terça-feira, 17 de junho de 2025

Narrativa poética saiu do forno

        Mais uma narrativa poética saiu do forno _ escrever é exercício intelectual e pressão que brota do coração sensível. // Foto da mangueira que plantei em 2000 quando vim morar onde vivo até hoje.

 Coração cansado
 
Abro a ampla janela, aroma do ar
invade suave pulmões, nada a pedir
_ o prana da manhã, suave leveza.
 
Contemplo frondosa mangueira
saborosos frutos amadurecendo,
deslizo olhar ao horizonte circular.
 
Luminoso dia, vagarosas nuvens
passeiam ao azul, de lado a lado
formam figuras, remetem à infância;
gigantes, abstrações, animais e pássaros.
 
Abaixo ladeiras, casinhas diversificadas  
escadarias permeiam árvores nativas
_ à noite um presépio e Jesus dormindo.
 
Coração reflexivo percorre a natureza
o silêncio, vontade sem vontade...
Quem abraça tão cansado coração?!

            ___ martha pires ferreira

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sexta-feira, 13 de junho de 2025

Santo Antonio _ generoso ser humano!

Santo Antônio da Pádua! Hoje, 13/junho/2025, dia de Festa no Convento Santo Antonio _ frades franciscanos. Santo homem que leva nos braços a Criança Divina. É o protetor dos esquecidos, dos pobres sem abrigo, casamenteiro e das questões difíceis.

Uma impensável multidão subindo a ladeira ou escadaria para homenagear, pedir algo ou agradecer. Classe social superior, por pertencer à classe que trabalha pesado, que sustenta a cidade, o país, o mundo [a classe dos din$ din$ é a menor em valores humanos, claro.]. Bela Festa religiosa, tradição popular! Eu só vi, em geral, gente sorrindo, articulando de um lado a outro, em oração, degustando iguarias variadas, obtendo múltiplas lembrancinhas [flor com bilhetinho] e recebendo Pão de Santo Antonio na saída... Tudo muito lindo!  


Bilhetinho e pãozinho que trouxe comigo.

Não sou devota, em particular, por santos, mas sempre admirei pessoas que fizeram bem ao mundo, que ultrapassaram sua própria dimensão alcançando nível de ser mais elevado, sendo mesmo supra-humanos; generosos, fraternos, não excludentes, doadores de si ao bem social. Por tanto, Viva Santo Antônio!! Festas folclóricas em Portugal onde nasceu em 1195 e na Itália onde morreu, em Pádua, 1231 aos 36 anos, tão jovem!

  Martha Pires Ferreira

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sábado, 7 de junho de 2025

Poesia _ narrativa ao tempo

 

Desenho ato de liberdade /detalhe, mural 8 metros _ Exposição Individual Parque das Ruinas, Santa Teresa, 2011.

Três poesias / narrativa _ a primeira escrita ontem na minha caminhada ao Sol matinal pensando em Baudelaire. As outras em tempo diferenciado, percepções vividas no corredor da vida.

Sabor de vinho
                     a Baudelaire
 
Natureza orgânica urge atenção vital,
a alma se enternece ao sorver
                      nos lábios... seco ou suave
bebida deslizando da goela
                                  ao seio poesia, sonho!
 
Internet carece do mosto da uva
                                 fermentação ser vinho.
 
A taça simples de vidro à espera
pousa na mesa... as mãos circulam
na dança suave do aroma
                  o olhar a envolver pulmões.
 
Tecnologia desconhece olfato
                          carece sabor do grão
tinto, branco, verde, espumante ou rosé.
Corpo conhece quase segredo e
sorri no engendrar da uva
                           transmutada em vinho.
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 Traços _ linhas 

Desenhar simples expressão
quase lugar-comum, banalidade
basta seguir imaginação fluida,
impulso da leveza interna.
 
Ouse, brinque em traços
_ lápis 4B, 5B. Micron 04, 05.
Permita revelar desejo, imagem
ponto, linhas... qualquer direção!
 
