domingo, 28 de dezembro de 2025

Poesias do arquivo - cinco momentos com as flores

Flores lilás no arco _ nanquim e aquarela, sem data

Feliz passagem 2025/2026 !!! Retiro da caixinha/arquivo cinco das minhas poesias e as coloco junto às flores

Revelação
 
Da eternidade, eu sei
_ apreensão sensível
vazia de mim em noite dos sentidos.
Este saber é numinoso
_ consciente, claro amanhecer!
 
Dor sentida, profunda
abissal, ferindo corpo e alma
_ nada representa, significa.
 
Instante de vislumbre
impronunciável me habita
_ pura revelação!
****
 Sem aviso

O erótico desperta
sem alarde
sem aviso
sem pedir licença
à flor adormecida
_ envolve todo o ser
penetra a fenda
da árvore amada
lento, firme
num nada querer,
maliciosamente,
protegido na timidez
em defesa
do si prisioneiro
_ aquieta glândula
no doce sorriso... abrasa.
****

Paixão
 
Impossível conter
chama luminosa _ cortar
nervos, sutileza
ao apodera-se da natureza.
 
Entrega se faz íntima
perdida no ser amante
_ potência viva revela
ardor da alma.
 
Sensibilidade transgressora
matéria densa é o corpo
vivificado _ instância sutil
que a paixão engendra
no silêncio e se faz eloquente.
****
Instante presente
 
Silenciosa percebo a Vida,
repousa além da imagem
gráfica, poema, sonho
_ encontro diário.
 
Vida pousa no Todo
revelação constante
           razão única de ser,
desfrutar cada instante
_ momento, sem susto
               clareza, lucidez.  
****

Hora sem aviso
 
Depurar energia tange
experiência múltipla
história sutil, profunda
_ jogos do corpo, ontem.
 
A chave que abre
sem aviso, acerto e tempo
não é a que fecha e fere.
Joia em cofre guardada
            em chave de ouro. 
                       
                             Martha Pires Ferreira
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quarta-feira, 24 de dezembro de 2025

Feliz Natal 2025/2026 --- o Divino adentrando na matéria! Poesia


 Presépio - Carmélia Rodrigues _ artesã, Pernambuco, Brasil. 

Feliz Natal !!! _ o Divino adentrando na matéria!!!

__ o Divino se revelando da matéria!!!

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 CANTO DE NATAL

            Manuel Bandeira   

O nosso menino
Nasceu em Belém.
Nasceu tão-somente
Para querer bem.
 
Nasceu sobre as palhas
O nosso menino.
Mas a mãe sabia
Que ele era divino.
 
Vem para sofrer
A morte na cruz,
O nosso menino.
Seu nome é Jesus.
 
Por nós ele aceita
O humano destino:
Louvemos a glória
De Jesus menino.
****

Natal       
            Jorge de Lima
 
Feliz de quem, quando o ano termina,
possui um doce e acolhedor abrigo:
a companheira, o filho, a avó tão rara
ou mesmo o amigo
com quem possa se reunir em Cristo,
e sua vida interior desperte viva
de dentro de si uma alma de
São Francisco; o amor generoso,
o heroísmo estranho de beijar um leproso.
De lembrar-se de que há no mundo
criaturas de Deus pelo Natal
sem companheira, e sem a avó tão rara
e sem um beijo de mãe ou um beijo de
filho, e até sem um livro que substitua
o amigo.
Feliz de quem, quando o ano termina,
pode ver a estrela no céu
e tem olhos ainda
para encontrar Jesus.
****

Poema de Natal

       Vinicius de Moraes

Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.

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 __ postagem  Martha Pires Ferreira

terça-feira, 23 de dezembro de 2025

Vislumbre ao Absoluto _ dezembro, 2025










Formas no espaço - detalhe, 2013. 

Vislumbre ao Absoluto 

Não existimos, apenas, por amor à vida que vivemos, decorrer dos dias, dos anos (natureza sensorial, intelectual, política ou religiosa), vivemos para a plenitude, anseio do mais absoluto que denominamos Brahma, Deus, Tao, Essência pura, Desconhecimento.

