor, perdas e instantes de encantamento. Espaço para tudo _ há tantas moradas dentro de mim! O ingênuo ou tenso poético aloja sem pedir licença. Maria Anônima _ assim me nomeei por razão poética. Sou Maria Anônima ao sabor da imaginação.

Memória
 
Presença_ memória viva,
suor; prazer na pele
amanhece; amanhece
horizonte perdido!
 
Ensolarado percurso
aparente, sem horário,
segue o Sol a brindar
flores, crianças esquecidas.
 
O ontem não mais existe,
corte no espaço outonal
voou sutil entre noites,
tardes com o sorver do vinho.
 
Sorriso silencioso e doce
_ eloquência em gestos, tece
mistério no querer secreto
a permanência _ olhar.

Aguardo
 
Dê-me as mãos, o coração,
ferida se cura sangrando.
A noite se foi num susto por inteligência,
o Sol não está a pino, a hora escoa
sem trégua e não retorna.
 
Pássaros voam e a laranjeira está florida
_ meu caderno em folha branca
aguarda rabisco imaginário.
 
Meus olhos acolhem afeto contido,
lábios calados, resguardam incertezas.
Uma caneta azul para lhe dar
_ cansei da lógica do mundo!
 
Ontem, caminhei com Tagore.
Hoje, com Manuel Bandeira,
lembrando do chá com torradas
_ gentileza no Petit Trianon.
Amanhã, outro poeta, talvez.
Dê-me suas mãos, a vida se revela!  

                     Maria Anônima 
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terça-feira, 26 de setembro de 2023

Desenho _ ponto, linha, cor, prazer

 
 Flores lilás, bico de pena e aquarela, 2023

     Desenhar é prazer _ o mais óbvio, ou, o que a imaginação engendra de lúdico, bizarro ou inusitado. É ato de liberdade! Ponto e linha se fazem poesia e leveza.

Lambe-lambe, bico de pena, 1969.

 Passeio, bico de pena, 2010.

Flores laranja e folhagem, 2023.
                  ___  martha pires ferreira

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sábado, 23 de setembro de 2023

Primavera com Flor de boldo /hemisfério sul _ 2023

 
                A Vida é a fonte da existência, viva a Primavera! O Sol em signo de Libra! Estudei e me dediquei à Astrologia, entre tantas coisas importantes, para profundamente apreender e amar a Vida.

Não me interessa ficar escrevendo e falando de bulas/jargão celeste, que poucos entendem. Basta dizer que a Primavera chegou no sul do hemisfério e o Outono ao norte.

Preciosa é a Vida, a revelação diária, as descobertas internas e externas. A inteligência abre portas _ ciência e técnicas, entretanto são os encontros afetivos que sustentam e encantam o coração sensível.

Flor de boldo-ametista, hoje, brotando em minha varanda! A Primavera vindo me beijar!

O Céu de Libra para os que estudam, pensam e escutam os sinais do Firmamento > " Os astros inclinam, não determinam!"

O Sol inicia seu passeio pelo signo de Libra _ Viva o equinócio da Primavera/sul _ dias iguais

_ postagem Martha Pires Ferreira 

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sábado, 16 de setembro de 2023

Virgem, o viver cotidiano. Poesia

 

    A Astrologia pertence ao universo do Cosmos, do simbólico, por sincronicidade toca o coração da matéria _ planeta Terra. Astrologia é poesia, música das esferas, canto de deuses configurados, onde não cabe dicotomia, onde reina a visão de totalidade.
   Estamos em setembro, nos despedindo do inverno/sul. O rei Sol transita a faixa do Zodíaco no signo de VirgemEis o meu canto poético para este mês _
   Por vezes é bom mudar o título _ fica mais claro, poético!
 
 Virgem,  o viver cotidiano
                  martha pires ferreira

Ramo de trigo nas mãos
a Jovem à natureza se identifica
_ o feminino por receptividade
               acolhimento é terra.
 
Silêncio seletivo se estende
          na toalha de linho _
detalhe, o perfeito acabamento
ou modelagem da cerâmica.
 
Passa agosto, setembro se achega
_ verão ao norte, inverno ao sul.
 
O coração ama em melancolia
_ doador de si observa o entorno,
     quietude no olhar, minúcia,
dissimula, se faz leveza, sorri!
 
Rotina _ marca hora do plantio,
       colheita, precisão _
Demeter é Ceres é Perséfone!
Submissa reserva é altaneira
      na distância o possível
_ espera. Adormece, acorda.
 
Ironia zombeteira aos parvos
ostentando bravatas, sutil humor
       ao sabor da pimenta.
Ingenuidade inocente escolhe
repouso longe de balbúrdias.
 