Divirta-se na cor! Aquarele!
Esqueça mágoa, raiva, ódio
indelicadeza _ dói corpo sensível.
 
Desenhar liberdade, traços
simples expressão, mãos soltas!
 
Trace _ desafiar é pura imaginação
criar sem medo, ousar intervalos
vazia de código, mãos libertas
resposta surgindo revela
pulsões internas _ feliz criatividade! 
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Quero

Não quero
erudição, não quero posse
não quero tristeza
não quero julgar
             criticar, condenar.
Não quero acúmulo, enlatado
contabilidade, racionalidade.
 
Quero o simples
             doçura, leveza
_ vazia de tudo
apreender, entendimento.
Quero a clareza
do coração, a ternura
no silêncio amoroso da alma.

                       Martha Pires Ferreira









Final da Exposição permiti que desenhassem/pilot, livremente, na extensão da parede junto aos meus traços.

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segunda-feira, 2 de junho de 2025

Poesia _ narrativa

 
Da janela tenho o mundo, suas dores e encantos / junho 2025

Escrever ... deslizar na poesia, deitar-se na rede das palavras.

A poesia pode ser concreta, abstrata em vertentes múltiplas. Tendências, juízos de valores, regras ou mesmos princípios do mundo literário estão aí impondo gramática, leis. Sou desenhista, livre e sem códigos. Escrever é tão antigo quanto o ar que respiro; escrevo narrativas_ prosa poética.

Pensamentos sem compromisso além do prazer de jogar palavras no papel, sentir a imagem configurada, descansar na rede do silêncio eloquente. Por vezes, sou tão hermética que só interessará a mim reler. Não importa, deixo a critério de quem desejar navegar comigo encontrar algo que agrade sem maior espera. A poesia é uma entre outras centelhas de conexão com a realidade, a Vida!

Quatro poesias em distintos momentos

Amanhecer
         
Noite negra esconde as horas
corpo repousa dia... seu labor,
manso anuncia ouro solar!
 
Pássaro livre canta solitário
voa quer árvore, quer frutos,
doce noite se desvela silenciosa
na melodia da alvorada ave!
 
Olhos cerrados a espera do ouro
reluzente vagaroso transpassar
a vidraça, no vão da janela o ar,
semiaberta cortina à luminosidade.
 
Olhos distantes ressonam vagando
repouso quieto, sem mais...
o amanhecer é manto dourado!      /2025
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Sentir é preciso

É preciso pensar
nas coisas do mundo.
É preciso pensar
nas dores dos homens.
É preciso pensar
na fome dos companheiros.
É preciso pensar
no que transcende a vida
para sentir a beleza
das coisas do mundo e
das dores dos homens.
É preciso não mais permitir
que os companheiros de vida
morram de fome
sem mesmo terem vivido.       /1967
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É assim
                   
Amo a vida na intensidade
olhos de gazela perdida
no vazio corredor sombrio.
É assim, sou assim.
 
Amo com o corpo
seu corpo quente
com a alma, sua alma.
 
Amo na fúria do vento
que chega de longe e abrasa
este seu jeito de querer
ser bom e puro,
violento e selvagem ao mesmo tempo.
 
Sou campesina, contemplo a vida
quereres os mais simples.
É assim, sou assim.               /1968.
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Vagando repouso
 
Pés no chão, sentada à mureta
me encosto _ permito calor no rosto,
pernas, seios, braços, minhas mãos!
 
Leio, rabisco traços sem direção
_ lagarto surge, parece me ver
sacode a cabeça, abana a cauda,
se banha ao sol escalando altura.
 
Borboleta-amarela plaina, outra listada
brinca de correr, leveza... beleza,
a última pousa em meu joelho e foge.
 
Passam dois carros, três pessoas
bicicleta _ criança no carrinho
acena mãozinha iniciando na vida.
 
Barulho, o caminhão de carga
_ o silêncio espera em seu tempo.
 
Caminho devagar ao bar da esquina
_ meu sorriso para jovens do balcão;
quero frutas e sabor do pão e café.
 