Nossa ação quotidiana visa a unicidade, a grandeza de toda a criação. Não há divisão: vida física, a matéria concreta e a existência, o intuir, apreender, ideias, emoções _ uma só realidade. A vida existe não, apenas, para ser vivida com dignidade, simplesmente por amor a própria vida, mas por um anseio maior inexplicável, abissal, que nos envolve inteira; nos conduz a compreensão do todo absoluto.

Tomamos consciência do nosso eu pessoal, do outro e outros que nos envolvem; familiares e amizades, os outros em geral que nos cercam. Apreendemos ser uma parcela ínfima do universo, inseridos ao Todo criador que transcende ao entendimento formal. E concluímos por amor à vida, à toda a natureza criada, que o indizível, energia criadora, está escondido no interior da matéria. Basta contemplarmos uma simples pedra, flor, um fruto, uma árvore; em cada uma delas o desconhecido mistério da existência está contido.

Importante mergulhar no que está escondido no coração da matéria, liberar a Anima Mundi (alma do mundo!). Descobrir a beleza imanente é tocar o transcendente, união criadora por convergência. Sem divisão apreendemos, pelo amor, sensibilidade, a compreensão intuitiva da perfeição do todo dentro de cada ser, manifestação existente. A perfeição do todo está inserida na multiplicidade e diferenciação das partes.

Insisto. Somos parcela da manifestação criadora que tudo gera. Na matéria vivemos e é através dela que tomamos consciência da presença do todo. Somos invadidos pelo anseio de total pertencimento à fonte primordial da existência. A entrega sem defesas nesta intuição, percepção, nos faz por consciência saber o quanto já somos parte do absoluto, um dia a ser alcançado, em verdade e vislumbramento.

Sim, vivemos no mundo maia, da matéria densa; cuidados a cada dia aos fazeres que a vida humana nos impõem. Somos realidade em sentir e viver o eu, o meu, os outros se fundindo no desejo de querer algo maior.

Cada elemento palpável, cada gesto vivido, cada objeto presente é fonte de plenitude. Porta que se abre ao horizonte, em evolução constante, aqui neste mundo que habitamos _ o lá, eterno, já pousa aqui em presença. A chave! Temos uma chave que aciona o abrir portas desconhecidas. A chave é o processo de depuro constante pela Amorização incondicional. Só pelo Afeto gratuito, despojado do eu centralizador que somos tomados, embebidos, do pertencimento ao Absoluto. Grande Mistério insondável, incognoscível, que nos envolve no silêncio do vazio que tudo contém,  “união criadora” como procurou nos mostrar Teilhard de Chardin.                           

A evolução espiritual da Terra, segundo Teilhard de Chardin, se orienta em direção ao Ápice, para o qual tudo converge, cujo termo não será outro senão “O Êxtase em Deus”. Sua visão de mundo não é fechada e fixa. Não é um quadro definitivo de verdade, mas um feixe de eixo de progressão de todo o sistema em evolução que não se esgota, que se aperfeiçoa. Não se trata de um esgotamento da Verdade - mas explorações, penetrações diante de nossos olhos, uma imensidão do Real que ainda não foi explorada.

                                Martha Pires Ferreira __  

Manhã, caminhada em dezembro de 2025. 

Uma breve observação que fiz a um amigo que se diz, se coloca “ateu”.  Ser "ateu" é uma palavra vaga (que nega algo, que nem sabe bem), uma posição intelectual que contrapõe outra ideia (em geral a um criador e/ou a vida eterna). // Dizer-se “ateu” contrapõe ao que denomino Criação/Amor unicidade plena. O Amar em plenitude não tem posição lógica, conceito formal, é uma entrega intuitiva ao Tudo indivisível. O Amor Incondicional engloba quem tem ou quem não tem posição definida. Amar em plenitude carece de dúvida por ser, apenas, AMOR __ potência existencial naquele, naquela, que Ama.

