terça-feira, 29 de outubro de 2019

Nise da Silveira _ 20 anos de ausência-presença


       
                   
         Nise Magalhães da Silveira entre amigos e amigas na Casa das Palmeiras.
Saudades eternas! - 15 de fevereiro de 1905 / Maceió/Alagoas - 29 de outubro de 1999 / Rio de Janeiro, RJ.
      Hoje, lembramos com muito afeto a saudosa Doutora Nise da Silveira, médica psiquiatra, médica das emoções profundas da alma humana, que saindo deste planeta Terra foi habitar outras dimensões, instâncias!
        São vinte anos, de constantes trabalho e dedicação, de seus seguidores, mantendo viva sua memória, sua obra desbravadora. As mídias estão repletas de informações sobre esta quase divina pessoa, por ser mais que humana, por tudo que viveu, realizou e nos legou.
       Tenho minhas memórias, minhas preciosas lembranças desde que a conheci em 1968, quando eu vivia dispersa e sem direções por questões do golpe militar que nos massacrava social e culturalmente naquela época obscura da história do Brasil. Com a Doutora Nise abri novos horizontes, me recoloquei firme na luta constante que é viver criativamente a vida em sua grandeza cotidiana. Por anos participei do Grupo e Estudos C. G. Jung e colaborei efetiva, voluntária, em sua obra, como desenhista e amiga fiel em momentos vários.
Dra. Alice Marques dos Santos, Nise e eu, Martha - 1993
      Estando em viagem, morando em Londres, em 1971, fui surpreendida com o correio local me entregando uma carta da amiga tão querida, Nise. Que felicidade! Chegaram outras para grande alegria! Minha mãe, Henriqueta, sempre teve seu lugar de mãe, presença e dedicação admirável. E Nise o lugar da grande mestra do mundo das ideias, da ousadia e posturas radicais à serviço da humanidade. 

      
     Meu testemunho, meu caminho, minha ternura! 
                 Nise Vive!
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sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Signo - Céu de Escorpião

Algo desconfigurou aqui no sistema _ muito trabalho corrigir retirar cor amarela.

Escorpião é o 8º Signo do Zodíaco (de 22-23-24/out. a 21-22-23/nov.- dependendo da latitude e longitude de nascimento).
Não se pode falar da história do pensamento sem abordar a importância da Astrologia para a compreensão da natureza humana em sua complexidade desde épocas as mais remotas. Os astros sinalizam nossas potencialidades. Compreendendo nossa natureza, em seu todo, podemos melhor administrá-la. Astrologia é própria da linguagem simbólica. Estas características pontuadas são generalidades possíveis, não uma verdade em si; "Os astros inclinam, não determinam". 

O SOL iniciou seu percurso anual no cinturão zodiacal, Signo de Escorpião, Rio de Janeiro, às 14:30, dia de 23 de outubro de 2019. Primavera / hemisfério sul.
Suas regências - os Planetas Marte/Ares (clássico deus das batalhas, impulsividade, sexualidade, desafios e guerras) e Plutão (com sua descoberta,1930, senhor das profundezas da terra,  mundo subterrâneo, reino dos mortos – Hades; desafios, transformações e ressurreição – Ave Fênix)
Iconografia - iluminura medieval - mais imagens na página
Características agradáveis ou desagradáveis deste signo. Sinopse:
Transformação. Magnetismo. Desejo. Poder. Posse. Vida e morte. Riquezas pessoais e públicas. Regeneração. Renovação. Tenacidade. Bens comuns. Percepção aguçada, extra-sensorial. Sexualidade intensa, vigorosa. Paixão. Sede de imortalidade. Produtividade. Determinação. Realização. Engenhosidade. Energia. Extremismo emocional. Ira. Obsessão. Energia, Crueldade. Sangue frio. Vingança. Violência. Perversidade. Defesas. Gosto pelas mudanças e desafios. Destruição. Renovação. Hereditariedade. Inteligência aguda. Interioridade. Amor ao mistério. Enigmático. Fixação. Receios. Persistência. Obstinação. Tirania. Combate. Riquezas do solo. Pesquisas. Movimentos de massa. Capacidade de articulação e/ou cooperação em larga escala. Espiritualidade. Impenetrabilidade. Transcendência. Penetração. Maquinação. Intensidade. Força interior. Metamorfose. Ressurreição

      ---postagem martha pires ferreira

terça-feira, 22 de outubro de 2019

Luminosa Nise da Silveira _ 20 anos de eterna presença!

