Hoje, 13/6 _ Fernando Pessoa _ poesia para ele

 Uma cartinha e poesia ao poeta!

         Fernando Antonio Pessoa, sinto que você está bem! Hoje, 13 de junho, seu dia junto com Santo Antonio, daí seu nome ter Antonio?!

Bem jovenzinha lia sua poesia extasiada, em estado de reverência. Eu amava um poeta, carne e ossos, que me abriu portas para os clássicos, ou melhor, para os melhores... não citarei. Era tiete de Cecília Meireles: “... a provada beleza!”, “ Não sou alegre nem triste, sou poeta!”. Lia muito. Sempre gostei de escrever, mas arquivava meus rabiscos vários e  tentativas poéticas. Não pertenço ao mundo literário, mas agora me exponho, é a idade que me impulsiona rever as poesias, assim agir.

Fernando, você é doce, acolhedor, vai me compreender e ler com sua ternura, eu sei. Esta que estou lhe enviando, chegará aí nas suas mãos. As poesias surgiram movidas por ordem interna e dores afetivas, momentos profundo da alma. Quero lhe mostrar, querido! 

Sem modéstia, e com leveza, Martha

[Fernando Antonio N. Pessoa,_13/6/1888/ Lisboa -30/11/1935/Lisboa]

Goles de café 

Velada, suavemente
a tarde se estende
na ânsia da alma inquieta.
 
Espaço de ponta a ponta
um arco luminoso
tênue costura invisível.
 
Defesa em larga
trama se faz sedução
tecida em silêncio
puro reflexo _ revelação.
 
Café na xícara de opalina
goles ao sabor da espera.
Ah, talvez... nem virá.
 
A porta se abre, relâmpago!
Frágil se achega e brinca
_ envolve chama ardente
é sempre assim, assim.
 
Quietude na tarde
a alma vadia é presença
goles de café, puro sabor
querer mais... transpiração!

                             Martha Pires Ferreira

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