O mendigo libertário, inconsciente
sobrevive, incomparável ao bilionário
_ sem prisões, independe deste,
qualquer espaço é seu hábitat.
Prisioneiros da fatalidade
_ um mora no chão de pedra,
o outro, o das riquezas e cifrões,
nas grades da mansão,
blindado em si, assim,
vigia o entorno, dominando.
O despossuído, indigente,
nem sua escuridão conhece.
Um pensando que sabe tudo,
vive em armada colorida ilusão.
O outro, só olhos para o nada,
nem sabe de si _ nada possuindo.
O bilionário amarrado nas posses
desmedidas, sugador, anda em
bando, tem medo da irmã solidão.
O outro, isolado nas calçadas,
esquecido na fria indiferença
dos pedestres circulantes,
dorme sem pedir licença,
por vezes, com seu amigo, o cão.
Um toma drinks ou vinho francês,
café e iguarias importadas _ é aplaudido.
O outro, goles de café, água
na garrafa e pouca farinha na tigela.
Compassiva, pela janela da alma,
observo; nem sei o que fazer _
indigno contraste, e, idêntico estado
_ pedinte humanidade habitando,
em verdade, miseráveis irmãos.
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