             














   Aniversário aos 90 anos - 15 de fevereiro          

Nise da Silveira nasceu em Maceió / Alagoas em 15 de fevereiro de 1905.  Viveu no Rio de Janeiro onde faleceu em 29 de outubro de 1999.
     No oráculo Google acionando o seu nome é possível encontrar as mais ricas informações sobre esta revolucionária, doce, meiga, rebelde com vasta cultura e humaníssima pessoa, Nise Magalhães da Silveira.
      Na Revista Quaternio nº 8 – 2001, edição do Grupo de Estudos C. G. Jung, em sua homenagem, foi publicado este texto meu. 
Recortes, na ponta do lápis. 
                                           Martha Pires Ferreira 
Ninguém pode substituir Dra. Nise da Silveira, mulher tão adiante do seu tempo.
Sou invadida por saudades profundas de minhas amigas, colaboradoras mútuas, por tantos anos, Dra. Nise e Dra. Alice Marques dos Santos. Sei que nos encontraremos, “noutras galáxias”, noutras substâncias.
       Em maio de 1968, fui à casa da doutora com meus desenhos bico de pena. Decisão imperiosa de Darel Valença. Ele armou o nosso encontro.
O desejo de conhecê-la se deu, especialmente, em razão de C.G. Jung. Ele despertara em mim interesse absoluto. Há quatro anos, eu o vinha lendo, indicado pelo meu professor Dr. Manfredini (UERJ). Sensível e delicada, Dra.  Nise convidou-me para seu Grupo de Estudos.
Minha admiração por ela firmou-se quando percebi o quanto era capaz de encarar e desafiar a própria sombra sem qualquer medo. Não possuía máscaras. Eu própria arrancara a minha, como felina. Dra. Nise revelava-se autêntica; ora luminosa, irradiante, suave, ora sombria, obscura, temível.
Identificávamos-nos no sabor das leituras escolhidas: arte, filosofia, psicologia, literatura, história das religiões. Com ela, aprendi a dar larga importância à mitologia, a mergulhar nas imagens arquetípicas e, mais tarde, em 1974, na alquimia.
Muito me atraía sua clareza política e a do brilhante homem que foi seu marido, Dr. Mário Magalhães da Silveira, médico sanitarista. Eram contestadores veementes; adversários radicais da classe dominante, espúria. Defensores dos mais fracos e excluídos. Jamais coniventes com uma sociedade injusta e arrogante. Admiravam-se, reciprocamente. Dr. Mário era, em certas ocasiões, terrivelmente, mordaz. Senhor de sagacidade, perspicácia e generosidade ímpar. Grande provedor. Gostavam de receber com prazer os amigos em sua mesa fartíssima. Círculo seletivo, que ia de ministros de Estado, embaixadores, intelectuais, ou artistas, ao porteiro do prédio, onde morava na Rua Marquês de Abrantes, Flamengo. Os dois com temperamentos bem diferentes viviam com veracidade. (Dr. Mário faleceu em 1986).
Nossos vínculos se definiram quando em 1969, fui para o Museu de Imagens do Inconsciente, para o STOR, a pedido dela, para ficar, em afetuosa convivência, ao lado do desenhista genial, Raphael Domingues, (Quaternio, 1975).
Dra. Nise amava a riqueza dos Contos de Fada. Nós nos deliciávamos com eles. Eu, desde menina, lia os contos tradicionais. Matrizes do inconsciente coletivo de cada povo, pontes para a plenitude da consciência, diálogo entre as formas brilhantes e tenebrosas. O significado do caminho da individuação, da redenção. Daí eu ter ido colaborar na Casa das Palmeiras, de1986 a 1990.
Gostávamos do que é simples: chá, biscoitinhos e torradas com geléias. Por vezes um queijinho francês, chocolates suíços ou belgas, dava aquele toque ainda mais refinado, em conversas amenas, rodeadas dos amigos, sempre acolhidos amorosamente.
Nossa amizade estacionaria nas portas do castelo interior, caso o preconceito para com a Astrologia, a atingisse. Para surpresa minha, início da década de 70, Dra. Nise me pediu um favor, em segredo: “Gostaria que você fizesse meu horóscopo”, seus olhos atentos e apreensivos alcançaram os meus. Sorri. Ela me ofereceu sua data de nascimento: dia, mês, ano, hora e local. E foi Dona Nazinha (Maria Lydia) sua mãe, pianista, quem me confirmou os dados - 15 de fevereiro de 1905, às 2h10 da madrugada, em Maceió, Alagoas. “Ah, agora explicam as minhas contradições, esse Capricórnio freando, essa ferrenha obstinação, e este Aquário rebelde, libertário”. Como sabia das coisas!