Contemplativa ao ninho retorno
_ Vida é acolhimento, doçura na
simplicidade... essencial estar na música!  /2023

      Martha Pires Ferreira
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sábado, 31 de maio de 2025

Natureza Mãe _ reflexões do dia

 
Bico de pena, nanquim, 2011

Natureza Mãe _ 31/ 05/ 2025 – reflexões do dia: saber viver!

Tecnologia fermentando toda a humanidade, ninguém ficará de fora. A Natureza Mãe vai sacudir a Terra...todas as classes sociais acordando?! Terão que acordar. Apreendo outros sopros do centro do mundo, fonte primordial. A humanidade engendrando com o cosmos.

Estive refletindo... em questão de Terra e Água. Os donos dos $$$ se acham donos das riquezas da Vida...saqueiam o que podem. E o Ar que respiram? O Fogo que nos aquece? Quem é proprietário do Sol? A água que o banqueiro engole pode ser selecionada, tratada, mas o Ar que ele respira, quando sai à rua, por mais que se proteja, é o mesmo Ar do servidor, operário, garçom, desclassificado marginal e/ou da professora de geografia... O Ar não escolhe classe social, vínculos, penetra em tudo. Elemento que dispensa classe social, critérios de valores.

Todas as teorias estratificadas se veem falidas. Governos, tontos sem horizonte, frágil fio. Valores definidos, conceitos armados, estão puídos. A imprevisibilidade e incerteza diante do “encantado progresso técnico científico” e “verdades’ nos colocam frente a uma parede de cimento armado, aço inflexível.

Colchão com barbitúricos para dormir e acordar, se enrolar nas máquinas midiáticas, celulares, fermentação alquímica. Qual a saída?! Urge nova visão de mundo! Novo estar no mundo, nova maneira de possuir este mundo, sem se colocar dono absoluto de nada. Reaprender a Viver!

Um mínimo de tecnologia é indispensável. Aconselho, exagerando... sempre bom um máximo de verduras, legumes, cereais e frutas! Flores, música, arte! Arvores e pássaros livres! Um quantum de interioridade, silêncio. A selva de pedra, aprisionou a humanidade. Os bípedes desejam alegria e felicidade e não sabem como sustentar vida harmoniosa. Inventam paliativos falsos que rápido os desencantam. É urgente saída inteligente: ser líbero, solto! Vida e liberdade! Pão e água! Pão e vinho! Os sábios dispensam possuir classe social, vivem a Vida!

Martha Pires Ferreira [aprendendo cada dia]

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sexta-feira, 30 de maio de 2025

III Encontro ASTROKABANA de Astrologia

   

   Estudiosos dos Astros, têm prazer do sentir, estudar, olhar, contemplar, apreender, entender o que envolve toda a grandeza do Cosmos, não apenas, a mecânica celeste, inclui as dimensões de seu mistério insondável em conexão com nosso viver, estar no Planeta Terra!

    Tive a alegria de ser convidada por Fernando Guimarães, junto com Carlos Hollanda, abertura do III Encontro Astrokabana de Astrologia _ Campinas, São Paulo.

        "Astra inclinant, non necessitam" / Os astros dispõem, não impõem.

                Martha Pires Ferreira

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quinta-feira, 29 de maio de 2025

Signo de Gêmeos _ Poesia

 
Hermes/Mercúrio no Hades com Perséfone - Palazzo Salviati Florença.

Início do percurso do Sol em signo de Gêmeos _ 20/21/maio a 20/21/junho (dependendo da longitude/latitude) // Características aqui em pesquisa Signos em geral.

Hoje, esta prosa poética _ narrativa, natureza de Gêmeos em seu todo.

Gêmeos, asas do ir e vir
                     martha pires ferreira
 
Ar leve, sutil... surge Gêmeos
_ signo de jovialidade vacila, oscila
rápida visão de ser; dentro/fora
noite/dia, claro/escuro, ator e espectador.
 
