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Estados Alternados da Política - Universidade
Livre do Rio de Janeiro e Fundação Planetário - Palestra em 2/11/1996 /// Passado 20 anos > avançamos? Acompanhando os ciclos planetários _ Plutão estava a 2º 07' do signo de Sagitário, hoje, ele está a 17º 37' de Capricórnio.
O BRASIL
AGORA É UM
PAÍS DESCARTÁVEL ?
Martha Pires Ferreira / 1996.
Não, o Brasil não é um país
descartável.
Os ciclos planetários sempre foram objeto de observação
desde idades as mais remotas. O que
estava nos céus correspondia ao que se passava na Terra. Macrocosmo e Microcosmo se interagiam. Não havia separação entre o Céu e a
Terra. Fazíamos parte de uma só
realidade - Unus mundus.
Os astros inclinam, não determinam /
astra inclinant non determinant.
Embora a Astrologia que conhecemos
hoje tenha como origem os povos da Mesopotâmia e do Egito, é no mundo
greco-helenístico que ela se estrutura. Não mais o determinismo inexorável, mas
sim a livre-determinação, a forte dedicação às causas da liberdade. Esta época marca o avanço da história do
pensamento, a intimidade com a razão e os símbolos do cosmo. Os astros ajudavam
na auto compreensão e nos destinos das nações. Explicavam as paixões humanas,
seus anseios e o domínio de seus impulsos.
Não somos marionetes dos astros. Os astros apenas sinalizam, em seus ciclos
anuais, direções demarcadas pelo tempo.
Simbolicamente vistas como fases - as mais fáceis e harmoniosas ou as
mais difíceis e dolorosas. A Astrologia
diagnostica no espaço /tempo acontecimentos possíveis, prováveis, em acordo com
a livre determinação de cada um de nós, seres humanos.
O que vivemos hoje no Brasil? O determinismo causal, a fatalidade
engendrada por uma trama do Universo ou estamos, perplexos, presenciando a
livre-determinação da perversidade reinante onde não há mais lugar para a
pessoa humana com seus sonhos naturais, suas utopias de viver em paz e alegria?
Não está escrita nas estrelas a nova ordem dos caminhos para
o abismo do capitalismo ilimitado e amoral.
Não estou dizendo nada de novo. Todos conhecem a face desta
civilização de hienas que domina o mundo da atualidade; o império do mercado
econômico, e que vive seu próprio abismo na ordem social.
Plutão, Senhor dos
Hades, dos Infernos, percorre no céu o signo de Sagitário, reino de Zeus. Signo
das leis, princípios, diplomacia, viagens, expansão intelectual, justiça,
dignidade. O ciclo de Plutão é de 248 anos, aproximadamente. Ele se autodetermina
fisicamente na repetição de seu ciclo acompanhando os movimentos aparentes do
Sol, da Lua e dos outros planetas. Nada se repete no firmamento. É um pulsar
cósmico admirável. Um aviso.
Para a Astrologia profunda, o importante é a leitura
simbólica de cada ciclo planetário com suas sinalizações, é outro olhar que não
é o da física, da cosmologia. Vivemos hoje, no Brasil e no Mundo, aspectos
astrológicos semelhantes e mais complexos do que aqueles que se desenhavam nos
céus trinta a quarenta anos antes da Revolução Francesa, quando o Ocidente gemia
em crises desumanas. Eram gritos de desespero e de liberdade diante das
perversidades da sociedade feudal reinante. A elite, como nos dias de hoje, só
se comprometia com as glórias do poder e do dinheiro.
Os anos que antecederam a Revolução Francesa foram de
crueldade e barbárie. Lutas desesperadas. Com outras categorias, a história se
repete.
Não é mais a casta da realeza feudal
que reina, e, no entanto, muito pouco se avançou além da produção
industrial-científico-tecnológica. Onde os ideais de igualdade, de direitos
humanos, onde as conquistas de cidadania e liberdade de opinião? 1/5 da
humanidade é miserável; passa fome, frio, não tem teto, não se alfabetiza. É
doente, excluído e morre sem compreender porque vive; o que é viver.