Nossas afinidades percorriam outras áreas - a dos animais de sangue quente. Adorávamos os gatos, em particular. Seus nervos felinos, sua doçura e seu mistério nos fascinavam. Deuses.
Dra. Nise conseguiu ir muito além da linguagem teórica, do uso verbal. Criou ambientes propícios para que as imagens arcaicas emergissem, com intensas cargas afetivas, das profundezas do inconsciente. Imagens expressas em puro gesto das mãos dos emocional e mentalmente feridos. Era essencial para essa grande cientista o espaço para as criações artísticas. As sequências de imagens projetadas possibilitavam a leitura arqueológica da psique. O fio de Ariadne. Precursora do pensamento de C. G. Jung, na América Latina, catalisou como jamais se podiam imaginar surpreendentes revelações do gênio da arte: Raphael Domingues, Emygdio de Barros, Octávio Ignácio, Isaac, Adelina Gomes, Carlos Pertuis e outros. Senhora do tempo e do espaço, tocou o não verbal, conviveu intensamente com o verbal, o coloquial e o cientifico, e ultrapassou o verbal. Olhar e silêncio.
A sua obra é um patrimônio da humanidade. A necessidade de sua preservação é indiscutível. 
Em maio de 1998, percebendo alterações em sua mente, preocupada, me disse: “E eu que era sempre tão alerta, tenho tido claudicações”, e ajeitava os cabelos, numa pausa extensa. As percepções destas alterações não a deixaram esmorecer, jamais. Diálogos contínuos do consciente com o inconsciente, a sustentavam no insondável da existência.
Carinhosamente já há muito tempo eu só a chamava de dona Gatilda, e passei a ficar mais e mais presente ao seu lado.
Nesses últimos períodos de sua vida poucas eram as coisas que a atraiam. Praticamente, só os animais a encantavam. A força instintiva do animal a fazia renascer, permanecer produtiva. Realizou, com Sebastião Barbosa, fotógrafo, seu último livro (Gatos, a emoção de lidar; Leo Christiano; Ed.1998). Procurava recuperar forças e pensava em escrever sobre Laing e, também, sobre Marie-Louise von Franz, sua analista e supervisora. Para a Dra. Nise, esta sua grande amiga era a mulher mais inteligente do mundo.
         Perto do Natal, teve uma fortíssima pneumonia e viveu a solidão aterradora do sentimento da morte. “Martha, você precisa ensinar as pessoas a morrer”, “As pessoas não são preparadas para morrer”, disse-me, várias vezes.
Em 15 de fevereiro de 1999, dia do seu aniversario, falou-me tranquila e firme: “Estou perto da morte”.
Percebi que a morte se anunciava: - Doutora, a senhora tem sonhado?
- Sim.
- Com que? Perguntei-lhe.
- Com os mortos, eles estão vindos.
- Fique tranquila querida, deste momento nada sabemos. Eu estou aqui, estarei sempre aqui, ao seu lado.
Adormeceu.
      Embora dela emanasse uma força inacreditável, passei a chamá-la de minha filhinha, diante da fragilidade e da inexorável desagregação do corpo. Ela não temia a mortalidade corpórea. Uma profunda reflexão se fazia presente diante do mistério da vida, um certo medo mortal da certeza do imortal, da plenitude do ser, substância infinita.
         Nos seus últimos dias, prisioneira no CTI (ao lado dos mais pobres), eu falava para ela da poesia de João da Cruz e lia seu livro “Cartas a Spinoza”. Um dia ao ler a VII Carta, as lágrimas escorreram até os lábios. Nossos olhares se encontraram. E sorriu repleta de magnitude.
        No CTI, estava todo o tempo, cercada de amigos que se desdobravam em calor humano tentando aliviar tanto sofrimento. Revezávamos-nos, um de cada vez. Foram quase cinquenta dias. Via dolorosa. Gestos de indignação e resignação. Força de mártir e lucidez admirável.
        O inefável ocorreu na tarde de 29 de outubro de 1999, véspera de sua morte. Fez-me sinal com a cabeça, querendo me dizer que não estava sofrendo. Eu havia suspirado a sua dor. Com iluminado sorriso e gesto, de sim, sempre com a cabeça e as mãos, concordava comigo quando lhe disse que todo o seu sofrimento nada representava comparado à vida de imolação de Raphael, Isaac, Jose Bastos, Adelina, Carlinhos...
Esse sorriso resplandecente permanece inalterado, como contemplação, diante da beleza da vida.
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quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Andre Barbault _ 1920 - 2019 _ França. E outros Mestres _ Astrologia


