quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Metro - transporte urbano


          Não sou “pobre e nem desinformada”. Muitas vezes ando de Metro. Observo atenta e receptiva como este nosso povo carioca, trabalhador transita pelas estações e entra e sai dos vagões, por vezes de pé se mantém desde Pavuna, percorrendo distâncias até Ipanema para seus serviços diários (o mesmo se da no mundo inteiro com quem trabalha pesado). Acompanho as conversas. Pelas manhãs o Metro é mais silencioso, e, observo a diferença na hora do retorno. A dificuldade e atropelos para entrar nos cagões a fim de conseguir um lugar de descanso sentado, o empurra-empurra, as falas em trocas de assuntos os mais variados, o ar cansado, a irritação, a afabilidade, as risadas, o sono. Muito e tudo pode ser acompanhado num percurso pequeno que é o meu, digamos da Praça General Osório, passado Copacabana, Largo do Machado, Glória ou Carioca quando desço. Ouvido quieta escuto conversas inacreditáveis, impensáveis. O povo simples tem seu universo próprio, linguagem pontual e valores de resistência, lógica e intuição, sentimento e beleza singulares. Revolta e consciência social. Orgulho e dignidade. O povo, a grande massa humana batalhadora, não é idiota.
                           Metro - transporte urbano         
          Como dizia o poeta João Cabral: “quem não anda de transporte público, quem não anda pelas ruas, não sabe de nada, é um alienado.” Quem sustenta o mundo? Quem de nós, verdadeiramente, carrega o mundo nos braços? Respondo: o homem e a mulher que trabalha dia a dia, quase sem descanso, que dorme pouco e se alimenta mal e vive longe do local de trabalho carregando o seu quantum de responsabilidade mais pesado e em número maior da população. Sempre foi o povo trabalhador quem sustentou e carrega o mundo nos braços: as domésticas, os funcionários/as, operários, servidores públicos ou particulares que cumprem incansáveis horários e determinações cotidianas.
          Tenho imenso respeito por estas pessoas, gente igual a todos nós, porque são como nós, nossos irmãos humanos vivendo debaixo do mesmo Sol que ilumina e aquece nossos corpos e vida. Pessoas que não tiveram as mesmas oportunidades que nós de crescer e estudar, morar e viajar, se alimentar e viver com liberdade mais ampla, mas que, no entanto trazem no coração e no pensar os mesmos desejos de todos os mortais; direito à felicidade plena, a viver com alegria amorosa. Povo trabalhador que segura o mundo com seu trabalho e suor, com pouca renda mensal, mas que por vezes revela e vive com mais sabedoria e mais humanidade que tantas pessoas com mais condições e vantagens sociais e culturais.
         Relato estas coisas por desejar expressar minha indignação diante do fato de um “professorzinho”, sociólogo, que ocupou altas instâncias públicas dizer; “que quem vota Dilma além de pobre é desinformado” Que grosseria! Que falta de elegância! Que criatura pequena!
         Voto com meu povo pobre e generoso, elegante e refinado, sensível e humano.  Eu, voto DILMA 13 com orgulho e consciência social. 

                                      martha pires ferreira 16/10/2014
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