Trata-se de referência ao Amor Incondicional, sem lógica, sem raciocínio _ pura gratuidade (independente de se ter ou não ter fé religiosa, acreditar em “algo”). O amor absoluto que nos une como seres humanos, com toda a natureza em geral, engloba todas as realidades que nos diferencia. É ao Amor absoluto que nos faz afirmar que Tudo é Amor. Assim como nossa respiração se faz no elemento Ar (no Todo), o Tudo está em nós _ Ar/ Prana.

O que se conclui; sempre é complexo alguém dizer que é “ateu”, não acreditar no Amor, no Amor primordial, ao qual podemos dar inúmeras denominações profundas e precisas - Amor a partir da matéria. Cabe a cada grupo humano, formal, denominar como desejar. O Amor que nos envolve está em toda parte e em parte alguma, é indivisível – é puro Desconhecimento.

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___ Postagem Martha Pires Ferreira

segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

Palestra _ O Fenômeno Humano e a Plenitude da Criação












Teilhard de Chardin uma esperança na travessia

Feliz poder falar de um grande mestre, Pierre Teilhard de Chardin, no Centro Vedanta Ramakrishna, RJ.

Palestra _ O Fenômeno Humano e a Plenitude da Criação

Dia 21 / dezembro / Domingo, das 17h às 18 _ Rua Paula Matos, 162 / Santa Teresa _
(21) 99330-6338 --- www.vedantarj.org.br

O Fenômeno Humano é sua obra mais importante. Chardin nasceu em 1º de Maio de 1881 – Orcines, França (4º filho de 11 irmãos) e faleceu em Nova York, 10 de abril de 1955, infarto. // Paleontólogo, geólogo, padre jesuíta, escritor e místico. Como pesquisador viveu longo tempo na China. Foi silenciado, punido e exilado na Ásia/China pela cúria romana/Vaticano. Deixou vasta obra. Em vida, não teve sua visão revolucionária publicada, sempre por impedimento de seus superiores. Mesmo em vida Teilhard sempre foi citado por cientistas e intelectuais. Evolucionista, Chardin procurou fazer uma síntese entre ciência e fé. Sua participação foi efetiva na descoberta do Sinantropo, homem de Pequim, origem da espécie humana, em 1929 – China.

       Para Teilhard de Chardin, “O homem não é o centro estático do mundo como ele se julga desde muito tempo, mas eixo e flecha para a evolução”... E ele nos diz que dos fortes atritos/fricção entre opostos, civilizações e culturas, em razão do aumento populacional e organização/complexidades entre os povos, surgiria um Fogo renovador impulsionando a Humanidade para níveis mais elevados de consciência.



       Para Chardin “Ser mais é unir-se cada vez mais. Conhecer é ver a unidade”.







Martha Pires Ferreira

quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

Livro Arte - Poesia __ Signos do Zodíaco nas Flores

 
  Edições do Buriti, 2025, RJ _  livreiro, Marcos Cunha

Livro Arte __ Signos do Zodíaco nas Flores - Narrativa poética

 São12 poesias, uma para cada signo com Flores do imaginário - desenho nanquim e aquarela _ Trajetória astrológica na história nos povos -- E com imagens iconográficas.



















O LIVRO __ encontra-se no
Buriti Sebo Literário
Rua do Carmo,9 sala 902 – centro, RJ. Tel. 2220-5492 /
 (21) 96737-8525
****
Livraria Leonardo da Vinci
Av. Rio Branco 185, subsolo – metrô carioca.
Tel. 2533-2237.
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Preço _ R$ 70,00

Coordenação e edição: Antonio Batalha
Projeto gráfico: Maíra Roberto
Projeto e desenho nanquim/flores: Martha Pires Ferreira


Na livraria, no porta retrato, estava Nise da Silveira!!

Martha Pires Ferreira
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sábado, 29 de novembro de 2025

Astrologia _ Poesia, flores, reflexões e história

 

           Mais um livrinho. Agora, Astrologia _ Signos do Zodíaco nas Flores, Narrativa poética. A cada Signo uma Poesia e acompanham Flores do meu universo imaginário.

Os 12 Signos do Zodíaco, numa síntese poética. 

Trajetória astrológica _ Reflexões históricas.

