O Grupo de Estudos C. G. Jung, resistente, dá continuidade aos estudos da obra de Nise da Silveira com o livro
O Mundo das Imagens, - capítulo 9 -
O Mundo das Imagens, - capítulo 9 -
Metamorfoses e Transformações.
na
Casa das Palmeiras
Quarta -feira dia 5 e 19 de setembro das 19h às 20h40
Rua Sorocaba, 800 – Botafogo
informações Tel. 2266-6465 // 2242-9341
- Está aberto ao público -
Palavras de Nise da Silveira - O Mundo das Imagens:
“O fenômeno da metamorfose permeia todas as áreas da produção imaginativa do homem. Não poderá, portanto, deixar de possuir profunda significação psicológica. Insistira sobre o lado secreto que une na profundeza todas as coisas – pedra, vegetal, animal, homem, deus? Dará configuração a aspectos da psique que se mantém ocultos nas cavernas da sombra?
E quantas coisas mais dirá em linguagem simbólica?”
“Todo ser tende a realizar o que existe nele em potencial, a crescer, completar-se. É o que acontece à semente do vegetal e ao embrião do animal. O mesmo acorre ao homem, quanto ao corpo e quanto à psique. Mas no homem, embora o desenvolvimento de suas potencialidades seja impulsionado por forças instintivas inconscientes, adquire provavelmente caráter peculiar. O homem será capaz de tomar consciência nítida desse crescimento e mesmo de influenciá-lo. Esse crescimento, muitas vezes difícil e até doloroso, caminha na busca de complementação da personalidade específica de cada um, isto é, daquilo que G. Jung denomina processo de individuação”.
“É um processo lento. Não adianta pretender acelerá-lo artificialmente. Talvez apenas ajudá-lo na remoção de obstáculos e criação de condições favorecedoras. Jung relata que, vária vez encontrou antigos analisados, que não via desde muitos anos e, entretanto, continuavam a ampliar seu desenvolvimento”.
“Jung trabalhava como um empirista de olhar excepcionalmente penetrante. Foi assim que apreendeu, através dos sonhos de seus clientes, não só o processo de individuação que cada um buscava realizar por caminhos não lineares, mas um surpreendente paralelo entre esse processo e o opus alquímico”.
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O Grupo de Estudos C. G. Jung é coordenado por Dr. Edgar Tavares e por mim. O Grupo deve manter-se vivo e atuante como desejava sua fundadora Nise da Silveira. Daí nossa prazerosa resistência.
Por anos a fio frequentávamos o Grupo, na sala ao lado do consultório da Doutora. Íamos para lá ouvir e estudar com a própria Doutora Nise da Silveira. Rua Marques de Abrantes, nas inesquecíveis e famosas quartas-feiras à noite.
Ali passei a conviver rigorosamente, por convite dela, em maio de 1968.
O Grupo sempre foi aberto, gratuitamente, para os mais variados tipos humanos, sem excludências. As mais formais e bizarras criaturas aportavam por curiosidade e/ou desejo mesmo de conhecer a sábia senhora e a obra do gênio criador que foi Jung. Ali se estudava, e muito, as bases fundamentais de Jung.
Nise da Silveira foi pioneira na divulgação de Carl Gustav Jung no Brasil e mesmo na América Latina.
Importantes obras foram editadas pelo Grupo desde 1968 - Jung / Vida e Obra - Nise da Silveira.
Ao terminar os estudos no Grupo, muitos de nós, permanecíamos, na calçada, enfrente ao prédio, conversando por horas ou íamos bebericar/ degustar, estendendo nossas ideias no Bar Lamas, Churrascaria Recreio e suas redondezas.
Nos reuníamos para preparar trabalhos a serem apresentados. Foi assim que mergulhei nos estudos de Alquimia, orientados por Dr. Nelson Bandeira de Melo, em 1974, para o Centenário de Jung no Museu de Arte Moderna, 1975, RJ. Estudos que mantenho pelo caminho da individuação.
Adquiri preciosas amizades. Muitos, lembrados e queridos, já faleceram. Com outros, até hoje, mantenho contatos afetuosos e felizes. Somos uma espécie de irmãos niseanos formando uma Confraria. Alguns seguiram os caminhos de Nise, suas ideias e métodos, outros partiram para outras vertentes individuais, com ou pos-Jung.
Nise deu o empurrão, cada um seguiu sua trilha. Intuitiva e perspicaz, não escondia seu desprezo implacável aos tacanhos individualistas representando com máscaras da burrice. Nem ocultava suas preferências e conivências aos sofridos emocional e mentalmente, assim como às pessoas transgressoras e criativas. Libertária amava os seres capazes de confrontar seus opostos inconciliáveis, reconhecendo suas sombras obscuras sem disfarces.
Áspera e meiga procurava integrar seus próprios opostos na eterna tentativa de aproximação harmoniosa; luz e sombra, consciente e inconsciente.
- martha pires ferreira _____
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