Plutão, aquele que possui o poder da invisibilidade, da
escuridão subterrânea, percorrerá o signo de Sagitário até o ano de 2008. Com
sua potência simbólica transformará tudo o que nem podemos imaginar. Plutão é a
morte/ressurreição, a mais radical transformação de conceitos em todos os
níveis do saber. As perdas e as metamorfoses de Plutão são irreversíveis.
Plutão em Sagitário sinaliza a desestabilização de tudo o que represente estagnação
e estratificação do Estado dominante. As árvores velhas não dão mais frutos. De
raízes velhas nada se pode esperar. A primavera renovada só florescerá em
explosão de beleza depois da frieza do inverno. O sol só renasce depois de
percorrer a noite escura. A noite da inteligência antecederá a luminosidade das
ideias.
A violência urbana - verdadeiras guerras civis espalhadas
pelo planeta - não é força apenas de Plutão, mas força marciana e uraniana em
plena compulsão, sede de justiça e de democracia que se chocam diante de obstáculos
enrijecidos. A arrogância a que chegamos como seres humanos não têm medida.
Devastamos a Amazônia, promovemos envenenamentos e desastres ecológicos,
criamos produtos químicos tóxicos, esgotamento energético excluiu os mais
deserdados de conhecimentos ou bens materiais, multiplicamos com perícia
incomum o buraco na camada de ozônio, chuvas ácidas e fabricamos violência para
todos os tipos. Destruímos solos, ideias, artes, imaginação poética, sonhos,
inocências, geleiras, climas.
Para onde estamos indo? O que nós desejamos? A engenharia
genética ao construir réplicas constituirá sabedoria? Generosidade em clones? Solidariedade
e justiça social virão de qual engenharia? De qual gênio cria- dor?
Estamos cansados. Miséria, fome, doenças, atraso social, vazamento de reatores etc., nos perseguem como fantasmas. A questão armamentista nos aterroriza. Armas poderosas de pequeno porte se proliferam numa velocidade alarmante. Como nos livrar disso? Deve haver uma saída.
Estamos cansados. Miséria, fome, doenças, atraso social, vazamento de reatores etc., nos perseguem como fantasmas. A questão armamentista nos aterroriza. Armas poderosas de pequeno porte se proliferam numa velocidade alarmante. Como nos livrar disso? Deve haver uma saída.
A nossa civilização chegou ao ápice de sua ascensão, sua
sofisticada militarização e tecnologia, e, no entanto, vivemos o máximo de
tensões na mais cruel e inadmissível qualidade de vida.
Constatamos a curva para o declínio, percebemos que não
temos mais a quem dirigir nossos apelos. Nossos ideais agonizam. Os deuses gregos
estão mortos, o Deus único está morto, as ideologias político-materialista
estão mortas. O que nos resta?
Precisamos aceitar com dignidade a agonia da civilização
atual, ou ela nos destruirá. Precisamos questionar a nossa qualidade de vida.
Precisamos conviver com as perdas que nos cercam e nos prepararmos para outra
chama viva do amanhecer do ano 2000.
Somos uma civilização antimetafísica, anticontemplativa,
antitradicional, antifilosófica, antissimbólica. Dessacralizada. Em que nos
apoiaremos, se a ruptura que presenciamos é cada dia mais radical? Pensem no
que quiserem, por insensibilidade e egoísmo, nada ficará. Um Plutão mata e
transforma. Urano caotiza e socializa. Netuno, deterioriza e purifica velhos
valores obsoletos.
A idolatria ao poder, à vaidade e ao dinheiro distancia a humanidade
de sua natureza intrínseca.
A Astrologia profunda é muito subversiva e sutil, não aborda
perfumarias nem oferece receitas paradisíacas. É um exercício profundo dos sinais
e códigos celestes. Tenta decifrar enigmas para a melhor orientação em tempos
de primavera ou verão, outono ou inverno, na história da nossa vida terrestre.
Os antigos sabiam das coisas, por isso eram sábios. E eram
simples. Viviam com naturalidade.
Onde nos situarmos nesta dança meio à escuridão no
tempo/espaço Brasil?
Onde o Brasil que contemplamos crianças, os sonhos luminosos
dos anos 50, cheios de ideais libertários / anárquicos / irreverentes /
criativos, e que foram crucificados nos finais dos anos 60, mortos nos 70 e 80,
e que não ressuscitaram nestes anos 90? Onde a Ave Fênix? Esperança para o novo
milênio.