Memória visual, Mercúrio veloz
sinaliza implacável à crítica.
Amar tem corporeidade, vida
           na beleza do servir
_ o secreto mantém secreto. 
Catedral de Chartre 
            
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quinta-feira, 14 de setembro de 2023

A beleza do Firmamento, o que dizem os astros?!

A presença da Mãe Terra 

                       Mistérios de Elêsis *.
         Hoje, 14/09/2023 Lua Nova , estando seis astros em signos de Terra _ Júpiter e Urano em Touro/Terra, Mercúrio, Lua e Sol em Virgem/Terra e o planeta Plutão em Capricórnio/Terra. A Mãe Terra pertence ao elemento feminino. Observando a Astrologia clássica isto é da maior importância. Em signo de Água/feminina estão Saturno e Netuno, Peixes. Em Fogo/masculino, está Vênus/Leão e Marte/Libra, Ar/masculino. No céu zodiacal predominando o elemento feminino; receptivo. Tempo de reservas, compreensão, espera e acolhimento _ Lua Nova.

       *Mistérios de Elêusis _ Na Antiguidade, os rituais encenavam os mais secretos processos. A deusa da agricultura Demeter/Ceres, a difere dos simples mortais. Procissão sacrificial para esta deusas em Elêusis, onde ocorria grande festival em sua homenagem. A riqueza simbólica da Mitologia clássica pede retorno, releitura e estudo para se compreender melhor o que, hoje, vivenciamos neste mundo moderno de tecnologias, egolatria, onipotência, ceticismos e longe de sua organização social _ nada feliz como espécie. 

   Demeter ensinando a arte do plantio, agricultura. L. Lagrenée, 1725-1805.

Pensando em Afrodite/Vênus, Demeter/ Ceres e Hera/Juno aliadas de Zeus/Júpiter na Guerra dos Titãs ...as deusas mulheres tiveram importantes atuações para a conquista do Olimpo... No Panteão dos Deuses seis eram entidades femininas e seis masculinas.  Entre os deuses não havia superioridade, mas distribuição de valores, e mútua dignidade.  

 __  martha pires ferreira

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domingo, 3 de setembro de 2023

Poesia _ prazer nas caminhadas

         Caminhadas, trilhas poéticas. Resido algumas moradas; arte, astrologia, mitologia, orientalismo, política, humanidades, ciência, incognoscível e assim percorro, percepções, realizações, sem pressa. Feliz no tempo/espaço, sem receios de avançar.

 
Campo de Santana _ RJ.

Árvores, quase hino!
 
Luminosa manhã, raios dourados
transpassam folhagens
_ flamboyant, batom vermelho,
raízes abissais, subterrâneas.
 
Verde-esmeralda cobre a paisagem
_ quantas árvores, quantos tons!
Tudo suportam; Sol incandescente,
secura do ar, vento, chuva,
               tempestade.
Silenciosas se mantém altivas!
 
Florescem vigorosas sabendo
perder seus frutos e folhas
_ revitalizam-se a cada ciclo anual,
a cada estação _ Festas!
Renovada floração, safras _
   doce alimento ao corpo animal!
 
Irmãs generosas nutrientes
oferecem prazer com sombras
_ seus troncos espaldar, repouso.
Potência vital é ternura
    Mãe botânica _ beleza triunfal!
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Por vezes
 
Esbarro em verbo intransitivo
_ machuco a oração sem atenção
abuso de palavras por gosto
esbarro em sentença chula
e encolho os ombros.
 
Canto o desnecessário
por vezes, me encontro idiota
perdida no vale da ignorância
e, por vezes, degusto ambrosia
na mesa dos deuses.
 
Recolho aqui, desprezo ali
apanho lá, desfaço adiante
sem ao certo saber quem sou
_ ciente de ser plural avanço
por vezes, pontual, me basto.
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Borda da xícara
 
Toco eloquente
silêncio na borda
_ xícara de café!
 
Olhar distante
vasa ternura
proibida.
 
Nos lábios o sabor
quente do não dito
permanece
ao sabor do café!
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Clamo, eu sou assim!

Sou assim, “quem quiser
gostar de mim, eu
sou assim” na viola do Paulinho!
 
Toco minha viola diversificada
desenho nanquim, lápis,
aquarela, impulso à variedade.
 
Objeto madeira, arame, fibras
naturais, alga, conchas, pelo
crina, cabelo; recrio, sou assim!
 
Performance, instalação
revelações sem lugar certo
_ tempo espaço, sou assim.
Cadernos, resíduos do cotidiano!
 
Criar é paixão, ritmo, harmonia            
das horas livres ou distraídas.
Sou assim na viola do Paulinho
_ plasmo o olhar ao inusitado!
Martha Pires Ferreira
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