Mercúrio, asas da velocidade
captura rápida _ informação, comunicação,
flexibilidade, mudança natural
adapta-se ao lógico; seu trunfo, existência.
 
Ligeiro assimila, avança a novas
instâncias; curiosa jornada. Seu entorno
parentes, vizinhos, parceiros
de conquista em viagens breves.
 
Natureza fala respiração _ pulmão,
transpira braços, mãos, todo o corpo
matéria densa e abstração impensável.
 
Curiosidade vence obstáculo
desconhece preconceito, corta dissabores.
Campeia do rígido ao maleável
do ontem não feito, providencia hoje.
 
Versatilidade penetra fronteiras,
barreira intransponível de tradições.
Liberdade nas asas do ir e vir _
vivência, sabores; conciliação de opostos.
 
Se o inferno incomoda, não se acomoda
sem questionar dispersões da travessia,
ligeiro salta a novo sopro, outro vou.
Alçar o inalcançável é desígnio vital... voar!
Catedral de Chartre
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quarta-feira, 14 de maio de 2025

Liberdade de escrever _ As confissões _ poesia

Liberdade de escrever _ As confissões
                         martha pires ferreira

Existe o menos que nos habita,
estreito a apreender o imenso
que tudo transcende e o contínuo
se faz presente, intensa realidade viva.
 
Somos assim, menores, sedentos
do mais amplo possível, inalcançável!
Este sentir é suave como as flores.
 
O vento de encontro à luz do Sol
toca meus pés nus (ossos agradecem).
Chão, concreto, folhas pousam adormecidas.
 
Jovem passa, pede dinheiro, a jovem pergunta
onde a Rua Hermenegildo, outro homem
apressado segue quieto de cabeça baixa
_ mantenho olhar vago e reflexão atenta!
 
Os pés nus ao Sol da manhã outonal,
energia que acolhe e envolve gratuita, nada
desejando, nada a esperar voltada a reler
As confissões _ de Agostinho de Hipona,
relatos vividos, séc. IV/V. Potente leitura.
 
Libertário escreveu corajosa memória
vencendo a dor, a perda da mulher amada
que partiu para a África, deixando aos seus
cuidados o filho natural que dela tivera.
 
Inquieto venceu a fúria da concupiscência
“de coração suspirava pela imortalidade
                                   da sabedoria”.
Mergulhando na sede insaciável de absoluto
se permitiu à entrega ao Deus Desconhecido.
 
Na mureta, lagarto olha se banhando ao calor,
descanso meus pés nus à luminosidade solar
pensamentos vão e vem na impermanência
_ almejo a vida leve e plenitude feita de flores!  

NOTA _  Movida pela eleição do Papa Leão XIV OSA, por gostar muito de Erasmo de Roterdã e ter lido vida de Lutero, também, foi da ordem de Santo Agostinho / renascentistas muito importantes, e, ter lido As Confissões de Agostinho em 1968, que apanhei o livro na estante e estou relendo _ obra instigante. Fui caminhar e descansando escrevi esta prosa poética. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ 

segunda-feira, 12 de maio de 2025

Desenho _ artigos do arquivo e poesia

 
Olhando a Lua _ bico de pena, nanquim, 1979

Reflexões do meu Arquivo _  prosa e poesia / 1967,  2021 e 2025.

Liberdade de escrever – Vida, energia criadora.

          Os dias passam. Sempre sinto a necessidade de escrever o que me ocorre na alma.

          Há grande experiência e emoção ou sensível acontecimento vivido no real que nem me interessa transmitir, registrar. E ao mesmo tempo coisas tão simples que me impacientam e fazem com que eu me comunique de alguma forma; escrevendo ou desenhando.

           Não sei ainda qual a linguagem própria para me expressar. As duas são apelos meus, internos. Delicadezas e afeto amoroso sem elos sentimentais. São insinuações da sensibilidade. E complicado por que nem sempre podem ser descritas, formuladas, já que tão pessoais. Intimidades da alma e do corpo físico, palpável.