Dia 4 de dezembro _ Livraria Leonardo da Vinci _ das 17h às 20h. Av. Rio Branco, 185, subsolo.

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O homem não é o centro estático do mundo como ele se julgou desde muito tempo, mas eixo e flecha para a evolução.        

                                 Teilhard de Chardin

        O mundo anseia leveza...  Arte! Poesia!

      Em 2017 fiz 12 flores para calendário do ano seguinte, 2018, Ed. Buriti Sebo Literário com Visual Arte, produção de imagem e texto, RJ. Passado um tempo as flores, desenho em traços de nanquim e aquarela, me pediram escrever para cada uma, ao mês, o signo correspondente. Hesitei! É desafio não cair em lugar comum, descrevendo o óbvio, e, uma poesia não abrange toda a natureza do ser. Num relâmpago ousei o recorte, escrever em narrativa poética os 12 signos do Zodíaco. Assunto que mora em minha vida há tantos anos! Nada simples ser sintética em matéria que envolve riqueza simbólica; contastes de cada signo e seus elementos naturais; Fogo, Terra, Ar e Água. A poesia requer resumo, dizer o máximo em breves palavras. Teria talento, competência, para poetizar o Zodíaco?! Avancei por paixão na criatividade, não me ocupando com senso crítico. Eu me aventurei nas palavras, na viagem metafórica ao que expressa a natureza e beleza poética existente em cada signo, sabendo que somos mais que simples interpretação zodiacal.  

         Aqui, as características gerais servem de janelas se abrindo para o conhecimento, visão geral da natureza humana, a cada signo natal, posição do Sol, tendo em conta, apenas, o dia do nascimento. Somos um todo com o Zodíaco, valiosa complexidade que só pode ser amplamente conhecida, expressa, com a análise do Mapa Natal, Horóscopo Natal. Somos imensa riqueza num todo Uno Verso, Universo cósmico!


         Caso não se identifique ao ler a poesia; sorria! A Vida está acima de interpretações. Espero que aprecie as Flores.

     Martha Pires Ferreira

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domingo, 23 de novembro de 2025

Signos do Zodíaco nas Flores _ Poesia! História!


 










Lancei em 2019, livro de desenho _ Ponto e Linha









Agora, chegando outra ousadia. Criar é ousar!
São 12 Poesias, uma para cada signo - Narrativa poética.

Complementando com Trajetória astrológica e Reflexões históricas  
Edições do Buriti, 2025, RJ

Lançamento na Livraria Leonardo da Vinci
Dia 4 de dezembro – quinta-feira das 17h às 20h.












Fotos do lançamento do livro _ Ponto e Linha, 2019.
Coordenação e Produção Editorial: Visual Arte
Fotos de Antonio Batalha

Nota: Ver é gratuito, venham apreciar esta maravilhosa Livraria

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terça-feira, 11 de novembro de 2025

Astrologia _ Insurreição Aquariana IX _ estamos nas pontas de uma Estrela?

 

Mapa do Céu para o mundo _ meu olhar do Rio de Janeiro, dia 15 de novembro, próximo, 2025, comemoração da República Federativa do Brasil.

Os astros; Sol, Lua e Planetas _ Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão formam no céu um hexágono, onde os lados dos ângulos estão quase que na mesma medida. Percorrem signos masculinos e femininos, Fogo, Terra, Ar e Água, fazem oposições e trígonos formando uma Estrela de seis pontas _ Geometria sagrada!

O vislumbre de tamanha beleza é a alegria dos estudiosos da Astrologia, que olham para universo como uma chama simbólica, sinalizando para a humanidade caminhos possíveis de realização.

Céu e Terra em profunda conexão, conversam com a alma sensível da existência!

Os Astros apontam, sinalizam configurações celestes. Não somos marionetes dos astros, submissos bípedes escravos, nós engendramos com o Universo, por livre vontade, livre arbítrio.

