Dialética entre recusa e aceitação do mundo
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a Esperança
a Esperança
Martha Pires Ferreira
Constatamos perplexos que as pretensões do
mundo são fraudulentas e perversas por serem injustas, manipuladoras, em suas
bases.
O que fazer? Alienarmos ou confrontar?
Uma atitude crítica de efetiva de desaprovação
diante do mundo atual em suas estruturas é necessária, sim. Recusa que
contenha, que inclua, a possibilidade de aceitar um mundo aberto à mudança de
consciência, postura de valores. As ciências exatas, as religiões, a filosofia,
nem mesmo a política se ocuparam em levar em conta a base econômica, objetiva,
da existência e bem estar geral da humanidade. O bem estar comum, ficou em
segundo pleno ou nem foi cogitado. Não se ocuparam em resolver esta questão no
seio da sociedade, coletividade. Daí a falácia, a degradação e fraudulência
imperante.
Não é priorizar, apenas, os valores da
matéria, o que se possui em bens e o que se come ou bebe, é fundamental levar
em conta os valores éticos, morais, do sentimento e do amor fraterno,
solidário, participativo, entre pessoas e comunidades.
Nossa ignorância frente as questões da
matéria junto ao espírito, das nossas emoções internas, como um todo, é o
entrave, a fonte ou causa dos problemas e degradações gerais. Vivemos a dicotomia
entre realidade material e afetiva; como se fossem duas demandas. Um modelo de
sociedade que não oferece harmonia entre o ter e o ser, entre o possuir e o bem
viver se degenera.
Perdemos se ficarmos presos, parados, no
passado e ou mesmo estanques nas desgraças do tempo presente. A loucura social,
a patologia ou a neurose social nos penetra, sentimos nos poros. Mas, não
podemos em nada ajudar a sairmos deste estado grotesco só acusando, protestando
com rancores e ódios das entranhas, necessário altivez e apontarmos horizontes
viáveis de princípios éticos, saberes e cultura.
Por vezes, temos que ter receios diante do aterrador
que defrontamos. Saber esperar com sabedoria; há tempo de plantar, de esperar e
de colher. Presenciamos, na atualidade, fatos aterradores, cruéis, atos
desumanos que compraz no prazer de fazer o mal, gratuitamente. Temos que ter
defesas fortes, conscientes e firmes, para não sermos tragados, arrastados,
pelo mal dantesco. Desejar o bem maior é fazer o bem. A grandeza do amor
incondicional é mais poderosa que as potências do universo. Por sermos frágeis
ou fracos não vencemos, não dominamos, ainda, as energias do mundo grotesco
mergulhado na ignorância educacional, intelectual e emocional. A educação se
faz ao nos educarmos, dia a dia, contínua depuração externa e interna; mente e
coração.
A face de mal absoluto nos aterroriza, não
é fácil encará-la. Por vezes, impossível enfrentar tamanha sombra pesada no
seio da sociedade, contemporânea. Perplexos nada podemos fazer diante da
ignorância atávica dos que não tiveram oportunidade de se desenvolver como
cidadãos _ os quais ignoram o que é o bem comum. Uma sociedade imatura, sem
valores essenciais, ocasionalmente, revela-se perversa. Desconectada dos
sentimentos da partilha e da generosidade, valores inerentes ao ser humano
desenvolvido.
Um ser humano ou uma sociedade sadia, feliz
e alegre, age tranquila com seus afazeres e seu entorno, com bondade,
sentimento afetuoso, amoroso, sem perder a sensibilidade, o bom senso. Não se
aliena nem perde o espanto _ é misericordiosa, generosa e complacente,
compreensível para com consigo mesma e para com a vida em sua plenitude. Age
como uma flor que se tornou um fruto, e que do verde tornou-se fruta madura e
saborosa. Esta é a sociedade amadurecida que desejamos, que almejamos, nas
profundezas do coração.
Seres conscientes, do bem comum,
aproximai-vos uns dos outros, sem exclusões, sem leis de mordaças, com as mãos
livres e com o sorriso da solidariedade fraterna.
Não sou socióloga, nem antropóloga e nem
futuróloga, apenas um ser humano que pensa, reflete sobre este mundo em que
vivemos, com todos, sem exceções; nossa casa comum. Que acompanha, quantas
vezes, perplexa as mazelas, ignorância e retrocessos, assim como as conquistas
sociais, belezas da natureza e riqueza cultural no mundo. E, que tem, por
intuição, a Esperança de um salto quântico de qualidade, diante de tantas controvérsias,
saltos à níveis mais elevados, criativos e amorosos, no coração da Humanidade.
Tenhamos a postura do Bom Pastor que, incondicionalmente,
Ama suas Ovelhas!
Tarde de 18 de fevereiro de 2020.-- postagem - martha pires ferreira
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