            Amo, e, no amor que me entrego com todo o meu ser. Deus se expressa em mim, integra-se em mim. Faz parte deste meu viver, vivendo em mim. Posso chamar esta presença de Vida, apenas pelo nome Vida.

           Sinto esta Vida em meu coração. Entrego-me com amor intenso a tudo que me cerca; vou de encontro à fonte da vida. Bebo o essencial. Pura presença, onipresença no indizível. Por amar a vida, sinto que ela me ama e se manifesta dentro de mim com plenitude.

            Por amar a vida, amo os homens, as pessoas em geral no que são, representam ou se expressam. Segredos meus saber que a Vida em plenitude está dentro de cada ser criado. Esta é a grande verdade; a vida floresce em cada ser humano e em tudo que toca. Há vida nas pedras, nas flores, no ar que respiramos.

            Eu me refiro a esta Vida amorosa abissal, que emana tudo que é manifestação da energia criadora.  __   Escrito em 1967

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Liberdade de escrever – vertentes: sagrado _ profano

Percorro tranquila do sagrado ao profano, caminho livre _ a liberdade é fator interno essencial - do profano alcançamos o sagrado. Jamais perder tempo com trilhas do vulgar, maledicente, chulo, mesquinho. Ter gosto pelo voo alto da alma _ trilhando o mundo material, palpável o espírito toca o mais sensível e, naturalmente, anseia o absoluto indecifrável,  inalcançável que age como um imã em plenitude.

Não temer os desejos e as paixões, permitir viver a intensidade do calor da matéria, neste corpo humano que vê, ouve, degusta, inspira e espira, emociona, e, sobretudo, sente na pele a potência do existir. E, se enternece, sofre na sombra da escuridão densa em perdas dolorosas, frustrações, receios e vive encontros surpreendentes. É a Vida que pulsa! Altiva se permitir liberta nas vias do coração, tendo a inteligência, apenas, como observadora atenta. Não ser tomada pela racionalidade, que seca e reprime, mas se permitir viver os apelos secretos e íntimos do afeto. Sim, é este órgão delicado, o coração, quem comanda e engrandece a vida, na delicadeza do entendimento sutil, vivenciando a felicidade frente ao misterioso, o cósmico, o Incognoscível.

A matéria é a bela revelação do divino _ é o divino escondido nas profundezas da substância sólida, corpórea. O divino se revela nas configurações das montanhas, vales, fontes, rios, mares _ a graciosidade das flores, sabor dos frutos, expressão dos animais em sua rica diversidade, com as mais plurais espécies, natureza, onde, o ser humano, com todos os seus desejos, se apresenta na criação como irmão, irmã. O calor luminoso do Sol, fonte de irradiação nos mantem com a energia vital, necessária à Alegria viva da consciência de pertencermos ao Todo indivisível _ Uno.

Agosto, 2021

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Liberdade de escrever _ Onde
 
De onde viemos, para onde vamos?
O que buscamos, além de nós mesmas
fonte profunda, abissal da nossa interioridade
deserto existencial que nos envolve?!
 
O que surge no interior, silêncio
reservas que brotam da solidão,
vazio das horas, vazio da sensação orgânica
longe de pensamento articulado, costurado
ou fazeres cotidianos, naturais... o que surge?!
 
Caminhada ao Sol das manhãs; pássaros
voam e cantam, pessoas passam por mim
sentada na mureta de concreto, meu descanso.

Quieta intuitiva me deixo solícita à brisa
_ delicadeza invade sutil, imperceptível chama
sendo beleza e ternura na unicidade do Onde!
 
Inconcebível, ilógico, real, habita o coração
despojado, escondido de porquê, sem desejo algum,
a alma se encontra mergulhada no tudo do Onde!
Nada a buscar, possuir, só estar aqui presente, hoje.
 
                           martha pires ferreira

   __ manhã, poesia, hoje, 12/05/2025
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sexta-feira, 9 de maio de 2025

Astrologia _ Habemus Papam, Leonem Leão XIV

 
        Pressentia um Papa Terra _ imprevisível! Habemus Papam: Leonem XIV _ OSA, 267º pontífice.