         A Astrologia desde 1966 faz parte de minha caminhada cultural. Não deixo em branco a passagem de Andre Barbault 1921-2019 / França. Ele, nesta semana, se despediu do mundo terrestre e foi habitar noutras instâncias. Ao estudar os Cânones da Astrologia, naturalmente, encontrei Andre Barbault e li vários de seus livros.
       A França perde um grande pensador humanista, acima do ser astrólogo. O preconceito e a empáfia acadêmica, certamente, deixarão passar como desconhecido quem foi Barbault, mas não seus seguidores do mundo das profundezas da alma com suas conexões celestes. Deixou uma vasta obra e seguidores incontáveis.
        Em 1985, Barbault esteve aqui no Brasil por ocasião do Congresso Internacional de Astrologia, organizado por Maria Eugênia de Castro. Tivemos oportunidade de conversar, entre tantas coisas, sobre a palestra que conferi _ Plutão/Hades num mundo em transformações radicais.  

Ele fez breve dedicatória para mim numa de suas obras _
  Astrologia Mundial/1981

 

 Andre Barbault autografando livro para Christine Correa.

         No meu livro Metáfora dos Astros _ um olhar na História Antiga, Aspectos/ Ed. VIDA, 2004 _ faço referência de meus estudos na obra de Andre Barbault e na bibliografia. Eis o meu texto no Posfácio _
        
