segunda-feira, 20 de outubro de 2025

Poesia é liberdade de expressão

      
Goethe - Gingo Biloba

        Alguns dos poetas que me falam a alma entre tantos outros. Há um prazer em ler poesia sem códigos, dogmas, regras e/ou princípios elitistas. O amor à Poesia está na síntese, na coragem de se colocar sem hierarquias intelectuais. Não descarto os sofisticados, quase enigmáticos, nem os narrativos da simplicidade como o adorável Rabindranath Tagore.

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Via Láctea
            Olavo Bilac
 
XIII
 
“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
 
E conversarmos toda a noite, enquanto
A via-láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
 
Direis agora: “Tresloucado amigo!!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?”
 
E eu vos direi: “Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.” 
                                                
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 Leonardo Fróes
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Sobre o absoluto Tao      
           
  Lao Tsé (poeta chinês – cerca de 604 a. C.)
 
O Tao de que se pode falar
Não é o Tao absoluto.
Os nomes que podem ser dados
Não são nomes absolutos.
 
O indizível é a origem do Céu e da Terra.
O denominado é a mãe de todas as coisas.
 
Portanto:
Há quem muitas vezes se dilacere de paixão
Para ver o segredo da vida;
Há quem muitas vezes encara com paixão a vida;
 
A fim de ver suas formas manifestas.
À ambos podem ser chamados o Mistério do Cosmo.
São da mesma natureza,
A qual se dá diversos nomes
Quando se tornam manifestos.
 
Ambos podem se chamados o Mistério do Cosmo.
Abarcando o Mistério e o Mistério mais profundo,
Eis a porta do segredo de toda vida.
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O pensamento de Lao Tsé
Tradução da versão alemã – H. Von Glasenap. 

___ Postagem Martha Pires Ferreira
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domingo, 12 de outubro de 2025

Contos de Fada! Era uma vez...

     A bela adormecida no bosque
ERA UMA VEZ...

...ninguém sabe onde ou quando. Os Contos de Fada falam de coisas profundas, são imagens preciosas transmitidas pela tradição oral popular desde idades imemoriais, quando o homem arcaico ainda vivia num universo mítico. Esses contos maravilhosos, em sua origem, não se destinavam às crianças, mas já se caracterizavam, essencialmente, pela presença de elementos do feérico e do extraordinário.             

                    Martha Pires Ferreira (Revista Atlante, Nº3, Ano 1, 1990, SP)

 

Na antiguidade, os Contos de Fada ocupavam um espaço precioso nas Escolas de Mistério e Escolas Iniciáticas. Eram compreendidos como um instrumento que auxiliava os rituais de passagem. Eram tesouros que as pessoas guardavam para transmitir oralmente sem esquecer nenhum detalhe para que tudo fosse preservado como valores sagrados. Os antigos sabiam que o mínimo pormenor jamais poderia ser esquecido para que o conto conservasse a sua compreensão total.

Histórias cheias de encantamento foram registradas em terracota, na Mesopotâmia. Todo o Oriente conheceu esse universo do fantástico sem muitas fronteiras: Egito, Índia, Japão e China. Ele aparece, também, na cultura judaica e persa. Nas matrizes do imaginário, o observador e a realidade se entrecruzam, se misturam e se completam.

No entanto, foi na Europa do final do século XVII, e início do século seguinte que essas histórias começaram a ser compiladas e surgiram as primeiras coleções que ainda hoje são fontes básicas de referência. Em 1697, surge na França o livro de Charles Perrault.” Contos de Ma Mere Love” (Contos de Mamãe Gansa), que no Brasil também ficaram conhecidos como “Contos ao Pé de Fogo”, onde aparecem personagens familiares como “Cinderela” e o “Gato de Botas”. Só mais tarde em 1715, é que Perrault publica “Pele de Asno”, a história de uma princesa que foge de casa e vai tomar conta de porcos no chiqueiro de uma fazenda para escapar do pai.

No século XIX, os contos ganharam status de disciplina científica. O pesquisador Jacob Grimm, Fundador da filologia alemã, e seu irmão Wilhelm decidiram fazer um levantamento de contos populares para registrar o que havia sido conservado da mitologia nas narrativas orais encontradas na Alemanha. Como sistemas de trabalho usaram o método Savigny de investigação histórica, mas na verdade os seus “Contos Populares”, publicados entre 1812 e 1815, com redação final de Wilheln Grimm, conseguiram escapar dos filólogos e fazer as delícias das crianças e adultos de muitos países.

