terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Dialética entre recusa e aceitação do mundo _ a Esperança

       Passei a semana pensando, intuindo; estou no mundo, sim, mas percorrendo dimensões inconcebíveis. Estou aqui e não estou; a idade tem sua grandeza atemporal. Convivo com amigos e amigas cheios/as de rancores, desesperança, perdidos no pensar e esperar da Vida. Perderam o horizonte? Quanto peso! Sim, também, convivo com pessoas que acreditam na vida. Não podemos perder o fio da criação que nos leva a algo mais elevado. Sou Chardan, sinto a evolução contínua da matéria e do espírito humano _ aqui minhas reflexões concluídas, hoje _  
Dialética entre recusa e aceitação do mundo _ 
a Esperança
                                           Martha Pires Ferreira 
     Constatamos perplexos que as pretensões do mundo são fraudulentas e perversas por serem injustas, manipuladoras, em suas bases.
       O que fazer? Alienarmos ou confrontar?
    Uma atitude crítica de efetiva de desaprovação diante do mundo atual em suas estruturas é necessária, sim. Recusa que contenha, que inclua, a possibilidade de aceitar um mundo aberto à mudança de consciência, postura de valores. As ciências exatas, as religiões, a filosofia, nem mesmo a política se ocuparam em levar em conta a base econômica, objetiva, da existência e bem estar geral da humanidade. O bem estar comum, ficou em segundo pleno ou nem foi cogitado. Não se ocuparam em resolver esta questão no seio da sociedade, coletividade. Daí a falácia, a degradação e fraudulência imperante.
     Não é priorizar, apenas, os valores da matéria, o que se possui em bens e o que se come ou bebe, é fundamental levar em conta os valores éticos, morais, do sentimento e do amor fraterno, solidário, participativo, entre pessoas e comunidades.
     Nossa ignorância frente as questões da matéria junto ao espírito, das nossas emoções internas, como um todo, é o entrave, a fonte ou causa dos problemas e degradações gerais. Vivemos a dicotomia entre realidade material e afetiva; como se fossem duas demandas. Um modelo de sociedade que não oferece harmonia entre o ter e o ser, entre o possuir e o bem viver se degenera.
    Perdemos se ficarmos presos, parados, no passado e ou mesmo estanques nas desgraças do tempo presente. A loucura social, a patologia ou a neurose social nos penetra, sentimos nos poros. Mas, não podemos em nada ajudar a sairmos deste estado grotesco só acusando, protestando com rancores e ódios das entranhas, necessário altivez e apontarmos horizontes viáveis de princípios éticos, saberes e cultura.
    Por vezes, temos que ter receios diante do aterrador que defrontamos. Saber esperar com sabedoria; há tempo de plantar, de esperar e de colher. Presenciamos, na atualidade, fatos aterradores, cruéis, atos desumanos que compraz no prazer de fazer o mal, gratuitamente. Temos que ter defesas fortes, conscientes e firmes, para não sermos tragados, arrastados, pelo mal dantesco. Desejar o bem maior é fazer o bem. A grandeza do amor incondicional é mais poderosa que as potências do universo. Por sermos frágeis ou fracos não vencemos, não dominamos, ainda, as energias do mundo grotesco mergulhado na ignorância educacional, intelectual e emocional. A educação se faz ao nos educarmos, dia a dia, contínua depuração externa e interna; mente e coração.
    A face de mal absoluto nos aterroriza, não é fácil encará-la. Por vezes, impossível enfrentar tamanha sombra pesada no seio da sociedade, contemporânea. Perplexos nada podemos fazer diante da ignorância atávica dos que não tiveram oportunidade de se desenvolver como cidadãos _ os quais ignoram o que é o bem comum. Uma sociedade imatura, sem valores essenciais, ocasionalmente, revela-se perversa. Desconectada dos sentimentos da partilha e da generosidade, valores inerentes ao ser humano desenvolvido.
    Um ser humano ou uma sociedade sadia, feliz e alegre, age tranquila com seus afazeres e seu entorno, com bondade, sentimento afetuoso, amoroso, sem perder a sensibilidade, o bom senso. Não se aliena nem perde o espanto _ é misericordiosa, generosa e complacente, compreensível para com consigo mesma e para com a vida em sua plenitude. Age como uma flor que se tornou um fruto, e que do verde tornou-se fruta madura e saborosa. Esta é a sociedade amadurecida que desejamos, que almejamos, nas profundezas do coração.
    Seres conscientes, do bem comum, aproximai-vos uns dos outros, sem exclusões, sem leis de mordaças, com as mãos livres e com o sorriso da solidariedade fraterna.
    Não sou socióloga, nem antropóloga e nem futuróloga, apenas um ser humano que pensa, reflete sobre este mundo em que vivemos, com todos, sem exceções; nossa casa comum. Que acompanha, quantas vezes, perplexa as mazelas, ignorância e retrocessos, assim como as conquistas sociais, belezas da natureza e riqueza cultural no mundo. E, que tem, por intuição, a Esperança de um salto quântico de qualidade, diante de tantas controvérsias, saltos à níveis mais elevados, criativos e amorosos, no coração da Humanidade.
    Tenhamos a postura do Bom Pastor que, incondicionalmente, Ama suas Ovelhas!
    Tarde de 18 de fevereiro de 2020.
--   postagem - martha pires ferreira
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