       Neste trabalho, me ocupei com sintéticas pontuações astrais que não podem ser levadas ao pé da letra. É necessário saber fazer as conexões adequadas em relação ao Horóscopo em sua totalidade. Os aspectos são sinalizações a causais, indicam possibilidades na vida humana, agradáveis ou não. Nada está determinado, os astros indicam potencialidades que devem ser observadas, analisadas e vividas com liberdade. São possibilidades para a compreensão e o alargamento da consciência.
       Viver o Horóscopo é viver o processo de individuação. É ter a possibilidade de conhecer-se tal qual se é em realidade. Arthur Schopenhauer afirmava que o homem tem o livre arbítrio, mas não tem a vontade de o utilizar. É preciso ter coragem para ser.
       É preciso ter sempre em mente o sentido da generosidade, da criatividade, da abertura intelectual e afetiva para com a leitura do Horóscopo Natal, e tudo o mais que é o universo da Astrologia. A Astrologia retorna aos meios de comunicação cada dia mais.
        Em 1986 escrevi para um prefácio: “Quer queiram ou não, a Dama Astrologia foi desperta. Ela ressurge, sem dúvida, como um dos preciosos recursos às respostas fundamentais da alma humana. Ela vem unir fronteiras entre realidades internas e externas. Serve de ponte e aproximação da vida objetiva-subjetiva. Encarrega-se, na sua função de totalidade, de aproximar os opostos inerentes à nossa natureza tão complexa em seus contrastes. (...) Hoje, prolifera por toda a Europa e as Américas vasta literatura. O homem não está satisfeito com o seu sucesso industrial e tecnológico, ele sabe que algo lhe está faltando. São anseios internos que necessitam de ferramentas internas para sua complementação”.
        Iniciei meus estudos de Astrologia em 1966, ocasião em que abandonava a carreira de Advogada e iniciava a de Artes Plásticas, entretanto a Astrologia foi tomando conta de mim. A Astrologia, nas décadas de sessenta e setenta, era uma atividade extremamente marginal e vista com irônicos preconceitos pelos tolos que perambulavam na praça da racionalidade cartesiana.  Com fé, determinação e humildade, venci dragões.
Sendo o objetivo deste trabalho abrir janelas no campo prático, não poderia deixar de oferecer Indicação Bibliográfica Subsidiária, de autores nacionais e estrangeiros. Servirá como auxílio para estudos de aprofundamento em Astrologia e saberes afins. Poderá igualmente, visar um público sedento de curiosidade intelectual.
        Autodidata, capinando em terra árida e refletindo infinitudes celestes, inicialmente, li superficialidades astrológicas. Em seguida passei a estudar com firmeza obras de astrólogos de peso; Alpherat, Oskar Adler, Aldolf Weiss, Nicolas Sementowsky-Kurilo, Charles Carter, Margareth Hone, Georges Antarès, Reinhold Ebertin, Jeff Mayo, Boris Paque e François Labat. Posteriormente, Hadès, Maria Luisa Diaz Liesa, Dom Neroman, André Barbault, Paul Choisnard, Alexandre Volguine, Henri J. Gouchon, Jean-Pierre Nicola e Marcelle Senard. Assim como Ptolomeu, Marcus Manilus, Firmicus Maternus e Nostradamus. E até hoje lendo e estudando. História da Astrologia com Serge Hutin, René Berthelot, Derek e Julia Parker, Eric Russel, Jacques Sadoul, Rupert Gleadow, outros e outros.
        Gostaria de registrar que não foi nenhum astrólogo meu Mestre maior de Vida e sim, uma Analista Junguiana e Psiquiatra, a saudosíssima Nise da Silveira (1905-1999), que se tornou minha amiga muito querida por mais de trinta anos. Com ela, em seus Grupos de Estudo, mergulhei na Psicologia Analítica de C.G. Jung, na importância dos Símbolos, Mitologia e Alquimia. Ela costumava dizer que a análise depende do faro do analista, o que se presta em muito para a análise astrológica. E outro Mestre foi o monge beneditino, Thomas Merton (1915-1968), que eu não conheci, mas que me fala à alma até hoje. Estes não foram indiferentes à Astrologia, sempre se referiram a ela com simpatia. Eles sabiam das coisas. Sou grata aos meus pais, João Antônio e Henriqueta, que consciente ou inconscientemente, me deram a oportunidade de ser, essencialmente, livre.
       Ao nascer, somos sinalizados pela energia dos astros e não sabemos, ainda como isso se dá. É um grande mistério. Soltar as asas e transcender tempo e espaço, é privilégio de ser.
                     Martha Pires Ferreira 
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terça-feira, 8 de outubro de 2019

Árvores _ Coisas que nos encantam


                         Coisas que nos encantam
                                            Martha Pires Ferreira* 
                                 - Momento em Revista – 1989