Estamos no mesmo trem, na mesma viagem planeta Terra, nossa casa comum. Bom que cultivemos a melhor qualidade de vida, em nosso cotidiano, valores que elevam a humanidade nesta travessia, repleta de conflitos; desacordos por acordos que pouco se efetuam. Presenciamos atavismo cultural e anseio de felicidade com justiça e bem-estar social entre povos e nações. Verificamos, um tanto assustados, tantas controvérsias entre empresas públicas, e, mesmo, privadas. Estamos longe, ainda, da soberania desejada - adquirida, para cada nação; orgulho de pertencimento à Pátria amada livre de tanta dependência.

Inconcebível, na atualidade, acompanharmos algumas poucas nações auto sustáveis, livres de submissão de outra nação, sem notória pendência econômico-financeiro, alienadamente ignorar, silenciar-se diante do resto do mundo que vive em desigualdade, muitas das vezes regiões duramente exploradas, massacradas, por pura ganância territorial, riquezas do solo, ocupações com soberba sociopolítica.

 Afinidade pensando em Epicuro (341a. C.) ao dizer que a felicidade é inseparável da virtude, que nos coloca frente à prudência, à beleza... E digo eu, com resistência por justiça social participativa, solidária ao bem comum. Epicuro repelia determinismo e fatalismo (Carta sobre a Felicidade – a Meneceu). Cultivar virtudes é essencial. Assim, devemos nos colocar diante da Vida, neste momento histórico. É mais desafiador cultivar as virtudes que se deixar levar pela ignorância e acomodação que aliena a mente e o coração sensível. Instigante engendrarmos com os Astros, com virtude, por um mundo humano, soberano para a Felicidade.

Se entre as pessoas e nações estamos nesta travessia sombria, de quebra de valores tão acirrados, de visual falência civilizatória, sem horizontes claros por algo mais elevado, harmonioso e fraterno, os Astros sinalizam, apontam, para algo profundo se configurando no firmamento, no coração do Universo! Portas se abrirão, com preço alto, com a consciência e os esforços culturais, em todos os níveis, para uma Nova Civilização Humana. Desejamos viver com mais igualdade social, respeito e dignidade entre pessoas e povos. Não é utopia querer conquistar o Novo; realizar felicidade é próprio da natureza, fonte criadora da Vida.

Os planetas Saturno e Netuno percorrem os últimos graus da Faixa do Zodíaco, signo de Peixes/Água, juntos estiveram, neste signo, no ano 878 da nossa era, e estarão juntos no 1º signo do Zodíaco em 2026 a 0º de Áries/Fogo, definitivamente, como não estiveram nestes 2.000 anos. O que se conclui, é que estamos passando de uma Era civilizatória para outra. Não especificamente nessa data factual, 2025/26, mas por este tempo espaço existencial. Fim de um milênio ao início de novo ciclo planetário/ milênio. Há alguns anos que tudo vem se diluindo no anseio de atravessarmos, administramos nossas vidas, para uma Nova Era. O que só obteremos nos próximos anos cuidando do Planeta Terra. As grandes mudanças se realizam em décadas. Estamos na travessia de valores. Tudo se fará, graças aos construtores homens e mulheres de bem, vencedores heroicos diante deste mundo insustentável, egoísta, inconsciente, mesquinho com a mãe natureza. Sim, Técnica e cientificamente poderoso, mas humanamente atávico, grosseiro, e mesmo perverso. A paz não tem pousada segura em nenhum leito, seja a do bem-sucedido material ou intelectualmente, e mesmo ao mendigo.

As gerações novas estão aí, Oriente e Ocidente, Leste e Oeste, Norte e Sul, cortando fronteiras, desafiando, para darem o passo necessário. Sangue novo, pressupõe vida nova! Tudo vem sendo mudado desde os anos 1950, do século passado, e, agora outros projetos, trabalhos sustentáveis para uma visão e realidade efetivamente Nova em valores, em evolução humana, planetária. Efetivamente possível, as respostas das gerações que estão surgindo, sedentas de harmonia, respirar com dignidade, entre povos e nações. Lutarão por um futuro almejado, adentrando os anos 2026/27 a 2050 em diante, com mais consciência humana ao percorrer o terceiro milênio. Como disse o paleontólogo, geógrafo e sábio Teilhard de Chardin, “Somos flechas para a evolução!”.

