quinta-feira, 24 de setembro de 2020

As Estrelas falam _ o Firmamento avisa _ reflexões de astróloga

 

Planisfério Ptolomeu, séc. XVI
    “Os astros avisam e inclinam, mas não determinam”.
    A responsabilidade dos astrólogos e astrólogas,  estudiosos das questões celestes, não é justificar as conexões “maléficas”, por vezes terríveis em acontecimentos terrestres, por sinalizações de aspectos; conjunções, quadraturas e/ou oposições entre os astros; efeitos de horrores manifestos aqui no chão do Planeta Terra. O mesmo se dando com as configurações “benéficas”. Cabe, sim, ao astrólogo ou astróloga alertar aos seus clientes ou ao mundo dos possíveis conflitos ou calamidades e mesmo oportunidades para grandes feitos _ possibilidades, as mais plurais, agradáveis ou desagradáveis, diante de sinais “escritos nas Estrelas” _ na plenitude do Firmamento. Na Terra se espelha as configurações do Céu. Alertar para a responsabilidade e atuação consciente dos seres humanos, nativos, sobre a qualidade em seus valores de vida na Terra. Os males se evitam com gestos do bem; desafios diante de aspectos ditos “maléficos” ou “tensos”.
    Alertar diante dos riscos de destruição, perigos e desafios nas travessias _ ciclos planetários. Os astros devem ser “antenas” de atenção, cuidados diante dos possíveis desastres no planeta. Jamais justificar os males como indícios de determinação celeste, pela sincronicidade de fatos; horrores geográficos ou sociais na Terra. Sim, a Mãe Natureza engendra por si mesmo, em momentos cíclicos, alterações geográficas e ambientais, entretanto, muito dos cataclismos e desastres ambientais no Planeta se dão pela irresponsabilidade dos próprios nativos, do poder governamental ou empresarial, por conivências, por indolências, descuidos, ignorância, ganância desmedida, omissão, e, por aí vai, em tantos fatores que exigem cuidados, preservações, e sobretudo amor à criação.
    Cabe aos astrólogas e astrólogos, não temer, nem se omitir, mas, sim, prenunciar antes que seja tarde; alertar, denunciar, alertar. Como a meteorologia prenuncia chuvas e tempestades: colocar sobre aviso os cuidados para com o Planeta Terra.
    Cabe a cada um de nós cuidarmos do Planeta Terra, como pudermos, em desafios criadores. Do contrário por descuidos e irresponsabilidade ambiental e social cairemos no abismo. Sim, cairemos do abismo da degradação em múltiplos sentidos _ natureza e conquistas sociais.
    Ficar preso/a ao individualismo pragmático e excludente, restrito e limitado nos prazeres egocêntricos ou se engajar em desafios, com altivez, por um mundo de qualidade, consciente do bem estar comum, a serviço da coletividade, sem exclusões, com senso de alteridade _ igualdade, participação solidária, fraterna e libertária no sentido, no viés, de se cortar amarras da Servidão Voluntária, percepção corretíssima, denunciadora, que nos alertou Étienne de La Boétie, em plena Renascença, séc. XVI. E tão presente ainda.
    O grito das astrólogas e dos astrólogos não pode ser, certamente, o grito de seres passivos, submissos, aos proventos financeiros, marionetes dos movimentos celestes, mas, sim, e, efetivamente, o grito veemente, engajado nos movimentos libertários, com impulsos para a evolução do Planeta Terra, intrinsecamente, integrando o sistema solar ao humano _ macrocosmo e microcosmo _ um só corpo no Universo, em grandeza Una.
    Pensemos _ reflexão essencial: qual interação do Planeta Terra com o Firmamento em seu todo? E dimensão metafísica? Em que nós seres terrestres engendramos, efetivamente, o melhor de nós mesmos em relação aos astros celestes, o Firmamento? Em que contribuímos para a plenitude da Vida Cósmica em seu aperfeiçoamento enquanto totalidade criadora _ tão rica e versificada? Qual em essência a nossa função, contribuição efetiva, aqui no Reino da Criação Terra, e, por sequência, no Universo? Não somos marionetes dos astros, somos multiplicidade de seres em constante evolução.
    Esta pergunta fica no Ar das ideias _ o Ar que a tudo percorre que não pode ser retido em nossas mãos, entre nossos dedos _ que estando vazias de conceitos, tudo abraça e tudo possui.
            Tarde de setembro de 2020
        Martha Pires Ferreira
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Signo de Libra _ Equinócio da Primavera _ hemisfério sul

              O Sol iniciou seu percurso anual sobre o Zodíaco, Signo de Libra, Equinócio da Primavera / hemisfério sul, dia 22 de setembro 2020, às 11h, horário para o Rio de Janeiro, Brasil. Outono / hemisfério norte.
            A Astrologia é descrita por uma linguagem simbólica _ configurações projetadas no Firmamento _ sistema zodiacal _ grandeza do Universo .

            Catedral de Chartre

 Balança símbolo de Libra Gravura alemã, 1624.

        O signo de Libra pertence ao elemento Ar - Analogia com o Planeta Vênus, o princípio da beleza, do amor, envolvimento, prazeres sensoriais, maledicência, afetuosidade, sensualidade. 

Rosto de Vênus _ grega

 Vênus _Titian.     

