Mitologia - releitura na
atualidade - mundo em transição. Astrologia
O Planeta Saturno - Cronos, mitologia
grega – princípio cósmico do Tempo, percorre o signo de Sagitário, elemento
Fogo, a 27º13’R. (momento em que escrevo), sustentando sua posição de poder,
determinação, cálculo, ambição adquirida com sua frieza, rigidez e postura
implacável, própria dos que não cedem.
A humanidade perplexa, de leste a
oeste, de norte a sul, acompanha os acontecimentos, na proa do navio,
Terra. Estarrecida segue os passos da Democracia ferida em sua essência, em
seus valores solidários, participativos, suas conquistas sociais em construção,
dia a dia, anos a ano, se desmoronando. Desmonte, anunciado, se fez com a
República Federativa do Brasil, acelerada, em 2016. A Nação - Brasil, a deriva, não sabe para onde
irá, nem que rumo tomar (percebe a decadência em todo o mundo vigente) Todos
presenciam os destroços, os desmontes, dos valores adquiridos com o suor do
corpo, sentimento, vivências. São muitos poucos que resistem, tenazmente,
lutando frente aos recintos administrativos e organizacionais no que confere a
manutenção digna da vida social, conquistas do bem da cidadania como um todo.
As Ruas com garras obtiveram espaços em desejos de respostas efetivas. As redes
sociais se confrontam. Desafia-se o dragão da maldade.
Astrologia é um saber simbólico. Vivemos,
na atualidade, configurações celestes cheias de tensões. Momento de transição
em conflitos profundos. Poderíamos dizer que os deuses (figurantes) se
confrontam com tempestuosidade na atualidade. A Mitologia de Homero está viva,
atuante. Sinaliza o significado das conquistas efetivas, no contexto terreno,
usando imagens celestes, alegorias expressas por personagens do imaginário
popular para conceituar valores no nosso cotidiano. Os astros inclinam e não
determinam. Os seres humanos fazem suas conquistas em expansão contínua para
níveis mais amplos e evoluídos. O processo de conscientização e evolução social
da humanidade é demasiado lento. A convergência para valores mais elevados e
depurados exige tempo - interno e externo. Tecnicamente avançou-se a pontos e
realidades inimagináveis, mas no campo do sentimento afetivo, intuição,
delicadeza, compreensão do outro como seu igual sem excludência, como raça
humana, um fiasco. As banalidades do mal persistem. Os exploradores, fariseus
de toca ou cifrões, presos aos moldes ultrapassados da Antiguidade vestem,
hoje, outras roupagem, entretanto cometem erros idênticos. Pouco se avançou. As
lutas e desafios por conquistas persistem.
Saturno (Cronos), senhor da rigidez,
do poder dominante, não pretende ceder seu lugar estratificado no tempo (governos
e corporações). O Céu sinaliza as tensões da Terra. O Planeta Júpiter (Zeus,
denominação grega) configura anseios de justiça, dignidade ética e comprimento
dos direitos adquiridos por desafios e conquistas acirradas. Percorre, hoje, o
signo de Libra a 15º15R (signo da Lei, sede de justiça e harmonia). Com seu
ímpeto desafiador se lança para obter seu direito de fato no Olimpo – morada dos
deuses - garantido e assegurado não só pelas Leis dos homens, mas pela Lei do
Universo. Sozinho, simbolicamente, Júpiter não tem como enfrentar tamanha
batalha perante maquiavélicos abusos de poder de Saturno, o senhor do tempo
inexorável. Júpiter, destemido avança, e, recua sem sustentação factual. Embate
celeste reflete embates terrestres por sincronicidade.
A estratificação do poder vigente de
Saturno é não ceder, não abrir espaço. Sua posição rígida tem as armas
argilosas das falácias, jogos de artifícios maledicentes, armas da frieza armada,
e, trapaças calculadas para sustentar, satisfazer suas ganâncias pessoais, seus
delírios de loucura. O poder enrijecido de Saturno é sem tréguas. Pensamento
único, fascista, não dá espaço para terceiros. A celeste batalha continua a
refletir na Terra.
Júpiter toma nova direção; procura
aliados na imensidão do Universo; clama por Gaia, Mãe Terra e por Urano -
senhor dos espaços siderais, a 25º31’ de Áries. Desce às profundezas da Terra
até os Infernos, onde recorre a Plutão (Hades – terminologia grega) a 29º22R., agora,
no signo de Capricórnio (signo do trabalho, da posição social, status). Júpiter
vai a busca de apoio deste poderoso senhor do mundo subterrâneo. Sem receios,
com dignidade, pede, ainda, socorro a Netuno (Poseidon) – senhor das profundezas
das águas, a 13º44’R., regente do signo de Peixes (signo que passa do caos à
transcendência). Júpiter, ainda, sem receios, cerca-se das mais intensas
configurações mitológicas para enfrentamento na terrível batalha pela conquista
do seu Reino de Direito. Destemido, Júpiter aceita acolhimento dos Titãs,
Hecatônquiros e mesmo dos Ciclopes e dos Gigantes para enfrentar o implacável,
o inflexível Saturno, aquele que tudo devora. E presenciamos Marte (Ares – deus
grego), o senhor das batalhas sangrentas, deus das guerras e sem medidas a
percorrer, velozmente, o Zodíaco, hoje, a 7º58’ do signo de Gêmeos, maio de
2017, até a 24º22 do signo de Capricórnio em 2 de maio de 2018. Impensável; agirá
com assustadora rapidez.
Os astros sinalizam, são metáforas a
serem lidas e apreendidas. Os desafios terão que ser vividos nesta batalha de deuses
e titãs frente o poder que não cede fácil, que não quer mudança estrutural, que
desconhece a potência libertadora da Vida em eterna criação.
Saturno, no isolamento, cairá no desterro,
diante dos confrontos com os deuses aliados em suas potências celestes.
O futuro dirá a História.