Os contos de fada mobilizam as nossas emoções. Eles podem nos dar a sensação de algo imortal e pleno por tocar em nossos medos e na coragem existencial _ a luta entre a luz e as trevas _ que pertence à raiz do universo antológico do homem (ser humano). Para caracterizar esse combate eles usam uma infinidade de recursos; estão sempre presentes os elementos sobrenaturais, os dons admiráveis, a coragem incomum. O arsenal de equipamentos inclui tapetes voadores, varinhas de condão, anéis, espelhos, caixinhas e outros objetos com poderes mágicos. Aparecem feiticeiras, bruxas, animais com superpoderes, gigantes; ogros-diabos, dragões e monstros variados. E é constante a presença de homens velhos e mulheres velhas, cujas ações demonstram estados psíquicos altamente desenvolvidos, e uma legião de pequenos seres que emolduram as histórias como: duendes, anões, elfos e fadas variadas.

O cenário básico sempre apresenta uma aventura onde príncipes e princesas, reis e rainhas, camponeses e mercadores, irmãos e irmãs, mães dedicadas e madrastas perversas acabam envolvidos na mais complexa trama existencial. As atenções partem a seguir para um personagem central, que se apresenta como o jovem filho ou a filha rejeitada, que pode ser a mais tola, e personifica toda a lógica da derrota, mas que se revela no decorrer da história como a maravilhosa heroína ou a jovem recompensada.

O príncipe, o herói, o filho do lenhador _ as variações são muitas _ então partem rumo à aventura. E em geral, para conseguir provar a sua coragem e merecer a recompensa ele pode usar algum auxílio mágico. O talismã entregue ao herói – que pode ser um anel, uma pedra preciosa, um pão, sangue ou algum outro símbolo _ é, em muitos casos, a única possibilidade de confrontar essas regiões sem o risco da destruição. É necessário vencer algumas provas e atravessar a obscuridade _ como nas provas de iniciação as sociedades secretas _ para alcançar a vitória sobre as forças ocultas. O grande final é sempre um triunfo, como as núpcias do príncipe com a princesa que sentenciam que eles serão felizes para sempre. O majestoso mistério da conjunção dos opostos então se realiza.

Nos Contos de Fadas existe sempre um intuito moral educativo, mas a sua finalidade não é moralizadora. Os requisitos básicos para o triunfo do herói devem ser envolvidos em virtude, bondade, coragem e confiança num poder maior que o orienta. Diferenciando-se das fábulas, jamais o animal aparece como figura preponderante, e sim um auxiliar possuidor de dons sobrenaturais. São raposas, cavalos, lobos, peixes ou outros animais falantes. A história sempre parte de um princípio ordenador, um certo estado de harmonia que se desintegra. Com a aventura do herói e o perigo, o caos se instala. Atravessar o perigo e colocar em risco a própria vida é a sina do herói que, ao vencer os poderes antagônicos, alcança a redenção.

O fascínio dessas sagas, epopeias e aventuras tem uma vida perene, tanto as versões de Charles Perrault quanto a dos irmãos Grimm registram narrações ancestrais que pertencem a muitos povos e gerações.” Chapeuzinho Vermelho”, “Cinderela”, “A Bela Adormecida” ou “Branca de Neve”, por exemplo, são clássicos que atravessam imbatíveis o passar dos séculos. Na verdade, os Contos de Fada mostram experiências afetivas vividas no cotidiano, cheias de ambiguidade e paradoxos. Mas estas verdades do mundo subjetivo foram vivenciadas e interessam a todos os povos do Oriente e do Ocidente.

Não só as crianças, mas, também, os adultos gostam de ouvir essas histórias, que o brasileiro Câmara Cascudo as chamou de Contos de Encantamento. Elas têm uma estrutura tão bem construída que mantêm sua força de atração para diferentes idades. Atualmente, porém, é preciso atenção para que não se percam, por falta de refinamento de uma época que distorceu os seus valores. Essas preciosidades precisam passar adiante, para novas gerações, sinalizando seu conteúdo mágico.

Nesse final do século XX, o espiritual é confundido com práticas objetivas e não se tomam mais em conta os “aspectos de sombra” contidos na espécie humana. Criou-se uma divisão que separa o sujeito do objeto, o agradável do desagradável, o sagrado do profano, como se esses elementos não fizessem parte de uma só cosmogonia. Uma aventura de príncipes e heróis, fadas e princesas é um processo simbólico, mas de fácil entendimento para explicar as grandes mudanças. A trajetória do herói é a da grande transformação, é a metamorfose de um ser, a sua passagem de um estado elementar e primário para outro, em que os níveis de consciência são mais elevados.