Somos uma sociedade mundial mentirosa / cínica. Os meios de
comunicação tudo estilhaçam, tudo nivelam e globalizam, não oferecem saídas
para o atual impasse. Uma sociedade decadente com raízes apodrecidas nada pode
oferecer. Os cavaleiros do apocalipse estão aí com a nova roupagem da
atualidade, com seus cruéis poderes manipulam ou negam a liberdade das massas.
Aprisionam a opinião pública. Os novos cavaleiros do apocalipse, os que
administram a máquina do Estado Mundial e os gananciosos que se aproveitam das
vantagens da opressão, não constituem a fina flor da sociedade e nem conseguem
fazer a felicidade de seus povos: medos imaginários os devoram.
Para as civilizações materializadas, vaidosas de título de
nada, hierarquia de nada, o que pesa são as exterioridades, o consumo
desenfreado de bens palpáveis ou o acúmulo de saberes que não promovem o bem
estar social, a alegria, a afetuosidade ou a concórdia.
Neste final de milênio o que se é interiormente, potencialmente,
como ser humano, não representa coisa alguma. Parece que vivemos à beira do
abismo, ostentamos um luxo demente ao lado da mais insuportável miséria.
Há os sonhos da Internet, como um messias salvando a
humanidade. Isto se não cair nas armadilhas do Poder maledicente e cruel que
tudo absorve para si, como no mito de Saturno. O poder que devora absolutamente
tudo aquilo que possa expressar liberdade, independência, solidariedade e
direitos pessoais adquiridos.
Um estudo profundo e atento da cosmogonia clássica
greco-romana poderá nos oferecer algumas luzes diante dos enigmas do tempo
presente que estamos vivendo e que ainda vamos viver.
Simbolicamente podemos dizer que Zeus (Júpiter) e Cronos
(Saturno) se confrontarão, não há outra saída - uma guerra de Titãs. Teremos
que enfrentar Gigantes ou seremos estrangulados. Somente Zeus, a dignidade, a
justiça enfrenta Cronos, o estratificado, o tempo inexorável, que tudo devora.
E para tanto precisa dos recursos e das conquistas de Urano para a evolução, o
humanitarismo, de Netuno para a purificação espiritual e de Plutão para a ressurreição
depois da morte, do holocausto.
O Brasil, independente das formações regionais, não sabe o
que fazer diante do esvaziamento de nossos valores culturais, nossas tradições,
nossa história. Tudo é cruelmente nivelado em nome da globalização. É a nova
ordem do Estado-mundializado, em nome do neotudo, menos da liberdade pessoal e
da dignidade humana.
Tudo parece se inverter na face da terra, nessa imensa
Terra-de-Santa-Cruz-Brasil. Nada para o que diz respeito à saúde, educação, seguridades
sociais, direitos de cidadania, cultura, chão a quem não possui.
Tudo isto é descartável, não serve para nada. Consagra-se a
globalização do egoísmo, do oportunismo, da estupidez oficializada e garantida
pelas máquinas. Somos cada dia mais o quintal do paraíso econômico internacional.
Nossos valores tradicionais são descartáveis, nossa cultura popular é
descartável. Nossas conquistas no campo industrial e científico são descartáveis.
Nossos sonhos e pensamentos são descartáveis. Percebemos que nossa soberania
está ameaçada enquanto identidade pessoal e nacional.
Só nos é dada atenções enquanto “proprietários” do solo e
seus minérios, sua flora, petróleo, espaço aéreo, fluvial e marítimo. Como
criaturas humanas nada somos para esta sociedade de hienas do mundo capitalizado
que só visa exacerbação dos lucros fáceis. Na ilusão de que poder e dinheiro
compram tudo, a escória brasileira se compromete com a economia internacional
perversa, mais cruel que as feras na selva. Há dignidade entre os animais
selvagens, entre eles há respeito e grandezas mútuas.
Não se trata de
xenofobia, nem nacionalismo sentimental, e sim consciência de se pertencer a
uma nação, a um povo com seus valores, sua expressão, seu temperamento, sua
mesclagem, sua etnia. Nossa cultura política, não pode verter a interesses
importados. Devemos cultivar cada dia mais, corajosamente, profundamente, nossa
cultura. As trocas de valores enriquecem a inteligência, as imposições importadas
ou não, estrangulam.