       Símbolo sagrado, símbolo da vida, a Árvore pertence à tríplice estrutura do Cosmo - seus galhos atingem o espaço celeste, uraniano, indicador de fertilidade e fecundidade, voltados para a luminosidade dos céus, seus troncos e ramos perpassam a face da Terra e suas raízes se fundem no mundo chtoniano, subterrâneo, cheio de terror e imprevistos que se escondem no abismo. O que explica a sua multiplicidade simbólica - via de comunicação vivente. Une o mundo luminoso da consciência às sombras mais profundas e obscuras do inconsciente.
      A Árvore é a própria imagem do cosmo vivendo em perpétua regenerescência e evolução ascensional. Elo vivo entre os dois opostos - yang e yin.
      A Árvore é a imagem do ser humano. Para os antigos, quando não existia qualquer divisão entre o ser humano, os animais e a flora, toda a natureza fazia parte da totalidade da criação.
A árvore da vida, gravura Ricius Potae Lucis, 1516
      Os livros maiores a expressam com reverência. No judaísmo e no cristianismo é a via do espírito. Abraham plantou uma Árvore em honra a Deus (Gên.21,23). No Apocalipse (22,2) São João refere-se à Árvore como imagem - “Árvore da Vida, que produz doze frutos, dando cada mês um fruto, servindo as folhas das árvores para curar as nações”.
       A Árvore Kien-mou na China representa o centro do mundo. Na Índia, às sombras da Árvore Bodhi o Buda atingiu a iluminação. Os tratados alquímicos nos falam da Árvore Filosófica. Os textos védicos se referem à Árvore reversa, com sua copa iluminada fertilizando a terra. Na Antiguidade o firmamento representava os frutos da Árvore cósmica.
    A Árvore demarca os limites do sagrado e do profano. O espaço que lhe foi preservado na Terra faz a magnitude que constitui a Floresta - um templo, um verdadeiro santuário. Com as organizações sociais fomos, aos poucos, nos afastando da grandeza que a define como Áxe/eixo do mundo (ideia de 4 a 3 mil anos a.C.).
Parque das Ruinas _ Santa Teresa
    Campo de Santana
     Com o avanço da racionalização, do conhecimento científico e organizações codificadas, acrescida pela onipotência do progresso tecnológico e da engenharia genética, deslocamos nossas existências. Dicotomizados nos desviamos da Mãe-Natureza para criarmos templos de pedra em cimento armado. Agora, na contemporaneidade pós-moderna, avançando para o terceiro milênio, fizemos das instituições e poderes bancários nossa casa de orações - onde o sagrado não tem espaço.
        Retornar nossas atenções essencialmente intuitivas para a magnitude da Floresta é religarmos os laços que nos unem aos céus. É vivenciar o ritual de passagem que nos falam os Contos de Fada, repletos de sabedoria e encantamento. Reencontrarmos a Floresta é resgatarmos a Anima Mundi aprisionada nas profundezas da matéria. As Árvores - as florestas - simbolizam a energia vital da Terra, ela mesma. Elas são o nosso oxigênio. Destruí-las é genocídio e suicídio para toda humanidade.
        No Brasil temos o orgulho de possuir a mais bela floresta do mundo, a Amazônia, ameaçada pela ganância do poder econômico e político. Defendê-la é preservar nossos laços íntimos com a plenitude da vida - a Grande Mãe Natureza. 
*artista plástica e astróloga.
_ Texto na íntegra -  o negrito é atual.

domingo, 6 de outubro de 2019

Os Astros falam – os Humanos apreendem seus sinais.

         A Astrologia, uma linguagem simbólica, se posiciona em múltipla vertestes. A forte tônica neste momento é o Signo de Capricórnio _ domínios de poder, trabalho, realização e dignidade social, determinação e concretização, o estado, a nação, o lugar de Status. Os ciclos se fazem com a passagem de planetas nestes signo.

Capricórnio séc XVI
        Plutão/Hades, senhor do mundo subterrâneo, dos infernos, das profundezas da terra, das mais radicais transformações, em seu ciclo de 248 anos, aproximadamente, agora, percorre o signo de Capricórnio - 2008 a 2023 - com a mesma assustadora potência e riqueza que na sua passagem celeste, final do século XV e primórdios do XVI pelos signos de Sagitário e Capricórnio. Tempo do surgimento da Imprensa. Agora, com os avanços da tecnologia, o surgimento da Internet, revolucionando radicalmente todo o sistema político, econômico, religioso e social. Naquela ocasião foram imensas as transformações que se deram com as conquistas por Terra e com as navegações por Mar. 