Num momento de cisão entre o pensamento científico e o pensar mágico é natural que acontecessem cortes; mas é muito recente na história da humanidade este retalhamento, a distinção entre o saber científico e as vivências do sagrado. Os Contos de Fada reavivam uma época em que a visa subjetiva não era isolada da vida objetiva e as duas completavam um viver integrado, eram parte da mesma realidade. É por isso que um Conto de Fada ainda é um dos instrumentos mais ricos para a integração da natureza interna da criança e também tem a sua força para os adultos que, por alguma razão, se perderam na trajetória da vida. Com o cinema e a televisão, o apelo para o visual tornou-se muito poderoso e ocupa um espaço muito grande. Entretanto é preciso conservar, também, a força desse universo que se transmite oralmente, como um segredo, de ouvido a ouvido. O poder encantatório da tradição oral é peculiar, cria evocações e magia que não se devem perder. A memória do que se ouve e o poder sonoro de uma narração têm um valor insubstituível que não é equivalente a uma narração visual. Os Contos de Fada são indispensáveis para a formação psicológica e intelectual do ser humano. E eles sobrevivem porque sua estrutura é integra e não permite nenhuma simplificação. Não se pode eliminar a bruxa ou um detalhe da ação ou as situações que satirizam padrões de comportamento _ a força dessas histórias está em sua totalidade. Prestar atenção a esses contos, hoje, e resgatar os Contos Maravilhosos em sua mais remota estrutura são uma chamada à consciência para um futuro milênio mais humanizado, mais poético e espiritualizado, integrado em suas polaridades der sombra e luz.

Chapeuzinho vermelho - Gustavo Dore 
Guardadora de gansos 

Conto chinês

O Tapete mágico _ persa
O príncipe pobre
 ...  o foram felizes para sempre, para sempre!
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Nota: mais sobre Contos de Fada aqui/blog em pesquisa.
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quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Liberdade de escrever - Libertária










Foto, junho 2025

            Liberdade de escrever - Libertária 

Sabem por que sou desenhista e astróloga e recomeçando a Vida caminharia na mesma estrada? Porque sou libertária, ando a gauche, à esquerda, sem regras. Nasci desobediente, rebelde às ideias xerocadas ou pré-fabricadas por espíritos tacanhos. Não ando a cada de prêmios e nem corri para esbarrar em algum Mandarim, Sultão ou Rei da Dinamarca.

O Desenho é uma escrita interna que me revela mergulhos do inconsciente sempre que, deliberadamente, uso o meu escafandro para mergulhar e ler o que está escrito no meu universo pessoal e mesmo coletivo.

A Astrologia é o meu caminhar pela imensidão cósmica; o extraordinário olhar que se pode fazer no reino do absoluto, sabendo-se estar aqui neste estreitinho mundo do relativo. Um processo de autoconhecimento, traços de nossa personalidade. Os astros inclinam, não determinam. Habitamos o microcosmo e estamos, somos, o macrocosmo.

Caminhei por muitas estradas; algumas sinuosas, outras quase perigosas e outras mais tranquilas com bela vista para o horizonte infinito. Importante é seguir em frente confiante e sem dúvidas, o sábio Arquiteto tudo orienta quando estamos em Sua trilha.  O exercício da poesia tem seu lugar; palavra, reflexão, devaneio, intuição!

Ser livre é a minha sina, mesmo estando atenta à alteridade presente a cada dia. Século passado e, hoje, nada mudou.  A Vida é impermanência. Sou libertária em sequentes revelações no tempo! 

            Sempre atenta, plena atenção!!!    martha pires ferreira

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sábado, 27 de setembro de 2025

Reflexões __ Perdida na flor

 

Flores exóticas, bico de pena e aquarela, 2017

             Perdida na flor

Eu quero estar perdida em Deus, abstração viva, real e sutil, mais que nas realizações, vivências do mundo.

Quero estar onde nada sei, interior profundo e obscuro, num silêncio abissal __ ali sim, estarei bem __ ouvirei por fim o mais nítido som da existência, a voz que anseio ouvir, o abraço que desejo receber, a compreensão da totalidade, o entendimento da razão primordial de ter nascido, estando presente na vida. Quero estar perdida na simplicidade, plenitude ao contemplar a perfeição da flor.

