Olympe de Gouges – pioneira dos direitos da mulher - Declaração de 1791.
Olympe de Gouges (Marie) 7/05/1748 /
Montauban - 2/11/1793 (decapitada)/ Paris, França.
Símbolo da luta da mulher por conquista
dos direitos humanos articulados com a Revolução Francesa de 1789: liberdade,
igualdade, fraternidade.
Marie Gouge, de família modesta, casou-se
jovem, 16 anos, homem bem mais velho, um pequeno “nobre”, Louis-Yves Aubry. Um
ano depois do casamento, já mãe, ficou viúva. Analfabeta, com intensa sede de
conhecimento, conseguiu aprender a ler e a escrever, sozinha. Independente por
natureza foi residir em Paris. Libertária mudou seu nome passando a se chamar
Olympe de Gouges.
Adquiriu cultura ao frequentar rodas de intelectuais, nobres e artistas. Teve união amorosa sem laços matrimoniais,
não querendo novo casamento, mesmo sabendo poder tornar-se rica. Era tida como
bela mulher. Escolheu viver com liberdade para poder expor e defender suas
ideias. Seus pensamentos e atitudes eram bem á frente de seu tempo.
Cedo iniciou sua luta pela igualdade do
homem e da mulher. A tirania dos homens deveria ser combatida pela militância
das mulheres contra qualquer tipo de opressão ao mundo feminino, comum no
feudalismo: “Oh, mulheres! mulheres quando vos deixareis de ser cega?”.
Olympe de Gouges tornou-se escritora
feminista com peças de teatro, panfletos e cartazes. Escritos políticos civis
dos direitos da mulher. Luta pela liberdade e justiça, em defesa dos fracos, oprimidos
e desvalidos, pela abolição dos escravos, por direitos aos negros e mães
solteiras, prostitutas e desempregados.
Uma das pioneiras dos direitos femininos.
Escreveu: “Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã” em 1791,
reivindicando igualdade dos sexos e direitos ao voto, uma resposta veemente à
declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão em 1789, que praticamente nada
dizia sobre as desigualdades e os direitos do sexo feminino.
Sempre em defesa dos ideais libertários da
França pré-revolucionária. Conquistara admiração e afetos, assim como terríveis
inimizades. Escandalizando conservadores, mesmo revolucionários. Denunciava
abusos do Antigo Regime e os excessos e injustiças do Novo Regime.
Era tida como “perigosa demais”. O
Tribunal Revolucionário a condenou - os líderes Marat e Robespierre (que
governaram com mãos de ferro e crueldade a França entre 1792 e 1794). Foi encarcerada.
Consegue colocar em público um último cartaz denunciando sua prisão em condições
desumanas, sem direito a um advogado ou qualquer defesa.
Acabou sua vida decapitada na guilhotina,
aos 45 anos, a 3 de novembro de 1793 (menos de um mês depois da alienada, resistente e
arrogante Maria Antonieta). Suas últimas palavras foram as mesmas de seu
panfleto: “Se a mulher tem o direito de subir ao cadafalso, ela deve ter
igualmente o direito de subir à tribuna”.
Iconografia
– Desenho pastel de Alexandre Kucharski (1741/ Polônia -1819 / Paris)
Mais de dois séculos – somente agora foi inaugurado,
este ano de 2016, na França, um busto de Olympia de Gouges, como símbolo da
luta feminina, na Assembleia Nacional – Palácio Burbon.
Fonte: amiga ativista,
francesa (P.A.), libertária. Alguns dados e datas – fotos - internet.
postagem - Martha Pires Ferreira