Estes dias entre amigos se falou em Leão XIII (nomes para o Papa), e surgiu o Papa Leão XIV _ Card. Robert Francis Prevost Martinez OSA // Bom pronunciamento, ao dizer ao mundo "Deus ama a todos incondicionalmente!" ... Aberto a todos. // O papado 8/05/2025, 18:08 - Vaticano, Itália, fumaça branca. Estamos com o Sol em signo de Touro/Terra, algo conservador, com seguimento às questões da atualidade. Este Papa é de ascendência latina. O Papa Leão XIV nasceu em 14 de setembro de 1955 (signo de Virgem/Terra) em Chicago, Illinois, USA, filho de Louis Marius Prevost, de ascendência francesa e italiana, e de Mildred Martínez, de ascendência espanhola. Fisionomia bem latino-americana.

 Atuará nas questões ecológicas? Servir ao próximo, humorado, sensibilidade humana. Sinastria para a observação dos astrólogos. Paz e bem social e espiritual.

  Mapa do Habemus Papam e dia do nascimento de Leão XIV ( hora da fumaça )

A espiritualidade não tem fronteiras _ o mundo deseja PAZ /// Leão XIV, já percebo, ser de poucas e boas palavras, mas de ação firme, precisa. Desejo que esteja a serviço da humanidade, do bem comum. Senso de humor no olhar. É um pacifista!

Saldou a mundo: “Onde quer que estejam, a todos os povos, a toda a terra, a paz esteja convosco. Esta é a paz de Cristo ressuscitado, uma paz desarmada, uma paz desarmadora, humilde e perseverante, que provém de Deus. Deus que nos ama a todos, incondicionalmente.”

___ Observo, tenho esperança! Algumas questões sérias/prementes, importantes por vir. Tudo a seu tempo. 

          Martha Pires Ferreira

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quinta-feira, 8 de maio de 2025

Conclave 8/05/2025 _ antes da eleição

   


As atenções voltadas para o Vaticano _ Conclave, 8/05/2025. No céu uma PIPA (Papa?) formada pelos astros. Bela imagem! __ Sol com Urano apontam o imprevisível de natureza taurina:  signo feminino, terra, firmeza, economia, artes, afetuosidade. A Lua libriana sustenta a base. Se o voo for hoje, ótimo! // Tenho minha opinião (passei para duas amigas), mas mantenho o silêncio. Que o Espírito Santo ilumine estes moços > todos mais novos que eu, martha, por uma Igreja de homens e mulheres de mãos dadas. Utopia possível.

  martha pires ferreira

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quarta-feira, 7 de maio de 2025

Conclave, abertura _ 7 de maio de 2025

 Arquétipo da criação _ a compreensão do Todo _ Céu e Terra. Que o divino ilumine a matéria!


O Conclave iniciando, hoje, quarta feira, 7/05/2025. Apreendo um papado firme, capaz de manter a ordem da Casa. Um Papa com características de homem seguro, pé no chão, porém tendo que seguir, acompanhar, aos avanços da atualidade. Uma Igreja, século XXI, mais aberta aos anseios dos leigos, matrimônio dos padres, atuação e voz das mulheres, não mais coadjuvantes, e sim participativas.

Menos cúria hierárquica. Mais interesse para com as artes, a música (mantendo a gregoriana), o progresso da ciência, as mídias, alegria, espírito de humor, sorriso. Se a Igreja não vai ao povo, o povo não irá até ela, manter-se-á cada dia mais isolada.

Meu desejo ou intuição; um Papa/papado sólido, seguindo os Evangelhos de Jesus de Nazaré, a razão de ser Igreja, mas de braços abertos à humanidade, à justiça. Igreja fraterna acompanhando a evolução das Questões Sociais e Espirituais, dialogando com as pluralidades religiosas e laicas, que saiba agregar com afeto.