      Intuo que perdida me encontro inteira, a vida em sua magnitude, fonte e transbordamento na infinitude onde tudo é revelação!

           "A imaginação vale mais que a ciência" afirmou Albert Einstein. E a intuição vale mais que a imaginação, digo eu. 

               Primavera __ martha pires ferreira

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quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Signo de Libra _ Primavera!

                 O Sol iniciou seu percurso anual pelo Zodíaco, Signo de Libra, equinócio da Primavera / hemisfério sul, dia 22 de setembro, Rio de Janeiro, Brasil. Outono / hemisfério norte. E o Sol se retira de Libra em 23 de outubro.

          O signo de Libra pertence ao elemento Ar - Analogia com o Planeta Vênus, o princípio da beleza, do amor, envolvimento, prazeres, maledicência, tato, afetuosidade, sensualidade. Desejo de harmonia. A  Astrologia é linguagem simbólica.

Vênus de Milo // Louvre 

_ Cada signo traz em si características elementares e/ou desenvolvidas. Cabe a cada ser humano, por livre arbítrio, tecer valores que depuram a própria natureza, trabalhar com o que eleva e dignifica, aperfeiçoar-se.

Catedral de Chartre

Características agradáveis ou desagradáveis deste signo:

Laços, vínculos, uniões. Casamento. Contratos. Sociabilidade. Coletividade. Identificação com o outro. Obstinação. Dependência. Busca de harmonia. Intermediador. Conciliador. Sede de equilíbrio e justiça social. Temor diante da verdade. Omissão. Desequilíbrio interno. Vacilação. Indecisão. Indefinição. Sedução. Sensualidade. Gosto exagerado pelo conforto. Luxo. Ornamentos. Reuniões sociais. Dedicação ao trabalho. Cooperação. Influenciável. Superficialidade. Bajulação. Vaidade. Frieza emocional. Escapismo. Insensibilidade e indiferença. Cálculo. Racionalização. Escapismo. Oposição a si mesmo. Dissimulação. Inimizades públicas, declaradas. Senso estético depurado. Gosto pelas Artes; música, beleza, ritmo. Refinamento. Elegância. Delicadeza. Idealismo. Espiritualidade.

Zodíaco.
 __ postagem Martha Pires Ferreira
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domingo, 14 de setembro de 2025

Relendo o Oriente _ sabedoria poética











Relendo o Oriente _ China /// Hoje, 14/09/1905 -1986, seria Aniver de meu Pai, João Antônio. 

Herdei no DNA o prazer da leitura, pura obsessão! Ele dizia para mim: “Leia menos!”, “Cuidado com o que lê”, “Não leia Nietzsche, leia Schopenhauer, tudo veio dele, outro pessimista, mas que soube beber no Oriente”. Sim, li muito os pré-socráticos, Sócrates, Kant e outros clássicos. Depois mergulhei no Oriente pela China com Lao Tsé _ Tao Te King e Japão com Suzuki, Introdução ao Zen Budismo; uma revolução geral. Somando Tagore e Gandhi, da Índia! /// Obras sobre o Tao, para os amantes da leitura:






















Retomo as leituras do Tao Te King _ A Vida fica mais bela se meu olhar vem da luz solar, Oriente! O espírito grosseiro sanguinário e materialista do Ocidente se esgotou dentro de mim.  O Oriente é sabedoria natural a ser integrada, aqui no solo Brasil, onde nasci e escolhi viver! /// Homens e Mulheres sensíveis, intuitivas, sejam felizes! 

   ___ Postagem Martha Pires Ferreira

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quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Quatro poesias _ habitando em mim

 
Flor solar - nanquim e aquarela, 2025

Em momento diversos escrevi poesias de afeto por homens que me amaram e/ou que amei na intensidade. Por vezes, me sentindo amada, nem sempre correspondendo. Via de encantamento na magia da amorização se fazia em letras tentando o indizível secreto da alma. A solidão desenhando emoção do coração ferido ou liberto ao vento.

Bastou o tempo
 
Disse que vinha, veio inteiro,
ardente _ não ficando partiu,
jurou não mais voltar _
            o tempo não mede.
 
Dor se extingue, dor vivifica
             na carne ferida.
Voltou, ousou, chorou, partiu,
sumiu _ mistério do amar!        
Voltou, se achegou, amou...
            Pura gratuidade.
 