Características agradáveis ou desagradáveis deste signo:

Laços, vínculos, uniões. Casamento. Contratos. Sociabilidade. Coletividade. Identificação com o outro. Obstinação. Dependência. Busca de harmonia. Intermediador. Conciliador. Sede de equilíbrio e justiça social. Temor diante da verdade. Omissão. Desequilíbrio interno. Vacilação. Indecisão. Indefinição. Sedução. Sensualidade. Gosto exagerado pelo conforto. Luxo. Ornamentos. Reuniões sociais. Dedicação ao trabalho. Cooperação. Influenciável. Superficialidade. Bajulação. Vaidade. Frieza emocional. Escapismo. Insensibilidade e indiferença. Cálculo. Racionalização. Escapismo. Oposição a si mesmo. Dissimulação. Inimizades públicas, declaradas. Senso estético depurado. Gosto pelas Artes; música, beleza, ritmo. Refinamento. Elegância. Delicadeza. Idealismo. Espiritualidade.

Marte e Vênus _ Veronesse, 1580
_ Cada signo traz em si características elementares e/ou desenvolvidas. Cabe a cada ser humano, por livre arbítrio, tecer valores que depuram a própria natureza, trabalhar com o que eleva e dignifica, aperfeiçoar-se.
__ postagem Martha Pires Ferreira
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quinta-feira, 17 de setembro de 2020

A travessia numa noite escura _ atualidade

Hoje, às 11h da manhã, ousarei falar sobre o mundo nesta travessia escura 
dos sentidos e do espírito~.
OUVIR E VER ---  instagram_@vemproceu.

A travessia numa noite escura 

postagem martha pires ferreira
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domingo, 13 de setembro de 2020

Uma introdução à mística de Hildegard von Bingen


VER /OUVIR no__ Instagram@vedantabrasilia
Ousarei falar um pouco, uma introdução, à vida mística de uma intelectual, pensadora sofisticada, do séc. XII, Hildegard von Bingen (1098-1179), Rhineland, Renânia, Alemanha _ monja abadessa beneditina; compositora de inúmeras sinfonias, escritora, dramaturga, pregadora, médica-herborista-fitoterapeuta-amante da natureza, pintora-desenhista de iluminuras (postagem), conselheira, poeta.

Uma visionária _ vidente espiritual _ "sibila do Reno". Mulher de inumeráveis talentos, super dotada. Para ela tudo está interligado _ Homem e Universo.

Algumas frases do mais alto significado _ visão de mundo/interior:
“O homem é como um espelho, uma imagem do Universo”
"As visões que tenho, não as tenho dormindo, sonhando, nem são sinais de loucura. Eu não as tenho com os olhos, nem as ouço com os ouvidos, mas enquanto estou desperta e alerta: elas vêm a mim através dos olhos do espírito e dos ouvidos interiores, de acordo com a vontade de Deus".
“A vitalidade dos elementos terrestres vem do Criador, É este vigor que nutre o mundo aquecendo, umedecendo, firmando cobrindo de verde.

“O microcosmo como homem nu encontra-se no círculo de ar, que circunda a Terra e com as medidas de seus membros alcança o sistema das esferas que por sua vez são abarcados pelo macrocosmo”.
“O que é vivo desde o início abraça seu amor e na bondade, com os braços abertos, todo o cosmo e assim traz no seu coração o mundo grande e o mundo pequeno com todos os seus elementos. No meio do mundo está o homem sobre a sua terra”. “As linhas que partem de todos estes elementos representam influências celestiais sobre a figura microcósmica central”     
          "O ar soprando em todas as direções serve às criaturas".
“A forma redonda do firmamento é encontrada na forma redonda do rosto humano. As dimensões exatas e rigorosas do firmamento correspondem às mesmas dimensões da cabeça do homem” (espécie – homem e mulher).
“O Universo um grande ser (humano) e nós pequenos seres”

“Como a emoção agita o coração por alegria ou por dor, os humanos sofrem novos processos de aglutinação nos pulmões e no peito, e, deslocando-se para cima até o cérebro saem do corpo através dos olhos sob forma de lágrimas”

 Meditações _ Hildegard von Bingen

Assim como o círculo acolhe tudo
que está dentro dele,
também a Divindade a todos acolhe. 
Ninguém tem o poder de dividir
este círculo,
de ultrapassá-lo,
nem de limitá-lo.
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Foi-me dado contemplar
o brilho maravilhoso da roda...

Em sua onisciência e onipotência,
    a Divindade
    é igual a uma roda,
          um círculo,
          um todo,

   que não pode sem ser entendido,
   nem dividido,
   não tendo nem princípio nem fim. 
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Quem são os profetas?
São pessoas régias
que compreendem os mistérios
e veem com os olhos do espírito.
Dizem o que pensam, iluminando
                   a escuridão.
São claridade viva e penetrante.
Florescem apenas
no rebento enraizado
na iluminação profusa.

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    Fonte: Livro das obras Divinas, Causae et curae, Scivias/ Paulus, 2015. / Meditação com Hildegarda de Bingem _ Ed. Gente, 1993/ Hildegard de Bingen _ Régine Pernoud _ Rocco, 1996. Artigos vários.

---postagem Martha Pires  Ferreira
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quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Formas no espaço – no cosmo contém o inusitado


Quando a imaginação se solta livre e sem direção desestabiliza o conhecido, se revela em formas inusitadas propiciando outros caminhos do ver, saber, ter, olhar, sentir. Novas maneiras de apreender o não desvelado.
      As camadas mais profundas do inconsciente armazenam o desconhecido _  se revelam quando lhes é dada a oportunidade.
Como imaginavam os antigos um telefone, helicóptero, garfo, parafuso ou mesmo a roda? Surgiram no tempo como formas palpáveis em realidades visuais.
Aqui minhas Formas no Espaço, minhas expressões imagísticas numa tarde tranquila e com música _ visões do nada usual, conhecido.
Não são delírios, são formas enigmáticas.


Desenhos Formas no espaço - bico de pena, nanquim e aquarela, 2020 
Martha Pires Ferreira