Saturno, o devorador dos filhos e Plutão, senhor do mundo subterrâneo - confronto celeste em 2020 no signo de Capricórnio. 
        Os abusos de poder dos Senhores da realeza, império e domínios do mundo com a ganância desmedida - período meados séc. XV e início do séc. XVI - Signo de Capricórnio em evidência. Entretanto, toda a história da Renascença foi compensada pela impensável criatividade, extraordinário salto cultural, nas mais variadas áreas das ciências, artes e saberes múltiplos.  
       Vivemos, na atualidade, século XXI, a decadência de uma civilização prepotente e perversa como noutros momentos da História, no passado (ciclos semelhantes). Assistimos, hoje, perplexos a morte desta civilização, anunciada, sem tréguas, agonizando nas certezas, sem horizontes confiáveis. Temerosos, mas sedentos de esperança no coração e inteligência, uns poucos anunciadores confiam no reflorescimento, com outra forma de ser, de civilização, mais igualitária, justa, fraterna, solidária, libertária e cortês.
       Travessia na escuridão em busca de Novo Horizonte.
      A passagem dos Planetas em Capricórnio, na caminhada celeste neste fim de ano de 2019, as conjunções párteis em 2020 e se estendendo os ciclos até 2023, e seguintes, apontam revelações, “Escritas das estrelas”, em intensidade criadora, transformadora em todos os níveis do saber.
     Que se tenha firmeza de caráter no bom proceder, orientar nas direções a serem tomadas para o bem comum em tempos limites. Confrontos celestes se revelarão, por sincronicidade, em fenômenos terrestres.
     Uma Nova Civilização necessita de novas raízes, e, sólidas, que a todos possa alimentar; corpo e alma, pele e sensibilidade. Vida em abundância e Felicidade para todos, igualitariamente, são os anseios da Humanidade.
      Um Planeta isolado não determina uma verdade. É no conjunto, passagem dos Planetas, que constataremos as transformações profundas, necessária.
   Não somos marionetes dos Astros, somos agentes efetivos no processo civilizatório.  
---  Martha Pires Ferreira
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sexta-feira, 4 de outubro de 2019

A Astrologia se revela - ciclos.


        Ciclos – Astrologia uma linguagem simbólica.
      Os Astros fazem sua viagem celeste, se encontram e se confrontam, dialogam entre eles em fortes tensões – a Mitologia reina por alegorias! Metáforas!
        Datas a serem observadas - Ciclos Celestes - a quem se ocupa em ver conexões zodiacais – o quê engendra os Planetas em seus encontros inusitados e refletem por sincronicidade, aqui onde habitamos, planeta Terra, nossa casa comum.
Catedral de Chartre
        Ter como base, no Zodíaco, o signo de Capricórnio – tudo que a ele se refere, converge, conecta.
Fontes: programas _ Internet e Ephemeris de 2000 a 2050 – meio dia.
2008 – Dia 26 de janeiro – o planeta Plutão iniciou seu percurso no signo de Capricórnio.
2017 – Dia 21 de dezembro – o planeta Saturno iniciou seu percurso em Capricórnio.
2019 - Dias 3 – 22 – 26 a 29/30/31 de dezembro - Sol, Lua, Mercúrio, Vênus, Júpiter, Saturno e Plutão (horóscopo - Cauda do Dragão) em Capricórnio. Marte em signo de Escorpião, Uranos em Touro e Netuno em Peixes – Tudo deve ser observado ao bom estudioso/pesquisador. Entre eles as conexões; conjunção, sextil, quadratura e trígono - mais pontuais.
2020 - Dias 3 a 12 de janeiro – 16/17 de fevereiro 19 e 22 / 26 e 31 de março – pesquisando, observando o signo de Capricórnio.
Stelium _ Plutão, Júpiter e Saturno (muitos próximos). 
2020 - Dias 12 de setembro / 7 de novembro / 13 a 16/17, 20 a 26 de dezembro. Dia 21 dez. Júpiter e Saturno conjunção a 0º27’ Aquário.

2021 - Dias 8 e 21 de janeiro.
Dando continuidade anos de 2021 e 2022 - os ciclos planetários.
2023 – Dia 24 de março Plutão começa a percorrer o signo de Aquário.
Plutão/Hades - filho de Saturno/Cronos - irmão de Júpiter/Zeus
 Senhor das profundezas subterrâneas
 - domínio do mundo inferior dos mortos e das riquezas

 Arquétipo da criação
        Conhecimento: Mitologia, fundamentos da linguagem da Astrologia: Zodíaco, Signos e Planetas e seus influxos. Suas conexões combinatórias. Uma boa base de mecânica celeste/cosmologia, história da civilização, filosofia, sociologia e biologia - ciências naturais enriquecem as interpretações.
         O zero grau de Capricórnio demarca início do solstício de verão hemisfério sul e inverno hemisfério norte.
       Potencialidade virtual não é uma realidade factual. Não cabe aqui definições astrais e conjunturas celestes.
        Os Astros inclinam não determinam.
        “Astra inclinant, non necessitant”.
--- postagem Martha Pires Ferreira
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