Partiu _ morri em mim
_ sem mais, sem mais retorno.
Na flor do indizível há vida _
bastou a aurora sorrir,
            bastou a luz do tempo.
xxxx

Fios possíveis
 
Tantos fios na trama vivida
além da beleza,
             natureza mãe
_ luxuriante altivez criadora
                acolhe por extensão.
 
Outros fios tecidos em ternura,
matéria corpórea esquecida de si.
 
O sensual como um rio
entregue ao olhar brilhante
                    do homem amado
deixa-se prender,
              suavemente, sem defesa.
xxxx
 Presença
 
Quando voo externo
não tece fazeres,
voo interno alcança
outra dimensão.
 
Não tendo encontro
do corpo sedento
o coração sensível
eloquente em silêncio
               _ se faz ternura.
 
Não há distância quando
sentido engendra
percepções veladas
            _ doçura no ar
sutileza na pele.
xxxx

Vestígios
 
Escondido se mostra
           em labirinto
perdido _ horas vagas.
 
Barulho leve emite
             atrás da porta,
vestígio; passo ansioso
caminhada incerta,
        chega insistente.
 
O distante é aqui _
       ruído imperceptível.
O que procura,
         o que deseja é
 copo de vinho tinto ou
         meu sorriso em flor?!
 
Silêncio se faz descansado
    _ a noite preguiçosa
                           adormece
doce repouso estendido _
amanhã é aurora!

              Martha Pires Ferreira

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domingo, 7 de setembro de 2025

Astrologia _ Mapas celestes - eclipses _ Brasil soberano!

 
Jaguar - cartunista, 1968

Brasil soberano!

 O que se luta é manter a soberania do Brasil, sua autonomia em todos os níveis _ geopolítica, econômica e cultural.

Aqui, 2 Mapas da Independência _ horários possíveis, correntes diferentes em pesquisas profundas dos astrólogos. Não se tem um consenso comum, acordo sobre a hora precisa do Grito de Independência, rio Ipiranga, SP, Dom Pedro I. Esta questão em nada interfere no que é essencial _ data de 7 de setembro de 1822 – a posição dos astros no firmamento.


Para uns o que se apresenta de forte significado são as artes, música, dança/pés, futebol, águas territoriais/litorâneas, religiosidade diversificada por todo o país _ numa visão pisciana.  


Para outros o que se apresenta de forte significado são os impulsos criativos, libertários, modernidade prometendo um futuro científico solidificado, ainda por vir _ numa visão aquariana.

Dois significantes Eclipses: dia 7/Lua/total e dia 21/Sol/parcial, agora, setembro de 2025 são importantes para nossa história, visto ocorrer neste mês da Independência __ aspectos fortes se formam no céu/terra, aqui onde habitamos.

  A Lua cheia encantada com a luz do Sol encoberta pela Terra

A Lua fará seu percurso natural e se unirá ao Sol num afetuoso abraço!

No firmamento belos traços geométricos, no eclipse do Sol/Lua junto ao Mercúrio, formando uma pipa na direção da conjunção de Saturno e Netuno, e, trígonos com Plutão e Urano! __ Auspicioso sinais celestes nesta travessia planeta Terra em seu todo!

Que a população, em geral, tenha mais consciência das nossas riquezas naturais; minérios/solo/flora/fauna, da beleza criadora do povo, liberdade sem submissão a nações externas. Mais autonomia, dedicação, trabalho de resistência pela soberania e igualdade entre as nações.

Preservação de nossa cultura: artesanato, artes visuais, cinema, dança, música em mais de 70 variações, futebol, medicina social, correntes religiosas diversificadas se respeitando mutuamente, e, tudo o mais que nos define Brasil.

Ordem e progresso solidário, participativo e fraterno.

Brasileiros do Bem, uni-vos! 

Aconselho; prudência, virtude, dignidade afetuosa, sorriso.

                        Martha Pires Ferreira

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quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Astrologia _ Insurreição Aquariana VIII _ Olhar a China e Índia


 







                Mapa do Céu - China 

Sempre me interessei pela Astrologia num campo mais amplo, questões sociais, extensão mundial, não apenas interpretações via mapa natal, individual. Sempre o olhar voltado para o lugar da geopolítica, geoeconomia e geocultural.