                        Martha Pires Ferreira

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quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Astrologia Espaço/Tempo _ 1983 - Exposição FUNARTE

 

Astrologia Espaço/Tempo

Retorno aos meios de comunicação

            Material em arquivo da Exposição de Astrologia que organizei na FUNARTE, em 1983 – de 23 de agosto a 16 de setembro - Rio de Janeiro. Causou grande visibilidade ao universo da Astrologia para o público em geral _ apresentei Imagens do mundo da Astrologia em todos os povos. Ocasião em que estudiosos apresentaram Mapas - horóscopos desenhados por eles/elas, época em que tudo era feito à mão. E ciclo de palestras sobre o assunto __ Astrologia e Arte. 

Mapa _ Horóscopo da abertura _ inauguração.











Coluna _ Artes Plásticas do Jornal do Brasil, matéria do crítico de arte _ Wilson Coutinho, 26/8/1983 - Caderno B

Outras notas no O Globo, Jornal do Comércio, Revista Desfile etc.

Abaixo, texto apresentado no folder da exposição realizada na FUNARTE

Esta mostra de astrologia não visou à estética e suas proposições plásticas por princípios; ela ofereceu ao público a noção conceitual do processo astrológico através da história desde tempos imemoriáveis, numa síntese de ocorrências fundamentais, neste ou naquele espaço geográfico, nesta ou naquela cultura. Não se afirma arte, nem se nega ciência.

Astrologia se define como um conhecimento tão antigo quando a origem da espécie humana. A astrologia que conhecemos hoje, no mundo ocidental, tem sua origem nos povos antigos da Suméria, remotos habitantes da Mesopotâmia. A astrologia se define como um saber experimental tendo por base precisões matemáticas, portanto, um saber lógico, e percepções intuitivas, sensíveis, pertencentes ao mundo alógico. O estudo dos astros nasceu, provavelmente, da apaixonada tentativa de descobrir os segredos da vida e da morte, o significado das metamorfoses nas manifestações de força e energia contidas na plenitude da natureza.

O planeta não expressa uma verdade em si mesmo: sugere. Na realidade simbólica o importante é o saber fazer as analogias. A astrologias pertence ao mundo dos sinais. A astrologia age como uma convergência de fenômenos. São os planetas projetados nos espaços celestes oferecendo múltiplas combinações, bom os mais variados recursos de leituras essencialmente simbólicas. Pode ser vista como um processo de autoconhecimento, como o é a ioga, a psicanálise, a meditação ou qualquer método que possibilite o ser humano se ter a si mesmo em consciência, na lei do universo. Um processo de descoberta das leis que agem toda a natureza em sua complexidade.

Em toda a sua beleza e dinâmica, a astrologia não se prende ao determinismo, nem se baseia em esquematizações; ela aponta inclinações, tendências, predisposições inatas. Ela se expande na disponibilidade que cada ser humano pode conferir ao seu próprio ser no caminho para o desenvolvimento pessoal, e da humanidade inteira como espécie. Na passagem de um ser mais elementar, para outro transformado, mais evoluído, pleno.

Quando os planetas se movimentam no Universo estamos, nós também, em movimento harmonioso e perfeito, embora disso não tenhamos consciência. Astrologia é um dos recursos para a compreensão desta harmonia. Ela nos dá a possibilidade desta tomada de consciência. São fluxos que emanam dos espaços siderais e nos impulsionamos à atividade e receptividade contínua; esses jogos que são os nossos dias; esses desejos de integrar tendências opostas e aparentemente irreconciliáveis; essa ânsia de evolução. As implicações de ordem pessoal ou mesmo coletiva social, política, económica ou religiosa podem impedir ou atravancar este processo. O ser humano com toda a natureza foi criado para a evolução. Ele deve conhecer meios que o possibilitem a este crescimento que o leva, por uma necessidade intrínseca, ao vislumbre de saber quem ele é, o que está fazendo no mundo e para onde ele se dirige. Ele foi chamado à vida para vivê-la em toda a sua dignidade. O ser humano deve lutar por esta verdade, com todas as suas forças, com todo o seu coração.