Parece que o momento histórico nos convida à desumanidade. O
homem-hiena, ave de rapina, nos escritórios bem montados, mata sentado comodamente
frente às mais modernas tecnologias - o “deus” dos materialistas. O
homem-hiena, individualista, decreta falências bancárias passeando pelo Jardim
Botânico em celular importado. Exporta e importa o que a sua categoria mafiosa
determina: objetividades e subjetividades. Não são determinações dos astros,
são determinações de seus planos pessoais, determinações de uma classe
econômica-social-política, e por vezes cultural, submissa às estratégias do
poder internacional.
O homem-filho-escravo da pura racionalidade científico-tecnológica
se detesta e se odeia, e não desiste em seus percursos diabólicos. Professa a
idolatria do mercado. Ele não busca ser o melhor como indíviduo, e sim apenas
ser poderoso e rico, ter créditos econômicos e financeiros, e se divertir. Mais
nada.
Vivemos o conflito do homem real, autêntico, puro, genuíno,
com a pirataria do homem-papel (usando palavras de Gabriel Marcel). O
homem-papel, ávido de alcançar a máxima altura do pensamento, tudo perverte, tudo
assina, tudo trama para satisfazer seus desejos de penetrar em cada labirinto
das armações modernas, beneficiando-se dos jogos inescrupulosos do poder.
Desconhece o que seja afetuosidade, generosidade ou leveza. Vive para o verbo
Ter, desconhece o Ser. Inconsciente de si, nem sabe para que vive tão indigente
que é.
As aves de rapina sonham sentar-se refesteladas no establishment,
sua carniça, aposento confortável da burocracia indolente reinante.
O caldeirão ferve, e os ciclos da vida se fazem. Os
planetas, nos céus, sinalizam como sinais de trânsito. Deveríamos estar mais
atentos, e seguirmos o fio do que há de melhor.
Aqueles que detêm o poder e a ambição não se harmonizam com
a bondade, a fraternidade e o amor, mas ao oposto, com as tramas da astúcia, do
orgulho e da desonestidade.
A sociedade sofisticada, ladina,
covarde, decadente e fragmentada vive como a realeza feudal do séc. XVIII. Aliena-se
do sofrimento da humanidade e de suas causas. Em razão de ser elite reinante é
mais alienada que a pequena burguesia que sonha apenas com um bom vinho, um
carro novo, a aposentadoria, a universidade para o filho ou passear em Miami.
O Brasil está dividido em “guetos”:
I - Os piratas, coniventes com os jogos e as
tramas da burguesia reinante do poder internacional.
II - A elite econômica,
e mesmo a intelectual, que não mais consegue adormecer em berço esplêndido.
III - A pequena
burguesia, oprimida com seus sonhos, sem horizontes largos. Sem futuro para
seus filhos.
IV - Os revolucionários
de todas as classes sociais e culturais, indignados e inconformados, que se
organizam ou não, e se rebelam como heróis no dia a dia.
V - E os excluídos,
pobres, miseráveis, velhos esquecidos, doentes, deficientes e enlouquecidos que
vivem à margem, perplexos ou não. Sem terra ou não.
É preciso, em sã consciência, saber com clareza a que
prateleira ou prateleiras cada um de nós pertence. O que é o joio e o que é o
trigo. Como se dá o terrível confronto entre as forças do bem e do mal. A espiral
que nos eleva não é a mesma que nos degrada.
Tudo o que nos toca como valores conquistados é a cada
segundo desvalorizado em nome da modernidade e de novos paradigmas. Devemos ter
orgulho de nossas coisas, nossos gostos, nossa maneira própria de sermos brasileiros.
Podemos ter largueza de espírito internacional e cósmico, isso em nada impede
de preservarmos e cultivarmos nossas características miscigenadas, tecidas da
mesclagem de tantas raças. Somos um povo singular que olha para um amanhecer,
um vir a ser.
Dentro dessas incertezas sem horizontes vemos corajosos e
lúcidos homens e mulheres, que abandonam, por livre escolha, posições de vantagens
para viverem com mais simplicidade, se identificando com os excluídos e com os
mais conscientes de melhores níveis de vida humana.