Nos anos 1980 do século passado passei a dar aulas de astrologia para Gary Richman, já com base de estudos com o Prof., astrólogo, Assuramaya. Entusiasmado, passou a ter grande interesse pelo assunto da Astrologia Mundial, importando livros dos EUA, sua terra natal. Ele me deu um livro importante sobre Mapa Natal (Natal Chart) de muitos países: Occurate world horoscopes, Doris Chase Doane. Editado sua 1ª impressão em 1984. // Published: American Federation of Astrologers, Inc. USA 

Aqui 2 Mapas de países, que em muito me ajudaram nas pesquisas sobre os governos, suas investidas humanas e cultural. Ásia me envolve, desde bem jovem!

        Mapa do Céu _ Índia

Não farei aqui interpretações astrológicas pontuais. Tudo que concluo, escrevo aqui, está na raiz dos ciclos planetários/movimento anual por mim concluído. Não uso jargão, bula interpretativa, que o público leigo no assunto nem entende. O Mapa, o gráfico dos países, é para os estudiosos_ farão suas próprias conclusões. Tantas vertentes, tantas perguntas! 

Neste momento meus interesses estão pousados na China e Índia; muitas trocas por virem a ser feitas; meu olhar tocando na cultura geral destes povos milenares. Da China; o I Ching, o Tao Te King, a poesia de Lao Tsé e Chuang Tzu; sabedoria em assuntos diversos. Da Índia; reler Rabindrath Tagore, sua poesia Gitanjali, Oferenda Lírica e rever o revolucionário Gandhi com sua investida corajosa na libertação do país. O mundo anseia por pacifistas, por excelência!

Poeta _ China

      Poeta _ Índia

          Realmente o que me atrai é o interesse destes dois países em troca, no campo cultural e científico, com o Brasil, nossa vida cotidiana, criativa. Estou acompanhando os acordos políticos, tecnológicos e econômicos que eles estão articulando, desejando realizar. Anseio, sonho neste tempo de travessia e incerteza, por um mundo renovado libertário, mais fraternal e humanizado, em todas as áreas do saber, da existência, por um mundo feliz nas trocas. A civilização atual chegou ao topo de seu desgaste. Falência global.

A Vida não é tecida por uma única via, a de negócios político-econômico, ciência e tecnologia (sedenta de distância dos aparatos bélicos). Somos humanos desejosos em múltiplos interesses e realizações viscerais, no cotidiano. Nisto a cultura expressiva, criativa, humanista e filosófica é o foco do meu olhar _ arte, literatura, poesia, música, cinema, esporte, corpo sensorial, alimentação, convívio com a natureza; plantas e animais, belezas e utopias. 

A Insurreição Aquariana se revela, está aí visível à nossa pele; nesta travessia de aparente de absoluta desordem, próxima do caos planetário. Uma Porta impensável preste a se abrir, e, nem pede licença; adverte. Ela está apontando o imprescindível; novas posturas governamentais, novos horizontes, para que não haja uma derrocada, calamitosa, fatal de destruição generalizada. Tudo impulsiona para o diálogo, querendo ou não, senso comum, ao entendimento das várias partes envolvidas. Fortes confrontos para salvar a Vida do Planeta Terra, a alma humana aprisionada na matéria.

Estamos prestes a vivenciar um grito primal das entranhas da natureza criadora _ o Brado Libertador! Quem viver viverá!

Pessoas do Bem, uni-vos!

                         Martha Pires Ferreira

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domingo, 31 de agosto de 2025

I Simpósio em Saúde Mental - NISE no Séc. XXI

 

       Liberdade, afeto e atividade: os pilares de Nise da Silveira para transformar o cuidado em saúde mental. 

       O I Simpósio em Saúde Mental do Instituto Freedom convida você a refletir e se atualizar sobre como aplicar esse tripé terapêutico na prática clínica — em diálogo com políticas públicas, arte, cultura e movimentos antimanicomiais.

 📅 20 e 21 de setembro 2025 _ Sábado e Domingo. 

📍 Presencial em São Paulo – Instituto Freedom

🎓 Coordenação: Patrícia Teixeira 

Serão dois dias de imersão abordando:

* Reforma psiquiátrica e políticas públicas

* Práticas clínicas simbólicas e interdisciplinares

* Arte, museologia e luta antimanicomial

* O legado vivo de Nise da Silveira 

Vagas limitadas.

  – Garanta a sua:

https://www.institutofreedom.com.br/i-simposio-nacional/

          Dia 20 de setembro






        Dia 21 de setembro



















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Postagem Blog -- Martha Pires Ferreira