que me possui, acompanha.
vazio que tudo contém
_ o tempo sem nada,
suspira, em tudo floresce
refloresce, vivifica!
insinua oportunidade
_ papel onde traço desenho,
delirando sonhos são
pérolas no fundo dos olhos
_ tudo acompanha.
docemente rabiscada
no branco _ não é ausência,
digo baixinho: é surpresa
pousando no eterno presente.
Partiu, nem chegou distanciou,
passos em silêncio, seguro e cauteloso.
Encontros não mais se fazem
vazia a tarde escurece serena
entre as árvores, a janela é o mundo
formosa emoção do alto amor.
Não mais céu azul com nuvens brancas
_ o olhar vagueia... este silêncio na tarde
o coração adormece
escuta passos silenciosos, sem esquecer.
Sensível, complexa, sutileza
e dores entre sabores é a Vida!
Efêmero no segundo sequente
inconteste, assim delicada, a vida!
Caminhar o dentro imperativo
olhar ao entorno, confrontos
sem medo. Soltar-se do inútil
a beleza se faz ressurgir revivida.
O atemporal escapa das mãos
escoa entre meus dedos vividos
_ seu fardo, seu peso, esteio.
O sentir tão docemente macio
tênue e veloz. Exigente é a vida!
Os dias engendram surpresas
a escoar entre os dedos vividos.
Fios... se fazem na pele, suavidade
a cada passo, disputa, encontros
delicadeza revelada, estou na Vida!