O retorno da astrologia aos meios de comunicação, a procura da astrologia hoje, e dá por um fenômeno de sede de saber que, pouco a pouco, vem tomando um espaço vital na história das humanidades. Queremos saber, procuramos chaves que nos indiquem o que somos, quem somos e para que somos. Vamos aos poucos substituindo a fome de ter pela fome de ser, de saber, de conhecer. Estamos na passagem da Era do ter para a Era do ser.

Tudo é expansão. Tudo na vida atua em expansão. O ser humano nasceu para esta expansão que converge para o centro, para o núcleo, onde tudo nasce - a Mãe Cósmica, fonte de todas as coisas criadas.

A astrologia é um dos processos sutilíssimo e a nos orientar neste percurso de vida. A astrologia atua como uma bússola, indicando como nos situamos na aventura maravilhosa que nos leva de encontro à sabedoria universal, como chegar a nossa matriz. É este o seu papel, e sempre foi desde a Mesopotâmia, como relatam documentos escritos que remontam à Suméria, Babilônia, Caldeia, Assíria. A Babilônia é vista, classicamente, como a pátria de origem astrológica, e esse privilégio deve ser repartido com outra velhas civilização, o Egito. A velha China, os hebreus, a Índia, a Pérsia, Grécia, Roma, maias e astecas são civilizações que conheceram profundamente astrologia, astronomia, matemática - toda a base do conhecimento científico. A função essencial da astrologia é ajudar o ser humano aproximar-se cada vez mais de sua essência, essência esta comum a toda a humanidade, a toda a criação.

 Marta Pires Ferreira, julho/1983.

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Abaixo nome dos que participaram da Exposição com Gráficos _ Mapas



 












Participação especial do artista plástico Roberto Magalhães _ Desenho/pintura _ Signo do Zodíaco. 
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domingo, 26 de outubro de 2025

Poesias saem da caixa

  

     Não devo mais manter poesias na caixa com chave. Algumas já se desprenderam. É preciso deixar as folhas saírem ao vento, num sopro contínuo sem os sinais do tempo. Façanhas tão minhas, tenho pudor...

Verdade
 
Quero dizer o que penso
sem saber dizê-lo,
despida na autenticidade
sobre a beleza, a verdade
que envolve o silêncio
altas horas, recato no quarto.
 
Sempre assim, por vezes,
a alma se deixa levar...
apreende tesouro no interior
profundo abissal abismo;
revelação em nua verdade
cobre afetuosa luz na quietude.
 ****
Xis
 
Nada a mudar, realidade,
       impossível mudar
no que tange silencioso
      profundo da alma.
 
Tudo permanece em branco
na extensão do papel;
o quadrado não cabe
      num triângulo
da mesma proporção
equidistante, impossível!
 
Quando a noite se deita
     serena é possível
saber esperar no tempo.
 
O Sol abre os olhos
cada dia sem transgredir
o impossível xis das questões,
mantém vislumbre desconhecido
no movimento impossível.
****

Entrega
 
Deixar a lâmpada
do candeeiro atravessar
           espaço longo,
amplo sem receio _
                    arco invisível.
 
Entrega a carne para
           proeza do amor
sensual no silêncio
                oculto do verbo
que flama sôfrego
                sem temor,
sem tréguas
_ deixa a lâmpada acesa.
****

Último instante
 
Quando o amor no sangue
                     escoa sem tréguas
dias passados...
último instante respira,
a noite cobre o lenço
                   escuro da memória
ilusão tecida em fios.
 
Ontem inclinado sobre a mesa,
                mãos tensas na madeira
a taça cheia do ser
                    escondia o fôlego;
palavras cortadas em remotas
aventuras sem tormento...
                        reencontro é prazer!
 
A voz cortada adormeceu
                               em meu peito
cobrindo o lenço luminoso
da última lembrança memorável!
 
Ontem presente, escoa
           no sangue vivo das artérias,
a voz presa dói por dentro
         e flama algo suave distraída.

                   Martha Pires Ferreira
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