Resolveram que todos nós não somos capazes de administrar
nosso próprio país, fazer nossa história, criar riquezas, ampliar nosso campo
técnico-industrial, produzir artes, plantar e colher, construir e sermos
felizes para sempre. Como nos contos de fada é preciso enfrentar a bruxa
perversa e o dragão-de-setecabeças. Não podemos esquecer que se indignar e lutar
são virtude de poucos, exige gestos heróicos.
Não podemos permitir que tornem descartáveis nossos valores
tradicionais. Mal começamos nossa História, vem o rolo compressor e tudo quer
destruir em nome do materialismo consumista, e desenfreado. Em nome da
“modernidade”.
Nossa cultura não é matéria descartável. Precisamos
preservar nossa arte, samba de raiz, chorinho, futebol, capoeira, cantigas de
roda, artesania, flora, fauna, culinária, literatura, arquitetura etc. Nossas
festas tradicionais: Folia de Reis, Festa do Divino, Cavalhadas, Maracatu,
Curum-Siriri, Danças dos Mascarados, Festas Afros etc., toda nossa maneira de
ser.
Não podemos permitir que, em nome do progresso e de novos
modelos, o que somos de autêntico e de genuíno se torne caricatura comercial enlatada.
Somos um povo essencialmente criativo, jovem, e ávido de
florescer. Somos feitos de uma argila que não é a mesma dos detentores do poder
internacional.
“Não resistir com o mal ao que classificamos como sendo mal,
até que tenhamos encontrado um critério certo: e isto foi o que nos ensinou o
Cristo” palavras de Leon Tolstoi. (O Reino de Deus está em vós. Ed. Rosa dos Ventos,
1994)
Sejamos um coração aberto para novos acontecimentos. Os muçulmanos
e os asiáticos estão chegando cada vez mais, não para colonizar, mas para
viverem aqui no Ocidente, na esperança de serem felizes.
Plutão em Sagitário
sinaliza êxodos, e que êxodos serão estes, senão o dos emigrantes se
locomovendo em busca de chão, alimento, proteção, trabalho e lazer? Êxodos para
sobreviverem.
Os novos calaveiros do Apocalipse estão aí. Tudo será muito
rápido. Tão veloz como as tecnologias, as mais avançadas. A Vida é um profundo
mistério que a Internet não alcança e não alcançará nunca. Que homens e
mulheres adquirindo novos níveis de consciência, tenham mais abertura para um
mundo cheio de esperança e generosidade. O processo de unificação mundial, de
universalidade, é hoje incontestável, mas isso não significa uniformizar o
mundo numa ordem centralizadora, como “a práxis do Império Romano”. Todas as
nações e culturas em suas diferenças precisam se intercambiar na busca de novos
horizontes. Isso é troca. É transição para a Era da Solidariedade, da
Liberdade.
O Brasil deve continuar um espaço de amorosidade e
fraternidade. Um país de braços abertos para acolher, compartilhar, trocar e
amar seja lá quem for, seja lá de que canto da terra. Não um país para ser
explorado e excluído. É preciso ser herói. Os heróis não caem em armadilhas.
O Brasil não é um país descartável, é um país luminoso para 3º
e 4º milênios. Somos um povo repleto de potencialidade. Os nossos valores precisam
emergir das nossas profundezas. Precisamos pertencer a um universo mais
flexível, cheio de poesia e arte. Um aumento de conhecimento da natureza humana,
de criatividade e de sabedoria.
HISTORINHA ZEN
O POETA HAKURAKUTEN E O
MESTRE DORIN
O mestre Dorin costumava meditar no alto de uma árvore.
Certo dia, o poeta Hakurakuten veio visitá-lo e, vendo-o encarapitado num galho
alto, assustou-se e exclamou:
- Cuidado, Mestre!
O mestre gritou lá de cima:
- Quem está em perigo és tu!
Que perigo ameaçava o
poeta, que estava tranquilo, com os pés firmemente apoiados no chão?
Hakurakuten perguntou, então, ao Mestre:
- Qual é a essência do Budismo?
-
Não fazer o mal e praticar o bem.
- Mas até uma criança de três anos sabe isso!
- Sim, mas é uma coisa difícil de ser praticado mesmo por um
velho de oitenta anos.
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