Uma Igreja com mais silêncio, contemplativa, meditativa, minutos de interioridade nos ritos, celebrações. O Espírito Santo se revela no silêncio interior.

___ martha pires ferreira

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segunda-feira, 5 de maio de 2025

Teologia Afetuosa da Libertação _ artigo, 7/03/2013 /// Conclave, 2025

   
  
Teologia Afetuosa da Libertação _ artigo escrito em 7 de março de 2013, antes da eleição do Papa Francisco, o qual em quase tudo me alinhei a sua visão de mundo e espiritualidade. // Agora, outro momento, igualmente decisivo de transição para outros níveis de consciência e espiritualidade, que desejo, elevado, seguindo, essencialmente, o exemplo de vida de Jesus de Nazaré, razão da cristandade.   

          Teologia da Libertação, sim. Teologia Afetuosa da Libertação. 

           Teologia amorosa, fraterna, solidária, por opção preferencial pelos mais carentes, marginalizados, esquecidos, pobres, sem ou com poucos recursos necessários para viverem com autonomia e autodeterminação, vida digna e justa, igualitária e humana. Teologia do Amor que liberta e promove o ser humano em sua essência. Teologia que não visa promessas longínquas de recompensa e felicidade a serem vividas somente na eternidade, pos mortem, mas a Teologia viva, não dicotomizada, vivida com dignidade, com espiritualidade, no reino de Deus a partir da reflexão e interioridade, no aqui e agora; no chão da Mãe terra, acolhedora, democrática, sem excludências. Teologia, sede do sagrado, ciência vivida por todos, não por uma classe rançosa, pretensiosamente “teolocrática”.  Teologia Afetuosa da Libertação com o Arquiteto Celeste, na inspiração, respiração e transpiração; no centro do Cosmo; no coração da existência; fonte primordial que não está em parte alguma e está em todas as partes.

          A Igreja, o Templo, a Capela, a Casa de Orações, a Sala de Meditação, é um espaço geográfico que foi estipulado para recolhimento e orações. Não foi criação de Jesus Cristo ou Buda, mas dos seres humanos com objetivo de encontros comunitários, fraternos, com a finalidade de proporcionar interioridade em conexão com o sagrado, o Divino. Locais de diálogos profundos entre o eu e o sagrado, tendo as mensagens de Jesus Cristo, no caso do cristianismo, como horizonte ou finalidade de se estar aqui no mundo relativo e em contato íntimo com Deus absoluto – a experiência do reino de Deus em nós.

          A Igreja católica tem como meta, por meio das mensagens do Evangelho, proporcionar ensinamentos deixados por Jesus Cristo; a compreensão das manifestações humanas e divinas na criação, e, a tomada de consciência de que a ressurreição vence a morte. Adquirir o saber que o outro, também, está em mim e eu nele. O outro é tudo que não sou na minha individualidade relativa, mas que está em mim por entendimento da totalidade, da essência indivisível. Teologia que nos liberta, que nos conscientiza da fonte primordial, do incognoscível. Que seguir a mensagem de Jesus é ouvir e se pronunciar com liberdade igualitária diante dos bens da Natureza, sem posturas privilegiadas, mas de alteridade. Quem é a Igreja? É a comunidade, o povo que a compõe. Ouvir a voz da comunidade, do povo, é ouvir a voz de Deus. Deus fala através do povo.

          A Igreja católica, hierárquica, monarquista e fechada na cúpula, perdeu seu rumo, sua postura, sua dignidade, seu lugar. Distante dos anseios da cristandade, do conjunto de indivíduos que a compõe, está isolada; não terá saída.

