terça-feira, 12 de outubro de 2021

Sou poeta, sopro

 
                                        _ pose aos 4 anos
Ontem _ hoje_ criança

Tudo flui sem pedir licença _
a criança ontem
       eterna _ hoje.

Não mais os setenta verões _
tesouro em vigor impera
glândulas sensuais em delicada
            chama.

Não mais perigo de emoções
           descompensadas
_ rédea do animal bravio
a vida molda.

Mais idade percorre
           a pele delicada _
outra demanda delineia o Ar.

Pulmões são caixas        
            de ressonância _ essencial.
Se faz criança,
            inocência!

Em sorriso a firmeza do olhar.
O tempo invade implacável
deixando indefesa
       destemida mulher.

Pensa, observa, recuando
lava e ajeita fios _ consciência
            dos cabelos brancos.

Espanta ocupações balbúrdia vã _
abre a janela, nada mais escolhe
               tem o Infinito.
 
                         ___  martha pires ferreira
 
 
                               _ pose aos 80 anos 
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Nenhum comentário: