Liberdade de escrever – Meditação
A experiência pessoal na Meditação é
tudo. Não tem nada a ser explicado. Não está sujeita a uma exposição lógica,
ela é vivida e apreendida no que há de mais oculto na alma. Só o tempo revela
seu significado, resposta e beleza. As contradições desaparecem, não há mais
divisões _ eu e o outro, fora e dentro, melhor e pior, a escuridão e a claridade.
Meditar é inspirar e expirar,
lentamente em plena atenção. Sentado ou andando; a coluna ereta, em razão da
melhor circulação sanguínea. De preferência em local de silêncio. Esvaziar os
pensamentos, ausentar-se de imagens, aquietar os anseios, as emoções. Inicia-se com pouca duração de tempo e
aumentando com a prática. Tudo com naturalidade.
Procura-se a Meditação para se depurar,
física, mental e espiritualmente. Um estado do ser não está desvinculado do
outro, nossas contradições; somos uma só totalidade.
Há quem não medite e é iluminado, isto
é, cheio de graças; humana e divina.
Pura pretensão e perigoso pensar, afirmar, que meditar é estar num estado de
ser mais elevado. A natureza humana varia em seus estados de ser, por
temperamento. Cada um a seu tempo e no modo de se depurar. A Meditação é um dos
meios de melhorar nossa qualidade de vida; externa e interna. E nos conduz a
algo mais refinado.
Os extrovertidos procuram caminhos mais
práticos de expressão, sendo mais ativos, calorosos no anseio de serem tocados
internamente pelo incognoscível. Apreciam
rituais para serem tocados pelo Deus Desconhecido. Os introvertidos se adaptam
melhor no isolamento, silêncio e quietude na busca da experiência internas; sentir,
apreender o indizível na Criação. Entretanto extrovertidos e introvertidos
precisam se conviverem para trocarem experiências, alegrias profundas que
brotam das camadas mais abissais da alma. Esta troca pode manter-se em
silêncio, num sorriso, trabalhos em comum ou puros gestos.
Quando se pratica a Meditação por muito
tempo, no isolamento, é necessário ir em direção ao bom convívio social,
interagir com o próximo, com as pessoas comuns à nossa volta, com naturalidade
e simplicidade. Meditação sem conexões, convergências sensíveis, sem
Amorização, isto é, sem os cuidados de atitudes afetuosas para com tudo que
fazemos em nosso entorno, pouco se avança no processo interior. Quem nos
comanda é o Coração Amoroso.
A Meditação visa melhorarmos enquanto
pessoas – bondade, amor e compaixão.
Quem não tem experiência com a Meditação não
pode ter ideias inteligíveis, nem objetivas, a seu respeito. Nada sabe, realmente,
da vida contemplativa, dos grandes voos da alma. Meditar é vivência, é nosso
próprio mestre. Meditar é ser livre.
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postagem _ martha pires ferreira