quarta-feira, 6 de julho de 2022

Poesia _ traços poéticos

Rabisco por necessidade interior traços poéticos
__o sabor de ser sintética _ seja desenho, seja palavra,
 Martha Pires Ferreira
Bico de pena e aquarela, 2013.
 
Vivência
 
Lendo poesias tenho extensões
seguindo passo firme, bem meu.
 
“Nãos escreva poesias de amor”
                     dizia Rilke.
Ah, o que perpassa em mim
são meandros do amor vivido!
Caminho por dentro tocando tesouro,
bem longe da banalidade,
                            busco fidalguice.
 
Rabiscar palavra é necessidade vital,
a sensibilidade engendra
                    _ sutilmente trama
afetos múltiplos, tocando 
entranhas, profundezas.
 
Não importa se foram
pedras ou flores nos braços,
ouvindo silêncio ou tempestade!
 
A beleza vivida
          _ traçar com lápis
expressões gráficas sobre o papel
_ sentir movimento sinuoso
da letra desenhando no Cósmos!  
 
Estar só, basta
      sabendo frustrações, desenganos,
verdade, utopia, alegria tanta!

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Caminhar

São caminhos animam
levam, ensinam.
 
Caminhos falam de Sol
de som, de cor, geometria
tudo conduz à matéria viva
_ eternidade.
 
Caminhos falam de becos sem saídas
tardes frias, noites escuras
isolamento e abandono,
algo do estar só, indefesa.
 
Caminho conduzindo interrogações
indefinidos, tudo somos
nem sabemos _ apreensão,
fios de ouro brilhando no meu nada.

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Basta estar viva
 
Basta acordar, beber água,
basta olhar o céu
basta respirar ar puro
basta saborear as
frutas, café, chocolate
    _ mais vem por acréscimo.
 
Basta criar, trabalhar
organizar sem tropeços,
basta se divertir
amar com amor
estar consigo mesma
    sabendo estar noutros,
basta estar viva, sorrir.

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