          Sem a presença do feminino em seu corpo decisório, liturgias e homilias, a Igreja católica fracassará plenamente porque não condiz com o mundo moderno onde a mulher se posiciona em plena consciência de seus valores humanos como pessoa e cidadã responsável. Não mais segue padrões obsoletos, arcaicos e unilaterais excludentes. A mulher conquistou seu lugar na sociedade civil que não mais lhe será tirado. Ela alcançou sua autonomia política, social e espiritual. A Igreja dos homens ficou isolada com os homens. A mulher que superou a si mesma, em sua interioridade, por estar à margem das decisões clericais, é livre espiritualmente, está além das normas e princípios eclesiásticos. Silenciosa permanece em seu quarto, fecha a porta, e conversa com o Criador que tudo apreende neste sábio estar sendo. O espaço sagrado não é um espaço geográfico determinado, demarcado, por imposições litúrgicas machistas e de uma única demanda. O sagrado contém o masculino e o feminino por complementação, por integração dos opostos; dia e noite, bem e mal, luz e sombra, ativo e receptivo, o rígido e o flexível.

          A Igreja, inflexível, onde os homens se ilharam, agoniza. Não ouvem os clamores de seu povo. Na escuridão, surdos e cegos, gritarão pela presença do afeto e flexibilidade feminina; na cultura chinesa, Yang e Ying.

         O cristão que encontrou o caminho seque o Cristo com liberdade criadora; Ama o próximo como a si mesmo. Palavras do poeta hermético, eremita escondido em sua caverna: “O Grande Homem, mantém o seu modo de pensar independente da opinião pública. (...) Respeita somente a verdade. Tem mente de homem e coração de Criança. Conhece a si mesmo, tal qual é, e conhece a Deus”.

         Igreja não é papolatria, não é hierarquia centralizadora, nem cúria romana com seus aparatos monarquistas medievais, absolutistas, há muito ultrapassado diante da realidade contemporânea. Igreja é prioritariamente lugar de recolhimento, de orações e espiritualidade. Jesus Cristo, o mensageiro, o Ícone, o Deus encarnado, é a ponte entre o ser e o não ser, entre a matéria densa palpável e o universo das ideias, o logos; é a promessa escatológica da plenitude e felicidade eterna, a partir do aqui mesmo terrestre. Jesus, o Messias, arquétipo do inconsciente coletivo, é a integração possível dos opostos inconciliáveis; o sagrado e o profano; a completude misteriosa da existência em sua infinitude.

          O outro é Cristo e está em mim, logo estou no outro, por semelhança. Não há dicotomia, separações, só existe unidade; unus mundus.

______________ - martha pires ferreira, eremita urbana, pés descalços.

Dia 7 de março de 2013. Reflexões >>>> Teologia Afetiva da Libertação contrapondo artigos de sites católicos denegrindo a Teologia da Libertação e os teólogos que a compõe. E acompanhando à distância o isolamento dos bispos em Roma.... (...) ///
 Agora, outro momento. Oremos!
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domingo, 4 de maio de 2025

Aquarelas recentes

 

 Aquarelas recentes, maio de 2025 _ Cartões postais

    ___ Martha Pires Ferreira

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quinta-feira, 1 de maio de 2025

Poesia - Águas de abril
















Esta poesia foi escrita em abril. Questões complicadas com a internet e computador, 
só agora aqui.
 
Chuvas de abril
        martha pires ferreira

A tarde se aleita tranquila
                           à mãe natureza.
Silencioso deus solar se despede
             ao iluminar o Oriente!
 
Águas de março ricamente
decantadas por Tom Jobim,
                    recolhidas, não vieram.
 
Meu coração inquieto acompanha
nuvens escuras pronunciando
                       variação atmosférica.
Abril!
Sem aviso as águas se fazem
encharcando a vidraça,
                        banham as árvores
deixam exalar perfume da terra seca.
 
Do céu uma cortina molhada
                    se desloca suavemente,
fios líquidos a encantar meus olhos!
 
Estendo as mãos sensuais
lavo meu rosto vivido entregue às águas
    incolor... um rio fino escoando à pele.
 
À noite chega em meus aposentos
permaneço...  percurso das horas
ouvindo sonata, chuva a cantar lá fora!
 
As avencas e floração na muralha
                       a vegetação... sorrindo
chove esperada cortina, aguaceiro. 
Águas de março, banhando em abril!

















A Natureza, a mangueira, agradecem!
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